Mal havíamos começado nossa volta ao mundo e já tínhamos chegado na conclusão mais óbvia a que um mochileiro pode chegar: viajar é se entupir de comida! Claro, quando tem dinheiro, e quando dá, mas sim… basicamente viajar é comer os lugares. Nossas maiores lembranças não são de arquitetura, música, nem mesmo eventos com pessoas. Lembramos dos lugares com a barriga e decidimos matar a saudade da nossa RTW, que terminou meses atrás, com um novo projetinho: Mundo na Panela.
…ou os Grandes Prêmios Voltamundistas! No fim da viagem começaram a nos perguntar que lugares mais gostamos, onde não voltaríamos jamais, o maior problema que enfrentamos, a comida mais gostosa e tal, então numa conversa num barco (acho) fomos brincando de ver se concordávamos nas escolhas e saiu essa lista! Visitamos menos de 10% dos países que existem, mas já dá uma idéia do que se vê no mundo :-)
Certificado de vitória de cada lugar!
Melhor país pra relaxar: Tailândia :-D
Melhor país pra aventuras: Nepal, com uma menção honrosa pra África do Sul
Pior viagem que fizemos: Nepal pra Dani (de Kathmandu até o início do Circuito Annapurna em Besi Sahar) e no Egito (de Hurghada até Cairo de ônibus) pro Caio
Melhor cozinha: Espanha com folga, mas a França não perde muito em qualidade de ingredientes pra cozinhar em casa
Melhor prato que comemos: Moussaka na Grécia, embora um dal bhat nepalês com momos bem feitos dá água na boca!
Melhor transporte público: Suíça, mas a Espanha é páreo duro por ser bem boa e bem mais barata
População mais amigável: Grécia, fácil e sem pensar duas vezes!
Melhor relação de custo e benefício: Tailândia e África do Sul empatadas
Lugar com as melhores paisagens: Nepal em um empate técnico com a Nova Zelândia (dois extremos: um barato e outro caro)
Melhor infraestrutura de hospedagem: África do Sul tem albergues bons e baratos em todo canto, mas países asiáticos só perdem pela qualidade
Lugar mais estressante de todos: Egito
Melhor país pra mochileiros: Tailândia imbatível desde sempre nisso, com menção honrosa pra França por ter muito couchsurfing
Pior país pra mochileiros: Nova Zelândia, sim… contra a opinião geral, a não ser que você tenha muito dinheiro ou muito tempo pode se frustrar a cada curva lá
Maior surpresa no roteiro: Espanha, país incrível que não é muito bom de marketing
Maior decepção: Nova Zelândia, extremamente cara quase a ponto de não valer a visita se a Austrália hoje não fosse ainda mais cara
País pra voltar de novo só se for de graça: Singapura, ou talvez nem de graça
País pra voltar de novo no futuro: Grécia ;-)
Aguardando ansiosamente por uma outra oportunidade de viajar pra distribuir mais “prêmios” voltamundistas pros outros 90% de países que não visitamos :-D
Como havia acabado de me formar quando começamos a volta ao mundo, eu estava bastante empolgado pelo que ouviria e veria relacionado a línguas viajando por aí — eu gosto de dizer por aí desse jeito. Naturalmente tinha uma boa dose de ingenuidade nisso, visto que passaríamos por lugares meio que conhecidos já, nada absurdamente exótico culturalmente, ou mesmo muito isolado, ou muito linguisticamente relevante hoje em dia. Contudo, consegui me divertir bastante reparando em detalhes no dia-a-dia e anotei tudo como recordação, abaixo. Claro, pra um linguista, simplesmente ter contato cotidiano por pouco tempo com uma língua não é suficiente… mas não dava tempo de estudar em nada nenhuma delas, é a vida. Me contentei com um safari por elas :-)
Linguistas, pessoas sérias
Viajamos por todos os continentes habitados, então era de se esperar ter contato com um número decente de línguas de famílias linguísticas diferentes. Se não me falha a memória, além de variantes européias e africanas do português, li e ouvi: um pouco de zulu, muito africâner e umas frases em xhosa; muito árabe egípcio, do qual até aprendi umas frases; grego; italiano; alemão e uma boa dose de alemão suíço; francês; espanhol em vários rebolados, língua basca e catalão; nepalês padrão e dialeto gurung em uns vilarejos e que não entendi muito, além de algumas coisas em línguas indianas que também não conheço, como hindi; muito tailandês gritado; malaio e a mistureba linguística que singapuranos falam; um pouco de vietnamita, que me pareceu bem suave; cambojano, ou língua khmer; maori, divertido nas ruas e na televisão; um pouquinho de japonês e coreano dos turistas e muito chinês mandarim e cantonês espalhado pelo mundo todo; inglês americano, britânico, irlandês, escocês, australiano, kiwi, sulafricano, singapurano e o pidgin, ufa, que todas as pessoas do mundo tentam falar de vez em quando!
