Feliz 2014!

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Chegou a hora de dar tchau pra 2013, um ano que pra gente foi inesquecível. Foi o ano de realizar o que ficou na cabeça e no papel por muito tempo, de conhecer lugares onde nunca imaginamos estar, de realizar sonhos e de aprender muito!

Mas o melhor de tudo é que 2014 está chegando novinho em folha, pra gente fazer dele o que quiser. Já que é hora de renovar os votos, pra todo mundo que deu uma passada por aqui esse ano, para 2014 desejamos…

Que tenha fartura…

Caio devorando um sanduichezinho em Sorrento, na Itália

Caio devorando um sanduiche humilde em Sorrento, Itália

…mas também saiba ser criativo nas dificuldades.

Sanduíche de ovo era o que tinha pra comer em Lauterbrunnen, Suíca.

“Sanduíche de ovo” era o que tinha pra comer em Lauterbrunnen, Suíça.

Que faça novos amigos.

Dani e Jorda, nosso colega de quarto em Johanesburgo, África do Sul

Dani e o Jorda, o lobo da nossa couchsurfer em Johanesburgo, África do Sul

Que tenha tempo pra relaxar…

Curtindo o descanso e a vista em Plettenberg Bay,  África do Sul

Curtindo o descanso e a vista em Plettenberg Bay, África do Sul

… mas que não falte ânimo pra chegar o quão alto quiser chegar!

Caio e Dani a 5.419m no Thorung La Pass, no Nepal

Caio e Dani à 5.419m em Thorung La, Nepal

Que se permita ser meio bobo às vezes.

Caio curtindo uma água de coco em Siem Reap, Cambodia

Caio curtindo uma água de coco em Siem Reap, Cambodia

Que tenha coragem sempre que precisar.

Dani atravessando o precipício a caminho do Tilicho Lake, no Nepal

Dani atravessando o precipício a caminho do Tilicho Lake, Nepal

Que não tenha medo de experimentar coisas novas.

Um bichinho no nosso Pad Thai em Bangkok, na Tailândia

Um bichinho no nosso Pad Thai em Bangkok, Tailândia

Que vença medos de infância.

Dani faceira plantando bananeira em Koh Lanta, na Tailândia

Dani faceira pela primeira vez plantando bananeira em Koh Lanta, Tailândia

Que realize algum sonho.

Dani saltando para o primeiro mergulho em Koh Tao, Tailândia

Dani saltando para o primeiro mergulho em Koh Tao, Tailândia

Que conheça lugares famosos…

dani e Caio no Musou do Louvre, em Paris, França

Dani e Caio no Museu do Louvre em Paris, França

…mas também paraísos escondidos.

A praia linda, isolada e vazia de Agia Theodotis na ilha de Ios, da Grécia

A praia linda, isolada e vazia de Agia Theodotis na ilha de Ios, Grécia

Que saiba improvisar!

A bota abriu no meio da trilha no Nepal? Silver Tape nela!

A bota abriu no meio da trilha no Nepal? Silver Tape nela!

Que finalmente comece a malhar…

Caio provando que é forte nas Pirâmides de Giza, no Egito

Caio provando que é forte nas Pirâmides de Giza, Egito

…ou que finalmente comece aquela dieta.

Lanchinho da tarde em Avignon, na França

Lanchinho da tarde em Avignon, França

Que veja que o melhor da vida é de graça! Seja uma paisagem…

Matheson Lake, Nova Zelândia

Mount Cook e seu reflexo no Matheson Lake, Nova Zelândia

…ou dormir de conchinha!

Luffy e Nesquick, nossos colegas de quarto em Barcelona, na Espanha

Luffy e Nesquick, nossos colegas de quarto em Barcelona, Espanha

Que contemple.

Caio no alto da Table Mountain, na Cidade do Cabo, Áfica do Sul

Caio no alto da Table Mountain na Cidade do Cabo, Áfica do Sul

Que sinta.

Dani no templo de Philae, em Aswan, no Egito

Dani no templo de Philae em Aswan, Egito

Que tenha companhia pra dividir tudo isso!

Lake Taupo, na Nova Zelândia

Lake Tekapo, Nova Zelândia

Que ame… ame muito.

