Turismo e volta ao mundo seria mais fácil se…

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  1. …vendedores fossem menos pilantras e botassem preço vísivel em coisas, ao invés de dar preço baseado na sua cara
  2. …lugares públicos tivessem placas ou sinais na língua local e em inglês, afinal ninguém quer turista perdido com medo e tendo que gastar dinheiro em emergência, certo? ou não, acho
  3. …policiais fossem confiáveis, o que é esperar demais
  4. …se banheiros fossem fáceis de encontrar e minimamente limpos, afinal nem todo turista curte sentar em privada cagada na borda
  5. …compras ou contratações tivessem sempre recibo e um responsável pelo serviço
  6. …tivesse uma loja da Decathlon em cada cidade, para emergências de mochileiros!
  7. …todo meio de transporte tivesse trajeto e estações realmente documentadas
  8. …albergues fossem mesmo albergues, e hotéis fossem mesmo hotéis, e ninguem tentasse mentir sobre o tipo de hospedagem que oferece
  9. …recarregar e lidar com cartões tipo VTM não fosse um inferno com corretoras brasileiras (especialmente a Sidney, uma porcaria de empresa)
  10. …qualquer contato com bancos no exterior não fosse tão frustrante
  11. …pudesse confiar cegamente na higiente local e comer e beber de tudo, sem riscos
  12. …existisse uma mochila mágica igual do Gato Félix pra carregar souveniers sem ocupar espaço ou pesarem nada
  13. …o câmbio não fosse tão flutuante :-(
  14. …couchsurfing ainda fosse mais sobre respeito, e não sobre números e estatísticas como é hoje
  15. …viajantes não fossem tanto sinônimos de americanos ou britânicos mimados, as comidas e hospedagens seriam mais típicas e não inglesadas demais em todo canto

Transportes alucinantes pelo sudeste da Ásia

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Desde o começo da nossa volta ao mundo temos tentado variar bastante os meios de transporte que usamos entre cidades (e dentro delas), pra experimentar de tudo mesmo. Na Ásia, apesar de um pouco apreensivos inicialmente, não poderia ter sido diferente e ter valido mais a pena. Se você tem curiosidade com relação à preços no sudeste do continente, tem medos se funciona ou não, quer saber da qualidade e eficiência nos transportes por ali… pode ficar tranquilo: é barato, flexível e funciona bem.

Experimentamos de tudo na região, sentamos nossas bundas em vans, micro-ônibus, ônibus normais, paus-de-arara, caçambas de caminhonetes, balsas, barcos a remo e motorizados, trens, aviões, motos, carros e tuk-tuks. Reservamos um post inteiro pra falar sobre isso agora, porque se no norte do continente se tem trens bala, metrôs com mil linhas e chão tão limpo que se pode lamber etc. No sudeste é tudo mais hardcore e poucos falam do que tem ali!

Ônibus

É a forma mais barata de viajar entre cidades na Ásia, mesmo entre países. Usamos ônibus no Nepal, Tailândia, Malásia e Cambodia. Quando a viagem é de dia, os ônibus lembram os convencionais do Brasil, não muito espaçosos, mas todos eles com ar condicionado (que com o calor que faz na Ásia é item básico).

Eles gostam de colocar o nome de “vip” para indicar os ônibus que tem uma qualidade melhor e vão transportar na maioria turistas, mas quase sempre tinha locais viajando nos mesmos ônibus, o que mostra que o preço não é tão mais alto assim. Se você estiver se sentindo aventureiro, dá pra ir até uma estação de ônibus dos locais pra tentar pegar um ônibus menos “vip” mas a vantagem não vai ser grande, garantimos: você não vai conseguir pagar o mesmo que eles, certamente vão cobrar de você a “taxa turista” e o preço final vai acabar saindo o mesmo do ônibus “vip”, mas por uma qualidade menor e sem a segurança de te avisarem onde esperar e onde descer etc.

Em todas as vezes que viajamos à noite de ônibus nos surpreendemos com a qualidade. Os ônibus noturnos são bem melhores que os diurnos, em geral melhores até que no Brasil. Costumam ter televisão, cobertor e reclinam bem. De Hat Yai, na fronteira da Tailândia, para Kuala Lumpur, na Malásia, pegamos um ônibus noturno que as poltronas eram praticamente camas e com o dobro de largura de um assento (só três por fileira), o ônibus mais confortável que já viajamos na vida!

Ônibus na Tailândia são decorados por dentro, com babados e tudo

Ônibus na Tailândia são decorados por dentro, com babados e tudo

Vans e micro-ônibus

Viajamos de van no Nepal, Tailândia e Cambodia para viagens curtas de até 4 horas, ou transporte até cidades próximas para passeios específicos. É o normal pra todo mundo. O problema é que muitas vezes não se sabe disso até chegar no lugar e ver que o ônibus na verdade é uma van, que foi bem o nosso caso quando compramos o ônibus de Siem Reap, no Cambodia, para Bangkok, na Tailândia, e descobrimos que tínhamos que trocar por uma van apertada nas 4 últimas horas de viagem. No Nepal, o ônibus “vip” de Kathmandu para Pokhara custava muito caro e pegamos um micro-ônibus local para fazer o trajeto que leva 8 horas, viagem épica que entrou para a história como uma das piores viagens que já tivemos que enfrentar. Em resumo, viajar de van ou micro-ônibus é apertado e ruim, mas não tem muito pra onde fugir, você vai acabar usando porque é como fazem “conexões” por terra.

Oito horas nisso pelas "estradas" no Nepal \,,/

Oito horas nisso pelas “estradas” no Nepal \,,/

Barcos

Viajamos bastante de barco na Tailândia pois visitamos três ilhas em duas costas diferentes: Koh Tao, Koh Lanta e Ko Phi Phi. Dizem que os barcos noturnos de baixa velocidade e com colchões no chão para as pessoas dormirem são ruins e desconfortáveis, mas nós só experimentamos os de alta velocidade (pois eram os que estavam inclusos nos pacotes que compramos nas vilas, dos quais falamos mais pra frente). No golfo da Tailândia (onde ficam Koh Pagnan, Koh Samui e Koh Tao) a principal empresa é a Songserm, e achamos os barcos bem confortáveis e rápidos. Na região do Mar de Adaman do outro lado do país (onde ficamm Koh Lanta e Koh Phi Phi) existem várias empresas pequenas que fazem transportes. Para chegar até Lanta pegamos uma balsa, e de lá fomos até Koh Phi Phi com um barco de alta velocidade bem similar aos da Songserm.

Em geral é impossível não fazer uma viagem de barco pelo sudeste da Ásia sem usar algum outro meio de transporte que mencionamos nesse post. Sempre encaixam uma van, ou uma caminhonete, ou um tuk-tuk ou algo do tipo como conexão do e para as embarcações. Elas foram sempre limpas, pelo que nos lembramos, com deques decentes até pra viajar fora do barco vendo a paisagem. Ou dentro, com ar condicionado. Na verdade algumas delas até tinham algo similares a bares vendendo lanches e bebidas pros que se esqueceram de comprar algo antes de embarcar. Dá pra imaginar a qualidade das viagens, nada mal.

Barco fechado super decente e rápido na Tailândia

Barco fechado super decente e rápido na Tailândia

Táxis de todo o tipo

Usamos táxi no Nepal, Tailândia e Cambodia, e cada um tem o seu estilo mais comum: carro, tuk-tuk, moto ou caminhonete. O que todos eles têm em comum é a negociação de preços que tem que ser pesada e feita antes de entrar no táxi, se possível já perto do valor trocado que tem na carteira já que ser roubado na hora do troco não é incomum. Vale discutir mas não é eficiente, fazer cara de bravo e virar as costas ainda é a melhor estratégia pra começarem a te dar descontos! No Nepal a forma mais frequente são os carros velhos deles, apesar de encontrar bastante tuk-tuk de bicicleta nas ruas de cidades grandes.

