Além da clássica “que roupas vocês vão levar?”, sempre ouvimos algo como “mas e chuva?”, ou “vai dar pra ir pra praia?” :-) assim, uma das nossas primeiras decisões em relação a onde ir foi quando ir.
Bilhetes de viagem RTW em geral obrigam que você viaje somente em um sentido, contra ou no sentido da rotação do planeta, pra baratear custos. Se isso já faz parte da viagem, falta pouco pra se chegar a conclusão de que você consegue, com algum plajemento de datas e geografia, acompanhar as estações do ano que quiser sem se preocupar, por exemplo, com temporais ou frio. Isso impactará mais pra frente na sua decisão sobre tamanho de mochila e o que levar, naturalmente. Quanto menor a variação climática, menos necessidades de tranqueiras pra carregar.
Nossa RTW vai seguir o calor basicamente, mas não no pico do verão. Se fôssemos no meio do verão dos lugares acabaríamos gastando demais por todo mundo que vai em um lugar turístico querer ir no verão. A idéia é ir antes do verão, no final da primavera: manhãs frescas, meio-dia com sol e calor, noites com vento. Claro, isso na teoria.
Sugestão: faça como nós e pesquisa a lista de todas as cidades por onde pretende passar e faça um levantamento das temperaturas máximas, mínimas, médias, índice pluviométrico e quantidade média de dias com chuva no período em que ficará neles. Usamos como base de dados o http://worldweather.wmo.int. Vale. Muito. A. Pena. Acredite.
Com as informações do site a Dani montou uma planilha dinâmica na qual botávamos datas e, segundo limites que pedíamos entre clima bom e ruim, ela dava temperaturas mínimas e máximas pro período, bem como quantidade de dias no mês em que choveria e a quantidade de chuva média. Melhor que isso impossível!
Se não tivéssemos feito isso, provavelmente pegaríamos as monções no Nepal, e ficaríamos ilhados numa trilha, ou o pico do verão europeu, e ficaríamos bem descapitalizados se posso dizer assim, veríamos praias com chuva todo dia na Tailândia, perdendo parte do tesão da viagem.
Chegamos em Cape Town de trem, vindos de Johannesburgo, e o choque foi inevitável logo no desembarque, com a estação grande, limpa, segura e bem sinalizada. Mesmo assim, acostumados com os olhares tortos e pouco amigáveis do povo de Johannesburgo, andávamos pela estação praticamente agarrados com nossas mochilas e procurando não chamar muita atenção (é horrível essa sensação de “desculpa por estar aqui” que sentíamos lá em JNB). Saindo da estação, uma menina simpática apontou para as tatuagens na perna do Caio e fez algum comentário sorrindo… o que chamou a atenção dela foram as tatuagens, e não o casal branco com cara de turista. É, não estávamos mais em Johannesburgo!
A nossa recepção e estadia em Cape Town não poderia ter sido melhor! Preciso dizer que tiramos a sorte grande com o casal que nos hospedou via couchsurfing. Os conhecemos rapidamente em um jantar há alguns anos atrás, em uma visita deles ao Brasil através do nosso amigo Felipe, e quando comentamos que estavamos indo a Cape Town eles gentilmente nos convidaram para ficar na casa deles.
E que dias bons passamos com Kapil, Pravanya, Diego (o cão) e Cooper (o gato)! No sábado da nossa chegada, fomos com eles à um Braai (o churrasco deles) com os amigos, que também nos acompanharam no dia seguinte em um wine tour pelas vinículas da região para fazer degustação de vinhos. No final de semana seguinte, fomos assistir a um jogo de Rugby entre dois times grandes da África do Sul, Stormers x Sharks. Eles nos trataram como gente da família e tornaram a nossa experiência em Cape Town ainda mais inesquecível. Thank you guys! :-)
Caio diz... além de termos altas experiências na cozinha, a gente cozinhou pra eles e eles pra gente, jantares round-the-world de todo tipo!
❤
A cidade é linda em tudo: paisagens naturais, pessoas simpáticas, preço das coisas e estrutura turística. Ficamos 12 dias lá e tínhamos o que fazer em todos eles! Além do hiking nas montanhas, que falamos melhor em outro post, vale a visita no planetário (onde inclusive vimos uma apresentação sobre a Table Mountain), o South African Museum e o Two Oceans Aquarium. Vale um passeio pela Long Street, a rua descolada deles, onde fomos numa sexta num pub que teria encontro de couchsurfers (acho que era o Neighbourhood).
Caio diz... o ministério das finanças e turismo adverte: 12 dias em Cape Town ainda é muito pouco e você deve ficar mais e fazer mais :-)
Para quem quiser dar um rolê geral pelas atrações da cidade, existe o ônibus turístico com duas opções de trajetos: o vermelho, que passa principamente pelo centro da cidade e leva ao cable car da Table Mountain e o azul, que faz o caminho pela península, passando por trás das montanhas e pela costa toda. Como o centro da cidade é facilmente acessível por transporte público e não tínhamos dinheiro para os dois, optamos por fazer o passeio azul. Grata surpresa! A paisagem deste caminho é sensacional.
