Dia 2: Besisahar → Kudi → Buhlbule → Ngadi, 930 metros

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Dia mais longo que planejado, de 10km fomos pra 13km, com muita água na trilha, cachoeiras, poças e rios cobrindo o caminho. Saímos não muito cedo, 8h, não suficiente pra fugir do sol forte. Chegamos na hora do almoço, muita construção de estrada e pontes no caminho. Já encontramos um gringo, um coreano falador com carregador pŕoprio, mas ficou pra trás. Um cachorro nos seguiu por boa parte do caminho, até correu e latiu na frente pra assustar um grupo de macacos na trilha pra gente! Deveríamos ter parado na pousada azul do lado da cachoeira grande antes de entrar na vila. Lá era MUITO melhor que o barraco de compensado e metal em que estamos. Conhecemos um israelense e um alemão gente boa, moleques, deram ótimas dicas pra Nova Zelândia! Foi duro dormir com tanta cigarra apitando. — Caio

Finalmente iniciamos a trilha! A caminhada de hoje foi bem tranquila, apesar de mais longa do que imaginávamos e me deixou mais calma quanto a minha principal preocupação: o peso da mochila. Cada um de nós está carregando perto de 10 kgs, minha mochila é de 34L e a do Caio é de 42L, ambas Deuter. O caminho hoje foi bastante plano, isso facilita bastante, mas não senti dor nas costas em momento algum! Já estamos carregando elas há mais de 5 meses, mas nunca tínhamos andado tanto com ela nas costas… vamos ver como será quando a inclinação começar a aumentar. Bom, falando da trilha em si, esta primeira parte segue uma estrada de Besisahar a Buhlbule, então nada de grandes dificuldades, só seguir. A temporada está começando ainda, então estamos sendo recebidos no caminho com muitos sorrisos e “namastês”, que na verdade significam “turista querido, que saudades, por que você não fica aqui na minha pousada?”. A trilha está tão vazia que encontramos no caminho somente um outro trilheiro, um coreano e seu carregador, e também um cachorro que nos acompanhou por boa parte do caminho. O vilarejo onde paramos, Ngadi, é bem pequeno (deveríamos ter ficado em Buhlbule onde tinha mais opções de pousada), mas encontramos um guesthouse decentinho, um quarto bem simples (e cheio de teias de aranha, bem começo de temporada) por 2 dólares! Ainda não sabemos se teremos energia elétrica à noite, mas estamos tão cansados que se tivermos que dormir assim que o sol se pôr não vamos reclamar. A pousadinha fica às margens de um rio e a mesa onde servem a comida fica ao ar livre, bem gostoso. O dono do lodge já veio perguntar duas vezes se queremos uma cerveja, que custa 3,5 dólares (um dos itens mais caros do menu), valor que daria pra ele passar a semana por aqui… sinto que os donos das pousadas vão nos odiar, pois nosso plano é sempre comer as comidas locais e nada de coisas caras (refri e cerveja nem pensar). Agora pouco chegou um israelense e um alemão aqui, teremos companhia por hoje! — Dani