Paraíso de Koh Lanta (e paradinha em Krabi)

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Depois de tirarmos nossa certificação de mergulhadores e passarmos 10 dias descansando na ilha de Koh Tao, era hora de… mais praia! Em vez de seguirmos para a turística ilha de Koh Samui, vizinha de Koh Tao, preferimos diversificar e conhecer outra parte do país, e a escolhida foi a ilha de Koh Lanta.

Praia exatamente em frente onde estávamos em Koh Lanta, dia típico sem nuvens e sol bom!

Praia em frente onde estávamos em Koh Lanta, dia típico sem nuvens e sol bom!

O único probleminha é que para isso precisaríamos cruzar a Tailândia de costa a costa, saindo do Golfo da Tailândia para a região do mar de Adaman, no sudoeste. Fizemos muita pesquisa online e tínhamos já esquematizado na nossa cabeça um caminho lógico e quanto mais ou menos isso custaria. A nossa surpresa foi descobrir que o nosso hotel vendia um bilhete combinado de Koh Tao direto para Koh Lanta pela empresa Songserm (que opera no país todo pelo jeito), por um preço que surpreendentemente batia com nossa expectativa de custo para os trechos isolados. Parecia bom demais pra ser verdade, mas resolvemos arriscar.

Não poderíamos ter feito escolha melhor. O bilhete combinado deles incluía tudo, tudo mesmo! Táxi até o porto de Koh Tao, barco até o porto de Surat Thani (com 3 paradas), ônibus até Krabi, táxi até o hotel para dormir em Krabi, no dia seguinte táxi até o porto de Krabi, van até o porto da balsa pra Koh Lanta, e a mesma van nos deixou na porta da nossa pousada na ilha sul de Koh Lanta. Pagamos 36 dólares por pessoa para um serviço de porta à porta impecável!

Pra fazer toda essa maratona tivemos que passar uma noite em Krabi, e foi um ótimo lugar para um pit stop. A cidade é grande, parece menos turística que Bangkok ou as ilhas, e o centro, onde ficamos, é repleto de lojinhas, restaurantes locais e barraquinhas de comida de rua. Não sabemos explicar o porquê, mas achamos que a cidade lembra muito cidades brasileiras. Bangkok já nos lembrou muito São Paulo, e Krabi lembrou muito algumas cidades litorâneas. Sei lá porque, talvez pelo desenho das ruas, os tipos de construções, o tipo dos camelôs e calçadas, a aparência geral. O “look and feel” é muito de cidade brasileira, mas com asiáticos nela. E um templo branco enorme e bem bonito, mas isso é um detalhe…

O detalhe...

O detalhe…

No centro de Krabi, próximo aos semáfaros decorados com estátuas dos homens das cavernas, acontece todos os dias uma feira de comidas baratíssimas e saborosas. Tem desde pratos prontos de arroz com porco, pad thai, arroz frito, friturinhas como rolinhos primavera, espetinhos de tudo quanto é tipo (o Caio provou um que era uma lula inteira), panquecas, pães, frutas e sucos fresquinhos. Foi lá que eu finalmente pude provar a popular dragon fruit, ou pitaia em português, que depois eu descobri que apesar de popular no sudeste asiático é originária da América Latina e é uma fruta de cacto que tem no Brasil!

Feirinha de Krabi

Feirinha de Krabi

Conhecemos um casal de brasileiros no barco saindo de Koh Tao, e eles nos acompanharam até Krabi e ficaram na mesma pousada que a gente. Eles também estão viajando por aí depois de terem ficado uns meses estudando em Londres e foi muito bacana passar a noite conversando e trocando impressões sobre os lugares comuns por onde passamos. No dia seguinte tivemos que nos despedir, pois nós iríamos pra Koh Lanta e eles para a turística Koh Phi Phi, que até então não estava nos nossos planos. Mais sobre isso adiante!

A chegada em Koh Lanta veio com um alivio muito bom. Estávamos querendo uma ilha não muito movimentada para passar uns dias tranquilos já que a Tailândia é uma grande balada festeira disfarçada de país, mas estávamos com medo que isso implicasse em poucas opções de lugares para ficar ou comer e consequentemente preços mais altos. Que nada! Sem fazer muito esforço, encontramos um lugar com bangalôs de bambu completos alguns metros da areia à 10 dólares! Não tinha luxo, mas tinha uma cama confortável com mosquiteiro, internet grátis, um chuveiro quente e uma varandinha massa com cadeiras pra passarmos o tempo como desejássemos :-)

Vista do bangalô no fim do dia

Vista do bangalô no fim do dia

Caio diz... à propósito, wifi na Tailândia é um absurdo de rápido e funciona bem em qualquer buraco, tá louco, banda larga na beira duma ilha baixando torrents o dia todo

Ficamos em Long Beach (junto de Phra Ae), a maior praia da ilha sul. Uma praia longa com bastante areia branca e um mar azul, calmo e quase sem ondas (que quando aparecem às vezes quebram até pra trás, veja aqui), e foi onde passamos a maioria dos nossos dias. Graças a esse mar calmo o Caio pode me dar umas aulas de natação. Eu sempre gostei do mar, mas tinha pânico de colocar a cabeça embaixo d’água e, com um pouquinho de aulas por dia eu fui acostumando e aprendendo a nadar. No último dia eu, Dani, já tava até plantando bananeira. Que evolução! :-)

Mãe, olha eu!

