Aventuras pela Garden Route: Plettenberg Bay

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Plettenberg Bay foi o cenário do que eu, Dani, diria que foi o ponto alto da Garden Route: nosso salto de paraquedas. Marcamos ele assim que chegamos no hostel para a manhã seguinte, deu 180 doletas por pessoa e, cara… não temos palavras para descrever a coisa toda. A sensação de subir a 10.000 pés em um aviãozinho, admirar a linda vista da baía de Plettenberg e saber que dentro de alguns minutos você vai saltar dali já dá um frio na barriga só de lembrar.

Os caras do Skydive Plett são pro. Pegaram a gente no albergue, levaram, deram instruções rápidas, saltaram nos passando segurança o tempo todo e nos levaram de volta pra um mirante da cidade que pedimos. Saltamos com dois macacos velhos que pareciam bastante experientes e foi bem engraçado, faziam piadas o tempo todo :-)

O vôo por si só já valia a pena, mas o salto foi simplesmente fantástico! Volta e meia eu, Dani, e o Caio nos pegamos lembrando da sensação de pular, imediatamente antes de tirar o pé do apoio do avião, principalmente quando vemos algum avião do mesmo tipo no céu. Da praia do estuário teve um dia que ficamos vendo o trajeto todo do avião até as pessoas saltarem e pousarem, dava pra ver tudo do chão :-)

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Vista do avião um pouquinho antes da gente pular!

Em Plett, ficamos no Amakaya Backbackers, um hostel com nada de especial mas que conquistou nosso coração pela hospitalidade. Fomos muito bem rececpcionados pelo gerente Gerhardt, que nos mostrou o que fazer na cidade inteira, deu dicas, e foi o nosso companheiro de fogueiras à noite junto com o Sky, o cachorro dele!

Ficamos papeando por horas, e em uma das noites ele preparou um braai pra gente e na outra tivemos uma aula de como fazer Malva Pudding, uma sobremesa tipicamente sulafricana feita com leite e geléia de pêssego que certamente vamos tentar reproduzir em casa. É um meio termo entre bolo e queijadinha que se come com creme gelado. Foda.

Isso, claro, porque somos gordos na cabeça porque opções pra comer e beber lá não faltava. O centro de Plett é cheio de supermercados, lanchonetes e cafeterias. Alguns clubes noturnos também, mas só abrem mesmo no verão. Dá pra aproveitar o lugar só dando um passeio pela rua principal, e de lá vendo a baía.

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Vista do alto do centrinho de Plett

Dois pontos legais pra conhecer são os Lookout Point, que dá vista pro estuário, e o mirante perto da rua Jackson, no topo da colina do centro. Dali dá pra ver o lado bem residencial (e milionário) de Plett, bem como a praia longa e a península que se vê antes de pular de paraquedas. O único detalhe é estar preparado pra subir muitas ladeiras, a cidade é toda numas encostas, então as pernas cansam bem.

Plett, como passamos a chamar o lugar bem rápido, já que todo mundo fala assim lá, é bem bonita mas parece uma cidade tipo balneário de férias. Segundo pessoal de lá bomba em dezembro mesmo, com muitos estudantes. Fora dessa época até tem bastante pra fazer, mas tudo acaba custando um preço médio ou alto. Com dinheiro ali é o paraíso de esportes. Tem tudo que puder imaginar pra fazer.

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Vista pra península do alto do mirante

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Aventuras pela Garden Route: Knysna

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Desde que estávamos planejando nosso mês na África do Sul, tínhamos o plano de conhecer algumas cidades ao longo da Garden Route, a estrada da costa sudoeste sulafricana. Trocando idéias com pessoas que conhecemos ao longo da nossa viagem por Johannesburgo e Cape Town decidimos que a nossa rota, meio que no impulso, ficaria Cape Town > Knysna > Plettenberg Bay > Stormsriver > Port Elizabeth.

A nossa idéia inicial era comprar um ticket hop-on hop-off do Baz Bus, principal transporte turístico na região que te dá direito a descer em quantas cidades desejar de Cape Town a Port Elizabeth e pega e deixa você na porta do albergue. Porém, colocando na ponta do lápis, acabamos escolhendo viajar de transporte local, pois o número de cidades que queríamos conhecer não valia a pena o preço do Baz Bus. Todos os nossos tickets de ônibus, estilo interestadual que tem no Brasil, custaram 45 dólares por pessoa, contra 150 do Baz Buz! Mais pra frente vamos ter um exemplo prático de que o barato sai caro mas, seguindo na ordem cronológica, naquele momento estávamos contentes com a nossa economia de 105 dólares por pessoa.

O ônibus do City to City (empresa local da rede Translux) é bem decente, mas não tem banheiros e é um pouco mais apertado que os ônibus no Brasil. As poltronas deles não são marcadas, então é bom chegar cedo para conseguir uma poltrona boa. O que me incomodou bastante nele é que eles deixam música tocando a viagem inteira, e não é um sonzinho ambiente não, é música alta mesmo! A playlist era dos anos 80 e breguices aleatórias. Tinha até umas músicas bacanas de vez em quando, mas 8h de viagem com isso nos ouvidos sem poder dormir foi bem cansativo.

Se mesmo assim isso não for problema, vá até a estação de trem de Cape Town e, vendo ela na sua frente, ande pra direita perto do KFC, aí verá um corredor que leva pra trás da estação. Ali vai achar os guichês de empresas de ônibus, é tranquilo. Vai na fé.