Smack no Tilicho Lake, Nepal

Bitoca no Tilicho Lake, Nepal

E por fim, que nunca se esqueça do mais importante…

Nosso presente de partida que está guardando nos esperando em Curitiba :)

Nosso presente de despedida que tá nos esperando em Curitiba, Brasil :-)

Feliz 2014! :-)

Ano novo de bicicleta por São Francisco!

Ano novo de bicicleta por São Francisco!

Como e o que vimos cruzando a ilha sul da NZ

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Esse post vai ser mais fotos e paisagens do que texto, mas vale a pena mencionar a trabalheira que foi cruzar a ilha sul da Nova Zelândia. Foi uma correria em 8 dias, sendo que desses 4 foram viajando entre cidades e vilas com ônibus comum e ferry e saindo de avião. Pauleira que só aguentamos porque não tivemos dinheiro pra um carro nosso e o tempo era curto, ônibus dominou geral. Queríamos visitar uma das geleiras do país, e fizemos um ótimo passeio! Conhecemos um pouco de cada lado da ilha, todos os lados mesmo, mas ao mesmo tempo nenhum extremo geográfico delas. Não fomos até Milford Sound, nem até Invercargill ou Nelson, por exemplo. Fomos de Wellington, na ponta da ilha norte, até Picton na ponta oposta da ilha sul. De lá fomos até Christchurch, que não pareceu destruída por terremoto como nos falaram. Então cruzamos as paisagens mais bonitas de estrada que já vimos até Queenstown e de lá subimos até a geleira Fox. No mapa da Nova Zelândia, se desenhar uma linha no formato de um anzol ficará bem parecido com o caminho que fizemos pelo país… e isso aqui foi o que vimos na ilha sul, bem resumidamente :-)

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Sombra bonita na água azul mentira do Lago Wakatipu

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Panorâmica do alto do teleférico em Queenstown

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Geleira Fox! Fomos até o meio, mais próximo do paredão que do terminus

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Monte Cook na panorâmica do Lago Matheson

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Paisagem rural meio típica, sempre há ovelhinhas

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“Corre pra aparecer na foto também, olha o timer!”

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Lagarteando no centro de Queenstown

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Lago Tekapo, absurdamente cristalino e lindo

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Paisagem em volta do Lago Tekapo

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Cachoeira do Thunder Creek

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Possivelmente o Lago Wanaka

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Quando o motorista não parava pra fotos, o jeito era tirar de dentro do ônibus

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Cruzando o mar de Wellington até Picton

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Caminho de Christchurch até Queenstown… após Geraldine?

Jornada pela NZ em busca de uma geleira

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E la fomos nós atravessar a ilha sul toda da Nova Zelândia só pra andar sobre uma geleira! Desde quando conhecemos um rapaz no meio da viagem ficávamos pensando em qual iríamos. Muitos meses atrás ele nos recomendou ir nas duas que há no país, Fox e Franz Josef, mas só teríamos tempo e dinheiro pra uma delas e não sabíamos qual escolher.

Problema resolvido, visitamos a geleira Fox :-)

Problema resolvido, visitamos a geleira Fox :-)

O ruim da Franz Josef é que pra andar no gelo você precisa aterrisar nele de helicóptero, não dá pra ir andando, então ficou proibitivo pra dois mochileiros com fome. Fomos pra Fox mesmo, e a vila que serve de base pra quem vai lá é tão pequena que é só uma “avenida” e por acaso essa “avenida” é a rodovia nacional deles. Mas é bem fofinha :-)

Nossa saída com a única empresa licenciada pra operar na geleira era de manhã bem cedo, mas acordamos com o tempo incrivelmente feio, chovendo, frio etc. Na hora nos deram a opção de remarcar pro dia seguinte, e assim fizemos depois da super Dani checar no celular com o resto de bateria que tinha que a manhã seguinte seria de sol forte. Era isso, prometendo bem até, ou ir na chuva mesmo e com risco de não entrar no gelo. Foi uma correria conciliar todas as mudanças de horários e datas, não tínhamos onde dormir no dia seguinte, o albergue em Queenstown pra volta teve que ser cancelado etc, uma zona, mas deu certo e compensou.

Como a saída pra geleira seria agora à tarde, aproveitamos o novo tempo livre que surgiu e fomos pela manhã fazer uma caminhada até o Lago Matheson, de onde dá pra ver o Monte Cook todo com neve. Foram 12 km de ida-e-volta e quando chegamos não achamos tão espetacular a vista porque tinha brisa e a água do lago se movia muito. Cinco minutos depois parou tudo e fez um espelho na água pra se ver as montanhas que foi demais!

