O que levamos nas nossas mochilas?

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Antes de começar o post, é importante dizer que não existe fórmula mágica ou um check list ideal para montar uma mochila. Já vimos mochileiros viajando com uma mochila de 65L mais uma mochila de mão de 15L e outros viajando com menos do que a gente vai levar (que já é bem pouco). As dicas que vamos dar aqui são baseadas nas pesquisas que fizemos e no nosso jeito de viajar, que tem como lema viajar leve. O importante é adaptar-se ao seu jeito! :-)

Caio diz... embora seja nosso jeito garanto que o nível de paranóia é alto e todos, absolutamente todos, que já conhecemos que fizeram uma RTW (3 casais) falavam: se fosse pra refazer tudo, viajaria mais leve…

A hora do desapego!

Desapegue-se da lógica: se para uma viagem de 2 dias você leva roupas para 2 dias e para uma viagem de uma semana leva roupas para uma semana, para uma viagem de um ano você deverá levar roupas para… uma semana!

Em uma viagem longa, com ritmo mais lento como o nosso, é possível gastar mais tempo com detalhes como lavanderia, e com isso minimizar o peso. Conforme as roupas forem ficando gastas, elas serão substituídas ao longo da viagem. A idéia de que quanto mais longa a viagem menor a bagagem pode não fazer muito sentido na fase do planejamento, mas quando você colocar uma mochila enorme e pesada nas costas e se imaginar pegando dois ônibus e um metrô para chegar ao aeroporto, quem sabe com um calor de 40 graus, com certeza vai entender… foi assim comigo. So far, estou satisfeita com os meus 10kg nas costas :-)

Caio diz... e se não fosse o netbook com carregador e câmera trambolhuda seria menos ainda!

Nós conseguimos planejar nossa viagem de uma forma que não vamos enfrentar temperaturas muito baixas em nenhum momento, se seguirmos o roteiro original. Se a sua idéia é viajar leve como a gente, essa dica vale ouro, pois uma única blusa de frio pode ocupar espaço de 5 camisetas.

Desapegue-se do estilo: “esse tecido não me cai bem”, “não vivo sem jeans”… hmmm, melhor deixar estas afirmações no passado. A não ser que você queira andar por aí com uma mochila que mal consegue carregar, como já vimos alguns viajantes fazerem, a dica é acostumar-se com o que é leve e prático. Calças jeans e camisetas de algodão, por exemplo, são super proibidos na nossa bagagem, por ocuparem simplesmente o dobro do espaço de calças de tactel e camisetas dry fit. Se liga:

camisas

Esses saquinhos onde as camisetas estão nós mandamos fazer com tecido de camisetas de corridas usadas. Eles ajudam na organização da mochila e fica mais fácil de encontrar as coisas dentro dela sem fazer a maior bagunça, além se serem higiênicos quando juntar roupa suja com limpa.

Não foi fácil eu me convencer de que levar 6 camisetas seria suficiente, todas elas parecidas. Mas não tem outro jeito, não dá, não cabe, então tem que se acostumar! Se aparecer nas fotos com a mesma roupa for um problema pra você, varie nas cores (estou levando uma de cada), leve um lenço… sempre dá pra dar um jeitinho, afinal o que importa mesmo é a paisagem!

Caio diz... se você é um homem lendo isso imagino que já tenha feito umas trinta caras de WTF né, calça tactel qualquer-cor-tá-bom e camisetas de tecido de futebol tá valendo!

Desapegue-se da vaidade: sabe aquele shampoo preferido? Você pode levar um vidro dele, mas ele vai acabar mais cedo ou mais tarde. E aquele perfume, é necessário mesmo carregar? E o secador de cabelo então, que nem entrar na mochila entra? Desapega! O ser humano precisa de muito menos pra viver do que está acostumado. Claro que não dá pra ser radical, tem gente que não vive sem perfume e gente que não vive sem creme.

Caio diz... ei, perfume pesa na mochila, eu vivo sem!

Eu, Dani, adoro maquiagem, então optei por levar… só que é necessário uma boa pitada de bom senso: em vez da necessaire super recheada estou levando um rímel, um lápis e um batom.

Nossas mochilas

Desde quando começamos a pesquisar, decidimos que iríamos levar mochilas Deuter, a preferência geral. O difícil mesmo foi decidir qual tamanho de mochila levar! O lado nerd (meu, Caio) foi bom nessa hora, e muitos reviews e googleadas depois, e conversando com gente experiente…

Dani

A mochila da Dani é uma Deuter Futura Pro de 34 SL que, segundo minha sugestão de proporção 3:1, carrega uns 12kg sem muitos problemas de costura ou balanço. No momento tá carregando 7kg e poucos, mais o netbook de 1kg na mão. A cor é cobre com laranja, e o SL pelo que entendi é variação pra modelo feminino; vem com um prendedor de cabelo em forma de flor e tudo :-)

Caio

A minha é uma Deuter Futura Pro 42 vermelha e cinza e tá carregando 7kg no momento, mais uma câmera de 1.5kg na mão. Ela é essencialmente igual a da Dani, e a litragem extra na verdade faz ela ficar com um topo mais altinho, só, a largura e o fundo não muda na prática. Calculo que ela aguenta 15kg, botei 11kg até agora só.