Uma coisa é ler sobre uma língua qualquer, outra é ter a chance de ouví-las em uma viagem. Me diverti e matei muito tempo ouvindo pessoas conversando e tentando interpretar em símbolos fonéticos na minha cabeça o que elas estavam pronunciando. Devo ter ouvido outras línguas que não faço idéia em albergues e hospedagens por aí — falei que gostava de dizer por aí — e tentava sempre me entreter tentando adivinhar da onde a pessoa era. Se não soubesse identificar por nome a língua com alguma precisão, tentava adivinhar a região linguística onde a pessoa cresceu. E como a Dani sempre tava me perguntando qual língua alguém tava falando, por curiosidade ou estranhamento, então isso era também um tipo de “desafio ao galo” heheh.
Saber que alguém era do leste europeu ou do norte da europa era fácil até sem olhar pra pessoa, o que estragaria a brincadeira entregando na hora da onde ela era. Fiquei verdadeiramente satisfeito e com o ego massageado quando uma moça francesa que acabara de conhecer ficou impressionada por eu notar que ela era de Paris e não do sul da França, onde estávamos, mas na hora pareceu simples! Além disso, chegou uma hora na viagem que notar a diferença entre tailandês, chinês, coreano e japonês ficou trivial até, por tanto contato que tivemos com asiáticos :-)
Outra coisa muito legal e interessante foi ver e cof cof ler cof cof tudo com alfabetos alienígenas pra um brasileiro. Como muitas línguas usam alfabeto latinizado, isso não teve tanta graça em boa parte da viagem. Mas até aprendi a ler números em árabe, que parece difícil falando assim mas é mais simples do que se imagina, alguns números são até óbvios, e é bastante prático no dia-a-dia pelo oriente médio pra conferir preços, bilhetes etc. Cirílico até vimos em albergues e casas onde ficamos, mas foi praticamente um pouquinho ali, um pouquinho acolá, irrelevante.
Alfabeto grego foi outro que rendeu também, a Dani não entendia como eu sabia ler ele, mas era uma manha. O fato é que eu não sabia lê-lo mesmo e acabou, o que eu sabia era pra onde eu queria ir e os nomes dos pontos de referências nas cidades, então era só traduzir as letras deles pro som que eu conheço, arrendondar uns chutes do que é o que e pronto, truque barato mas eficiente pra impressionar as gatinhas na festa de fim de ano e de quebra não se perder pela Grécia!
Nepalês e línguas indianas pra mim ainda são um mistério, mas como me interesso pouco por elas nem fui muito atrás. Agora, línguas do sudeste asiático acabarem sendo legais porque as sutilezas e diferenças delas são bacanas de notar. Acho, mas sem muita certeza, que consigo dizer se um texto tá em tailandês ou cambojano só de bater o olho nele agora. Talvez eu perca esse super poder em breve, sem praticá-lo. Diferenciar japonês, chinês e coreano não conta porque é bastante fácil se você usar um pouco de observação. Difícil mesmo é entender aquilo :-)
Uma coisa engraçada em relação a entender o que tão falando é que tão logo notamos que muitas palavras soam como universais, a Dani e eu, Caio, começamos a falar em voltas. Explico. Você não pode simplesmente chegar num albergue e falar que um americano parece idiota por estar comendo sopa. American. Idiot. Soup. Ele vai entender. O exemplo é tosco mas é só pra explicar a idéia. Então, no lugar, você diz que tal gringo é besta ou bobo por estar comendo aquele caldo ou ensopado. Coisas assim, ou então apelávamos pra encavalar todas as palavras da frase e sem falar muito alto. Acredite, se bobear as pessoas entendem que você tá falando delas mesmo sem conhecer sua língua. Às vezes é meio constrangedor elas te olharem feio e você demorar uns segundos pra perceber a cagada.
