Dia 5: Tal → Dharapani, 1979 metros

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Acordamos cedo só pra tomar uma sopa de macarrão com vegetais, gordos, voltamos a dormir e acabamos saindo só 10:30. Muita névoa de água pelas cachoeiras em volta. Trilha foi normal, um terço por uma estradinha, mas com rios cobrindo tudo, tivemos que tirar as botas até. Paramos por raiva num lugar e tava tão coberto de água e perigoso que metemos as botas dentro d’água e foda-se. Por isso decidimos parar em Dharapani, antes do planejado no mapa. Duas pontes depois dali a humidade caiu e ficou seco o clima, então a parada serviu mais pra secagem de roupas e das nossas mochilas. Passar para os 2.000 metros só amanhã agora. Ah, fizemos nossas primeiras ultrapassagens: um casal e outros dois caras que começaram todos mais cedo a andar. Os postos de controle são uma piada, à propósito. Nosso quarto em Dharapani é fofo! Muito nepalês, tudo de pedra e madeira exposta, um vão curto entre as camas estreitas, corredores de teto baixo. Bem como estávamos esperando. Muita merda e mosca desde o caminho de Tal. Isso não esperávamos. Contamos doze moscas em mim e na minha mochila, e enquanto andava. Já tá menos mata aqui, mais pinheiros em encostas agora. — Caio

Hoje o dia foi mais tranquilo, somente 2 horas e meia de trilha. Decidimos fazer isso porque a umidade em Tal deixou tudo o que tínhamos completamente molhado, mesmo as roupas dentro da mochila. Não tínhamos como ficar por lá mais um dia mas também não queríamos andar muito hoje porque amanheceu chovendo novamente, então escolhemos parar em Dharapani. O caminho de hoje foi levíssimo comparado com os dois últimos dias, alguns trechos em pedras no meio da mata mas grande parte em estrada. Pela primeira vez tivemos momentos “não conta lá em casa”, pois tivemos que atravessar muitas cachoeiras com correnteza forte por causa das chuvas dos últimos dias. A primeira delas tiramos a bota para não entrar água, na segunda não teve como e na terceira as pedras estavam tão instáveis que precisei de um tempo para recuperar os batimentos cardíacos depois que atravessei. O tenso é que as cachoeiras são na borda da montanha, a água cai direto no desfiladeiro, lá em baixo, e às vezes as únicas pedras onde é possível pisar sem a correnteza te arrastar ficam bem na borda. Argh! Continuamos a trilha com os pés e calçados molhados (como se já não bastasse todas as roupas) e na companhia de muitas moscas, tanto que chegou a irritar. A parte boa é que em Dharapani encontramos uma guesthouse no estilo que estávamos esperando encontrar na trilha: de madeirinha, tudo limpinho, bem simples e uma comidinha bem boa preparada por uma senhorinha dona daqui. E o melhor de tudo é que Dharapani é menos úmido que Tal, acho que hoje as roupas dos últimos dias têm chance de secar. — Dani