Sensacional é pouco, o Caio ficou apaixonado pela Hout Bay, um cantinho isolado atrás da cidade com praia de areia fina, montanhas lindas, clima super calmo de praia e uma vila de pescadores perto. Parece um lugar de gente rica, mas…
O caminho do ônibus em si é bem por fora da cidade, começa no Waterfront, passa meio batido pelo centro sem dar muitas voltas (o que é prático) e vai por trás das montanhas numa área super verde, pau-a-pau com matas do Brasil. Tem o Jardim Botânico ali, mas não fomos nele, e a cada curva pela volta ao longo da costa é um “uau!” mais alto que o outro. O caminho é bem em S pelas estradas, bem legal, vale mais a pena que a linha vermelha.
Caio diz... eu já mencionou que ali comi a lula mais fresca e deliciosa da minha vida?
Hout Bay
Mesmo sem gastar muito dinheiro dá pra aproveitar bastante. Além das montanhas (ahhh as montanhas), tem outros passeios que realmente valem a pena fazer e são de graça: uma ida ao Waterfront, uma caminhada pelo Company’s Garden que é lindo e cheio de esquilos, uma visita ao Bo-Kaap com suas casas coloridas e da onde dá pra ouvir o canhão disparar ao meio-dia, o passeio pelo centro (a feirinha da Greenmarket Square é maravilhosa) ou as praias perto de Table View com vista para a Table Mountain. Uma caminhada pelas ruas de Cape Town nunca é uma caminhada perdida! Em uma de nossas andanças, por exemplo, acabamos encontrando a Charly’s Bakery, uma confeitaria fofinha que é super famosa… tem até reality show sobre ela, aparentemente. Vale a visita, um chocolate quente e um cupcake colorido : -)
Caio diz... à propósito, as ruas de Cape Town até o escurecer são bastante seguras, ande sem medo algum que é quase outro planeta comparando com outras cidades daqui
Bo-Kaap
Barraquinhas na Greenmarket Square
Charly’s, a confeitaria mais fofa do mundo!
O transporte público foi outro fator que nos surpreendeu positivamente. O modelo deles é baseado no transporte público de Bogotá e Curitiba e foi implementado inicialmente para preparar a cidade para receber os jogos da copa de 2010, mas com o tempo novas linhas foram sendo implementadas. A linha principal corta a cidade ligando a Table View, região bem residencial onde estávamos hospedados, ao Civic Centre, bem no centrão, máximo de 15 minutos andando pra qualquer lugar. Destas duas estações principais saem os ônibus alimentadores que levam a alguns bairros, aeroporto e ao Waterfront.
O mais legal é que o sistema está crescendo de um jeito que é lindo de ver! Pela cidade inteira é possível encontrar estações ou pontos em construção em locais muito úteis (perto da Table Mountain, por exemplo, ou em Hout Bay, e em outros bairros mais distantes). Sensacional!
Uma coisa que tem em toda cidade na África do Sul ainda se mantém aqui mesmo com os ônibus, as vans, então no pior caso dá pra pegá-las pra outros lugares, ou mesmo os trens locais como o que pegamos pra ir no jogo de Rugby, num estádio que fica atrás do Devil’s Peak.
Em um ônibus articulado a caminho do Centro Cívico!
Apesar de ainda pequeno, o que mais nos impressionou foi a eficiência do transporte público, impossível não comparar com Curitiba. Os horários de chegada dos ônibus são divulgados (e respeitados!) em todos os pontos já que tudo tem GPS, as paradas são muito bem sinalizadas e os ônibus são seguros o suficiente para as pessoas usarem notebooks sem medo dentro do ônibus ou das estações.
A parte mais curiosa disso tudo é que, depois de um comentário elogiando o sistema no Facebook deles, o pessoal de marketing entrou em contato conosco para fazer uma entrevista com a gente! Eles acharam interessante um comentário vindo de um casal de Curitiba e queriam saber mais sobre as nossas impressões. Estamos famosos, gente! Hehehe. A gente espera que o sistema deles seja sustentável a longo prazo e que consigam manter esta qualidade e o preço (mais ou menos 1 dólar por viagem). Prometemos voltar futuramente para checar se está indo tudo bem :-P
Mesmo com a beleza, as atrações turísticas e toda essa estrutura, Cape Town conseguiu manter o padrão de preço de Johannesburgo. Uma refeição popular (de dia) saía em média 5 dólares por pessoa e com 7 dólares no mercado dá pra comprar pão, patê, ovos, água e bananas pra uns 3 dias (coisas básicas que compramos para nossos lanches). Uma saída pra comer e beber à noite custou uns 12 dólares por pessoa.
Caio diz... …e dá pra economizar bebendo água da torneira, que é bem boa lá ;-)
As atrações variam bastante, mas exceto pelo ônibus turístico que custou 15 dólares, o resto ficou abaixo de 10 dólares por pessoa!