Chegou uma hora em que só falávamos assim, com frases com o dobro do comprimento pra dizer “aquele cara do país onde fizemos tal coisa” porque o nome do país é óbvio demais em todas as línguas que encontramos, como, sei lá, França, ou Austrália. É como quando diziam algo sobre nós, brasileiros. Brasil é um termo quase intraduzível, acho que só orientais tem termo próprio pra gente, então é fácil saber e reparar quando tão falando algo de você e pegar a pessoa no flagra.
Pessoas monolíngues não sabem o que estão perdendo. É uma lástima enorme se você só fala uma língua, como a maioria absoluta dos brasileiros. O mundo não é nem nunca foi monolíngue, e nem será. Nunca vou entender esse orgulho idiota, nacionalista até, que os brasileiros tem em não saber ou mesmo querer aprender outras línguas. Tudo bem, o Brasil é enorme e auto-suficiente em questão cultural e linguística, as pessoas não precisam aprender outras línguas de fato a não ser por pressão econômica hoje em dia. O problema é esse não querer, que é atitude padrão. É totalmente limitante pra um povo, até fisiologicamente pra um indivíduo.
Por falar só inglês e entender um pouco de outras línguas (como espanhol que aprendi suficiente pra conversar e italiano, que pra surpresa da Dani até hoje não faço idéia como compreendia as pessoas falando na rua sendo que nunca o estudei [talvez resultado de ter estudado latim um pouco {ou foram os genes da família falando}, sei lá]) ainda me sinto envergonhado viajando. Eu devia falar outras línguas. Pelo menos outras duas! Quanto melhor os binóculos melhor o safári! Sacou a piada? Imagine falar somente português e mais nada, e perder tudo o que tem aí fora… e ainda ter orgulho da própria estupidez…
Chegou a hora de dar tchau pra 2013, um ano que pra gente foi inesquecível. Foi o ano de realizar o que ficou na cabeça e no papel por muito tempo, de conhecer lugares onde nunca imaginamos estar, de realizar sonhos e de aprender muito!
Mas o melhor de tudo é que 2014 está chegando novinho em folha, pra gente fazer dele o que quiser. Já que é hora de renovar os votos, pra todo mundo que deu uma passada por aqui esse ano, para 2014 desejamos…
Que tenha fartura…
Caio devorando um sanduiche humilde em Sorrento, Itália
…mas também saiba ser criativo nas dificuldades.
“Sanduíche de ovo” era o que tinha pra comer em Lauterbrunnen, Suíça.
Que faça novos amigos.
Dani e o Jorda, o lobo da nossa couchsurfer em Johanesburgo, África do Sul
Que tenha tempo pra relaxar…
Curtindo o descanso e a vista em Plettenberg Bay, África do Sul
… mas que não falte ânimo pra chegar o quão alto quiser chegar!
Caio e Dani à 5.419m em Thorung La, Nepal
Que se permita ser meio bobo às vezes.
Caio curtindo uma água de coco em Siem Reap, Cambodia
Que tenha coragem sempre que precisar.
Dani atravessando o precipício a caminho do Tilicho Lake, Nepal
Que não tenha medo de experimentar coisas novas.
Um bichinho no nosso Pad Thai em Bangkok, Tailândia
Que vença medos de infância.
Dani faceira pela primeira vez plantando bananeira em Koh Lanta, Tailândia
Que realize algum sonho.
Dani saltando para o primeiro mergulho em Koh Tao, Tailândia
Que conheça lugares famosos…
Dani e Caio no Museu do Louvre em Paris, França
…mas também paraísos escondidos.
A praia linda, isolada e vazia de Agia Theodotis na ilha de Ios, Grécia
Que saiba improvisar!
A bota abriu no meio da trilha no Nepal? Silver Tape nela!
Que finalmente comece a malhar…
Caio provando que é forte nas Pirâmides de Giza, Egito
…ou que finalmente comece aquela dieta.
Lanchinho da tarde em Avignon, França
Que veja que o melhor da vida é de graça! Seja uma paisagem…
Mount Cook e seu reflexo no Matheson Lake, Nova Zelândia
…ou dormir de conchinha!
