Saúde around the world

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Quando se viaja pra longe e por tanto tempo, é certo e natural que coisas dêem errado em algum ou vários momentos. Só que tem uma coisa que nos causa um medinho especial: ficarmos doentes.

Quando falo de ficar doente, não me refiro a uma gripe, enxaqueca, prisão de ventre, joelho ralado, essas coisas passam com um remedinho básico ou uma boa dose de paciência, senta e espera. Estou falando aqui de malária, febre amarela, sarampo, difteria, mal de altitude… aí o bicho pega!

Após algumas pesquisas, descobrimos que existe uma clínica aqui em Curitiba especializada em medicina do viajante! Nos consultamos com o Dr. Jaime Rocha e gostamos bastante das dicas e das preocupações dele, que agrupamos no resto deste post :-)

Remédios

“Não mãe, não dá pra levar a farmácia inteira dentro da mochila” :-P

Embora a gente possa ter 365 tipos diferentes de incômodos, muitos deles são suportáveis sem ser necessário utilizar medicamento. A dica é focar em dois grupos de remédios: os de sempre e os de nunca.

Os remédios de sempre são aqueles que nunca faltam na sua casa e que você costuma tomar, para os incômodos que você tem com frequência. Eu tenho crises de rinite de tempos em tempos, então estou levando o remédio que eu tomo habitualmente. O Caio tem enxaquecas e está levando o remédio “preferido” dele.

Caio diz... que fique registrado que por mim só levaríamos os remédios realmente pra casos extremos, remédio de dor de cabeça é demais…

Os remédios de nunca, são aqueles que seu médico vai receitar e que é importante você levar, mas você torce pra eles voltarem fechadinhos e você doar para algum hospital. Na nossa lista estão remédios para diarréia brava, vômito estilo exorcista, crise alérgica forte, candidíase e cistite. Não quero não, obrigada :-)

Uma palavra muito importante: receita! Uma sacolinha cheia de remédios é um prato cheio para aquele mala te barrar na entrada de algum país. Por isso, peça para seu médico fazer uma receita em inglês dizendo que é seu médico, que você estará viajando por um período longo de tempo e que por isso precisa carregar os remédios X, Y, Z.

Vacinas

Nessa parte, o médico do viajante foi essencial. Em nossa primeira consulta, levamos para ele a lista dos países que iríamos visitar, ele identificou os principais riscos e pediu uma lista gigantesca de exames de sangue, pra saber a quais doenças já éramos imunes. Em nosso retorno com os exames em mãos, ele nos receitou as vacinas de febre amarela, febre tifóide, difteria e tétano (dupla), sarampo, caxumba e rubéola (tríplice) e hepatite A.

Caio diz... malandro… foi foda, mas se é pra fazer, vamos fazer direito né

Para nossa sorte e saúde financeira, grande parte das vacinas que o médico receitou é fornecida pela rede pública. A única parte chata é que algumas delas precisam ser tomadas no mesmo dia ou com um intervalo de 30 dias entre elas… como não tínhamos 30 dias dando sopa pra tomar separadamente, precisamos encarar 3 picadas no mesmo dia e uma semana inteira parecendo que tinhamos sido atropelados por um trator (dor de cabeça, dor no corpo, febre leve). Não é o fim do mundo, mas já se prepare pra isso, dica de amigo :-)

Pra quem não pretende se consultar com o médico do viajante, o jeito é pesquisar na internet pra saber a quais riscos estará exposto. Esta lista de riscos por destino tem informações úteis e pode ajudar.

Água

Água era uma preocupação grande na viagem, principalmente pra mim, Dani, que bebo água o tempo todo. Na maioria dos países da Europa, tomar água da torneira é aceitável e seguro, mas nossos destinos incluem países onde essa segurança não existe.

A primeira opção (e a mais em conta) para os locais onde a água não é potável são as pastilhas purificadoras à base de cloro. Elas eliminam os principais microorganismos causadores de doenças, mas não não são eficazes contra vírus e, dizem, deixam um gosto na água (não sei dizer quanto, ainda não testei).

A segunda opção é a garrafa com filtro acoplado, que decidimos comprar. A nossa é da Katadyn e tem um filtro de 3 estágios (contra vírus, bactérias, protozoários e cistos) e promete melhorar o gosto devido a um filtro de carvão ativado. O preço é salgado, pagamos R$ 280 (nunca pensei que pagaria quase trezentos reais em uma garrafa de água!), mas pareceu uma solução mais simples: é só pegar água de qualquer lugar, até de uma poça de água, e beber.

Caio diz... acho a Katadyn tosca, bico horrível, vai quebrar… e isso foi pela Dani que é uma esponja com água, eu sou mais camelo (corro 10km sem água, não ia sentir falta a não ser no Nepal)

Seguro de Viagem

Na hora de escolher o seguro viagem, é preciso pensar que mesmo com as vacinas, remédios e preocupações com prevenção, você pode acabar tendo uma úlcera enquanto estiver no Nepal ou descobrir uma pedra no rim na Tailândia. Um seguro bom é aquele que tenha um número de telefone fácil de ligar, que garanta que vai atender você no local onde você estiver e, se tudo o mais falhar, te trazer de volta pra casa. Pra tomar a nossa decisão, levamos em consideração os valores da cobertura para assistência médica e odontológica por evento, assistência farmacêutica, expatriação (no caso de doença grave ou morte), seguro de bagagem extraviada e, logicamente, o preço do seguro.

Tentamos um patrocínio do BB Seguros, que infelizmente acabou não rolando, e então partimos para analisar as demais opções, algumas apresentadas pelo nosso agente de viagem e outras que encontramos pela internet. Analisamos as empresas Coris, GTA e World Nomads (a preferida dos gringos). As coberturas das 3 pareceram bem similares e acabamos desempatando pelo preço mesmo. Quem levou foi a Coris, e pagamos R$ 1.232 por pessoa para o plano advance anual, com uma cobertura de 9 meses.

Assim como qualquer outro seguro, só vamos descobrir se ele realmente vale a pena na hora do aperto. Esperamos que esse dia não chegue, mas se chegar contamos aqui como foi!

E na prática?

Agora que estamos viajando por pouco mais de três meses, e já estamos no segundo continente, podemos dizer melhor o que funcionou ou não de cuidados com saúde. Definitivamente você vai querer viajar com mais remédios pra diarréia. Achamos muito três caixas e trouxemos uma só e já praticamente tá no fim e a viagem ainda tá nos 30%… faz as contas e verá que um país mais sujo (como Egito) acaba com remédios.

Dores de cabeça são comuns também, acho que mais que o normal porque você anda o dia todo sob o sol e tal, mas dá pra comprar nos lugares se precisar muito. A não ser que a dor de cabeça venha junto com alguma alergia. Com alguma frequência a Dani tem ataque de alergia (rinite) e tá usando bastante o remédio dela pra isso, então é bom se tivéssemos trazido uns extras porque tão acabando já.

É isso :-)