Auckland, a maior mini cidade da Nova Zelândia

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Mudança grande de clima, finalmente! Chegamos com chuva fina e frio de gelar as pernas na Nova Zelândia, mas estávamos super felizes por finalmente aterrisarmos quase no “fim do mundo” onde o clima muda a cada 5 minutos, como todos gostam de lembrar aqui :-)

Dica de estréia: já deixamos pago o bilhete pra quando formos sair do país semanas depois, que do aeroporto pra cidade e mais a volta dá 23 dólares por pessoa. Chegar na cidade é muito rápido, o aeroporto é bem perto dela, ou ela que é bem pequena mesmo. É a maior cidade do país mas dá pra atravessar ela andando, é muito estranho isso. É quase uma capital mas tem atmosfera mais de interior que Curitiba, o que por si só é impressionante. Todos fazem questão de frisar como é a maior cidade, super movimentada etc mas pra gente, brasileiros, é um ovo sem ninguém nas ruas!

E foi bom voltar a fazer couchsurfing depois de meses, nosso CS em Auckland foi muito simpático. Saímos pra dar uma volta no bairro dele assim que chegamos e o tempo permitiu. No fim das contas andamos pelo centro todo de Auckland por ser tudo tão perto e minúsculo de verdade. Encontramos um tipo de feirinha de comidas e artesanato no Silo Park quando o sol saiu, e foi bom relaxar ali um pouco, cheio de crianças brincando e música legal tocando.

Domingueira ensolarada no Silo Park

Domingueira ensolarada no Silo Park

Estar em Auckland e não tentar subir algum mirante é perder uma grande chance, e não queríamos simplesmente subir uma torre de TV no centro que, embora famosa, é sem gracinha e não vale a grana. Fomos pro Monte Éden que é bem melhor, de graça e tem uma vista muito foda da cidade, além de ser a cratera de um vulcão extinto :-)

Do alto do Monte Éden :-D

Do alto do Monte Éden :-D

Toda segunda-feira no The Comedy Club (ou The Classic, não entendemos qual o nome real) no centro da cidade tem a noite de comediantes amadores fazendo “stand up”,  foi bacana pagar só 4 dólares pra rir um tanto. Um amigo enfermeiro do nosso CS até tava estreando lá e mandou bem. Tinha uns bons mas tão amadores que morriam de vergonha e estragavam tudo no fim, dava dó. Não é todo mundo que sabe fazer piada sobre clamídia hahah.

Rangitoto lááá longe, do alto do Monte Éden

Rangitoto lááá longe, do alto do Monte Éden

Aproveitamos muitas dicas do nosso CS e amigos deles pra passeios pela região, mas como não tínhamos muito tempo ficamos com algo mais próximo e conhecido. Pegamos um barco até Rangitoto, uma ilha pitoresca na baía de Auckland. Ela é uma ilha vulcânica toda “choquito” no solo e com vegetação não mais antiga que 200 anos, ainda crescendo.

Uma ilha vulcânica "choquito" seria assim

Uma ilha vulcânica “choquito” seria assim

Dá pra subir até a borda do vulcão e andar uma trilha de 15 minutos pela borda, muito legal. Dani aproveitou pra fazer check-in lá no topo, tinha sinal de 3G até! Inclusive, um chip local com 1GB de dados, SMS ilimitados e 100 minutos aqui dá 15 dólares pela “2 degrees” e vale a pena. O sinal deles é suficiente pra ver vídeos como se estivéssemos no wifi, que aliás costuma ser ruinzinho por aqui em estabelecimentos. Enfim…

Agora do alto de Rangitoto, pra devolver a vista

Agora do alto de Rangitoto, pra devolver a vista

No topo de Rangitoto encontramos duas excursões de criancinhas com os pais e professores. Uma de uma escola de brancos locais e outra de nativos maori. As crianças maori uma hora se juntaram todas e ficaram cantando no topo do vulcão e todos ficaram olhando, foi muito diferente e bonitinho. Fizeram até um haka meio sem jeito ainda no final.

...e uma ave em uma ilha choquito seria assim...

Qué!