O que mais gostei das Futura Pro que compramos: pau pra toda obra, até agora tão aguentando o tranco, ótimas cavidades pra guardar coisas, com zíper em tudo quanto é canto, ultra confortáveis mesmo carregadas, tem um vão incrível pra ventilação nas costas e o óbvio: visualmente pequenas mas verdadeiros containers ambulantes. Além disso eu gostei do reforço interno pra abrir ela por baixo, é prático suficiente, odeio mochilas 100% top load.

A maior diferença delas pros modelos Futura Vario, caso se pergunte, é que a Futura Pro não tem zíper frontal (que embora prático achamos meio perigoso) e não tem ajuste vertical móvel na armação de metal da coluna.

Caio diz... em tempo, tentei experimentar a 34 da Dani e a coluna e lombar não encaixavam bem, tenho 1,86m, só a 42 ficou totalmente confortável :-(

O que estamos levando

Afinal, o que cabe dentro dessas mochilas? As listas abaixo podem parecer enormes, mas veja só como tudo fica espalhado na cama fora da mochila e depois veja de novo as mochilas fechadas: elas contém tudo aquilo, e ainda sobrou espaço :-)

Mochila da Dani:

  • 6 camisetas dry fit
  • 2 vestidos
  • 2 calça-bermuda de tactel
  • 1 camiseta de manga longa
  • 1 blusa segunda pele
  • 1 calça segunda pele
  • 1 camisa mais bonitinha para sair
  • 1 casaco de lã fininho
  • 1 jaqueta corta-vento e pra chuva
  • 1 lenço meio cachecol
  • 1 canga
  • 1 biquini
  • 10 calcinhas
  • 3 tops e 2 sutiãs
  • 6 meias
  • 1 toalha de alta absorção
  • 1 saco de dormir Deuter Dream Lite 500
  • 1 boné
  • 1 óculos de sol
  • 1 tênis (All Star)
  • 1 par de Havaianas
  • 1 bota de trilha da Curtlo
  • lembrancinhas para os couchsurfers
  • 1 mochilinha dobrável
  • remédios com receita
  • 1 necessaire com maquiagem e prendedores de cabelo
  • 1 zip loc com shampoo, condicionador, sabonete, protetor solar e removedor de maquiagem
  • netbook + cabo
  • iPod + cabo
  • celular + cabo
  • 1 lanterna de dínamo
  • 1 carregador universal
  • passaporte novo e antigo (comvisto americano)
  • apólice e carteirinha do seguro viagem
  • permissão internacional para dirigir
  • fotos 5×7 para vistos no aeroporto
  • cartões de crédito e débito
  • 1 bolsinha
  • 1 money bag
  • 1 caderno e caneta
  • 1 cabo de aço com cadeado TSA e tal

Tudo isso!

Mochila do Caio:

  • 7 camisetas dry fit
  • 2 calça-bermuda de tactel
  • 2 shorts de tactel
  • 1 camiseta de manga longa Dunlop
  • 1 calça segunda pele
  • 1 jaqueta corta-vento e pra chuva
  • 9 cuecas (todas slip e não-sintéticas)
  • 4 meias
  • 1 toalha de alta absorção
  • 1 saco de dormir Deuter Dream Lite 500
  • 1 boné
  • 1 óculos de sol
  • 1 tênis (All Star)
  • 1 par de Havaianas
  • 1 bota de trilha usada Ozark Trail, Walmartzão
  • remédios com receita
  • iPhone + cabo
  • 1 lanterna de dínamo
  • 1 carregador universal
  • passaporte novo e antigo (com visto americano)
  • apólice e carteirinha do seguro viagem
  • fotos 5×7 para vistos no aeroporto
  • cartões de débito e crédito
  • 1 câmera Nikon D3100 com case
  • 1 rolo de silver tape
  • 1 rolo de fio de nylon
  • 1 garrafa com filtro Katadyn
  • 1 HD externo com case rugged
  • 1 Moleskine
  • 2 protetores auriculares
  • 1 carteira
  • 1 cabo de aço com cadeado TSA e tal

Caio mais desapegado

Caio diz... sei o que tá pensando: e esse saco de dormir? Calma, não pegaremos frio, o saco de dormir é mais por segurança contra frios que conhecemos, além de serem os mais leves por aí!

Um dia antes da viagem, decidimos comprar uma mochila pequeninha para despachar as coisas que não poderíamos carregar como bagagem de mão (líquidos, cortador de unha, lâmina de barbear etc) e o extra-peso para não precisarmos despachar as nossas mochilas queridas.

Caio diz... acredite, você não quer correr riscos de perda despachando mochilas, que são sua casa numa viagem RTW

Nossas mochilas estavam com 8.5kg e 9.5kg antes da mochilinha extra, e o peso médio normalmente permitido para carry-on de vôos internacionais é cerca de 7kg, então concentramos 5kg de coisas “menos necessárias” na mochilinha. Até agora só fizemos um vôo pela South African Airways desse jeito, mas funcionou :-)

A única certeza que temos é que vamos mexer nas mochilas no meio do caminho. Ou vamos perceber que somos loucos e que levamos muito pouco ou vamos nos desapegar ainda mais e sair por aí distribuindo as nossas coisas. Aguardem as cenas dos próximos capítulos e boa brincadeiras com suas mochilas um dia :-)

Shosholoza Meyl, de trem na África do Sul

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Desde antes de sabermos o que faríamos nas cidades por onde passaríamos na África do Sul, já tínhamos visto na internet e ficado na vontade de fazer uma viagem de trem por aqui. Achamos o Shosholoza Meyl, que aparentemente nem mesmos sulafricanos conhecem direito. É bem barato pelo que entrega, vale a pena, deu cerca de 70 reais por pessoa.

