Dia 28: Jomsom → Marpha → Larjung, 2570 metros

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Tentamos acordar bem cedo mas foi difícil. O corpo sabe que a trilha tá no fim e não quer mais colaborar. Acordei dolorido, dormi mal mais uma vez. Tive pesadelos com família. Tomamos um café simples e saímos. Conseguimos economizar, então mesmo não parando em Marpha pra dormir resolvemos ir lá só pra comer a tal torta de maça que fazem. Eles são famosos pelas maças, mas decepcionaram. Vila zoada, e torta de maça falcatrua. Eu faço uma melhor. Após a parada, o vento e a poeira do outro dia voltaram, no mesmo horário. Tô simplesmente esgotado de andar contra o vento, não quero isso de novo. Precisamos ver algum transporte até Tatopani ou não vou aguentar. A comida tá demorando, tô morto de fomo e sede. Na garganta agora só tem poeira. Paramos numa pousada imunda… que merda. — Caio

O trecho de hoje foi de 5 horas, pela estrada e novamente cheio de pó e vento! Tomamos um café da manhã leve em Jomsom porque tínhamos um objetivo: parar em Marpha, vilarejo famoso por ser produtor de maçãs, e comer uma apple pie. Andamos 1 hora e meia até lá para descobrir que o vilarejo não é como nos descreveram, bonitinho e cheio de vendas de maçã e coisas de maçã por todos os lados. Na verdade é bem pequeno e não encontramos nenhum restaurante anunciando isso, acabamos entrando em um qualquer e pedindo a torta por lá. No quintal eles tinham macieiras, então pelo menos era fresco, mas a experiência foi bem “mé”, acho que a expectativa estava alta demais, torta bem mais ou menos. Depois de Marpha continuamos seguindo pela estrada e o vento começou a chegar de novo. Não foi tão forte como o vendaval do outro dia, mas o suficiente para a poeria começar a incomodar. O Caio está super desanimado com isso, pois estamos os dois bem cansados e andar pela estrada com vendo realmente não é muito motivador. Eu concordo, mas pra mim seguir andando até o fim é muito importante, falta muito pouco e eu sonhei e planejei muito isso, virou quase uma questão de honra. Não estou muito a fim de pegar transporte até Tatopani, mas se ele continuar pedindo não vai ter jeito, não posso obrigar o coitado a andar, pois está pesado mesmo! Chegamos em Larjung mortos e não escolhemos muito onde ficar, entramos no primeiro com uma cara decente, mas nos arrependemos! Fizeram um desconto bom no quarto, mas nosso almoço demorou uma hora e meia pra chegar e fomos descobrindo que o lugar é bem sujinho. A porção de comida veio tão pequena que o Caio teve que pedir outra. Ainda não testamos o chuveiro, mas espero que pelo menos isso seja bom, tô precisando muito de um banho e de descanso! — Dani