Dito tudo isso, fica difícil encontrar uma coisa em que a cidade não seja boa! O Caio diz que até mesmo os engarrafamentos deles são bonitos, pois mesmo uma fila de carros parados fica incrivelmente linda com a vista das montanhas ao fundo com o sol nascendo de manhã cedo, e é verdade.
Caio diz... eu teria carro em Cape Town só pra aproveitar mais a vista no engarrafamento!
Acho que a única coisa meio ruim é o clima que pegamos… o sol colaborou conosco na maioria dos dias mas, gente, QUE VENTO FRIO DO CARAMBA!!! Nunca vi um lugar com vento tão frequente e tão gelado! A temperatura chegava a variar de 8 a 28 graus por causa do maldito. Até parece uma cidade que eu conheço…
Caio diz... na real eu achei mais frio que Curitiba, mesmo com sol forte e calor de dia, pela sensação térmica de noite… o vento é de tremer o joelho
Deixamos a cidade com aquele apertozinho no coração de vontade de aproveitar mais, mas já era hora de seguir em frente! Não conseguimos visitar o Cabo da Boa Esperança e a Robben Island, parte por causa do clima que não contribuiu muito nos últimos dias, parte por grana. Mas que belo pretexto teremos para voltar lá, hein!
Tudo que foi falado neste post pode ser resumido em uma frase: compre uma passagem e vá para lá, vale a pena! E, se já estivermos voltado para o Brasil, nos chame para ir junto :-) se só tivéssemos botado outras fotos e não escrito nada, já seria prova que vale a pena visitar Cape Town!
Caio diz... eu tive uns dos melhores dias da minha vida lá, vai ser difícil outra cidade cativar por tanto tempo mesmo nessa viagem longa!
Lindonas! Da direita pra esquerda, na ordem que subimos: Lion’s Head (669m), Table Mountain (1086m) e Devil’s Peak (1000m). Essa foto delas tiramos da praia perto de Table View, uma região residencial de Cape Town. Parece que a Devil’s Peak é mais alta que a Table Mountain, mas isso é pelo ângulo da foto e porque ela tá mais na frente mesmo.
Mas vamos lá! Queríamos no mínimo subir de bondinho a Table Mountain pois sabíamos que dava e que lá no topo haviam mais trilhas pra fazer, até um reservatório de água que foi surpresa de ouvir dizer. Os amigos que fizemos na cidade disseram como eram as trilhas pra subir não uma, mas todas as montanhas, quando perguntamos se era possível.
Subimos as três no espaço de uma semana, e isso porque eu fiquei doente, gripado forte, senão daria até pra fazer uma montanha num dia e o seguinte de descanço e ainda assim não sentiria dores nem nada.
Lion’s Head
Como era a primeira pra subir, decidimos fazer tudo andando desde o nível do mar, onde fica o centro da cidade. Subimos a Long Street toda e depois a Kloof Nek, lá no alto ela se divide e pra direita se vai até a Lion’s Head, a trilha começa mesmo depois de uns metros ali. As outras montanhas não tiveram o mesmo mimo, fomos até a base delas com condução mesmo.
Metade da trilha é moleza, tem ponto de salto de paragliding no meio e a vista é pela rota espiral, ou seja, 360° na montanha, dá pra ver o mar até perder de vista, cidade, outras montanhas, o sul do cabo etc. Animal. O trecho final de granito é meio tenso, tava ventando forte e tem trechos de subir segurando em ganchos, escadinha de metal e passagens estreitas que precisavam de mão pra se segurar. E nos falaram que era a trilha mais fácil e rápida!
Sempre tinha alguém descendo ou subindo. Vimos até um velhinho e uma velhinha, em momentos diferentes, subindo CORRENDO aquela porra. Passaram pela gente e depois voltaram correndo também. Se foder! Fizemos ela em 2h lá do centro, 1h da base e depois 1h30m pra voltar pro centro.
A vista da Lion’s Head do alto pode não ser tão foda, mas a subida é incrível porque se vê de tudo. Medo de altura não combina com o trecho final dela.
Table Mountain
A belezoca da cidade. Tínhamos ido antes (ou depois?) no planetário e pudemos aprender um pouco sobre como ela foi formada, foi muito divertido. Além disso, aprendemos que ela é a única formação natural que tem sua própria constelação: Mons Mensae :-)
Eu poderia ficar horas falando sobre como essa montanha é incrivelmente linda de se ver de perto. E de longe. De qualquer lugar! O casal que nos hospedou em Cape Town havia subido ela pela rota por trás dela, bastante verde e não tão cheia de gente. Decidimos ir na humildade pela rota padrão, a garganta Platteklip. Só continuar andando além da estação do bondinho e chegará na trilha. Ela fica exatamente no meio horizontal da montanha.
O começo é íngreme mas dá pra ir sem problemas, seguindo um riacho e com sombra. Depois você sai da face da montanha e começa a subir a garganta em quase zigue-zague. Aí dói. Já estávamos na cidade há tempo suficiente pra saber que na sombra o frio é foda, então fomos subir a trilha com sol. Meio-dia. Tivemos que parar umas 2 ou 3 vezes pra água e descansar do sol forte.