Vista do primeiro mirante no Lago Matheson

Vista do primeiro mirante no Lago Matheson, e Monte Cook no fundo

Engraçado que em nenhum lugar achamos dica pra ir no lago, ninguém se importa muito, é uma caminhada bem tranquila mas todos que até vão lá vão de carro e não se importam muito não. Isso faz pensar no quanto perdemos pela Nova Zelândia por não haver informação decente e acessível sobre como ir e ver e fazer coisas sem automóvel.

Já indo pra gelo gostamos bastante da organização e preparo do pessoal que cuida das trilhas e passeios na geleira Fox. São todos engraçados, emprestam todo tipo de equipamento e roupas, e até mochilas impermeáveis te dão pra levar suas coisas já que ali é onde mais chove no país todo, por isso as geleiras são tão grandes e se movem tanto. Falando nisso, há nas paredes deles fotos da geleira de vários anos, e hoje está bem menor que há 10 anos atrás, mas dizem que no topo ela tá em uma época de crescimento, mas o gelo demora pra descer. Dizem que daqui 10 ou 15 anos ela estará imensa novamente.

Pra eles isso é pouquinho gelo...

Pra eles isso é pouquinho gelo…

Foram só 15 minutos de ônibus até a entrada do parque. Originalmente onde hoje é o estacionamento é onde o gelo terminava, mas agora se tem que andar um pouco até o terminus, como chamam. Na concentração pra começar a caminhada a guia com picareta na mão explicava que ali é uma área de desabamentos e quais cuidados deveríamos ter etc e na mesma hora ouvimos um estrondo altíssimo. Na borda da montanha atrás da gente, do outro lado do rio, começou a desabar e rolar pedras e algumas eram enormes! Resquícios do gelo que sustentava as montanhas antigamente e que não está mais ali! Teve bastante poeira e foi animal de ver, principalmente por não ter sido nas nossas cabeças, e deu pra entender a seriedade do aviso da guia que também ficou impressionada.

Parece pequena né? Ache as pessoas pra ver a escala...

Parece pequena né? Ache as pessoas pra ver a escala…

Leva-se 1 hora andando pela base do vale onde tinha gelo até o terminus atual, e na entrada pra parte congelada te emprestam bastões de caminhada e grampos de metal pras botas. Pra quem andou sozinho no Nepal por lugar bem mais perigosos, é bem estranho alguém segurar sua mão pra atravessar três pedras sobre uma poça d’água :-)

Quando se finalmente pisa no gelo, dentro da geleira mesmo, é que se dá conta do tamanho do lugar. É bem maior que parece. A geleira Fox da NZ, pra terem idéia, tem 13km e é alimentada por outras quatro geleiras até chegar praticamente “na praia” em termos de geleiras. É muito baixa, incrível. O tal Lago Matheson que visitamos antes de ir lá, foi formado no final da última era glacial quando a geleira retrocedeu, e é muito longe dali! A velocidade com que ela se desloca é bem rápida, avançando mais de um metro por semana. Ela e a geleira Franz Josef são umas das geleiras mais rápidas que tem, às vezes 10x mais rápidas que geleiras normais, por isso foi tão incrível andarmos sobre a Fox :-D

Uma rocha monitorada que vem rolando geleira abaixo 9 metros por ano

Rocha enorme monitorada, rola geleira abaixo 9 metros por ano

As bordas do gelo são meio sujas pelo pó resultante do atrito entre pedras e dos desabamentos. É bem legal o padrão de poeira que deixam no gelo, às vezes se amontoam e o sol vai derretendo o gelo em volta do monte de pó cinza de pedra. Como ele não derrete porque o pó protege o gelo abaixo, a geleira tem regiões de “formigueiros” de pó e gelo, bem curioso.

Andamos por cerca de 1h30min no gelo, a guia até reforçava degraus com a picareta dela, já que segundo ela em 2 dias os degraus somem pelo movimento do gelo se não fizerem isso todo dia. Vimos muitos buracos de azul cintilante e profundos demais, com água caindo pra dentro até a base da geleira e por onde escoa até virar o rio que acompanhamos andando na trilha inicial. E ah, até tomamos dessa água! Absurdamente gelada, tanto quanto nas montanhas da Suíça e Nepal quando experimentamos, bem refrescante.