Os táxis rosa-choque de Bangkok

Os táxis rosa-choque de Bangkok

Nas ilhas da Tailândia os táxis são quase sempre caminhonetes enormes que levam as pessoas e suas mochilas na caçamba. Às vezes tem escadinha pra subir e lugar pra segurar, às vezes tem que escalar pra conseguir subir e ficar se equilibrando nos banquinhos de madeira que colocam lá, emoção pura enquanto correm feito loucos. Nas demais cidades da Tailândia e no Cambodia o jeito mais normal de se transportar são os famosos tuk-tuk feitos de moto, que além de serem mais baratos que táxis comuns são mais rápidos porque conseguem furar um pouco o trânsito. Em alguns casos os táxis são mais alternativos: em Bangkok enviaram um táxi para nos buscar que era uma moça dirigindo uma scooter, que levou eu e o Caio juntos na garupa. Pra levar a galera da estação de ônibus até o porto de Surat Thani, na Tailândia, o táxi que estava incluso era um pau-de-arara cheio de gente com cara de sono no meio da madrugada.

Tuk-tuk à mil por hora no Cambodia

Tuk-tuk à mil por hora no Cambodia

Avião

Viajamos de avião duas vezes na Ásia. O vôo do Nepal para a Tailândia fazia parte do nosso bilhete RTW e viajamos de Thai Airlines, a melhor companhia aérea de toda a viagem. O serviço de bordo deles é excelente, comida muito boa, simpáticos e o entretenimento de bordo é simplesmente o melhor com filmes recentes. Fizemos também de avião o trecho de Singapura para Phnom Penh, no Cambodia, pois encontramos uma passagem pela Tiger Airlines pelo mesmo preço de se viajar de trem mais ônibus dando a volta no golfo todo. Foi a primeira vez que viajamos com companhias de baixo custo com as nossas mochilas como bagagem de mão e estávamos um pouco apreensivos, mas eles nem quiseram pesar (nem olharam pra elas, na verdade). Na hora do check-in implicaram um pouco porque a gente estava indo para o Cambodia sem passagem de volta, pois íamos comprar a saída do país de ônibus lá mesmo, mas quando mostramos que tínhamos passagem aérea marcada para sair da Ásia via Bangkok eles nos liberaram. Se procurar com antecedência dá pra achar ótimos preços, quanto maior a distância mais chances tem de o preço de avião bater o preço de viajar com outro meio de transporte.

Trem

A gente queria ter viajado mais de trem pela Ásia, mas o trecho que queríamos fazer de Bangkok até Chiang Mai, no norte da Tailândia, estava temporariamente fora de serviço. Acabamos experimentando somente o trecho de Kuala Lumpur a Singapura, uma viagem de 8 horas durante o dia mesmo pois era mais barato. O trem diurno é bem simples e viajamos sentados, mas pra quem prefere o conforto de viajar deitado tem também o trem noturno com camas, que pelo que dizem são muito boas. Trem não é conhecido como um transporte muito comum no sudeste asiático, mas dá pra atravessar a Tailândia de trem, ir de trem até os portos para as ilhas, ir para a Malásia e Singapura e até atravessar o Vietnã inteiro de trem! Foi uma pena não podermos ter viajado mais assim, mas pra quem interesse é fácil achar online todos os detalhes da malha logística e ferroviária do sudeste asiático.

Pacotes de transporte

Taí o que mais nos chamou a atenção durante nossas viagens pelo sudeste asiático: a facilidade de viajar. Em qualquer outro continente, viajar independente é muito mais barato do que comprar pacotes por agências de viagem. Mas não no sudeste asiático, não mesmo. Quando chegamos na Tailândia estávamos com todo o nosso trajeto de viagem e os preços mais ou menos projetados na nossa cabeça, como sempre fizemos, e tivemos uma surpresa em descobrir que os hotéis e até os albergues mais simplórios esquematizavam todo o transporte para onde a gente quisesse pelo mesmo preço (e às vezes até mais barato) de comprar as passagens sozinhos.

A primeira vez que fechamos um desses pacotes foi saindo de Bangkok, e ele incluía um ônibus até a cidade de Surat Thani, transporte até o porto e o barco até a ilha de Koh Tao para fazer nossos cursos de mergulho. Às 4h da manhã o ônibus parou e falou para nós e outras três pessoas descermos e esperar ali, o único lugar iluminado da rua, que em meia hora viriam buscar a gente pra levar pro porto. Descemos morrendo de medo, obviamente. De sermos assaltados, de chegar o tal transporte e quererem cobrar um extra pra nos levar até o porto e depois extra pra ir até a ilha etc. Já tinham pegado nossa passagem e nos deixaram apenas com um adesivinho na camiseta como recibo, vai saber. No final deu tudo certo, o transporte apareceu na hora combinada e chegamos ao nosso destino tranquilamente.

É muita tecnologia esse controle com adesivo nas camisetas. Todas as vezes que viajamos foi assim: pegam o seu bilhete e colam um adesivo na sua roupa com a cor ou formato indicando o seu destino. Quer saber se está no grupo certo? Olhe para o tipo do adesivo das pessoas perto de você, se for o mesmo que o seu você está bem! Nas primeiras vezes desconfiávamos muito, perguntávamos 500 vezes para onde estávamos nos levando, mas finalmente entendemos: não importa quem te vendeu ou quanto você pagou, se você está com o adesivinho certo colado em uma parte visível do seu corpo eles vão te levar onde você precisa ir com stress beirando a zero :-)

Compramos vários bilhetes incluindo os mais variados tipos de transporte e não tivemos nenhum problema, em todas as vezes apareceu alguém pra buscar a gente na hora combinada e nunca quiseram cobrar extra em nenhum trecho. Acima tem uma tabela com os gastos entre cidades e países na Ásia, pra referência.

O pacote mais absurdo que compramos foi para atravessar a Tailândia, saindo de Koh Tao até Koh Lanta, cruzando o país de costa a costa horizontalmente. Isso incluía táxi da pousada até o porto de Koh Tao, um ferry para Surat Thani (passando por Koh Samui e Ko Phangan no caminho) e ônibus em Surat Thani até Krabi. No dia seguinte, táxi até o porto de Krabi, van do porto de Krabi até um terminal de balsa e depois a mesma van até a porta do nosso bangalô em Koh Lanta. Serviço de porta a porta pra atravessar o país inteiro? Fala sério. Agora imagine o trampo de comprar cada um desses trechos isoladamente e fazer os horários encaixarem… não vale a pena fazer sozinho.

A lei dos transportes pela Ásia é a seguinte: não adianta querer fazer nada com antecedência ou agendar pela internet, o melhor jeito é chegar no lugar e resolver. De horários a preços. A gente costuma fazer tudo com antecedência e organizar tudo antes pra prever gastos e evitar imprevistos, então pra gente foi meio difícil entender isso no começo mas não tem muito como fugir dessa regra.

Com hospedagem é a mesma coisa. Vale a pena olhar o site do Hostel World e similares para entender quais são as opções nos lugares que irá visitar, mas a maior parte deles cobra mais ou até o dobro se reservar online. Chegue primeiro na cidade e vá perguntar quanto custa uma cama na hora e te falarão um preço bem mais camarada. Se não gostar, tente sair pela porta pra procurar outro lugar e os descontos começam a soar nos ouvidos. Logística no sudeste da Ásia é bem mais tranquilo do que se imagina, pode confiar que é disso que sobrevivem e sabem fazer direito :-)

Busabout: rolê de busão pela Europa

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No post sobre quanto custa dar uma volta ao mundo nós mencionamos que na Europa usaríamos um esquema pra mochileiros pegar ônibus e num post específico falaríamos quanto custa mochilar de ônibus pelo continente. Então, este é o post prometido :-)

Pegando nossas mochilas na última parada, afinal

Pegando nossas mochilas na última parada, afinal

O que é o Busabout?

