O que é e como comprar um bilhete RTW

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Quando a notícia de que iríamos dar a volta ao mundo começou a se espalhar, algumas pessoas se espantavam quando eu dizia que estava tudo pronto e que os bilhetes estavam emitidos. “Nossa, mas vocês já emitiram os bilhetes para todos os trechos?”. Sim, e isso só foi possível graças ao bilhete RTW.

Basicamente, existem duas formas de panejar sua viagem de volta ao mundo: comprando os trechos separadamente ou optando por um bilhete RTW, que é um tipo de bilhete emitido por alianças de companhias aéreas que possibilita a compra de todos os trechos da viagem em um só ticket, respeitando algumas regras com relação ao número de países, milhas, direção da viagem etc. As três principais alianças que emitem este tipo de bilhetes são a One World, a SkyTeam e a Star Alliance.

As duas opções têm seus benefícios, mas financeiramente e dor-de-cabeça-mente falando o bilhete RTW da Star Alliance foi a melhor opção pra gente. Ao longo ano, vamos passar por no mínimo 25 cidades em 11 países, e o nosso transporte não vai ser exclusivamente aéreo (pela Europa vamos viajar principalmente de busão, como falaremos em um próximo post). Conciliar tudo isso é uma logística e tanto, por isso optamos por ter o esqueleto da viagem bem engessado e as regras do bilhete não nos incomodaram nem um pouco. A flexibilidade que você quer ter na viagem, o número de países que gostaria de conhecer e quais companhias aéreas voam para estes países são somente alguns dos inúmeros pontos que devem ser levados em consideração na escolha da sua opção. Esperamos que este post possa dar uma ajudinha :-)

Regras

Para se enquadrar na categoria RTW, a sua viagem precisa durar de 10 dias a 1 ano, cruzar o Atlântico e também o Pacífico ao menos uma vez, viajar sempre em um único sentido no globo, leste-oeste ou oeste-leste (a SkyTeam é a única das três alianças que não tem esta exigência) e começar e terminar na mesma cidade (no nosso caso, São Paulo). O limite máximo é de 15 destinos além da sua cidade de origem, mas existem regras específicas de cada aliança que devem ser observadas, como por exemplo o limite de 4 paradas por continente da One World e um número limite de conexões no caso da Star Alliance (à princípio metade do número de destinos).

As escalas contam como dois vôos, por isso vale muito a pena observar se as companhias aéreas que fazem parte da aliança escolhida possuem vôos diretos para os destinos escolhidos, pra não correr o risco de ver o seu limite de destinos cortado pela metade devido a vôos “pinga-pinga” que também contam na distância total da viagem.

Companhias Aéreas

A escolha da aliança pra emitir o bilhete RTW é importante porque, obviamente, nem todas as empresas tem operação em todos os continentes. Logo, se sua RTW vai focar em um continente em particular talvez uma aliança com muitas empresas daquela região sejam uma boa. Pra nós, vôos intercontinentais confortáveis eram prioridade, já que dentro dos continentes daríamos um jeito com vôos menores ou ônibus mesmo. Aparentemente a Star Alliance é a que tem mais companhias primeiro nível com vôos longos e boa reputação. Nela estão, por exemplo, a TAM (até ano que vem, provavelmente), Lufthansa, United e outras menores de países por onde passaremos (como África do Sul, Tailândia e Nova Zelândia).

Quanto custa?

A não ser que você seja um viajante muito experiente, com disposição para buscar sempre os melhores preços de passagem e suficientemente bem planejado e sortudo para conseguir comprar com o timing perfeito, o bilhete RTW será a melhor opção custo/benefício.

No geral, as três alianças têm preços muito parecidos e o que determina quanto vai custar a sua viagem é o número de milhas percorridas. O preço varia de acordo com faixas de milhas (até 26, até 29, até 34 e até 39 mil milhas), e vai de USD 4.000 a USD 6.000 na classe econômica. As alianças não cobram taxas para remarcações de dias e horários, mas alterações no itinerário tem um custo de USD 125. Isso é uma boa notícia caso esteja gostando ou odiando um lugar e querendo ficar mais ou menos tempo, decidindo na última hora, desde que não queira mudar de cidade.

Bom, muito melhor do que ficar imaginando quanto a sua viagem dos sonhos custaria é botar a mão na massa e utilizar os simuladores de cada aliança. Nós usamos e abusamos do simulador da Star Alliance, e na hora de emitir o preço ficou idêntico, então pode confiar. Mas atenção, esses simuladores são uma ameaça à sua produtividade, prepare-se para perder horas e horas neles… você foi avisado :-)

A nossa passagem fechou em 9 países, ficou dentro do limite de 34 mil milhas e custou USD 5.625 por pessoa + taxas de embarque. Nada mal pra uma volta ao mundo, né?

Caio diz... Aliás, a nossa ficou até cara porque estamos passando por todos os continentes, mas experimente simular uma menor por menos lugares, é mais barato que você imagina! Sério :-)

Como comprar?

Definido o seu roteiro, a emissão do seu bilhete pode ser feita diretamente pelo site das alianças ou através de alguma agência de viagens. No nosso caso o coeficiente de cagaço falou mais alto e nós optamos por emitir a passagem através de uma agência, pois pra quem vai passar longos meses fora de casa ter um contato aqui no Brasil para o caso de algum problema, emergência ou alteração de última hora pareceu mais seguro.

Nós recebemos a indicação da agência através de um blog e iniciamos o contato bem cedo, quando ainda nem tínhamos fechado o roteiro, o que foi muito bom para tirarmos dúvidas e esclarecermos como funcionava o bilhete. Numa dessas idas à agência, por exemplo, descobrimos que existe uma classe de vôo que é só para bilhetes RTW, e todos os vôos das alianças tem um número de assentos destinados a este tipo de viagem (se não estou enganada, 2 assentos por vôo, parece que ou classe M ou H). Isso significa que é praticamente impossível não conseguir assento disponível no vôo que você quer! Nós emitimos a nossa passagem em dezembro, com data de embarque prevista para abril, mas graças a estes assentos o bilhete pode ser emitido alguns dias antes, sem nenhum problema, pelo menos segundo as agências. Só que eu duvido que você aguente esperar :-P

Aqui em Curitiba nós indicamos o Bruno, da RKBC Turismo, que manja pra caramba. Ele nos recebeu muito bem desde nosso primeiro contato, meses antes da emissão, tirou todas as nossas dúvidas e nos passou muita segurança. Cansamos de checar detalhes com ele, sempre atencioso. Contato de ouro:

Bruno Canalli

RKBC Turismo
Av. João Gualberto 1673 – Sala 23
Curitiba – PR – Brasil – Cep: 80.030-001
Tel: 55 41 3019 8696 – Tel/Fax: 3022 4184

Em resumo, indicamos fortemente a utilização do bilhete. Acho que deu pra ver que embora cheio de regras ele é uma opção segura e confiável, basta analisar bem certinho qual é a aliança que se encaixa melhor no seu roteiro. Por isso, mãos à obra: use e abuse dos simuladores e, se preferir, converse com alguma agência desde já.

Viu como dar uma volta ao mundo já começa mais fácil que pensava?