Na borda do gelo com a "trim line" pra fazer um vídeo

Na borda do gelo com a “trim line” pra fazer um vídeo

As pessoas do nosso grupo de trilha pela geleira não pareciam estar se divertindo muito pela falta de perguntas pra guia ou sorrisos ou até empolgação em andar por ali. Todo mundo com cara meio de cú. Nós dois estávamos achando o máximo tudo o que viamos, e eu, Caio, sorria sozinho o tempo todo. Devo ter sido a alegria da guia já que ninguém interagia com a empolgação dela hahah. Dani tava maravilhada, se sentia na muralha de gelo do Game of Thrones até, tirou foto em todos os cantos possíveis e falava “the winter is coming” de tempos em tempos :-)

Dani num dos buracos azuis sem fundo

Dani na entrada de um dos buracos azuis sem fundo

De volta no albergue no fim do dia conhecemos um alemão que tava sem grana e foi até lá só pra fazer uma trilha de graça e ver a geleira de longe. Tentamos explicar o que fizemos e convencer ele a não perder a oportunidade, que gastasse o que pudesse. É muito emocionante andar por cima e por dentro de uma maravilha natural como essa. Compensa com folga os 100 dólares por pessoa que pagamos na trilha de apenas algumas horas, a mais baratinha e simples de todas. Se tivéssemos mais dinheiro pra rasgar certamente faríamos um passeio de mais horas com direito a pousar de helicóptero quase na origem da geleira lá no alto. Foram 3 longos dias seguidos em ônibus até chegar na geleira Fox, mas valeu a pena demais, demais mesmo.

Wellington, capital fantasma porém ainda “cool”

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Na nossa jornada rumo ao sul da Nova Zelândia, seria mais que natural parar em Wellington. No final da ilha norte, capital do país, paisagens bonitas e couchsurfing fácil! Chegamos num começo de sábado à noite, achando que a cidade estaria movimentada mas que nada… fomos andando pela borda da baía e ruas do centro e não vimos ninguém. Wellington tava completamente vazia, como em um filme de apocalipse zumbi, só faltava eles aparecerem pra assustar a gente com o vento uivando pelas ruas.

Na primeira noite ficamos, por comodidade, num albergue de mais de 125 anos, o Cambridge, e no domingo aí sim fomos pra surfar mais um sofá. Fez até um sol, então tinha finalmente gente no que eles chamam de praia. Inclusive um cara 100% peladão deu “as caras” na Oriental Beach, de boa, andando tranquilo pelo calçadão!

Oriental Beach, no verão de água congelante deles

Oriental Beach, no verão de água congelante deles

Aproveitamos estar em Wellington e eu, Caio, me diverti horrores indo na Weta. Mais Senhor dos Anéis. Os escritórios deles ficam relativamente perto do centro, em Miramar. Do lado eles tem a Weta Cave, um museu em formato de caverna com tudo que puder pensar em bugigangas de todos os filmes que eles já produziram. Foram 4 dólares a passagem de ônibus e ele parou em frente, super fácil, vale o passeio ainda mais por ser de graça e incluir um filme sobre a história deles. O que não é de graça, é claro, são os itens animalescos que tem dentro.

Trolls enormes na entrada da Weta

Trolls enormes na entrada da Weta

Weta é foda, são a Industrial Light & Magic dessa geração, incrível visitar eles. Fomos num tour guiado por funcionários por dentro das oficinas deles, vendo processo de criação de peças físicas dos filmes, de espadas do Senhor dos Anéis a armas e robôs e aliens de Distrito 9. Tinha um cara fazendo algo na fresa em umas empunhaduras de espada até, e uma guria fazendo miniaturas pro reboot de Thunderbirds que eles tão produzindo.