Luffy e Nesquick, nossos colegas de quarto em Barcelona, Espanha
Que contemple.
Caio no alto da Table Mountain na Cidade do Cabo, Áfica do Sul
Que sinta.
Dani no templo de Philae em Aswan, Egito
Que tenha companhia pra dividir tudo isso!
Lake Tekapo, Nova Zelândia
Que ame… ame muito.
Bitoca no Tilicho Lake, Nepal
E por fim, que nunca se esqueça do mais importante…
Nosso presente de despedida que tá nos esperando em Curitiba, Brasil :-)
Um dia, conversando com uma amiga, ela me perguntou como é ficar esse tempo todo sem nada. Peguei um susto pois achava que tinha tudo. Na hora fiquei sem resposta e fiquei pensando sobre isso por uns dias. Deveria ter respondido assim:
Tenho um quarto que nem sempre é só meu, mas não me importo em dividi-lo. E ele tá sempre diferente, ora com uma cama de solteiro, ora com vários beliches, pra não enjoar. A decoração também sempre muda: a cortina, os quadros da parede e a mesinha nunca permanecem no mesmo lugar. A vista da janela, que engraçado, está sempre mudando, tem umas horas que vejo e tem uma praia, depois tem um templo, outra hora eu me espanto e só vejo prédios e quando eu volto só vejo montanhas. Tem vezes que o quarto nem é meu, mas o dono faz com que eu me sinta como se estivesse em casa, então pronto o quarto agora é meu também.
Meu guarda-roupa eu carrego nas costas, ele não tem prateleiras, gavetas e nem cabides mas tem todas as roupas que preciso, um chinelo e um tênis. Basta. As coisas mais importantes de uma estante andam comigo: livros, computador, caderninho de anotações e uma caneta. Porta-retrato? Não preciso, penduro na memória a imagem do lugar ou das pessoas que gosto. Agenda também não se faz necessária, vou resolvendo os compromissos à medida que eles surgem, não tem nada preestabelecido, a ordem do dia é ditada de manhã ou na noite anterior. Tenho sempre cama com lençóis limpos e levo minha toalha, que na verdade não é uma toalha de verdade e sim uma fralda da Sofia (minha afilhada) que enxuga muito bem, seca rápido e não pesa nem ocupa espaço.
Não uso relógio, hora de comer é quando me dá fome, hora de dormir é quando não aguento mais de sono, hora de voltar pra casa é quando estou cansado e a hora de sair é quando termino de trocar de roupa. Se não tem viagem marcada, a hora de acordar é quando o corpo acha que descansou o suficiente.
Tenho uma máquina fotográfica, que se encarrega de congelar e eternizar as cenas que tenho visto. As imagens capturadas por ela ajudam a dar forma nas histórias que conto e vão me fazer viajar quantas vezes eu quiser depois que eu voltar pra casa.
Tenho sempre banheiro, seja ele perto do meu quarto ou em algum lugar pelo caminho. Ultimamente muitos de meus banheiros nem tem vaso, só um buraco no chão mas faz o mesmo efeito. O que poderia estar na prateleira, levo numa pequena bolsa: escova, pasta, sabonete e desodorante.
A sala de estar eu troco sempre, umas tem televisão que nunca assisto, outras têm sofás onde sentam pessoas que não conheço.Taí uma boa oportunidade de fazer novas amizades e trocar uma ideia. Ás vezes tenho estantes na sala com outros livros, revistas, jogos que nem sei jogar… Mas normalmente, na sala de casa sinto uma atmosfera vibrante, cruzo com pessoas sentadas no mesmo barco que eu e estão remando para lugares aonde já fui ou pra onde estou indo.
Tenho usado bem pouco a cozinha, tenho sempre quem cozinhe pra mim, não preciso de panelas, fogão e liquidificador. O menu é sempre diferente, escolho o que me apetece e o que minha curiosidade pede. A mesa e as cadeiras estão sempre dispostas de forma diferente no café, no almoço e no jantar. Não tenho aquele monte de coisa amontoada na gaveta nem no armário: peço emprestado o prato ou a tigela, o copo e os pauzinhos (talheres). O bom é que não preciso lavar tudo depois, é só levantar e sair. Não tenho geladeira, mas sempre tenho minha garrafa pra beber água depois de escovar os dentes antes de dormir. Não tenho minha goiabada pra comer depois do almoço, mas sempre acho um mercadinho pra comprar um doce.