Chegamos em Knysna com 1 hora de atraso, às 23h, e como já havíamos avisado que chegaríamos tarde, a Mandy (dona do hostel) foi nos buscar na parada do ônibus, pura gentileza! Como na cidade haviam poucos couchsurfers, acabamos reservando duas camas em um dormitório compartilhado no Jembjo’s Lodge, e não nos arrependemos! O lugar é bem limpo, os donos são muito queridos e eles oferecem um café da manhã maravilhoso que sustentou esses dois viajantes por muitas horas.

Knysna é uma cidade super pequena, mas muito fofinha. Conseguimos conhecer ela toda só andando, as ruas são bem calmas e é um ótimo lugar para relaxar, valeu a parada. Dizem até que é recanto de aposentado, de tão quieto que é o lugar.

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Ruazinha calma em Knysna

Em um de nossos dias lá, saímos da pousada que fica bem próxima à lagoa e fomos caminhando até a entrada da baía de Knysna, para ver os costões (que eles chamam de The Heads), e a vista é sensacional! Tem vários mirantes em cima das montanhas, uma vista mais linda que a outra. No final da tarde, encontramos um bom ponto na beira da lagoa para ver o pôr-so-sol, sem movimento nenhum na cidade e quase sem barulho ao fundo… impagável :-)

Dá pra ir andando do Waterfront até as The Heads, mas tem que ter algum preparo, deu 15km tudo além de ter que subir umas ladeiras, mas vale a pena. Aí na volta pode seguir pela lagoa onde sempre tem alguém fazendo passeio em barcos a vela ou caiaques, que infelizmente não tínhamos dinheiro pra bancar. O Waterfront em si é bem legal de visitar e ver vários catamarans, um mais bonito que o outro, e se for andando pela ponte até a ilha Thesens pode experimentar ostra na manteiga e alho. Deliciosas! Pena que eram poucas. Se quiser um lance mais de natureza, tem a reserva de Knysna que fica minutos à pé do centro e todo mundo online diz valer a pena. É um tipo de jardim botânico com trilhas deles, mas que não visitamos por falta de tempo.

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The Heads

Pôr-do-sol em Knysna

Pôr-do-sol em Knysna

Toda a paz que Knysna nos trouxe perdurou até a manhã da nossa partida para Plettenberg Bay, e é nessa hora que vamos explicar por que o barato sai caro. De manhã, enquanto montávamos nossas mochilas, a dona da pousada nos chamou dizendo que nosso ônibus talvez não chegasse porque viu que os motoristas haviam entrado em greve na noite anterior. Com a maior gentileza do mundo, nos levou de carro até a parada do ônibus para checar a situação, mas na porta do escritório do City to City estava um aviso escrito em caneta de que os ônibus não estavam rodando. A solução, segundo ela, era ir até o Taxi Rank da cidade e pegar uma daquelas lotações que pegamos em Johannesburgo, e com a gentileza habitual nos levou até lá.

O Taxi Rank de Knysna é um local trocentas vezes melhor do que o de Johannesburgo, são várias fileiras de vans, cada um com um indicativo de uma cidade. Achamos a fileira certa, o motorista da primeira van da fila nos informou que o preço seria de mais ou menos um dólar por pessoa, só era preciso esperar a van encher e sairíamos em direção a Plett… parece perfeito, não? É, nem tanto! A van tem espaço para 14 pessoas, eles só saem quando ela está cheia e tudo isso aconteceu em um domingo. Esperamos uns 30 minutos e não apareceu NENHUMA viva alma querendo ir para Plettenberg naquela van!

Depois de um dos motoristas nos oferecer para nos levar na van dele por 25 dólares (o que é caríssimo pelo trajeto), um dos caras que estavam lá nos chamou em um cantinho e disse, com a maior sinceridade “não é por nada, mas essa espera de vocês vai durar o dia inteiro… o melhor jeito de chegar a Plett é ir para a rodovia com uma nota de 20 rands na mão e pedir carona” :-X

Diante da nossa cara de espanto, o moço garantiu que isso era muito normal e seguro. Malandragem, ficou tenso o negócio! Não sabíamos direito o que fazer, mas depois de muito ponderar decidimos que não tinha muito como ficar pior…

Andamos um bocado com as nossas mochilas nas costas até encontrar o ponto certo para pedir carona. Acho que ficamos lá quase 1 hora, com a nota de 20 na mão e super com o pé atrás… as vans passavam e não paravam, olhavam pra gente com cara de WTF. Dois malucos estavam ali com dinheiro na mão e fomos lá pedir informação, a encarada que eles deram na gente, dos pés a cabeça, quando dissemos que estávamos pedindo carona, deveria ter sido filmada. Eles tentaram nos botar numa carona com eles correndo até um posto de gasolina, quando íamos subir pedimos pra confirmar o destino e vieram com um “não, vamos até lugar X, lá você salta e pega outra carona, entra aí” mas com cara de coletor de orgãos, manja?

Quando estávamos quase desistindo, parou uma moça naquele local que também estava pedindo carona para Plett, e ela pelo menos parecia decente! Não deu nem 5 minutos e um carro parou (algo me diz que para ela, não para a gente) e conseguimos seguir viagem em um carro comum com outras 4 pessoas além do motorista e a gente. Ficou em 1,80 dólares por pessoa. Total já incluindo uma música psicodélica nos altos falantes.

Clique aqui pra ler a próxima parte, em Plettenberg Bay!

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