Lá do alto, olhar pra baixo pela garganta, é muito animal. Por causa da posição dela você sobe a montanha meio que “de lado” pra quem a vê, não sei explicar. Vimos crianças e muitos cachorros subindo. Dá pra subir sem problemas, ela só é terrivelmente longa sob sol, mas é ridiculamente fácil. Quase uma escadaria em alguns momentos. Subi ela descalço o tempo todo e não tive problemas nem nos trechos de rochas ou terra, nem pra andar lá no topo.
Lá no alto encontramos um cara tocando um xilofone de madeira cuja melodia ouvíamos pela trilha. Eu ficaria um tempo ouvindo ele, mas tínhamos ainda que ir até o Maclear’s Beacon, o ponto mais alto da Table Mountain, pra dizer que subimos ela mesmo… fizemos a trilha em 2h com pausas e mais 30m até o ponto mais alto da montanha.
Devil’s Peak
Quase sairíamos de Cape Town sem “zerar” as montanhas. No fim de semana eu fiquei bem doente, com uma gripe forte, e a previsão do tempo (100% confiável e certeira) indicava chuva e nuvens pelo resto do nosso tempo lá. Obviamente subir a montanha doente não tava nos planos. Além disso, Devil’s Peak muda de tempo muito rápido, fecha geral com nuvens pesadas.
Mas eu melhorei bem no último dia, e o dia em si por acaso melhorou também! O tempo abriu forte no final da noite e planejamos subir o Devil’s Peak logo cedo, pois pegaríamos o ônibus pra Garden Route após o almoço. Deixamos as mochilas no carro de uma amiga e fomos, pegaríamos elas na volta.
O tempo abriu cedo mas como o sol ainda tava subindo, fizemos tudo pela sombra, congelando. Pode começar a subir ela pela Platteklip, lá no meio ela desvia pra esquerda pra Devil’s Peak, mas decidimos andar mais e subir mais íngrime mas mais perto pra não perder tempo. Siga pela rua da estação do bonde e ande. Ande muito. Bem depois da entrada pra Platteklip vai ver um recuo pra carro e uma plaquinha. É ali, a trilha começa meio que “pra trás”, então não é visível.
Achei a mais técnica de todas. A vista não é das melhores na subida. Se subiu a Table Mountain sabe que o Devil’s Peak é um ladeirão pra dentro da montanha, não pra fora. Mas… tem que subir. O trecho inicial é de degraus de pedra, que viram logo pra mato, aí vem uma série de riachos (até pelo meio da trilha) que podem estar fortes, como estavam pra gente devido as chuvas das noites anteriores. A temperatura da água é congelante, não pise nela pro seu próprio bem :-)
Lá no alto, quando chega numa ravina e acha que tá terminando, começa um trecho cheio de pedras e espinhos, foi um saco, bem desafiador eu diria. Dali dá pra ter uma vista quase didática da Platteklip, ela fica toda exposta e dá pra ver pessoas subindo ela, lá longe. A vista do alto é fenomenal. O casal que nos hospedou não tinha subido ela ainda, e garantimos que pela vista vale cada segundo! Tirando a imensidão da Table Mountain, claro, a vista da Devil’s Peak… malandro… malandro!
Se fosse botar em ordem, faria assim: por cansaço Devil’s Peak, Table Mountain e Lion’s Head; por vista de subida Lion’s Head, Table Mountain e Devil’s Peak; por topo Table Mountain e Devil’s Peak empatadas, e Lion’s Head; pela sensação de isolamento Devil’s Peak, Table Mountain e Lion’s head; pra fotos Lion’s Head, Table Mountain e Devil’s Peak.
Se (quando?) voltarmos pra Cape Town, precisamos agora fazer a trilha pra Chapman’s Peak que tem em Hout Bay, o lugar onde comi a melhor lula da minha vida, um paraíso escondido da região que dizem ser bem legal de subir.
Fim, melhor que isso acho que só no Nepal agora :-)
De vez em quando vamos acumular dicas ou manhas de viagem que precisaremos botar em algum canto, então faremos esses posts com um resumão rápido. Nesse primeiro temos alguns sites que podemos recomendar, seja porque nos ajudaram a tirar dúvidas ou porque são fonte de idéias bem legais ou simplesmente interessantes de acompanhar!
Domingão de Twittadas
Não costumamos entrar muito no Diário de Mochileiro, mas seguir eles no Twitter é fantástico. Altas dicas de tudo quanto é site, serviço, lugares etc. O mais legal deles sem dúvida é o Domingão de Twittadas: semanalmente convidam alguém que manja de um lugar ou algo relacionado a viagens e ficam postando no Twitter trocentas dicas com links sobre um assunto específico por domingo. O índice deles é incrível: http://diariodemochileiro.com/post-indice-domingao-de-twittadas/
Mochileiros.com
Site preferido da Dani, meio que um fórum na verdade, bastante antigo e cheio de dicas (que querendo ou não podem simplesmente ser palpites, então merece um bom filtro de bom senso). Veja lá: http://www.mochileiros.com
Turismo Backpacker
Confesso que não entramos com tanta frequência no http://turismobackpacker.com mas sempre lemos eles no Twitter. O que me chamou a atenção nos textos sobre viagens (inclusive com dicas sobre volta ao mundo e tal) é que são pés no chão e realmente pensam como backpackers.