Mãe, olha eu!

O mar de Long Beach é bom porque é fundo e gostoso de ficar nadando, o único problema são as águas-vivas no final do dia. Deu quatro da tarde é começar a sentir queimadas na pele, mas dá pra aguentar, são minúsculas e o paraíso do lugar compensa. Passeamos pouco pela ilha, pois ela é grande e queríamos fazer apenas trechos em que pudéssemos ir à pé, nosso objetivo era relaxar e não fazer turismo desenfreado.

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Finalzinho da Long Beach

Em um dos dias andamos até a praia Hat Khlong Dao, mais ou menos 1 hora andando, pois parecia ser uma praia legal pra passar o dia, mas não gostamos muito porque a água é super rasinha, não chega nem nos joelhos e é cheia de pedras com milhares de filhotes de caranguejos na beira. Íamos matá-los sem querer até, não pareceu um bom lugar pra ficar. A parte boa foi que no caminho pra ela acabamos encontrando uma feira de comidas locais repleta de frutas, frutos do mar, verduras e comidinhas frescas e baratíssimas! Comemos um milho cozido que entrou pra nossa lista de melhores comidas da viagem! Ficamos empolgadíssimos com essa opção e voltamos lá no dia seguinte (e olha que era longe), só que descobrimos que ela só funciona na segunda-feira, foi sorte de termos ido lá justo no dia, mas só uma vez, pena…

Falando em comida, comparando com Koh Tao estivemos muito bem servidos em Koh Lanta! Os preços são bem mais baixos e, se estiver a fim de andar, dá pra achar boas barganhas. Perto da nossa pousada tinha um restaurante super simples, tocado por mãe e filha, que faziam uma comida bem preparadinha e os pratos custavam 1 dólar e meio, e um copão de batida de fruta natural por outro 1 dólar. Viramos clientes desde o primeiro dia!

Caio diz... puta merda, ah aquele frango sweet & sour, e o suco de maça!
Caminho diário

Caminho diário, tuk-tuk de guarda

Conhecemos também a praia Klong Khong, uma prainha pequena mais isoladinha onde passamos uma tarde bem gostosa, mas decidimos não voltar nos outros dias porque a nossa é de longe a melhor praia. Que sorte :-)

Caio diz... sorte é um restaurante duns suecos inaugurar na nossa chegada e termos um jantar chique de graça, com luz de vela e música ao vivo na areia :-D

Foi um total de 12 dias maravilhosos em Koh Lanta. A gente fica pensando no que fez dessa ilha tão especial pra gente, e por que 12 dias passam tão rápido que nem percebemos. Estando longe de casa por tanto tempo, rotina começa a fazer falta, e levei um susto como percebi o quão rigidamente seguimos a rotina que, sem querer, criamos naquela ilha. Parece louco dizer isso, que rotina faz falta, mas acompanhe comigo… acordávamos todos os dias no mesmo horário (o Caio lá pelas 8 já tava de pé); eu saía parar caminhar enquanto o Caio nerdeava no computador; depois íamos para o mar até perto do meio dia; almoçávamos quase sempre no mesmo lugar da mãe e filha; à tarde tinha a hora de comer uma fruta; depois mais praia com o sol já mais baixo; depois a hora do banho e o jantar; à noite assistíamos um filme e íamos dormir. Querendo ou não isso traz um conforto, o corpo relaxa, é só seguir o fluxo! Tem rotina mais doce que essa? :-)

Caio diz... tudo bem que nossa rotina era basicamente comer muito, ir no mar e se bronzear, comer mais e dormir
Agora a coisa ficou séria: ISSO sim é um pôr-do-sol!

Agora a coisa ficou séria: ISSO sim é um pôr-do-sol!

Quando já estávamos nos preparando para deixar essa vida de praia e seguir viagem, minha mãe me deu um presente de aniversário direto na minha conta bancária pra eu escolher aí sim o presente que quisesse. Não pensei duas vezes e tratei de convencer o Caio a visitar a famosa e badalada Koh Phi Phi. A gente já tinha pensado em dar uma passada por lá para conhecer as praias paradisíacas que a cercam, mas quando começamos a consultar os preços de hospedagem e alimentação por lá acabamos desistindo, não teríamos dinheiro para isso. Mas os planos mudaram de novo!