O trajeto que ele faz é cortando o país na diagonal em pouco mais de 24h, de Johannesburgo até Cape Town, no sudoeste do país. Na verdade eles tem várias rotas, mas essa é a mais comum aparentemente. Talvez na volta façamos Port Elizabeth para Johannesburgo.

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Dica: não faça como nós, compre o bilhete online se possível ou com pelo menos 10 dias de antecedência. Fomos comprar na terça pra viajar na sexta, saindo 12:30 pra chegar no outro dia 15:30. Tudo perfeito, só que não tinha mais lugares… em nenhum trem, pra até as duas semanas seguintes! Suamos na hora, acabamos arrumando dois assentos simples, tipo ônibus, no meio do povão. Paciência.

No dia da viagem o animal aqui joga o bilhete no lixo e só descobre isso na estação, com 2h pro embarque. Imagine um cara branco, de camiseta vermelha, correndo que nem louco com botas pelo centro de Johannesburgo atrás de lotação pra voltar até onde estávamos dormindo e caçar o bilhete. Na volta, deu tudo certo, cheguei 30 minutos pro embarque e convencemos o “train manager” de que tava foda com mochilas, sem dormir e que pagaríamos um extra por uma cabine pra duas pessoas. Tinha uminha livre. Deu certo. E nem precisamos pagar o extra!

O trem é animal, coloridão, corre bem entre cidades distantes, é limpo e a cabine tem tamanho bom. Tô digitando isso após 10 horas de viagem e nem sentimos nada, muito melhor que avião (se aproveita mais) e ônibus (não cansa nada). Pra quem não quiser levar comida de mercado como a gente, tem um vagão cozinha e outro restaurante onde servem de tudo um pouco. Preço de fast food no Brasil. Ou pode levar sua comida, pra economizar, como fizemos…

Daqui algum tempo chegamos em Kimberley, metade da viagem, e poderemos dormir um pouco na cabine. Ela tem 2 espelhos grandes, assentos tipo beliche, compartimento pra mochilas, um aquecedor, 4 ganchos pra pendurar coisas, uma tomada 110/220 supostamente só pra barbeadores, uma pia simples com água quente/fria e uma mesa dobrável. Além de uma janela bem legal: de noite não dava pra ver onde terminava o chão e onde começava o céu de tão escuro, lotado de estrelas :-)

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O trecho final, que sai da área deserta pra montanhosa, é inacreditável. A paisagem muda absurdamente e as montanhas de rocha e nada de vegetação são gigantescas e bonitas. O trem atrasou um pouco. Foram 29h ao invés das 27h esperadas, eu que achei que fossem só 24h e me enganei. Nem teve problema, com essas montanhas quem é que iria se importar :-)

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Curso rápido de Johannesburgo

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Os bairros distantes são distantes, muito distantes. Aí você acredita quando dizem que o transporte público aqui é horrível. Diz que é por causa do apartheid que tudo é longe e isolado. Brancos só andam de carro, os negros que andam à pé. Bom, os negros e a gente já que não vimos um branco sequer nas calçadas, mas evitamos andar sozinhos longe de centros porque é perigoso no fim do dia.

Continuando a saga do transporte, por favor, imploramos, não pegue táxi do aeroporto. Mesmo com taxímetro fica absurdamente caro. Como estávamos offline e sem instruções pro couchsurfing… pegamos, deu 600 rands: 60 doletas, 120 reais. Tudo bem que onde estamos é ridiculamente longe de tudo, mas porra, esse é o mesmo preço pra 2 pessoas irem de trem atravessando o país até Cape Town!

O jeito que acaba valendo a pena é o tal Gautrain, onde puder pegar já que a malha dele é curta e quase não existem ônibus nas ruas. Tem os tais “black taxis” que de black tem só as pessoas. Não são táxis, são vans tipo lotação. Não são ilegais, existe até terminal delas. Não são pretas, são brancas com uma faixa amarela na maioria das vezes. O custo é 10 rands por trecho, arredonde pra 1 dólar por pessoa. É até legal sermos os únicos branquelos numa van lotada de sulafricanos falando nas línguas deles :-D

Dani diz... falam zulu entre eles em outros lugares, na van mesmo não se escuta uma palavra. Curitiba é uma cidade de antipáticos se comparada com o resto do Brasil, pois em Joburgo as pessoas mal se cumprimentam

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Comida é barata até, não dá pra reclamar, mesmo convertendo pra dólar e depois pra real você não se assusta, mas é bom gostar de frango frito. KFC pra tudo que é lado, muita fritura, muito frango. Um combo fica entre 3,50 e 5 dólares dependendo da fome (batata, frango e refrigerante é básico). Tem o Wimpy também, é o McDonald’s deles, mais comum que o próprio McDonald’s.

