Dia 10: Upper Pisang → Ghieru → Ngawal, 3662 metros

No Comments

Acordei e vi a foto que a Dani tirou de mim após a trilha e agora acredito como estou magro, pernas só osso, barriga sumiu. Hoje conseguiu ser ainda melhor que o dia anterior. Café da manhã campeão, panquecas de maça e sopa de legumes. Saímos mais tarde pra descansar bem na altitude, por volta das 9h. As primeiras 2h foram quase vida ou morte. Todo o ganho de elevação do dia em uma única subida até um vilarejo no topo do vale. Vistas de tirar o fôlego. Tudum-pá! A trilha superior aqui na região é realmente mil vezes mais linda, valeu a pena! Se vê tudo daqui, até as montanhas que do fundo do vale parecem encobertas. No resto da trilha fomos nos arrastando por penhascos lindos, já que as coxas tinham parado de funcionar e já faltava ar nos pulmões. Chorei quando a Dani falou que agora finalmente me entendia por querer ter vindo pra cá. Sensação de pequenez forte. A chegada em Ngawal foi comemorada. A vila é muito bonita. Bem tradicional, novamente tudo de pedra e madeira, e locais estão construindo um monumento budista na nossa frente. Encontramos aquele senhor de 80 anos novamente, almoçando na entrada da vila. Resolvemos ficar na mesma pousada dele. Vista da sacada fora do quarto é direto pra cadeia do Annapurna! Sol forte, lavamos algumas roupas inclusive. Ventania ridiculamente forte após o almoço, durou até o começo da noite. Ficaremos dois dias nesse paraíso, pra aclimatação. — Caio

Saímos de Upper Pisang mais tarde na esperança de ver as montanhas, mas a vista não ficou muito diferente de ontem, uma pena! Saímos às 9h, em direção a Ghieru, que fica 400m acima de Upper Pisang, mas olhando no mapa fica super perto. Ou seja, já sabíamos que deveríamos esperar subidas inclinadíssimas. Não deu outra! A primeira meia hora do caminho foi tranquila, até chegar em um morro MUITO ALTO com um zigue-zague infinito até o topo. Velho, que subidão! Foram 2 horas inteirinhas de ladeira, sempre avistando Ghermu lá no alto, mas parece que não chegava nunca! Enfim alcançamos os 3.700m e uma vista impecável! Tem um mirante lá no alto e uma senhora vendendo snacks e bebidas. Não resistimos e compramos um chocolate para brindar o momento e repor as energias. Recompostos, seguimos caminho até Ngawal, caminho este que é uma estreita estradinha em volta da montanha com vista para Lower Pisang, Upper Pisang, Ghermu e várias montanhas altonas ao fundo, por mais 2 horas. É energizante, faço sorrindo essas trilhas. Na chegada de Ngawal encontramos aquele monge americano e seu filho novamente, eles estavam ficando 2 dias em Ngawal para aclimatar, e nos deu uma boa idéia… Quando vimos como o vilarejo era e a vista que teríamos decidimos que era ali mesmo que ficaríamos dois dias (a ideia original era Manang, a próxima vila, mas Ngawal é ainda mais alto e melhor pra aclimatar com a altitude). Estamos em uma pousada onde da nossa varanda dá pra ver uma montanha de pico nevado e bate um sol maravilhoso (aproveitamos pra lavar roupa!). Eu cheguei hoje muitíssimo bem, animada, pedimos nosso almoço (um noodles delicioso), ficamos de boa conversando sobre o roteiro dos próximos dias até que… BUM! Bateu um negócio, um mal estar, comecei a me sentir mal, tontura, enjôo… A princípio achei que podia ser a altitude, mas comecei a piorar, veio diarréia e muito enjôo. Bendita hora que decidimos ficar 2 dias em Ngawal, sem chance de eu conseguir seguir assim! Vou comer batata cozida hoje e torcer pra ficar no meu estômago :-( — Dani