A região em volta de Rangitoto é bem bonita, tem várias praias vulcânicas e trilhas pra se fazer, mas todas demorando entre 3 e 6 horas. Pra gente, que ia pegar o último barco de volta pro continente, não rolou aproveitar essa parte.

Nosso CS apesar de bastante ocupado e com horários bizarros trabalhando na emergência de um hospital ainda arrumava coisas pra fazermos com ele, como ir numa escola de acrobacias que uma amiga também do CS organiza na base de doações. Basicamente, se tiver uns trocados e a noite livre, toda terça-feira no ginásio da Grammar School for Girls da cidade umas 30 pessoas se juntam pra aprender bizarrices e fazer manobras divertidas.

Eles falaram que isso era só o aquecimento

Eles falaram que isso era só o aquecimento

Tem de tudo, mas ficamos no básico mesmo, tentando ficar de cabeça pra baixo nos equilibrando nos joelhos de alguém, erguendo e sendo erguidos, fazendo torre humana e eu, Caio, até consegui fazer uma ponte sem usar as mãos equilibrando com outro cara. Foi da hora! Pena que não dava pra ficar tirando foto e tentando não quebrar o pescoço, mas acreditem que tentamos várias piras malucas. E ainda fechamos a noite indo com um grupo da escola comer um curry muito bom ali perto, e “baratinho” pros padrões deles de 8 dólares por pessoa…

Falando em comida, Auckland é bem estranha. Por serem ingleses, comem peixe, batatas e curry, sem problemas. Esperado. Mas tivemos uma baita surpresa ao descobrir que não se vê muitas frutas kiwis por aí, o que ok até, nem é tão grande coisa comparado com a quantidade de lugares e pessoas vendendo sushi pela cidade. Sério, o que se vê de barracas de cachorro quente e salgados no Brasil se vê de sushi por aqui. Geralmente são bandejas com sushis enormes e bem bons, bem feitos mesmo. Pros padrões de preço dele já são baratos, mas os lugares e quitandinhas com sushi tem até happy hour com 50% de desconto. Dá pra comer uma bandeja de sushi bem boa por tipo sete reais ou coisa assim. E isso virtualmente em toda e qualquer esquina. Aqui é a sushilândia!

Fizemos muita coisa legal nos primeiros dias na Nova Zelândia, porém Auckland foi meio que o início de uma frustração com a qual ainda estamos tentando nos acostumar. Lá no começo planejávamos conhecer a Nova Zelândia de um jeito diferente, trabalhar por um tempo como é tão comum entre mochileiros aqui, alugar um carro para viajar por conta própria e ficar em acampamentos. É assim que a maioria por aqui conhece o país. A gente queria ficar 60 dias no país mas a volatidade do dólar ao longo dos últimos meses e a dificuldade em conseguir trabalho (pois não conseguimos aplicar para o visto pois estávamos na trilha do Nepal quando as vagas abriram e esgotaram em horas), fez a gente mudar para só 20 dias e viajando de ônibus mesmo e tentando couchsurfar o quanto desse.

Dizem que aqui é paraíso pra mochileiros. De fato, é tudo lindo e animal, as paisagens são alucinantes, mas só se você tem dinheiro sobrando e tempo senão não vai aproveitar muito não. Infelizmente é a realidade. Nossa viagem sempre foi mais baseada em observar, e a Nova Zelândia é um país de fazer. Todos os lugares explodem de dicas sobre onde ir e com diversas atividades incríveis pra explorar ao máximo o país, mas todas bem caras. É preciso ter a cabeça bem centrada pra não surtar e ficar triste por bobagem. O fato é que é virtualmente impossível ver tudo mesmo, não tem jeito, e já somos privilegiados demais por termos três semanas em um lugar tão fantástico!

Dani diz... aqui é paraíso de mochileiros mas achar preços e dicas pra fazer coisas independentes tá sendo uma decepção! o que tem é superficial, melhor é chegar no lugar e ver na hora… prepare-se pra sustos!

Em Auckland nosso passeio pelas duas ilhas do fim do mundo começou bem intenso, mas ver como vai ser o resto agora. Vulcões, montanhas, e geleiras nos esperam :-D