Backpacker Magazine
Embora não seja bem um site e sim um canal no YouTube, o http://www.youtube.com/user/BackpackerMagazine é bem legal porque abrange coisas variadas sobre acampamento e mochilões, os vídeos são bem bons e vale um passeio lá como se fosse um canal de TV mesmo.
Uma pesquisadora portuguesa finalmente fez um questionário interessante e com boas perguntas sobre mochileiros. Já vi algumas pesquisas por aí mas essa parece realmente boa, estou curioso pra ver os resultados e acho que é uma boa acompanhar, se puder. Diz muito sobre o perfil das viagens e dos viajantes por aí. Veja os detalhes em https://www.facebook.com/MyBackpackerResearch.
Simulador da Star Alliance
Foi no http://staralliance.com/en/booking/book-and-fly que a nossa viagem começou de fato, alguns anos atrás. Você entra lá, diz que tipo de viagem quer fazer (volta ao mundo ou circulando algum continente específico) e vai adicionando as cidades, testando as rotas e vendo quanto vai custar. Dá pra passar um fim de semana só lá…
Adioso.com
Eu achei o http://adioso.com meio que por acaso, mas até agora foi amor à primeira vista. É um indexador de passagens aéreas bem esforçado e modernoso, permite que se faça buscas quase textuais nele, como “de sidney para fiji em dezembro durante 5 dias” e te retorna tudo. Vale uma brincadeira por lá!
To and From the Airport
Como diabos saio do aeroporto XYZ e vou pra cidade? E o contrário? O visual é meio internet dos anos 90, mas pelo que vimos as informações são válidas e poderemos reforçá-las melhor daqui algum tempo: http://www.toandfromtheairport.com
Blogs de outros viajantes
Enquanto planeja a sua viagem, por que não dar uma olhada nas dicas de outros viajantes? Abaixo estão alguns dos blogs e sites que ajudaram com boas dicas e relatos interessantes.
Um post bastante específico do Viajando Com Eles e bem legal é o “Quantos brasileiros já deram uma volta ao mundo?”, aqui ó: http://viajandocomeles.com.br/blog-brasileiros-volta-ao-mundo. É uma ótima lista e forma pra ver como os outros se saíram e acabar até se motivando e vendo se seu planejamento tá correto.
E claro, tem os clássicos Lonely Planet, Hostel World, CouchSurfing.Org etc etc etc, esses, e naturalmente nosso site, imaginamos que já estão nos seus bookmarks, né? :-)
Antes de começar o post, é importante dizer que não existe fórmula mágica ou um check list ideal para montar uma mochila. Já vimos mochileiros viajando com uma mochila de 65L mais uma mochila de mão de 15L e outros viajando com menos do que a gente vai levar (que já é bem pouco). As dicas que vamos dar aqui são baseadas nas pesquisas que fizemos e no nosso jeito de viajar, que tem como lema viajar leve. O importante é adaptar-se ao seu jeito! :-)
Caio diz... embora seja nosso jeito garanto que o nível de paranóia é alto e todos, absolutamente todos, que já conhecemos que fizeram uma RTW (3 casais) falavam: se fosse pra refazer tudo, viajaria mais leve…
A hora do desapego!
Desapegue-se da lógica: se para uma viagem de 2 dias você leva roupas para 2 dias e para uma viagem de uma semana leva roupas para uma semana, para uma viagem de um ano você deverá levar roupas para… uma semana!
Em uma viagem longa, com ritmo mais lento como o nosso, é possível gastar mais tempo com detalhes como lavanderia, e com isso minimizar o peso. Conforme as roupas forem ficando gastas, elas serão substituídas ao longo da viagem. A idéia de que quanto mais longa a viagem menor a bagagem pode não fazer muito sentido na fase do planejamento, mas quando você colocar uma mochila enorme e pesada nas costas e se imaginar pegando dois ônibus e um metrô para chegar ao aeroporto, quem sabe com um calor de 40 graus, com certeza vai entender… foi assim comigo. So far, estou satisfeita com os meus 10kg nas costas :-)
Caio diz... e se não fosse o netbook com carregador e câmera trambolhuda seria menos ainda!
Nós conseguimos planejar nossa viagem de uma forma que não vamos enfrentar temperaturas muito baixas em nenhum momento, se seguirmos o roteiro original. Se a sua idéia é viajar leve como a gente, essa dica vale ouro, pois uma única blusa de frio pode ocupar espaço de 5 camisetas.