Comida saudável não temos muita noção porque só achamos um supermercado até agora e ele parecia meio chiquezinho, ou seja, caro. Mercados parecem ser raridade e pequenos, além de só pra brancos. Compramos 6 ovos, pão de forma, patê de queijo, pasta de dente, sabonete, 4 papéis higiênicos, pé de alface, tomates cereja, 4 pimentões, lata de tomate pelado e 2 pacotes de macarrão borboleta que preparei pra colegas que fizemos. Deu 22 dólares. Macarrão, papel higiêncio e patê de queijo. Por enquanto temos gastado menos que o esperado. Se não fosse o táxi do aeroporto estaríamos 40%, e não só atuais 20%, melhores que o orçamento.

joburgo

Até agora Johannesburgo tem sido só legalzinha, pra mim pelo menos. O centrão é caos total, sujeira e fedor em todo canto, trocentas pessoas nas calçadas e muita buzina. Me lembrou muito Manaus.

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As áreas em volta do centro são melhores e, tirando a falta de bueiros que faz qualquer chuva ser um inferno, as ruas no geral até que são bem planas, retas e quase impecáveis. Um carro alugado barato com GPS aqui seria perfeito. Aí poderíamos estacionar após os robôs, que é como eles chamam os semáforos.

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Fomos no Museum Africa, razoável, mas é mais museu de coisas relacionadas à cidade do que ao continente. Pelo menos é grátis e tinha uma exposição sobre identidade sexual bem interessante. O Apartheid Museum é bem legal, mas estávamos molhados e sem tempo, vale fácil uma manhã toda. Visitamos o campus da Wits, que além de absurdamente foda em infraestrutura é onde fica o Planetário e o Origins Center. Planetário só iniciava a temporada um dia depois de irmos embora. Origins Center é fantástico, vale cada segundo lá!

Ah, não espere que lugares públicos tenham internet. É incrivelmente difícil achar conexão em Johannesburgo, e quando acha não funciona. Até agora perguntamos em todos os lugares que passamos, só um McDonald’s tinha internet funcionando na cidade toda.

Não sei se é a falta de paisagem que não me chamou atenção na cidade, sei lá, e as pessoas parecem meio alienadas a você, do tipo não parecer ter saco pra falar contigo ou fazer cara de WTF quando você puxa papo pra pedir informação. Mas isso pode ser porque somos brancos. É pra se pensar.

Em breve falamos do Shosholoza Meyl, quase 30h de trem saindo de Johannesburgo!

“Queria saber o que estão pensando agora”

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Resposta simples: dá uma olhada e ouça as músicas que botamos numa espécie de rádio da nossa viagem, talvez ajude a entender o que estávamos, estamos, e o que estaremos sentindo muito em breve. Cada música tem um motivo pra estar ali, na lateral do site, são todas nossas favoritas por algum motivo bem especial.

Thunder Road, Bruce Springsteen
Dog Days Are Over, Florence and The Machine
Roll Away Your Stone, Mumford & Sons
Absolute Beginners, David Bowie
Dancing in the Street, Bowie David
Sea Of Love, Cat Power
Tree Hugger, Antsy Pants
Upside Down from Here, Atom and His Package
Falling in Love, NOFX
Champs Elysees, NOFX
Don’t Worry Be Happy, Bobby McFerrin
Sunday Morning Coming Down, Me First and the Gimme Gimmes
You’re Wrong, NOFX
No Ceiling, Eddie Vedder
Rise, Eddie Vedder
Society, Eddie Vedder
Guaranteed, Eddie Vedder
O Vento, Los Hermanos
La Mer, Charles Trenet
Freedom, Yothu Yindi
Adagio, Albinoni
Autobahn, Kraftwerk
Around The World, Daft Punk
Rebels of the Sacred Heart, Flogging Molly
The Son Never Shines, Flogging Molly
If I Ever Leave This World Alive, Flogging Molly
Expressway to Your Heart, Blues Brothers
No Particular Place to Go, Chuck Berry
Walk Like An Egyptian, Bangles
Leaving on a Jet Plane, Frank Sinatra
I’m Gonna Be (500 Miles), The Proclaimers
Living La Vida Loca, The Toy Dolls
Hakuna Matata, Lion King
Make Your Own Kind of Music, The Mamas & the Papas
Shine, Laura Izibor
Vienna, Billy Joel
Homeward Bound, Simon & Garfunkel
Forever Young, Bob Dylan
Crazy, Me First and the Gimme Gimmes
Much Too Young (to Feel This Damn Old), Me First and the Gimme Gimmes
The Cave, Mumford & Sons
Highway 101, Social Distortion
Stars, Les Miserables
Live Before You Die, Social Distortion
One More Hill, Greg Graffin
Hay un amigo en mi, Gipsy Kings
Everybody’s Changing, Keane
Sin ella, Gipsy Kings
Luzeiro, Almir Sater
Flowers Are Pretty, The Vandals
Alright, Super Grass
The Final Countdown, The Toy Dolls
So Long, Farewell, The Vandals
A Walk, Bad Religion
Better Things, Marky Ramone
Blind, Face to Face
Because You’re Young, Cock Sparrer
We’re Coming Back, Cock Sparrer
I’m On My Way, The Proclaimers
Cool Kids, Screeching Weasel
O pastor, Madredeus
Bicho De 7 Cabeças, André Abujamra
Ouro De Tolo, Raul Seixas
Wake Up, Arcade Fire
As ilhas dos Açores, Madredeus
Always Look On The Bright Side Of Life, Monty Python
Viva la Vida, Coldplay
O Trenzinho Caipira, Kraunus Sang & Maestro Pletzkaya
Velha e Louca, Mallu Magalhaes
Shake It Out, Florence and the Machine
O Conforto dos teus Braços, Rita Ribeiro
Eat the Meek, NOFX
On the Road Again, Willie Nelson
Perhaps Love, John Denver
The Galaxy Song, Monty Python
Trans Europe Express, Kraftwerk
Rubber Biscuit, Blues Brothers
Festival, Sigur Rós
Bring Him Home, Les Misérables
After You’re Gone, The Proclaimers