Falando em museu, e pra variar é um lugar em que sempre batemos ponto, o nacional de Wellington é fantástico pelo preço super em conta: zero. São 6 andares de coisas sobre a história do país, geografia alienígena que eles tem e cultura maori. Nem demos conta de ver tudo em um dia inclusive! Tinha uma parte de geologia legal, com uma casa dos anos 80 com TV de tubo passando notícias do dia de um terremoto, e de repente a casa, com visitantes do museu dentro, começa a simular um terremoto :-)

Pra justificar estar em Wellington mesmo, só faltava mais um pouquinho de Senhor dos Anéis, de novo, rapidinho, só mais essa vez. Peter Jackson sempre faz as estréias mundiais dele no cinema Embassy, centenário na cidade. Então fomos com os couchsurfers ver Hobbit lá, em HFR e tudo, e nos deram os óculos 3D da sessão de suvenir 8-)

The Embassy

The Embassy

De natureza o que vale com toda certeza em Wellington é subir o Monte Vitória, em nome a rainha inglesa. Esperávamos ser meio sem graça mas do alto é bem bonito, o parque ao longo do caminho é bem fechado, dá sensação da cidade ser bem longe dali com trilhas de terra e raízes de árvores enormes, muitos pinheiros e… de repente, se vê toda a baía da cidade lá embaixo, e um avião cargueiro de guerra passando pelo seu lado rumo ao aeroporto (e arremetendo, baita oportunidade rara de ver!). Lá foi onde também filmaram a cena do primeiro Senhor dos Anéis quando os Nazgûl vão até a saída do condado pegar os hobbits e eles se escondem debaixo de um tronco, lá tem uma placa mostrando onde é o cenário mas nem achamos. E tudo isso do parque em uma área minúscula no meio de dois planos que emergiram de terremotos. Bizarro.

Oriental Bay do alto do Monte Vitória

Oriental Bay do alto do Monte Vitória

Do outro lado da cidade, em outro ponto de mirante, tem o planetário. Esse foi especial porque ter ido lá marcou território pra gente. Agora já fomos em pelo menos um planetário diferente em todos os continentes :-)

Ele é pequeno, muito pequeno, mas extremamente bem feito, e pra ir lá se pega o bondinho da cidade por 5 dólares ida-e-volta. A entrada, com exposição e show, custa mesmo uns 15 dólares. É caro pro lugar, mas como disse é bem feitinho. Tem uma sala imitando a ISS com um manche e telão pra você pilotar uma nave por órbitas até planetas do sistema solar, batendo em satélites e asteróides em primeira pessoa e tudo. Tem um painel com vídeos num telão de lançamentos de foguetes de carga pesada, e o chão do lugar treme com os graves do vídeo pra você sentir a potência, as crianças… e… hmm, eu… se divertiam! Toquei numa pedra trazida da lua que tem lá e fui no show, que foi repeteco do que vimos na Grécia, mas dessa vez em inglês pelo menos. O pós-show era com uma astrônoma do lugar e foi bem legal ela explicar como se navega de noite usando estrelas e como a mitologia de cada constelação se junta numa história só. Diversão pra mais de hora!

Uma coisa ótima em Wellington foi cozinhar de verdade. Nossos couchsurfers tinham um apartamento com cozinha ótima e não se importavam em nada, tranquilos demais. Como eram vegetarianos, inventamos uma madalena de cogumelos e legumes que até deu certo, virou receita nossa. E a clássica torta de banana da Dani, claro. Eles nos fizeram nachos com chili também, não dá pra não gostar de gordices quando se faz couchsurfing. Eles morarem perto do fim do centro com o subúrbio, com um hipermercado do outro lado da rua, ajudou bastante também.

Vista do nosso quarto na casa do CS em Newton, Wellington

Vista do nosso quarto na casa do CS em Newton, Wellington

Inclusive, nosso CS tem bilhetes pra vários jogos na copa ano que vem no Brasil e acabamos fazendo um desserviço pra indústria do turismo nacional. Acho que botamos tanto medo nele por segurança na NZ ser quase de fantasia que ele vai se borrar todo pra cruzar a fronteira da Bolívia pro Brasil, como planeja, mas acho que estará tudo bem…

"It's a matter of perspective" segundo Wellington

“It’s a matter of perspective” segundo Wellington

Wellington comprovou a fama de cidade “cool” da Nova Zelândia, tanto pelas coisas que se pode fazer nela quanto pelo baita vento gelado que nunca para naquele lugar, tá louco. É um cravo minúsculo no cú do mundo. Uma capital que parece mais vila do interior com uns prédios soltos no meio, mas foi super legal, aproveitamos muito bem e a beleza da região foi marcante.

Parque Nacional Tongariro: invadimos Mordor!