Surgiu um problema quando procuramos como nos deslocar pelo maior número de países europeus possíveis com nosso orçamento restrito. Transporte entre países na Europa é uma droga, é caro demais. Achávamos que por ser tudo pequeno e perto seria fácil. Bom, de carro é, mas o custo pra alugar um é ridículo. Achamos o Busabout, um esquema próprio pra mochileiros rodando a Europa, de ônibus.

A idéia é você fazer loops pelas regiões do continente (ou mesmo ir 100% custom mas pagando mais). É como um circuito: horários e rotas fixas passando por umas 35 cidades no total, você marca um assento pro dia que quiser, aparece no local e vai junto. Uma beleza, e nada de terminais de ônibus velhos ou sujos. Pra quem é mochileiro ou sabe viajar de forma independente, na Europa não tem coisa melhor na minha opinião.

As cidades por onde o circuito passa são sempre famosas e não famosas, então é sempre uma boa usá-las como bases pra visitas mais longas em vilarejos ou cidades menores ao redor. Pela logística complicada compensa bem.

O custo da brincadeira

Antes de sair do Brasil compramos um loop do circuito deles no estilo hop-on hop-off (passando por 12 cidades) e custou R$ 1.100 por pessoa. Havia uma promoção pra “early birds” começando e ganhamos uns 20% de desconto. Se você dividir o preço do Busabout pelo número de lugares que você passa, no nosso caso, dá uns 37 euros por trecho, o que é um baita negócio pela qualidade do serviço que oferecem e pelas possibilidades de viagem que você ganha na Europa.

Por que ir de ônibus e não trem ou avião?

Simples: dinheiro. Mochileiros não tem o luxo de andar de trem com frequência. Na Europa um passe de trem equivalente em número de locais ao Busabout custaria por volta do dobro segundo nossas contas. Além disso trens dependem de estações, e cidades pequenas nem sempre tem uma internacional. Ou seja, vai fazer um milhão de conexões e ainda ter que ir “à pé” pro seu albergue de regiões nem sempre boa, problema frequente com trem.

Contra ir de avião dinheiro não convence muito, já que hoje em dia com promoções você voa por menos. A questão aqui é a organização de 3 meses por vários países como é o nosso caso. Você fica louco, sério. Além disso, mochileiros tão sempre com bagagem caindo pelas pernas e penduradas com fios como as minhas botas. Companhias de baixo custo na Europa cobram por bagagem, e geralmente só permitem algo do tamanho de mochila escolar… é isso ou paga-se um absurdo! Hmm não, eu passo.

Por tudo isso escolhemos o Busabout. Claro, o serviço tem vários problemas, mas não vamos focar neles nesse post porque achamos que eles são tão bobos perto do nível geral do que oferecem que ia ser exagerado da nossa parte. Só não recomendamos o Busabout com mais vontade porque muitos que usam ele são gringos playboys pagando de mochileiros, e ainda não é algo tão barato quanto viajar 100% por conta própria, ir comprando bilhetes conforme viaja, mas isso inviabiliza a Europa pra brasileiros com limite de 3 meses lá, então…

As coisas boas

  • Fazem bastante paradas e em lugares bons, uma a cada 2 ou 3 horas em média. Assim nem se sente uma viagem de 10 horas, fica muito tranquilo e suportável.
  • Preocupação beirando zero com a logística de por onde ir e como chegar, só dar a mochila pro motorista e relaxar assistindo filmes no ônibus.
  • Organização e horários do esquema é toda britânica, pontual e funcional. Dá pra confiar de olhos fechados.
  • Se estiver em pânico sem lugar pra dormir e estiver dentro do ônibus, dá pra pagar um wifi lá dentro pra procurar uma cama. Ou agendar e pagar com cartão direto com o guia um lugar no albergue deles. Ganha karma de segurança por isso.
  • Não importa onde esteja, todos do Busabout falam em inglês na Europa toda. E possuem infos valiosas de cada lugar, sobre história e o que fazer etc. É um ponto precioso pra quem tá perdido por aí.

As coisas mais ou menos ruins

  • Só tem australianos! Alguns são neozelandeses e uns poucos britânicos e americanos. Não vimos absolutamente ninguém de outra nacionalidade, até ficavam impressionados ao ver que éramos brasileiros. Falta diversidade de mochileiros.
  • Os albergues com quem eles tem parceria são todos chiques, estilosos e caros. Bom pra pagar em dólar australiano e libra, se é que me entende. Precisa sempre andar além com as mochilas, até um lugar mais barato ou couchsurfar.
  • O tipo dos guias é tão diferente um do outro que vira roleta russa. A chance de pegar um babacão ou alguém mala é de 50% sempre.
  • Muitas paradas obrigatórias. Totalmente compreensível pela dificuldade deles em viajar de noite, mas incomoda se você não quer parar em cidades menos conhecidas (não era nosso caso, mas fica o comentário).
  • O site é um pouco confuso em algumas áreas (como infos básicas de horário e pontos de encontro), mas o sistema pra agendamento de lugares, atividades e assentos funciona bem.

Micro-review do review

Os ônibus são todos muito limpos, mais do que esperávamos. É só chegar com seu passaporte na hora de embarcar, confirmar seu nome, sentar e viajar. Passam filmes e séries em 2 televisões do ônibus o tempo todo. Não tem banheiro dentro, mas param com frequência em estações com restaurantes, mercados e toaletes. Os motoristas são gente boa, vários são de portugal (e pelo menos 2 guias gringos dos ônibus aprenderam português). Não se viaja depois que está escuro, bom ponto positivo pra segurança e cansaço. Os assentos são confortáveis, mas não muito espaçosos pra quem tem mais que 1 metro e 80, como eu. A maioria esmagadora dos viajantes é mulher na casa dos 20 e poucos anos. Não fazem overbooking, nunca vimos os ônibus lotar completamente.

Veredicto

Achamos que vale muito a pena usar o Busabout. Pra nós valeu bastante! Tem seus problemas, claro, mas os benefícios compensam bastante pra quem tá mochilando pelo continente mais caro que tem pela primeira vez. Transporte na Europa é mais complicado que você imagina, mesmo os países sendo tão próximos, então o Busabout te tira essa responsabilidade da cabeça… o único problema é ter que gastar uma grana considerável com isso. Às vezes grana é exatamente o que mochileiros não possuem :-)

Saúde around the world

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Quando se viaja pra longe e por tanto tempo, é certo e natural que coisas dêem errado em algum ou vários momentos. Só que tem uma coisa que nos causa um medinho especial: ficarmos doentes.

Quando falo de ficar doente, não me refiro a uma gripe, enxaqueca, prisão de ventre, joelho ralado, essas coisas passam com um remedinho básico ou uma boa dose de paciência, senta e espera. Estou falando aqui de malária, febre amarela, sarampo, difteria, mal de altitude… aí o bicho pega!

Após algumas pesquisas, descobrimos que existe uma clínica aqui em Curitiba especializada em medicina do viajante! Nos consultamos com o Dr. Jaime Rocha e gostamos bastante das dicas e das preocupações dele, que agrupamos no resto deste post :-)

Remédios

“Não mãe, não dá pra levar a farmácia inteira dentro da mochila” :-P

Embora a gente possa ter 365 tipos diferentes de incômodos, muitos deles são suportáveis sem ser necessário utilizar medicamento. A dica é focar em dois grupos de remédios: os de sempre e os de nunca.