Um nerd no mundo: infraestrutura da viagem

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Antes de começar a ler esse post (terrivelmente longo!), saiba que muito do que vou falar pode parecer outra língua ou bizarrices que nunca ouviu falar. Sabe como é. Afinal, se você clicou pra ler o post é porque se interessa minimamente pela parte técnica de uma viagem RTW: como diabos farão com eletrônicos, dados, mídias etc em todo canto do mundo?

Senta aí e leia o retorno do investimento da Dani em casar com um nerd.

office-space-photo

Setup RTW

Abaixo segue anotações do que eu fazia questão de fazer pra viagem, e o que acabei utilizando, como, onde e tal. Claro, algumas coisas eram dispensáveis, outras poderiam ser mais simples, mas…

Notebook: vamos usar o netbook HP Mini da Dani, ele é velhinho (2 anos) mas quebrará um galho porque não é grande como um notebook, tem 10 polegadas e pesa só 1.5 kilos. Não é muito poderoso, mas desde que a bateria ou recarregador não peça água durante a viagem estaremos bem.

Linux: matei o Windows que tinha na máquina e botei um Debian versão Wheezy (explicitamente configurada, porque acho que sairá oficialmente durante a viagem e posso querer alguma atualização de segurança quando tiver banda disponível). Testei o Gnome, Cinnamon e o Mate como desktops. XFCE eu já dava ok prévio então ficou como fallback deles. Gnome infelizmente fica inviável, a Dani não ia se acostumar e tem firulas demais (i.e. fica lento). O mesmo serve pro Cinnamon, que é mais enxuto mas ainda tem firulas e efeitos que não precisamos. Sobrou o Mate, que é um Gnome mais antigo mas mantido direito. Tem cara de Windows pra Dani e é estável. Plin plin! Salvei o get-selections do dpkg pro caso de algum desastre.

Backups: minha maior preocupação desde o primeiro dia de planejamento. Sou paranóico desde que perdi arquivos anos atrás com um disco que morreu. Parte da minha paranóia eu resolvi me desapegando mesmo, a outra parte resolvi com múltiplas cópias de coisas importantes. Entre todas as idéias que tive acabei ficando com usar o Unison, um programa bem legal, com linha de comando e interface, pra sincronizar arquivos entre pontas (remotas ou não). Basicamente usa rsync por baixo, e é bem espertinho, a criação de profiles é bastante simples e a documentação decente. Por baixo usarei EXT4 com sync e outros ajustes de tune2fs e montagem. Uma regra de udev detecta se algum disco foi plugado e abre o Unison pro sync manual (pra evitar merdas), além de um cronjob me lembrando pra rodar ele de tempos em tempos. Um outro comando, manual, dá um start com nohup em um upload pro Glacier da Amazon, sempre que eu sentir necessário.

Hosting: nenhuma novidade aqui, continuo com o Dreamhost desde 2004, acho, ou 2005. Disco e banda ilimitados, sem muitas perguntas e com histórico de suporte bom. É onde o site e tudo o que eu tenho está hospedado e onde botarei uma das cópias dos backups.

Storage: fazendo uma conta de padaria rápida, cheguei ao número de mil fotos por mês na viagem. Parece muito ou pouco? Acho muito até. Minha teoria é que em viagens curtas você abusa mais, bate mais fotos, leva mais roupas. Aproveita de forma mais intensa. Na RTW é o contrário, não queremos tirar foto de qualquer merda, vamos aproveitar, sem ficar carregando tralhas em qualquer caminhada. Mesmo assim, pensei em usar um storage em nuvem, Amazon Glacier, pra ser mais uma cópia do que estiver no Dreamhost: backup do backup. Por enquanto estou investigando os preços e fazendo testes. O que é certo é que usarei o Unison pra sincronizar o netbook com um WD My Passport de 1 tera (mais proteção rugged, o WD Nomad) e esporadicamente com o Dreamhost um pendrive de 64GB bem pequeno que comprei já na viagem e sempre tá dentro do meu passaporte.

Eu ficaria puto se perdesse imagens da viagem. Mas eventualmente isso vai acontecer.