Desapegue-se do estilo: “esse tecido não me cai bem”, “não vivo sem jeans”… hmmm, melhor deixar estas afirmações no passado. A não ser que você queira andar por aí com uma mochila que mal consegue carregar, como já vimos alguns viajantes fazerem, a dica é acostumar-se com o que é leve e prático. Calças jeans e camisetas de algodão, por exemplo, são super proibidos na nossa bagagem, por ocuparem simplesmente o dobro do espaço de calças de tactel e camisetas dry fit. Se liga:
Esses saquinhos onde as camisetas estão nós mandamos fazer com tecido de camisetas de corridas usadas. Eles ajudam na organização da mochila e fica mais fácil de encontrar as coisas dentro dela sem fazer a maior bagunça, além se serem higiênicos quando juntar roupa suja com limpa.
Não foi fácil eu me convencer de que levar 6 camisetas seria suficiente, todas elas parecidas. Mas não tem outro jeito, não dá, não cabe, então tem que se acostumar! Se aparecer nas fotos com a mesma roupa for um problema pra você, varie nas cores (estou levando uma de cada), leve um lenço… sempre dá pra dar um jeitinho, afinal o que importa mesmo é a paisagem!
Caio diz... se você é um homem lendo isso imagino que já tenha feito umas trinta caras de WTF né, calça tactel qualquer-cor-tá-bom e camisetas de tecido de futebol tá valendo!
Desapegue-se da vaidade: sabe aquele shampoo preferido? Você pode levar um vidro dele, mas ele vai acabar mais cedo ou mais tarde. E aquele perfume, é necessário mesmo carregar? E o secador de cabelo então, que nem entrar na mochila entra? Desapega! O ser humano precisa de muito menos pra viver do que está acostumado. Claro que não dá pra ser radical, tem gente que não vive sem perfume e gente que não vive sem creme.
Caio diz... ei, perfume pesa na mochila, eu vivo sem!
Eu, Dani, adoro maquiagem, então optei por levar… só que é necessário uma boa pitada de bom senso: em vez da necessaire super recheada estou levando um rímel, um lápis e um batom.
Nossas mochilas
Desde quando começamos a pesquisar, decidimos que iríamos levar mochilas Deuter, a preferência geral. O difícil mesmo foi decidir qual tamanho de mochila levar! O lado nerd (meu, Caio) foi bom nessa hora, e muitos reviews e googleadas depois, e conversando com gente experiente…
A mochila da Dani é uma Deuter Futura Pro de 34 SL que, segundo minha sugestão de proporção 3:1, carrega uns 12kg sem muitos problemas de costura ou balanço. No momento tá carregando 7kg e poucos, mais o netbook de 1kg na mão. A cor é cobre com laranja, e o SL pelo que entendi é variação pra modelo feminino; vem com um prendedor de cabelo em forma de flor e tudo :-)
A minha é uma Deuter Futura Pro 42 vermelha e cinza e tá carregando 7kg no momento, mais uma câmera de 1.5kg na mão. Ela é essencialmente igual a da Dani, e a litragem extra na verdade faz ela ficar com um topo mais altinho, só, a largura e o fundo não muda na prática. Calculo que ela aguenta 15kg, botei 11kg até agora só.
O que mais gostei das Futura Pro que compramos: pau pra toda obra, até agora tão aguentando o tranco, ótimas cavidades pra guardar coisas, com zíper em tudo quanto é canto, ultra confortáveis mesmo carregadas, tem um vão incrível pra ventilação nas costas e o óbvio: visualmente pequenas mas verdadeiros containers ambulantes. Além disso eu gostei do reforço interno pra abrir ela por baixo, é prático suficiente, odeio mochilas 100% top load.
A maior diferença delas pros modelos Futura Vario, caso se pergunte, é que a Futura Pro não tem zíper frontal (que embora prático achamos meio perigoso) e não tem ajuste vertical móvel na armação de metal da coluna.