Os remédios de sempre são aqueles que nunca faltam na sua casa e que você costuma tomar, para os incômodos que você tem com frequência. Eu tenho crises de rinite de tempos em tempos, então estou levando o remédio que eu tomo habitualmente. O Caio tem enxaquecas e está levando o remédio “preferido” dele.

Caio diz... que fique registrado que por mim só levaríamos os remédios realmente pra casos extremos, remédio de dor de cabeça é demais…

Os remédios de nunca, são aqueles que seu médico vai receitar e que é importante você levar, mas você torce pra eles voltarem fechadinhos e você doar para algum hospital. Na nossa lista estão remédios para diarréia brava, vômito estilo exorcista, crise alérgica forte, candidíase e cistite. Não quero não, obrigada :-)

Uma palavra muito importante: receita! Uma sacolinha cheia de remédios é um prato cheio para aquele mala te barrar na entrada de algum país. Por isso, peça para seu médico fazer uma receita em inglês dizendo que é seu médico, que você estará viajando por um período longo de tempo e que por isso precisa carregar os remédios X, Y, Z.

Vacinas

Nessa parte, o médico do viajante foi essencial. Em nossa primeira consulta, levamos para ele a lista dos países que iríamos visitar, ele identificou os principais riscos e pediu uma lista gigantesca de exames de sangue, pra saber a quais doenças já éramos imunes. Em nosso retorno com os exames em mãos, ele nos receitou as vacinas de febre amarela, febre tifóide, difteria e tétano (dupla), sarampo, caxumba e rubéola (tríplice) e hepatite A.

Caio diz... malandro… foi foda, mas se é pra fazer, vamos fazer direito né

Para nossa sorte e saúde financeira, grande parte das vacinas que o médico receitou é fornecida pela rede pública. A única parte chata é que algumas delas precisam ser tomadas no mesmo dia ou com um intervalo de 30 dias entre elas… como não tínhamos 30 dias dando sopa pra tomar separadamente, precisamos encarar 3 picadas no mesmo dia e uma semana inteira parecendo que tinhamos sido atropelados por um trator (dor de cabeça, dor no corpo, febre leve). Não é o fim do mundo, mas já se prepare pra isso, dica de amigo :-)

Pra quem não pretende se consultar com o médico do viajante, o jeito é pesquisar na internet pra saber a quais riscos estará exposto. Esta lista de riscos por destino tem informações úteis e pode ajudar.

Água

Água era uma preocupação grande na viagem, principalmente pra mim, Dani, que bebo água o tempo todo. Na maioria dos países da Europa, tomar água da torneira é aceitável e seguro, mas nossos destinos incluem países onde essa segurança não existe.

A primeira opção (e a mais em conta) para os locais onde a água não é potável são as pastilhas purificadoras à base de cloro. Elas eliminam os principais microorganismos causadores de doenças, mas não não são eficazes contra vírus e, dizem, deixam um gosto na água (não sei dizer quanto, ainda não testei).

A segunda opção é a garrafa com filtro acoplado, que decidimos comprar. A nossa é da Katadyn e tem um filtro de 3 estágios (contra vírus, bactérias, protozoários e cistos) e promete melhorar o gosto devido a um filtro de carvão ativado. O preço é salgado, pagamos R$ 280 (nunca pensei que pagaria quase trezentos reais em uma garrafa de água!), mas pareceu uma solução mais simples: é só pegar água de qualquer lugar, até de uma poça de água, e beber.

Caio diz... acho a Katadyn tosca, bico horrível, vai quebrar… e isso foi pela Dani que é uma esponja com água, eu sou mais camelo (corro 10km sem água, não ia sentir falta a não ser no Nepal)

Seguro de Viagem

Na hora de escolher o seguro viagem, é preciso pensar que mesmo com as vacinas, remédios e preocupações com prevenção, você pode acabar tendo uma úlcera enquanto estiver no Nepal ou descobrir uma pedra no rim na Tailândia. Um seguro bom é aquele que tenha um número de telefone fácil de ligar, que garanta que vai atender você no local onde você estiver e, se tudo o mais falhar, te trazer de volta pra casa. Pra tomar a nossa decisão, levamos em consideração os valores da cobertura para assistência médica e odontológica por evento, assistência farmacêutica, expatriação (no caso de doença grave ou morte), seguro de bagagem extraviada e, logicamente, o preço do seguro.

Tentamos um patrocínio do BB Seguros, que infelizmente acabou não rolando, e então partimos para analisar as demais opções, algumas apresentadas pelo nosso agente de viagem e outras que encontramos pela internet. Analisamos as empresas Coris, GTA e World Nomads (a preferida dos gringos). As coberturas das 3 pareceram bem similares e acabamos desempatando pelo preço mesmo. Quem levou foi a Coris, e pagamos R$ 1.232 por pessoa para o plano advance anual, com uma cobertura de 9 meses.

Assim como qualquer outro seguro, só vamos descobrir se ele realmente vale a pena na hora do aperto. Esperamos que esse dia não chegue, mas se chegar contamos aqui como foi!

E na prática?

Agora que estamos viajando por pouco mais de três meses, e já estamos no segundo continente, podemos dizer melhor o que funcionou ou não de cuidados com saúde. Definitivamente você vai querer viajar com mais remédios pra diarréia. Achamos muito três caixas e trouxemos uma só e já praticamente tá no fim e a viagem ainda tá nos 30%… faz as contas e verá que um país mais sujo (como Egito) acaba com remédios.

Dores de cabeça são comuns também, acho que mais que o normal porque você anda o dia todo sob o sol e tal, mas dá pra comprar nos lugares se precisar muito. A não ser que a dor de cabeça venha junto com alguma alergia. Com alguma frequência a Dani tem ataque de alergia (rinite) e tá usando bastante o remédio dela pra isso, então é bom se tivéssemos trazido uns extras porque tão acabando já.

É isso :-)

Quanto custa dar a volta ao mundo?

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No primeiro post sobre planejamento, mostramos a ferramenta que criamos para determinar nosso orçamento para a viagem, para te ajudar a determinar o quanto você vai gastar na sua. Você não desistiu e ainda quer viajar, né? O que pretendemos agora é escancarar nossos gastos e mostrar o quanto estamos gastando na nossa viagem!

Caio diz... algo que sempre me incomodou vendo sobre RTW é que virtualmente ninguém diz números exatos: quanto gasta, quanto custa, nada de nada, é um saco. Então quisemos abrir o livro mesmo, se é pra ajudar ajudamos direito
Se não leu o primeiro post, recomendamos que pare e leia rapidinho pra não se perder. Vai lá, clica aqui pra lê-lo, a gente espera.

Gastos antes da viagem

Os gastos de uma viagem obviamente começam antes mesmo de sair de casa. Como já comentamos no post sobre as passagens aéreas, nós optamos por comprar o bilhete RTW ao invés de ir comprando os trechos conforme a viagem fosse acontecendo. O bilhete de ônibus pro giro na Europa também foi desembolsado antes de sairmos. Além disso, compramos roupas próprias para a viagem, apetrechos, botas, vacinas, mochilas… vai somando pra ver! Os custos detalhados do bilhete RTW está no post específico dele, os custos de vacinas e seguros de saúde falaremos em breve num post sobre isso também. Os custos e rotas do ônibus pela Europa também virará um post, fiquem frios :-) Ou seja, pra começar a brincadeira e podermos colocar os pés no aeroporto, gastamos cerca de R$ 37.000 para o casal. Sem contar as despesas que não são da viagem mas são operacionais, como procurações, caixas pra nossa mudança, mil táxis pra resolver as pendências antes da viagem porque não tínhamos carro, festinhas de despedidas e alguns imprevistos também. Os gastos da passagem aérea e dos ônibus na Europa foram pagos em dólares no final de 2012 e começo de 2013, quando o dólar comercial estava abaixo de R$ 2.05. Hoje (julho de 2013) o dólar está acima dos R$ 2.25, o que faz esse valor ficar um pouco mais alto do que pagamos na época.