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Plugins: tentei ao máximo não carregar o WordPress do site com muitos plugins, mas ficou difícil usar menos que esses. AddThis Social Bookmarking Widget: poderia usar os códigos e botar manualmente, mas acho que não faria muita diferença, é pros botões de compartilhamento dos posts basicamente. Advanced Browser Check: pra dar um aviso pros que tão com IE não reclamarem de estar tudo feio no site. Disable WordPress [Core|Plugin|Theme] Updates: que habilito somente quando sai atualizações de segurança, pra evitar algo quebrar no site enquanto estamos sem internet e longe. Disqus Comment System: pra não me preocupar com spammers ou moderação nem login das pessoas, podem comentar a vontade por redes sociais que tá beleza. Header Slideshow: que pretendo integrar com código meu depois direto no tema do site, pra ter os slides de imagens no topo das páginas, atrás do título do site. Leaflet Maps Marker: pra gerenciar os mapas da viagem e criar camadas de sobreposição deles aqui. Online Backup for WordPress: o mais simples e funcional que achei, tem limitações (envio de backups por e-mail é tudo ou nada, blé) mas parece ok, espero não precisar usar. Q and A: pra manutenção do FAQ do site, o mais simples que achei. Shortcodes Pro: só pra poder ter aquelas caixinhas com nossos ícones no meio do texto um do outro, como comentários. Twitter Widget Pro: pra listar nossos posts no Twitter ali na lateral. WP Quadratum: pra ter um mapinha com os últimos checkins da Dani no Foursquare. Youtube Feeder: pra embutir os vídeos que acabarmos fazendo na viagem ali na lateral. Widgetize Pages Light: pra poder usar os widgets do Twitter, YoutTube e Foursquare dentro de páginas e posts, não só na lateral do site.

Temas: queríamos um tema que parecesse algo de bloco de anotações, guia de viagem, diário sei lá, algo assim. O melhorzinho foi o Notepad do Nick La, que até que é pequeno, sem muita coisa afrescalhada e fácil de editar. Em algumas páginas eu botei manualmente códigos pra redes sociais ou pra carregar a rádio do Grooveshark.

Controle de versão: todos nossos arquivos importantes ficarão em múltiplos backups, mas a estrutura do site, documentos nossos, nossas planilhas de controle de custos e planejamentos, bem como scripts que acabei fazendo pra X coisas, fica em um repositório Subversion também no Dreamhost, tudo versionado. Inclusive acabei até versionando os documentos do Pages com nossas propostas de patrocínio que fizemos. Sem isso acho que seria meio tenso e bagunçado organizar tudo, principalmente o site com tanta modificação que fiz manual em estilos e imagens. Isso junto com o get-selections do dpkg permitiria recuperar tudo caso precisássemos de um netbook novo no meio da viagem porque o nosso morreu.

Apps de celular: o fantástico Theodolite, um app qualquer de lanterna e outro de conversão de unidades, um app pra Twitter, Facebook e Google Plus, Skype e o app do WordPress pra emergências. Tô levando o 1SE que parece bem legal pra aproveitar na viagem, app do CouchSurfing e Hostel World, além do My World Weather (que falaremos melhor em outro post sobre previsão do tempo na viagem). Embora não pretendemos ficar online muito tempo, vou usar o Wi-Fi Finder da JiWire que tem banco de dados offline e o Free Zone pra, cof cof, bem emergências. Star Alliance Navigator e Star Alliance FareFinder por ser o consórcio que usaremos pra procurar passagens e ter milhagem. Também o AutoStitch, e claro, os básicos do Google pra sobreviver por aí, menos o Google Maps que além de ser online hoje em dia é super lento. No lugar tenho usado e gostado muito do Galileo que usa o OpenStreetMap por baixo.

Truques gerais: aliases de shell pra fazer sync com iPhone e Android de forma simples, aliases de shell pra atualizações do site, sistema e afins, chaves SSH, aplicativo pra editar vídeo, áudio e imagens, alertas pra backups de tempos em tempos etc. Parafernalia mesmo.

Firulas

Aqui vão algumas coisas que pesquisei e queria ter preparado a tempo, mas que não deu ou ainda estou investigando se vale a pena e como fazer direito num contexto com redes ruins em lugares com pouca infraestrutura ou simplesmente falta de saco :-)

Animoto: a idéia do Animoto ainda tô vendo se vale a pena, ele é um serviço de criação de vídeos online a partir de fotografias ou clipes curtos de vídeo que você já tenha em algum serviço a parte ou no computador. Pareceu uma forma bastante prática de criar vídeos no YouTube a partir de um punhado de fotos. Famílias e amigos iriam gostar e teríamos trabalho quase zero. Mas custa né… e acabamos desistindo e nem usando.