Caio diz... em tempo, tentei experimentar a 34 da Dani e a coluna e lombar não encaixavam bem, tenho 1,86m, só a 42 ficou totalmente confortável :-(
O que estamos levando
Afinal, o que cabe dentro dessas mochilas? As listas abaixo podem parecer enormes, mas veja só como tudo fica espalhado na cama fora da mochila e depois veja de novo as mochilas fechadas: elas contém tudo aquilo, e ainda sobrou espaço :-)
Mochila da Dani:
6 camisetas dry fit
2 vestidos
2 calça-bermuda de tactel
1 camiseta de manga longa
1 blusa segunda pele
1 calça segunda pele
1 camisa mais bonitinha para sair
1 casaco de lã fininho
1 jaqueta corta-vento e pra chuva
1 lenço meio cachecol
1 canga
1 biquini
10 calcinhas
3 tops e 2 sutiãs
6 meias
1 toalha de alta absorção
1 saco de dormir Deuter Dream Lite 500
1 boné
1 óculos de sol
1 tênis (All Star)
1 par de Havaianas
1 bota de trilha da Curtlo
lembrancinhas para os couchsurfers
1 mochilinha dobrável
remédios com receita
1 necessaire com maquiagem e prendedores de cabelo
1 zip loc com shampoo, condicionador, sabonete, protetor solar e removedor de maquiagem
netbook + cabo
iPod + cabo
celular + cabo
1 lanterna de dínamo
1 carregador universal
passaporte novo e antigo (comvisto americano)
apólice e carteirinha do seguro viagem
permissão internacional para dirigir
fotos 5×7 para vistos no aeroporto
cartões de crédito e débito
1 bolsinha
1 money bag
1 caderno e caneta
1 cabo de aço com cadeado TSA e tal
Mochila do Caio:
7 camisetas dry fit
2 calça-bermuda de tactel
2 shorts de tactel
1 camiseta de manga longa Dunlop
1 calça segunda pele
1 jaqueta corta-vento e pra chuva
9 cuecas (todas slip e não-sintéticas)
4 meias
1 toalha de alta absorção
1 saco de dormir Deuter Dream Lite 500
1 boné
1 óculos de sol
1 tênis (All Star)
1 par de Havaianas
1 bota de trilha usada Ozark Trail, Walmartzão
remédios com receita
iPhone + cabo
1 lanterna de dínamo
1 carregador universal
passaporte novo e antigo (com visto americano)
apólice e carteirinha do seguro viagem
fotos 5×7 para vistos no aeroporto
cartões de débito e crédito
1 câmera Nikon D3100 com case
1 rolo de silver tape
1 rolo de fio de nylon
1 garrafa com filtro Katadyn
1 HD externo com case rugged
1 Moleskine
2 protetores auriculares
1 carteira
1 cabo de aço com cadeado TSA e tal
Caio diz... sei o que tá pensando: e esse saco de dormir? Calma, não pegaremos frio, o saco de dormir é mais por segurança contra frios que conhecemos, além de serem os mais leves por aí!
Um dia antes da viagem, decidimos comprar uma mochila pequeninha para despachar as coisas que não poderíamos carregar como bagagem de mão (líquidos, cortador de unha, lâmina de barbear etc) e o extra-peso para não precisarmos despachar as nossas mochilas queridas.
Caio diz... acredite, você não quer correr riscos de perda despachando mochilas, que são sua casa numa viagem RTW
Nossas mochilas estavam com 8.5kg e 9.5kg antes da mochilinha extra, e o peso médio normalmente permitido para carry-on de vôos internacionais é cerca de 7kg, então concentramos 5kg de coisas “menos necessárias” na mochilinha. Até agora só fizemos um vôo pela South African Airways desse jeito, mas funcionou :-)
A única certeza que temos é que vamos mexer nas mochilas no meio do caminho. Ou vamos perceber que somos loucos e que levamos muito pouco ou vamos nos desapegar ainda mais e sair por aí distribuindo as nossas coisas. Aguardem as cenas dos próximos capítulos e boa brincadeiras com suas mochilas um dia :-)
Desde antes de sabermos o que faríamos nas cidades por onde passaríamos na África do Sul, já tínhamos visto na internet e ficado na vontade de fazer uma viagem de trem por aqui. Achamos o Shosholoza Meyl, que aparentemente nem mesmos sulafricanos conhecem direito. É bem barato pelo que entrega, vale a pena, deu cerca de 70 reais por pessoa.
O trajeto que ele faz é cortando o país na diagonal em pouco mais de 24h, de Johannesburgo até Cape Town, no sudoeste do país. Na verdade eles tem várias rotas, mas essa é a mais comum aparentemente. Talvez na volta façamos Port Elizabeth para Johannesburgo.
Dica: não faça como nós, compre o bilhete online se possível ou com pelo menos 10 dias de antecedência. Fomos comprar na terça pra viajar na sexta, saindo 12:30 pra chegar no outro dia 15:30. Tudo perfeito, só que não tinha mais lugares… em nenhum trem, pra até as duas semanas seguintes! Suamos na hora, acabamos arrumando dois assentos simples, tipo ônibus, no meio do povão. Paciência.
No dia da viagem o animal aqui joga o bilhete no lixo e só descobre isso na estação, com 2h pro embarque. Imagine um cara branco, de camiseta vermelha, correndo que nem louco com botas pelo centro de Johannesburgo atrás de lotação pra voltar até onde estávamos dormindo e caçar o bilhete. Na volta, deu tudo certo, cheguei 30 minutos pro embarque e convencemos o “train manager” de que tava foda com mochilas, sem dormir e que pagaríamos um extra por uma cabine pra duas pessoas. Tinha uminha livre. Deu certo. E nem precisamos pagar o extra!