Dani diz... até o final da viagem, no começo de 2014, o dólar turismo bateu R$ 2.52. Nessa época mal sabíamos o que nos esperava!

Gastos em viagem e nosso controle diário

Ser um mochileiro dando uma volta ao mundo é um emprego! O melhor emprego que poderíamos ter, não tem como negar, mas ainda assim é trabalho pra caramba. Apesar de nosso “escritório” mudar o tempo todo, a gente nunca consegue relaxar e nos desligar do planejamento, sempre tem uma atividade pendente: procurar o próximo sofá, escrever os posts (que o Caio considera compromisso pessoal), organizar os custos, fazer uma pesquisa de como chegar naquela nova cidade etc. Uma das planilhas que está sempre aberta no nosso notebook é a de controle diário. E é diário mesmo! Temos um caderninho que levamos sempre com a gente onde quer que a gente vá, e nele anotamos tudo o que gastamos, desde um sorvete até uma passagem de trem mais cara para outra cidade, com precisão de centavos às vezes. Chegando em casa a gente lança esses gastos na planilha e classifica entre alimentação, hospedagem etc.

Caderninho mágico dos números, note a mudança de lugares

Caderninho mágico dos números, note a mudança de lugares

Putz, mas vale a pena tanto trabalho? Acredite, vale! Já aconteceu em vários momentos de chegarmos na metade do tempo de estadia em um lugar e vermos que estamos gastando demais em alimentação, segurar o ritmo, e conseguir fechar a cidade dentro do esperado. E também já aconteceu o contrário, de descobrirmos que dava pra dar uma abusadinha porque “sobrou” um pouco. Se fossemos esperar a gente sair da cidade pra ver o tamanho do rombo ou sobras, com certeza ficaríamos meio perdidos!

Afinal, qual nosso orçamento total pra viagem?

As nossas previsões até agora foram certeiras, e em alguns casos (como a Grécia), foram até conservadoras. Isso nos dá segurança para afirmar que o nosso orçamento esperado para a viagem toda, visitando todos os continentes em 10 meses e com certo conforto, é cerca de R$ 72.000 82 mil reais para o casal. Isso já contando os R$ 37.000 que gastamos antes de sair de casa. Acabamos extendendo a viagem devido a uma renda extra que tivemos com o aluguel do nosso apartamento e com isso alteramos o orçamento, que também reflete a alta do dólar que flutuou muito durante o ano e nos fez perder um bom dinheiro. Desses 82 mil, 5% sumiram pra bancar a variação do dólar.

Caio diz... por pessoa, 41 mil reais pra dar a volta ao mundo não parece muito pra mim, é totalmente possível se não tiver disperdícios de dinheiro
Chegamos nesse valor com todo aquele planejamento através da Planilha Master e ele inclui, além dos custos básicos, atividades maiores como saltar de paraquedas na África do Sul, o curso de mergulho e certificação PADI que pretendemos fazer na Tailândia e um salto de parapente na volta para a Suíça ou no Nepal (ainda não decidimos onde vale mais a pena pela paisagem). Um dos nossos principais desafios para este ano está sendo a alta do dólar e do euro. Sabíamos que isso poderia acontecer, mas é meio desesperador ver o seu dinheiro diminuir dia após dia, pois quando compramos dólares a primeira vez pagamos 2.10 da cotação turismo e na última recarga o valor já era de 2.36. Em resumo, estamos vendo o nosso dinheiro sumir nas conversões e sem saber que rumo isso pode tomar daqui pra frente, mas mesmo assim estamos conseguindo fazer a viagem caber dentro do mesmo orçamento! Qualquer futuro desvio no orçamento ou furo nas finanças sabemos que é pela variação cambial e não culpa nossa pelo menos.
Caio diz... o que ajuda é não entrar em pânico, flutuação cambial não pode ser controlada pela gente na estrada, azar, tem que rebolar mesmo e torcer
O ponto importante que dá pra tirar dessa alta inesperada do dólar é que sempre dá pra apertar, sempre dá para viajar por menos. Na África do Sul pagamos por quartos privados em albergues porque a diferença era pouca, mas poderíamos ter ficado em quarto compartilhado e economizado alguns dólaresinhos, o nosso salto de paraquedas poderia não ter acontecido, o jantar mais chiquetoso em Roma também não… mas ainda sim estaríamos fazendo uma viagem de volta ao mundo.
Caio diz... isso impacta no custo da volta ao mundo: você viaja pra gastar em coisas ou pra vê-las? Dependendo da resposta fica mais caro ou mais barato :-)
Colocando na ponta do lápis, o valor de R$ 41.000 por pessoa é menor do que o valor de um carro no Brasil. Não tínhamos carro, andamos muito de ônibus lotado em Curitiba para conseguirmos hoje estar sentados no banco de uma praça muito fofinha no alto de um castelo em Avignon, no sul da França, escrevendo este post. Sem dúvidas o esforço valeu muito a pena :-)
Caio diz... e até que gastamos muito! Se cortar todas os “extras” ainda dá pra viajar o mundo comendo arroz e pão, 30 mil seria o mínimo pra pagar a viagem pra uma pessoa
Daqui pra frente vamos mostrar o resumo dos gastos nos países que passamos até agora. Para quem quiser ver essas informações abertas por cidade, é só rolar a planilha além do resumo do país. Vamos atualizar esse post constantemente conforme formos deixando os países, então volte aqui daqui um tempo se quiser mais informações. Ah, e as informações estão em dólares!

África do Sul

Gastamos acima do planejado com hospedagem e viagens, primeiro porque não conseguimos encontrar couchsurfers ao longo da Garden Route, segundo porque perdemos 3 bilhetes de ônibus devido a uma greve dos motoristas e tivemos que encontrar formas alternativas de transporte. Saltamos de paraquedas em Plettenberg Bay, o que custou 360 dólares pro casal, e fizemos um safari pelo parque de elefantes Addo em Por Elizabeth que custou 140 dólares pros dois. Port Elizabeth mostra gasto extra em viagem porque fomos de avião de volta pra Johannesburgo. Fechamos a África do Sul um pouquinho acima do orçado com 102%. Por ser o primeiro país da nossa viagem acho que dá pra nos perdoar, né?

Caio diz... os juízes da Guerra de Orçamento declaram que existe uma margem de erro de 5%!

Egito

No Egito acertamos no geral (96% do orçado), mas erramos em tudo se for analisar o conta-a-conta. Como transporte público no Egito é insano, gastamos horrores com táxis com preços super inflados. O visto para entrar no país fez estourar a conta de diversos e os pacotes turísticos que fomos “obrigados” a comprar por não ter outra opção fez estourar a conta de turismo. O que nos salvou foi termos gastado bem menos do que esperávamos em viagem e hospedagem, pois os preços são bem baixos para se viajar e se hospedar no Egito (bom, condiz com a qualidade que entregam…). Dos 23 dias que passamos lá, couchsurfamos em 9 e a média diária de 15 dólares por dia é para hospedagem em quartos privados pulguentos, pois não existem albergues de verdade por lá.

Grécia

Tadinha da Grécia, levou uma surra! Conseguimos economizar em tudo, pois surpreendentemente os preços nas ilhas foram mais baixos do que em Atenas (estávamos esperando o contrário, então férias nas ilhas gregas é chique mas é barato, vai na fé!). Conseguimos um sofá para toda nossa estadia em Atenas e pagamos quartos ou tendas privadas nas ilhas. A média de hospedagem por dia ficou em 17 dólares, 2 dólares a mais que os hotéis ruins do Egito, e ficamos em lugares muito bons nas ilhas! Visitamos Santorini e Ios e alugamos quadriciclos para conhecer as ilhas, e no final ainda gastamos apenas 76% do esperado no país.