Sem dúvida, a parte da minha casa que mais gosto é o quintal. Ele também sempre muda cada vez que passo pela porta. Acho que não é uma porta, é um portal mágico. Lá nem sempre as pessoas falam a mesma língua ou têm a mesma religião. As fisionomias mudam assim como a moeda que elas usam pra comprar coisas tão diferentes. Tem hora que estou no meu quarto, tão compenetrado no que estou lendo ou escrevendo, que até esqueço que no meu quintal tem um outro mundo completamente diferente. No meu quintal não tem plantas para regar, um cachorro abanando o rabo pra mim e nem roupas no varal, mas tem o que me deixa profundamente feliz: o mundo.
Resposta simples: dá uma olhada e ouça as músicas que botamos numa espécie de rádio da nossa viagem, talvez ajude a entender o que estávamos, estamos, e o que estaremos sentindo muito em breve. Cada música tem um motivo pra estar ali, na lateral do site, são todas nossas favoritas por algum motivo bem especial.
Thunder Road, Bruce Springsteen Dog Days Are Over, Florence and The Machine Roll Away Your Stone, Mumford & Sons Absolute Beginners, David Bowie Dancing in the Street, Bowie David Sea Of Love, Cat Power Tree Hugger, Antsy Pants Upside Down from Here, Atom and His Package Falling in Love, NOFX Champs Elysees, NOFX Don’t Worry Be Happy, Bobby McFerrin Sunday Morning Coming Down, Me First and the Gimme Gimmes You’re Wrong, NOFX No Ceiling, Eddie Vedder Rise, Eddie Vedder Society, Eddie Vedder Guaranteed, Eddie Vedder O Vento, Los Hermanos La Mer, Charles Trenet Freedom, Yothu Yindi Adagio, Albinoni Autobahn, Kraftwerk Around The World, Daft Punk Rebels of the Sacred Heart, Flogging Molly The Son Never Shines, Flogging Molly If I Ever Leave This World Alive, Flogging Molly Expressway to Your Heart, Blues Brothers No Particular Place to Go, Chuck Berry Walk Like An Egyptian, Bangles Leaving on a Jet Plane, Frank Sinatra I’m Gonna Be (500 Miles), The Proclaimers Living La Vida Loca, The Toy Dolls Hakuna Matata, Lion King Make Your Own Kind of Music, The Mamas & the Papas Shine, Laura Izibor Vienna, Billy Joel Homeward Bound, Simon & Garfunkel Forever Young, Bob Dylan Crazy, Me First and the Gimme Gimmes Much Too Young (to Feel This Damn Old), Me First and the Gimme Gimmes The Cave, Mumford & Sons Highway 101, Social Distortion Stars, Les Miserables Live Before You Die, Social Distortion One More Hill, Greg Graffin Hay un amigo en mi, Gipsy Kings Everybody’s Changing, Keane Sin ella, Gipsy Kings Luzeiro, Almir Sater Flowers Are Pretty, The Vandals Alright, Super Grass The Final Countdown, The Toy Dolls So Long, Farewell, The Vandals A Walk, Bad Religion Better Things, Marky Ramone Blind, Face to Face Because You’re Young, Cock Sparrer We’re Coming Back, Cock Sparrer I’m On My Way, The Proclaimers Cool Kids, Screeching Weasel O pastor, Madredeus Bicho De 7 Cabeças, André Abujamra Ouro De Tolo, Raul Seixas Wake Up, Arcade Fire As ilhas dos Açores, Madredeus Always Look On The Bright Side Of Life, Monty Python Viva la Vida, Coldplay O Trenzinho Caipira, Kraunus Sang & Maestro Pletzkaya Velha e Louca, Mallu Magalhaes Shake It Out, Florence and the Machine O Conforto dos teus Braços, Rita Ribeiro Eat the Meek, NOFX On the Road Again, Willie Nelson Perhaps Love, John Denver The Galaxy Song, Monty Python Trans Europe Express, Kraftwerk Rubber Biscuit, Blues Brothers Festival, Sigur Rós Bring Him Home, Les Misérables After You’re Gone, The Proclaimers