GPS (tracking): tentei comprar fora do país o Spot Satellite GPS Messenger, um tipo de tracker. A idéia inicial era eu ter feito um mini-app web que checaria um lock no servidor semanalmente, se eu não pingasse esse mini-app no tempo ele removeria o lock e dispararia um envio de e-mail, SMS e mensagens pra pessoas determinadas com nossa última localização etc etc etc. Comecei a fazer e fiquei com preguiça quando vi o Spot, que é um GPS pequeno, com alta duração de bateria (o que dura mais que eu vi na pesquisa toda), super simples, com integração com Google Maps num portal dele e com o mesmo suporte a “modo de emergência” que eu havia pensado. Pô, legal né? Seria muito, se tivesse conseguido comprar… no fim das contas fiquei sem as duas soluções, e que se dane se tivermos um acidente né… podem chorar a vontade porque fui pouco paranóico :-)

Segurança: dei uma pesquisada pra ver se não valeria a pena ter uma VPN sempre disponível no netbook, pra dar um senso maior de “liberdade” e poder sempre sair pra Internet como de um país só, não tendo problemas de coisas não abrindo ou funcionando. Inicialmente iríamos pra China, por isso a idéia, mas no fim não ia ser tão necessário e abortei, deixando somente um Tor com Privoxy no netbook pra quando fosse fazer algo além de simples navegação pra matar o tempo (já que via Tor tudo fica mais lento e nem sempre terei banda disponível).

Ufa! É isso. Meio exagero mas é isso. Acredito cegamente que metade disso é paranóia nerd, mas não pude evitar. Não pretendo transformar minha viagem na viagem dos outros, não tirarei tantas fotos ou ficarei no celular assim, mas quis pelo menos poder fazer isso, caso desejasse.

Coisas que ficam para trás…

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arvore

Muita coisas ficam para trás em uma viagem RTW, afinal não tem como dar uma volta no planeta todo sem simplesmente esquecer da sua vida anterior. A lista de coisas pode ser material, emocional, grande, longa, enfim. Varia de pessoa pra pessoa, naturalmente.

Para mim, Caio, tentei deixar para trás o mínimo de segurança para quando voltássemos; sim, embora muitos duvidem, nós voltaremos, eventualmente. Procurações para tomarem conta de nosso apartamento, nos ajudarem com bancos e até com burocracia das faculdades já que saímos do Brasil pouco tempo antes de recebermos nossos diplomas. Até nossas plantas, que simplesmente adoramos, vão ficar bem cuidadas por alguém. Nossas contas de condomínio etc, idem. Nossos móveis que compramos pensando a longo prazo vão ficar. Nossos livros vão ser abandonados. Nossas roupas, doadas. Tudo fica para trás, menos o que cabe em uma mochila.

Sair do trabalho foi mais complicado que eu esperava, me senti mal em deixar pra trás um pessoal tão bom e um ambiente tão legal e estimulante (após algum tempo me fodendo por aí). Eu jurava que não sentiria falta do trabalho, mas me enganei, gostaria de um dia até voltar pra lá. Coleguinhas, vocês sabem quem vocês são :-)

As nossas coisas materiais mesmo não foram problema. Fizemos bazares, doamos muitos itens pros porteiros daqui do prédio etc, foi fácil. Nossos pais toparam dividir as caixas de coisas pra guardar inclusive, facilitou um monte as nossas novas vidas, e que bom que eles tinham espaço pra acumular tanta caixa de papelão. No início pensamos em alugar um contâiner para deixar tudo lá, mas não sentimos segurança nas empresas que fazem isso aqui. Infelizmente a cultura do “self storage” americana não colou ainda no Brasil. No fim das contas, pais são sempre mais confiáveis.

Pelo lado emocional, e até psicológico, ficam nós mesmos. Uma RTW não é algo ao qual sua personalidade sobrevive, sinto muito. Sabemos que o Caio e a Dani que irão voltar não são os mesmos que saíram. A enorme quantidade de despedidas que tivemos foi maior do que as de conhecidos que foram morar fora do país até, mas faz sentido, eles continuarão os mesmos, nós não. De certa forma aproveitamos pra nos despedirmos da gente mesmo, até cansar.

Na realidade, tudo pode dar tão errado que precisaremos voltar dentro de alguns poucos meses, sei lá, e aí sim voltamos nós mesmos, mas absolutamente frustrados. É uma possibilidade real… mas à princípio seremos completamente diferentes em questão de valores depois de quase um ano mochilando. Meu medo não é voltar diferente desse jeito, meu medo é voltar antes da hora, só isso.

Minha natureza mais ou menos estóica facilitou um bocado pra mim, acho. Não sei pra Dani. Ter na sua cabeça a certeza que tudo um dia perderá seu valor, tudo um dia vira pó e que é mais uma questão de como você aproveita as coisas e não como se recorda delas, às vezes triste em um quarto. Isso ajuda bastante dentro de você. Dito isso, se parar para pensar bem, praticamente nada fica para trás, afinal esse medo todo está só na sua cabeça. O mundo não se importa.

O que fica enfim são as nossas famílias, fantásticas, e amigos, que nos apoiaram em tudo, absolutamente. Todos esses nós vemos em breve :-)

Tic, tac, tic, tac

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nepal

Nossas experiências com couchsurfing

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Antes de falarmos dos nossos colegas couchsurfers e porque vamos viajar assim, se liga nesse vídeo muito animal que fizeram. Ilustra bem o que é couchsurfing!

Entramos em 2008 no CouchSurfing.Org por comentários de amigos que participavam e logo pareceu uma idéia legal: receber pessoas do mundo todo viajando querendo conhecer culturas, e também ser recebido igualmente. Muita gente desconfia e tem medo, mas os viajantes do site precisam de um mínimo de informações públicas no perfil, além de dar mecanismos de segurança. Não é como encontrar um estranho na rua e convidá-lo para entrar na sua casa. Você vê o perfil da pessoa antes e decide se as informações que ela forneceu são suficientes pra te deixar tranquilo. Se sim, libera o sofá!