Itália

A Itália foi sofrida para conseguir fechar dentro do orçado. Não conseguimos encontrar sofás de jeito nenhum, pelo que vimos os italianos usam o CS pra pegação. Apesar do grande número de perfis no site conseguimos couchsurfar somente 1 dia em Roma, o restante ficamos em albergues. A brincadeirinha deixou um rombo de 380 dólares em hospedagem, que conseguimos reverter segurando em alimentação e trocando as viagens que queríamos fazer para Treviso e Matera por destinos mais baratos: Napoli e Sorrento.

Caio diz... santas sardinhas e santo pão com pesto!

Suíça (1ª passagem)

A nossa primeira passagem pela Suíça foi suave, gostamos de brincar que enfrentamos o chefão! Gastamos exatamente o esperado em transporte e viagem, e teve um rombo em turismo devido a nossa subida à montanha Schilthorn, passeio que não estávamos esperando fazer e custou 100 dólares pro casal. Acabamos compensando em alimentação, pois nosso albergue tinha uma cozinha maravilhosa e conseguimos cozinhar todos os dias. O custo de 61 dólares por dia em hospedagem é para excelentes camas em dormitório compartilhado em Lauterbrunnen, pois em Zurique nós conseguimos couchsurfar.

França (Riviera e Provença)

Detonamos na nossa primeira passagem pela França: Nice e parte da Riviera Francesa, mais a região de Avignon e Arles. Conseguimos economizar bastante em alimentação comprando comida em mercado, não gastamos quase nada em turismo porque dá pra conhecer tudo de olho e conseguimos um sofá em Avignon, coisa que parecia muito difícil quando olhamos o número de perfis na cidade. Mesmo com gasto alto de transporte pra Arles, valeu a pena. No final fechamos o sul da França em incríveis 77% do orçado!

Espanha


Passamos quase 30 dias na Espanha, e 50% desse tempo foi couchsurfando, um record! Mesmo assim, estouramos um pouco em hospedagem devido aos preços de albergues no País Basco, que são bem salgados (e a qualidade deixa a desejar). Comer bem mas com pouco dinheiro foi fácil e fechamos a Espanha com uma economia de 170 dólares em alimentação e ainda assim com uns kilinhos a mais!

França (parte norte)


A nossa segunda passagem pela França foi muito tranquila por causa de Bordeaux (conseguimos um sofá nos 4 dias pela cidade) mas ficou por um fio em Paris. Levamos nosso primeiro bolo de couchsurfer, que cancelou o sofá na véspera e tivemos que reservar de última hora um quarto no único hostel disponível que encontramos, trazendo um rombo pra hospedagem. Depois do susto, seguramos bastante em alimentação mesmo indo em restaurantes e cafés e conseguimos não só compensar o buraco como fechar o país em 90%. Nada mal!

Alemanha


Estouramos um pouquinho com turismo na Alemanha mas valeu a pena passear no zoológico e planetário de Stuttgart. Em compensação economizamos um bocado com transporte que, embora seja barato lá, não utilizamos muito porque a cidade é toda andável à pé. Não refletiu muito em economia nos números, mas ficamos bastante surpresos com o preço de alimentação lá, bem mais baixo que a média européia.

Suíça (2ª passagem)


Passamos bem acima nos gastos de turismo na volta pra Suíça também, antes de irmos pra Ásia, mas na verdade já esperávamos. Queríamos muito pegar tempo bom no alto da Schiltorn, e pra isso acabamos subindo ela duas vezes! Apesar de não termos achado mais couchsurfers disponíveis pra economizar em hospedagem, a infraestrutura de albergues é excelente pra se cozinhar então compramos comida em mercados e comemos por conta própria :-)

Nepal


Haha, coitado do Nepal, não faz o menor sentido nos números. O custo de alimentação nas cidades e nas montanhas é absurdo porque eles compensam cobrando mais pra você comer ao mesmo tempo que raramente cobram pela hospedagem, então se economiza de um lado e gasta-se mais do outro. Turismo por si só não custou nada porque o país é bonito de se ver já, não tem o que gastar nisso. Enfim, a confusão parecia tão grande (e na realidade virtualmente ninguém comenta dos custos de trilhas no Nepal) que resolvemos escrever um post específico sobre isso, clique aqui e veja como funciona os custos de trilhas no Nepal pra entender melhor!

Tailândia


Transporte na Tailândia parece tão eficiente e (razoavelmente) barato que merecia melhor destaque nos números em economia, mas o que vale mesmo uma menção sobre custos no país é hospedagem. Não acredite em Hostels Worlds da vida na Tailândia, o preço ao vivo ao chegar no lugar sempre é menor, às vezes até metade. Reservar lugar antecipadamente aqui é loucura, economiza-se muito indo com a cara e coragem.

Malásia


Um efeito colateral do custo das coisas na Ásia é fazer você relaxar no dia-a-dia. Na Malásia vimos que estávamos economizando um pouco em hospedagem (ficando em bairros mais mochileiros e povão de Kuala Lumpur) e soltamos um pouco a rédea em alimentação. Demos até uma abusada indo em restaurantes e cafeterias bacanas, mas de maneira geral o país e nossos bolsos se comportaram bem!

Singapura


Desde muitos meses antes de chegarmos em Singapura, já tínhamos a expectativa de ficarmos na casa de pessoas que conhecemos no caminho da volta ao mundo, e isso se confirmou. Economizamos uma bela grana ficando com couchsurfers em uma cidade que é o equivalente da Suíça na Ásia (não só em organização, mas custos principalmente). O que foi surpreendente, porém, foi não termos estourado lá, ficamos bem abaixo no custo total esperado. Acho que aprendemos muito bem apertar o cinto quando o destino é famoso por ser caro…

Cambodia


Pela primeira vez os custos de pesquisas na internet nos falharam acho, ou não, mas enfim. Segundo pessoas online era pra gastarmos horrores em transporte por cidades no Cambodia, mas no fim das contas isso e o custo barato de hospedagens bem negociadas (padrão no sudeste asiático) nos deixou com uma boa grana extra nas mãos. Cambodia pode não ter números muito altos de economia, mas a sensação no dia-a-dia no país era de que se economiza sempre e com tudo, talvez pelos preços e moeda corrente ser dólar americano então nos controlamos bem?

Nova Zelândia


Nossos principais gastos foram com viagem, pois atravessamos o país de ônibus e depois voltamos de avião, e hospedagem, pois é bem complicado encontrar couchsurfers em um país que é quase deserto. Conseguimos compensar tudo isso economizando pra caramba em alimentação não comendo fora nunca, gastamos somente 60% do gasto esperado com comida. Gastamos horrores no país, mas pra quem conheceu 5 cidades espalhadas pelo país todo dá pra dizer que estamos de parabéns!

Estados Unidos


Nosso principal gasto foi com hospedagem, quase metade do orçamento. Pela primeira vez optamos por nos hospedar em quartos alugados via Airbnb, o que saiu um pouco caro mas garantiu tranquilidade, já que os albergues baratos ficavam sempre bem longe dos centros. Compensamos tudo isso economizando em alimentação e só cozinhando em casa. Não foi fácil lidar com tantas opções de compras no país mais consumista de todos, mas resistimos bravamente e conseguimos fechar a última parada da viagem na tampa!

E aí, qual o valor final?