O trem é animal, coloridão, corre bem entre cidades distantes, é limpo e a cabine tem tamanho bom. Tô digitando isso após 10 horas de viagem e nem sentimos nada, muito melhor que avião (se aproveita mais) e ônibus (não cansa nada). Pra quem não quiser levar comida de mercado como a gente, tem um vagão cozinha e outro restaurante onde servem de tudo um pouco. Preço de fast food no Brasil. Ou pode levar sua comida, pra economizar, como fizemos…
Daqui algum tempo chegamos em Kimberley, metade da viagem, e poderemos dormir um pouco na cabine. Ela tem 2 espelhos grandes, assentos tipo beliche, compartimento pra mochilas, um aquecedor, 4 ganchos pra pendurar coisas, uma tomada 110/220 supostamente só pra barbeadores, uma pia simples com água quente/fria e uma mesa dobrável. Além de uma janela bem legal: de noite não dava pra ver onde terminava o chão e onde começava o céu de tão escuro, lotado de estrelas :-)
O trecho final, que sai da área deserta pra montanhosa, é inacreditável. A paisagem muda absurdamente e as montanhas de rocha e nada de vegetação são gigantescas e bonitas. O trem atrasou um pouco. Foram 29h ao invés das 27h esperadas, eu que achei que fossem só 24h e me enganei. Nem teve problema, com essas montanhas quem é que iria se importar :-)
Os bairros distantes são distantes, muito distantes. Aí você acredita quando dizem que o transporte público aqui é horrível. Diz que é por causa do apartheid que tudo é longe e isolado. Brancos só andam de carro, os negros que andam à pé. Bom, os negros e a gente já que não vimos um branco sequer nas calçadas, mas evitamos andar sozinhos longe de centros porque é perigoso no fim do dia.
Continuando a saga do transporte, por favor, imploramos, não pegue táxi do aeroporto. Mesmo com taxímetro fica absurdamente caro. Como estávamos offline e sem instruções pro couchsurfing… pegamos, deu 600 rands: 60 doletas, 120 reais. Tudo bem que onde estamos é ridiculamente longe de tudo, mas porra, esse é o mesmo preço pra 2 pessoas irem de trem atravessando o país até Cape Town!
O jeito que acaba valendo a pena é o tal Gautrain, onde puder pegar já que a malha dele é curta e quase não existem ônibus nas ruas. Tem os tais “black taxis” que de black tem só as pessoas. Não são táxis, são vans tipo lotação. Não são ilegais, existe até terminal delas. Não são pretas, são brancas com uma faixa amarela na maioria das vezes. O custo é 10 rands por trecho, arredonde pra 1 dólar por pessoa. É até legal sermos os únicos branquelos numa van lotada de sulafricanos falando nas línguas deles :-D
Dani diz... falam zulu entre eles em outros lugares, na van mesmo não se escuta uma palavra. Curitiba é uma cidade de antipáticos se comparada com o resto do Brasil, pois em Joburgo as pessoas mal se cumprimentam
Comida é barata até, não dá pra reclamar, mesmo convertendo pra dólar e depois pra real você não se assusta, mas é bom gostar de frango frito. KFC pra tudo que é lado, muita fritura, muito frango. Um combo fica entre 3,50 e 5 dólares dependendo da fome (batata, frango e refrigerante é básico). Tem o Wimpy também, é o McDonald’s deles, mais comum que o próprio McDonald’s.
Comida saudável não temos muita noção porque só achamos um supermercado até agora e ele parecia meio chiquezinho, ou seja, caro. Mercados parecem ser raridade e pequenos, além de só pra brancos. Compramos 6 ovos, pão de forma, patê de queijo, pasta de dente, sabonete, 4 papéis higiênicos, pé de alface, tomates cereja, 4 pimentões, lata de tomate pelado e 2 pacotes de macarrão borboleta que preparei pra colegas que fizemos. Deu 22 dólares. Macarrão, papel higiêncio e patê de queijo. Por enquanto temos gastado menos que o esperado. Se não fosse o táxi do aeroporto estaríamos 40%, e não só atuais 20%, melhores que o orçamento.
Até agora Johannesburgo tem sido só legalzinha, pra mim pelo menos. O centrão é caos total, sujeira e fedor em todo canto, trocentas pessoas nas calçadas e muita buzina. Me lembrou muito Manaus.
As áreas em volta do centro são melhores e, tirando a falta de bueiros que faz qualquer chuva ser um inferno, as ruas no geral até que são bem planas, retas e quase impecáveis. Um carro alugado barato com GPS aqui seria perfeito. Aí poderíamos estacionar após os robôs, que é como eles chamam os semáforos.
Fomos no Museum Africa, razoável, mas é mais museu de coisas relacionadas à cidade do que ao continente. Pelo menos é grátis e tinha uma exposição sobre identidade sexual bem interessante. O Apartheid Museum é bem legal, mas estávamos molhados e sem tempo, vale fácil uma manhã toda. Visitamos o campus da Wits, que além de absurdamente foda em infraestrutura é onde fica o Planetário e o Origins Center. Planetário só iniciava a temporada um dia depois de irmos embora. Origins Center é fantástico, vale cada segundo lá!
Ah, não espere que lugares públicos tenham internet. É incrivelmente difícil achar conexão em Johannesburgo, e quando acha não funciona. Até agora perguntamos em todos os lugares que passamos, só um McDonald’s tinha internet funcionando na cidade toda.
Não sei se é a falta de paisagem que não me chamou atenção na cidade, sei lá, e as pessoas parecem meio alienadas a você, do tipo não parecer ter saco pra falar contigo ou fazer cara de WTF quando você puxa papo pra pedir informação. Mas isso pode ser porque somos brancos. É pra se pensar.
Em breve falamos do Shosholoza Meyl, quase 30h de trem saindo de Johannesburgo!