Basicamente você entra no site, se cadastra, cria um perfil, confirma seu endereço através de uma taxa única no cartão de crédito e espera alguém pedir seu sofá emprestado pra uns dias. Se a experiência for legal, rola recomendações públicas, se for muito legal, rola uma espécie de voucher dizendo em outras palavras “essa pessoa é muito legal e confiável”. Tudo de graça, pra conhecer lugares através dos locais. Sem abuso, na camaradagem.

Não recebemos muitas pessoas até hoje, mas foram todas marcantes por algum motivo: um paulista simplesmente querendo um hotel barato sem muito papo, um francês ligado em 220v, um casal polonês dando uma volta ao mundo ainda mais animal, dois parceiros viajando o brasil numa moto velha (um argentino e outro australiano), e uma sueca de família iraniana.

Nossa primeira experiência, o tal paulista, nos marcou simplesmente por ser uma demonstração de como não fazer couchsurfing. Couchsurfing não é hotel, não é pousada barata. Tem que conversar, conhecer, se enturmar de alguma forma, qualquer forma. Pra quem quer surfar um sofá sem ser um mala, fica a dica: pesquise no perfil ou nas fotos da pessoa que vai te hospedar informações sobre o que ela gosta de fazer, puxe assunto, converse, pergunte, seja curioso. Nenhum host é obrigado a ficar olhando pra sua cara em silêncio enquanto assiste TV. Seja um surfer gente boa!

Esse perfil de surfer agradável era exatamente o perfil do Lou Alundra, o tal francês ligado no 220v. Ele ficou pouco tempo na nossa casa mas era um cara alto astral, super gente boa, engraçadíssimo. Fomos escalar com ele, levamos ele na feirinha do bairro onde nos divertimos com ele berrando “merda” em francês, achando que ninguém entenderia e mijamos de rir vendo Charlie The Unicorn, que ele nos mostrou pela primeira vez. Esses dias, porém, foram meio tristes. Só agora, quando fomos atrás dele pra nos hospedar em Paris, ficamos sabendo que ele morreu, um ano após ter ficado na nossa casa, e de um jeito bizarro demais pra falar aqui… ficamos bem chocados. Ele era um cara que sem dúvidas iríamos curtir encontrar de novo, uma pena :-(

Esse é o Lou com a mãe dele, que se tudo der certo visitaremos.

lou-alundra-couchsurfer
Já os poloneses Mateusz e Ania são talvez a outra força por trás da nossa vontade em viajar. Eles fizeram uma RTW ainda mais alucinante que a nossa, acampando mesmo, coisa de amor pra toda vida o cara levar a menina pra dormir sobre rochas pontiagudas numa montanha da Nova Zelândia no frio absurdo, onde filmaram Mordor nos filmes do Senhor dos Anéis! Os dias com eles foram bem tranquilos, eles estavam bem cansados e foi divertido fazer coisas banais como jogar video game, comer pastel e conversar. A idéia de montarmos um site, ir atrás de patrocínio e fazer a viagem como mochileiros veio deles :-)

mateusz-ania-cs
O Exequiel e o Tom, argentino e australiano, também foram uma forma de inspiração para viajar, mas nos deixaram com a sensação de que a nossa viagem é a mais segura e bem planejada possível: eles estavam viajando juntos pelo Brasil, indo do sul ao norte numa Honda CG dos anos 80 (sério). Chegaram em casa encharcados de chuva, tremendo de frio, tinham sido quase atropelados na estrada, foram assaltados por policiais, ambos meio que fugindo de problemas em casa. Dois pivetes. Triste e alegre ao mesmo tempo.

exequiel-tom-cs
Nossa última experiência foi a Sima, sueca de família iraniana que tava estudando Curitiba e queria vir pra cá entrevistar pessoas pra faculdade de planejamento urbano dela e experimentar a região sem romantismo e markenting da TV. Se virou bem andando sozinha de ônibus, teve algumas noites movimentadas (cof cof) e aprendeu até a cantar funk e dançar tango no meio da rua. Bem louquinha e engraçada, fomos seus primeiros hosts no esquema de couchsurfing!

sima
Se você um dia pensa em fazer uma viagem com couchsurfing, disponibilize seu sofá antes. Muitas pessoas pensam em couchsurfing como uma maneira de economizar dinheiro e acham que basta entrar no site, pedir um sofá e a noite de sono tá garantida, mas não é bem assim… vale a pena receber as pessoas antes pra entender o esquema e pegar o jeito.

Já falamos, mas não custa repetir: couchsurfing não é hotel! Nós escolhemos viajar com couchsurfing pra conhecer pessoas legais, trocar experiências e, principalmente, dicas do lugar onde você está, pois isso vale ouro. Só um local vai saber te dizer onde realmente é barato comer, como é a forma mais rápida de chegar em determinado lugar e mostrar pra você aqueles lugares fantásticos que não aparecem em guia turístico.

Nós tentamos ser hosts legais para nossos surfers, mas agora é a nossa vez. Esperamos que dê tudo certo :-)

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