Melhor que previsão é o valor real! A soma da nossa brincadeira toda por 15 países em 10 meses foi de 36.800 dólares pro casal. Esse valor convertido em reais dá mais ou menos R$ 80.000 utilizando a cotação do dólar no momento em que chegávamos em cada novo país, pra melhor precisão. Mas acabamos economizando ao longo caminho, e ficamos em 97% do orçamento planejado. Nada mal hein? Até “sobrou” :-)

Pra quem vive com parceiro ou parceira que também trabalha, e até poderia ter um carro pela renda, dá pra economizar essa quantia pra viajar sim. Viu só? Só se livrar dos pesos que dá pra realizar um sonho desses. Esperamos que abrir nossas planilhas de custos e planejamentos ajude você a viajar pelo mundo também!

Planejando gastos e despesas em uma RTW

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Se desprender da vida rotineira e sair por aí viajando é o sonho de muita gente. Mas paisagens e fotografias à parte, esta decisão precisa ser muito bem planejada e pensada, pois na maioria das vezes ela vem acompanhada de um pedido de demissão. Se você for um ser humano comum como o casal alfanumérico e não nasceu em berço de ouro nem ganhou na loteria, isso implica em muito, muito, muito planejamento para se gastar o mínimo possível e aproveitar o máximo.

Se você fizer uma busca rápida pela internet (e se este é seu sonho você já deve ter feito isso), vai descobrir que não existe resposta exata para quanto custa uma volta ao mundo, e isso é o que faz muita gente não tirar a viagem do papel. Como se preparar para ficar sem trabalhar por alguns meses, se não anos, sem mesmo ter certeza de quanto você irá gastar neste período? É realmente uma pergunta muito difícil. Mas, queridos leitores e amigos, no que depender da gente vocês jamais ficarão sem resposta! :-)

Vamos escrever dois posts procurando ajudar quem pretende iniciar ou está no meio do planejamento de uma volta ao mundo. Neste primeiro post vamos falar de como planejamos o quanto gastar na viagem, a ferramenta que criamos e de onde vêm as informações que usamos. Na segunda parte a gente vai falar sobre o resultado de tudo isso, o controle que estamos fazendo durante a viagem e basicamente escancarar nossa base de gastos e comentá-la (finalmente, um número para a famosa pergunta “quanto custa uma RTW?”).

Planejamento

Quando se fala de um plano de viagem longo como o nosso, a única certeza que eu posso te dar é que você vai errar. A diferença entre errar muito e errar pouco é o tamanho do seu planejamento! Para estruturar melhor o nosso planejamento financeiro, eu, Dani, dividi os nossos gastos durante a viagem entre custos e despesas.

Custos são os gastos mínimos, a manutenção dos mochileiros, que vão acontecer independente da nossa vontade: comida, locomoção e hospedagem. Despesas são gastos da viagem que vão depender de quão profundamente pretendemos conhecer o país ou quanto estamos dispostos a gastar pra tornar a estadia naquele local mais interessante: transporte entre cidades, passeios turísticos, atividades especiais, almoços ou jantares em restaurantes bacanas, etc.

Dica #1: monte uma base de dados. Qualquer análise vai ficar muito mais simples se você juntar todos os custos em uma mesma planilha.

Ok, mas e as informações? Como saber quanto custa tudo isso? Para a parte dos custos, os dados que usamos foram do Cost of Living, um projeto colaborativo online que contém informações atualizadas sobre o custo de vida em diversas cidades do mundo. Com a nossa listinha de cidades em mãos, o meu nerd preferido, o Caio, montou uma base de dados só com as informações que precisávamos para alimentar a nossa Planilha Master (você vai entender mais pra frente do que se trata).

Caio diz... o CoL tem muita coisa, e em várias moedas, então escrevi um script que pega só custos chaves do lugar, sempre em dólar, e gera uma planilha automaticamente em segundos, pra Dani manipular como quiser

Antes de embarcarmos eu não sabia se o Cost of Living ia funcionar muito bem, mas o que eu posso dizer até agora, depois de 3 meses de viagem, é que o negócio é muito próximo da realidade!

Caio diz... eu sabia, eu acreditava, eu queria crer! :-)

A parte das despesas é um pouco mais complicada, pois não vai existir base de dados pronta pra isso, as informações vão surgindo a partir de muita pesquisa online. Wikitravel, Lonely Planet e blogs de outros viajantes serão seus principais aliados para essa tarefa. Se quiser, dê uma olhada nas nossas dicas e truques sobre sites úteis. Caso a informação for muito difícil de encontrar, faça uso do bom e velho chutômetro!

Planilha Master, uma planilha para todas as outras governar!

Piadinha a parte, com a base de dados montada, era preciso criar uma ferramenta de viagem que fosse rápida de consultar, flexível com datas e que tivesse informações úteis sempre à mão. O resultado foi uma planilha com uma aba por cidade puxando informações de uma base de dados de custos e de uma base de datas e destinos.

Dica #2: deixe uma coisa linkada com a outra. Faça links entre as informações de maneira que, mudando o número de dias de estadia em uma cidade, por exemplo, ele já atualize todos os dados de forma automática.

Demorou muito, mas muito tempo pra batermos o martelo no número de dias que ficaríamos em cada cidade e agora temos percebido como foi a melhor decisão fazer assim. Se tivéssemos que ir atualizando manualmente o orçamento a cada mudança, eu teria ficado louca!

Nosso modelo é o seguinte: uma aba com a lista de todas as cidades por onde iríamos passar, data de chegada e partida, uma aba com as informações úteis do Cost of Living destas cidades, uma aba com dados climáticos e uma aba por cidade juntando tudo isso.

Parece complicado? Segue um exemplo de aba pra uma cidade que puxa os dados dessas bases todas e consolida num lugar só pra consulta:

Exemplo da nossa Planilha Master, clica pra abrir!

Exemplo da nossa Planilha Master, clica pra abrir!

Esse é um exemplo de aba da planilha. As datas, temperaturas, custos de alimentação, transporte etc, são atualizadas automaticamente de acordo com a data de chegada e saída na cidade, puxando as informações da nossa base de custos e da base de datas. O saldo inicial da cidade é final da outra. Se decidirmos ficar 3 dias a mais na cidade mudamos na lista principal e plim! Tudo se atualiza. Mais simples, né? Com isso dá até pra brincar com o planejamento, mudando um dia da Suíça pra França você vê dinheiro aparecer magicamente na planilha devido a diferença de custos.

Dica #3: Defina seus parâmetros. No Cost of Living você vai encontrar o custo de tudo o que precisa para se sutentar durante a viagem, mas você já parou para pensar no que você precisa?

Se vocês repararem na planilha, a nossa alimentação durante a viagem consiste em uma refeição barata em restaurante, pão, leite, ovos e arroz. Logicamente, não estamos comendo só isso durante a viagem, mas esses foram os parâmetros que escolhemos como base para o nosso custo de alimentação. Para higiene pessoal, decidimos que iríamos gastar 20 dólares a cada 20 dias. Isso inclui sabonete que dura dias, papel higiênico, shampoo etc. Às vezes estamos gastando mais, às vezes menos, mas esse é o parâmetro que decidimos para termos como base durante a viagem.

Outro parâmetro importante é a hospedagem. Como nossa viagem tem como objetivo mochilar mesmo, estamos tentando couchsurfar o máximo possível pra ver a vida local, mas observando o número de perfis de pessoas no site é possível saber com antecedência quais são as chances de conseguir um sofá em um determinado lugar. Com base nisso, definimos quantos dias iríamos couchsurfar e quantos dias iríamos nos hospedar em albergues. O valor de hospedagem médio na cidade nós definimos com base no Hostel World.

