Dia 12: Ngawal → Bryaga → Manang, 3566 metros

No Comments

Chegamos na tal capital da trilha. O vale de Manang de fato é muito bonito, e a vila tem meio que de tudo nela realmente. Porém ela em si não tem nada de especial. Talvez vamos no “projection hall” que tem aqui, no fim do dia. Parece que passam Sete Anos no Tibet lá por 3 dólares, haha. A estação de água tava fechada, pânico. A trilha foi fácil, não deu 3h e só foi descida ou plano. Caminho meio enrolado, mas sem problemas. Muita, muita poeira, tudo seco demais aqui. Só arbustos de frutinhas vermelhas cheios de espinhos. O céu ajudou pra algumas fotos. Ah, o chocolate aqui é mais barato, vou aproveitar! Precisaremos pagar por internet também, pra trocar as datas dos nossos vôos e adiar a voltar pra casa após replanejar o tempo na Ásia e Oceania. Acho que faremos a trilha pro Ice Lake na volta de Tilicho, não sabemos com certeza ainda. — Caio

A noite passada foi longa. Motivo? Ratos!!! Não exatamente no nosso quarto, ainda bem, mas logo acima dele, no forro! Pelo jeito é uma ninhada, pois dava para ouvir vários correndo no teto e o barulhinho que eles fazem, argh! Ficamos acordando toda hora com a impressão de que eles iriam cair na nossa cabeça a qualquer momento. Mas sobrevivemos! O caminho de hoje foi muito susse, plano e no fundo do vale, sem montanhas pra subir. Foram só 3 horas e meia até Manang, mas por não estar conseguindo comer direito e pela dificuldade de respirar eu sofri um pouco. Senti muita fraqueza, estou começando a ficar preocupada pois daqui pra frente o caminho começa a ficar mais puxado e eu preciso ficar forte logo! Está sendo bem difícil também lidar com o meu enfermeiro (Caio), pois ele tem um jeito meio briguento de cuidar (briga porque como, porque não como, porque eu não consigo explicar o “tipo” de enjôo que tô sentindo, porque respiro, porque me mexo). É o jeito dele, e aqui nas montanhas somos só nós dois, então eu tenho que me adaptar. Mas é foda a sensação de culpa que isso traz, além de não estar me sentindo bem fisicamente eu tenho a pressão de ficar boa, e logo! Difícil hein… Bom, mas entre trancos e barrancos finalmente chegamos ao “grande” vilarejo de Manang. Aqui não tem nada de especial, esperávamos um lugar maior dada a sua importância, pois é como se fosse a capital do Annapurna Circuit. Estava ansiosíssima pra encher nossas garrafa na estação de água potável daqui, mas estava fechada, ponto negativíssimo. Mas pelo menos Manang tem duas coisas boas: a vista é bem legal, com montanhas com picos de neve para todos os lados, e tem internet! Hoje é aniversário do meu irmão Eduardo, vai ser bom pelo menos mandar um alô pra ele. A saudade dos meus queridos está começando a bater, essa parte é ruim ficar isolado, espero que esteja tudo bem com eles. — Dani