Dia 26: Muktinath → Kagbeni → Jomsom, 2742 metros
Aug 29 2013
Não sei nem por onde começar hoje. Primeiro que falam de Jomsom como falam de Manang, e é uma droga igual. Decepção como vila, mas ao menos a pousada é excelente. Melhor chuveiro do Nepal inteiro, comida boa e tem internet grátis. Segundo que era pra pararmos em Kagbeni pra dormir. Paramos pra almoçar somente. Ganhamos um dia de tempo por isso, mas perdemos dois conjuntos de pernas pra compensar. Terceiro que foram quase 6h de trilhas com MUITO pó e poeira e pedra e uma ventania de fazer andar inclinado até, com óculos e boné pra conseguir ver algo na frente. Boca e garganta seca com areia em todos os cantos. Quarto que precisávamos vir pra Jomsom sem falta porque aqui tem caixa eletrônico e nosso dinheiro só duraria mais uns três dias (faltando 12 pro fim da trilha). Fizemos mágica fazendo dinheiro de 3 semanas durar mais, então ficamos sem onde não esperávamos agora. Achamos os caixas, mas lá no fim da vila, e chegamos mortos de cansaço pra ir nos arrastando até lá. Cada saque era cobrado em 4 dólares, e a quantia era limitada, então foram 4 dólares várias vezes… e já falei da tempestade de areia durante as 3h finais de trilha? Já né? Dani passou a mão na orelha após tomar banho e ainda tinha areia ali! Que dia foda, tô completamente morto. Mais um Dorflex pra conta. — Caio
Estamos só o pó! Literalmente! Saímos hoje de Muktinath com destino a Jomsom e nossa idéia foi ir pela estrada e não pela trilha para a caminhada não ficar muito extensa. Todo mundo reclama da estrada e estávamos bem apreensivos, pois muitos trechos a partir de agora passam necessariamente por ela, mas até que foi tranquilo. Quando passam motos e jipes fica meio muvucado e faz poeira, então entendo que na alta temporada, com veículos passando o tempo todo, deve ser foda mesmo, mas com a trilha meio vazia não incomodou. Deu 2,5 horas até Kagbeni, um vilarejo bem bacana no fundo do vale que vale a pena passar a noite (pulamos por causa de dinheiro que precisamos urgente sacar). Almoçamos por lá e saímos meio dia rumo a Jomsom, ainda pela estrada. E então o inferno começou… vento, MUITO VENTO! Sério, poucas vezes na minha vida enfrentei um vendaval tão forte como esse. Quando a gente tirava o pé do chão pra dar um passo o vento nos carregava! O pior de tudo foi a poeira na cara por quase 3 horas seguidas. Passei manteiga de cacau antes de sair e quando cheguei os lábios estavam à milanesa, grudou poeira no corpo todo. Chegamos aqui simplesmente exaustos de tanto fazer força contra o vento! Foi puxadíssimo, e depois que chegamos ainda tivemos que andar uns 20 minutos dentro do vilarejo para encontrar o ATM (que apesar de cobrar taxas abusivas funcionou, graças a deus!). Jomsom é um dos vilarejos mais importantes do circuito, tem aeroporto, mercado, hospital, banco… mas a procura de um quarto foi uma decepção, entramos em várias guesthouses que queriam cobrar 500 rúpias pelo quarto, o que é um absurdo, considerando que no High Camp, o lugar mais alto e isolado de todos, pagamos 300! Demoramos até encontrar um decente e com o preço ok. Acabamos ficando em um do lado do aeroporto (dá pra ver a pista da janela), mas com wifi, chuveiro quente (o melhor EVER!) e quarto à 200. Depois de um banho pra tirar toda a poeira já me sinto melhor, mas ainda não sabemos o quanto aguentaremos andar amanhã. Melhor decidir depois de descansar um pouco! — Dani