Caio diz... o Hostel World é faca de dois gumes, sugiro ordernar pelos mais baratos mas jamais pegar o preço médio de lugares com menos de 60% de aprovação… senão é roubada, acredite

A parte de Turismo & Logística é a parte que não tem como ser automática! Aqui é onde entraram aquelas despesas com atividades específicas, definidas com base em uma pesquisa minusciosa, cidade a cidade. Pra ter uma idéia do que fazer se se sentir perdido, procure em sites como Wikitravel na seção See & Do, os tais “must see” no TripAdvisor e o Spotted By Locals. Quando não sabíamos direito o que queríamos fazer na cidade, jogávamos um valor no chutômetro mesmo… em resumo, é daqui que você vai cortar os gastos caso perceba que o dinheiro que você tem não é suficiente, heheh.

Caio diz... nunca é suficiente, nunca! Puta mundo injusto…

A segunda parte é mais informativa e bem manual, fui procurando as informações uma a uma e colocando lá: endereço da embaixada ou consulado para emergência você encontra em documentos do Itamaraty, número de couchsurfers na cidade em uma busca rápida e melhores acomodações no Hostel World a depender do seu critério pra albergues. É sempre bom ter estas informações na mão. Pronto! Tudo o que a gente precisava estava a mão em uma ferramenta flexível, fácil de atualizar e consultar. Parece complicado, mas por isso damos a dica a seguir…

Dica #4: Não desista. Eu não consigo nem contar o número de horas que passei debruçada nessa planilha desde 6 meses antes da viagem. Dá trabalho, mas vale muito a pena!

Hoje conseguimos viajar com segurança financeira, já que nosso dinheiro não dá em árvore e precisamos controlá-lo bem, e sabemos que podemos mudar os planos o quanto quisermos e em alguns minutos vamos ter uma resposta simples: cabe ou não cabe no orçamento?

Quando voltarmos pretendemos transformar nossas planilhas em uma coisa só unificada e, quem sabe, usável online por outras pessoas. No pior caso ainda como planilha mais genérica pra você montar sua volta ao mundo. Dependendo do interesse vai que acabamos fazendo isso antes do nosso retorno pra casa ;-)

No post seguinte mostramos os custos em detalhes cidade a cidade por cada país que já passamos e comentamos nosso orçamento total pro ano e pro casal na viagem!

Vistos para brasileiros ao redor do mundo

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Um dos maiores problemas quando se trata de dar a volta ao mundo, por incrível que pareça, é o fato de você ser brasileiro. Claro, usar uma camiseta da seleção de futebol ajuda, todo mundo adora brasileiros. Mas todo mundo do povo, não os funcionários dos governos que ficam na área de imigração dos aeroportos.

Infelizmente brasileiros tem muitas restrições quanto a entrada em países interessantes (e.g. Estados Unidos, Austrália, China, Japão). Alguns lugares dão visto de entrada pra brasileiros no aeroporto mas, como sabemos, com frequência estragam a viagem de muita gente, vide problemas na Inglaterra e Espanha. No fim das contas só tem uma verdade para nós: de 30 a 90 dias no máximo no mesmo lugar, ou então precisa de visto mesmo e acabou.

Quando pensamos na RTW pela primeira vez fiz um esquema com Google Maps pra ter uma noção de onde poderíamos ir sem esse stress, pra sobrepor ao roteiro que gostaríamos e ajustar pra somente visitar lugares livres de visto para brasileiros. Deu nisso aqui:

vistos
O problema é que não atualizei mais, e também não tinha fontes muito completas e atualizadas já naquela época. Caso procure algo mantido por quem trabalha com isso, logo tem interesse em ter isso bem perfeito, tente em http://www.vistos.com.br e nos diga se ajudou depois.

Tem também um PDF do Itamaraty (ministério das relações exteriores) que dá detalhes sobre todos os países com os quais o Brasil tem alguma relação diplomática e regime de vistos ou não para entrada, vale como referência mor: www.itamaraty.gov.br/o-ministerio/conheca-o-ministerio/comunidades-brasileiras/divisao-de-documentos-de-viagem-ddv/nota-verbal/regime-de-vistos. O problema é que não é atualizado com frequência, mas…

Uma outra fonte interessante (e eu diria até indispensável hoje em dia) é o http://www.fco.gov.uk/en/travel-and-living-abroad/travel-advice-by-country/, um serviço do governo britânico com informações de geopolítica bastante atualizado e recheado de informações sobre qualquer lugar do planeta. A sacada é servir como pacote de conselhos pra viajantes, bem prático. Como é um serviço britânico, o nível de paranóia é alto, ficando talvez atrás só do norte-americano, então use o bom senso também. Caso precise de algo mais rápido e prático, dê uma olhada no http://www.doineedavisafor.com

De todos os países que gostaríamos de visitar, os únicos que faltariam vistos, antes de aterrisar neles, seriam China e Austrália. China desistimos pela burocracia, Austrália pelo custo do país. Decidimos nos preparar financeiramente e decidir lá na Nova Zelândia, já que existe a possibilidade de tirar visto pra Austrália estando lá. No Brasil isso levaria no máximo uma semana, lá deve ser mais rápido até, visto que tem serviço para brasileiros em trânsito.

É isso. Embora esperamos ter muitos carimbos nos passaportes, as chances de você conseguir dar uma volta ao mundo como brasileiro sem ter problemas com vistos é alta até (mesmo pros que não tem sorte de ter dupla cidadania), basta se organizar!

Em tempo, depois do post ir pro ar o Thiago “Tabgal” deu ótimas dicas sobre confirmação da necessidade de visto! Vou copiar pra não perder o comentário no futuro:

A “autoridade máxima” usada pelas companias aéreas pra saber se precisa ou não de visto chama-se TIMATIC e pode ser acessado aqui http://www.staralliance.com/en/services/visa-and-health/. Esse site também é bem prático http://www.visahq.com/citizens/.

Viajando com o olho na previsão do tempo

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Além da clássica “que roupas vocês vão levar?”, sempre ouvimos algo como “mas e chuva?”, ou “vai dar pra ir pra praia?” :-) assim, uma das nossas primeiras decisões em relação a onde ir foi quando ir.

Bilhetes de viagem RTW em geral obrigam que você viaje somente em um sentido, contra ou no sentido da rotação do planeta, pra baratear custos. Se isso já faz parte da viagem, falta pouco pra se chegar a conclusão de que você consegue, com algum plajemento de datas e geografia, acompanhar as estações do ano que quiser sem se preocupar, por exemplo, com temporais ou frio. Isso impactará mais pra frente na sua decisão sobre tamanho de mochila e o que levar, naturalmente. Quanto menor a variação climática, menos necessidades de tranqueiras pra carregar.

Johns Weather Forecasting Stone at Porthallow
Nossa RTW vai seguir o calor basicamente, mas não no pico do verão. Se fôssemos no meio do verão dos lugares acabaríamos gastando demais por todo mundo que vai em um lugar turístico querer ir no verão. A idéia é ir antes do verão, no final da primavera: manhãs frescas, meio-dia com sol e calor, noites com vento. Claro, isso na teoria.

Sugestão: faça como nós e pesquisa a lista de todas as cidades por onde pretende passar e faça um levantamento das temperaturas máximas, mínimas, médias, índice pluviométrico e quantidade média de dias com chuva no período em que ficará neles. Usamos como base de dados o http://worldweather.wmo.int. Vale. Muito. A. Pena. Acredite.

Com as informações do site a Dani montou uma planilha dinâmica na qual botávamos datas e, segundo limites que pedíamos entre clima bom e ruim, ela dava temperaturas mínimas e máximas pro período, bem como quantidade de dias no mês em que choveria e a quantidade de chuva média. Melhor que isso impossível!

temperaturas
Se não tivéssemos feito isso, provavelmente pegaríamos as monções no Nepal, e ficaríamos ilhados numa trilha, ou o pico do verão europeu, e ficaríamos bem descapitalizados se posso dizer assim, veríamos praias com chuva todo dia na Tailândia, perdendo parte do tesão da viagem.

Enfim, acho que deu pra sacar a idéia geral :-)

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