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Meio que não sabiamos como passear pela Nova Zelândia direito quando chegamos em Auckland, mas sabíamos que queríamos visitar uma das regiões em que filmaram Senhor dos Anéis! Afinal, aqui é a Terra Média como os locais tem orgulho em dizer, todo o país foi cenário pros filmes. O problema é que é tudo tão remoto e caro pra ir que sem carro, como nós estamos, fica complicado demais…

Um couchsurfer nos recomendou ir pro Tongariro, o parque nacional onde ficam vulcões ativos que foram usados pra filmar Mordor e a Montanha da Perdição na trilogia, e lá fomos nós! Achávamos que lá só havia trilhas de 3 a 5 dias e com reserva de cabanas, as chamadas Great Walks que são super populares aqui no verão. Mas não, tem uma trilha clássica chamada Passagem Alpina que dura 8h e muita gente faz em um bate-e-volta, convenientemente perto da parada do nosso ônibus. Perfeito!

Numa dessas estradas da vida, cara, sabe como é :-P

Numa dessas estradas da vida, cara, sabe como é :-P

O único vacilo nosso foi achar que a parada National Park era a do parque mesmo, mas não é. Ela é uma vila de algumas casas e um posto de gasolina que dista 20km das montanhas. Era onde nosso ônibus parava e tinha albergue disponível, então beleza, mas as opções de trilhas em volta são quase inexistentes. Se quiser ficar vários dias no parque pra fazer várias trilhas o melhor é ir de carona ou à pé ou de carro pra Whakapapa, a vila realmente na base das montanhas.

Nosso albergue parecia o mais vazio entre os três da vila que estavam funcionando, e eles tinham um esquema padrão da região pra quem faz a Passagem Alpina. Paga-se 25 dólares, te pegam às 7AM pra começar a trilha efetivamente às 8AM e esperam do outro lado do parque pra te levar de volta pontualmente às 4PM. Não terminou a trilha na hora? Azar, vai ficar na montanha esperando a boa vontade de caronas ou pagará um extra pra te recolherem, não tem choro. Isso é meio ruim porque te botam um limite bem pesado de tempo pra fazer um passeio incrível na natureza que poderia durar até o dobro do tempo se você gosta de paisagens diferentes. Mas dá pra aproveitar bem mesmo assim! Andamos em ritmo relativamente puxado e percebemos que nossas parciais batiam com os tempos de trilhas que haviam indicado em panfletos, então é só não embaçar muito pra fotos demais que todos se divertem :-)

Deixaram isso no começo da trilha... hmm, veremos!

Deixaram isso no começo da trilha… hmm, veremos!

Pros perdidos de plantão, essa região na Nova Zelândia é uma das mais legais pra nerds por vários motivos. Primeiro que o Peter Jackson quando adaptou pro cinema o Senhor dos Anéis ele não virou Sir da realeza inglesa por nada, a grana que ele trouxe pro país com turistas visitando os lugares naturais dos filmes é absurda e ele ganhou o título por isso. Segundo porque as principais cenas do desfecho dos filmes acontece aqui.

Ngauruhoe, ou Mount Doom, ou Montanha da Perdição

Ngauruhoe, ou Mount Doom, ou Montanha da Perdição

O parque Tongariro é Mordor na trilogia, a terra devastada que é onde o mal mora na história original. O vulcão por onde fizemos a trilha é simplesmente onde o um anel do Senhor dos Anéis foi forjado, e posteriormente também destruído. É ali que o senhor dos anéis, do Senhor dos Anéis, fica. Que passeio :-)

Dá pra ter noção da escala da paisagem?

Dá pra ter noção da escala da paisagem?

O caminho até lá passa por uma estradinha de terra preta vulcânica e pelo chatô onde ficou hospedada a equipe dos filmes, que era cinco estrelas quando construíram ele no pé do vulcão e hoje é três e meia parece. Vai saber o motivo da queda… :-)

Creio que o aviso veio meio tarde :-)

Creio que o aviso veio meio tarde :-)

A trilha começa apontando pra entre as montanhas vulcões Ruapehu e Ngauruhoe mas acaba começando no noroeste do vulcão que no Senhor dos Anéis é Mount Doom, a Montanha da Perdição. Sobe-se uma escadaria de rochas vulcânicas porosas e ultra duras enorme e cansativa, a Devil’s Staircase, depois passa-se por um vale (ou seria uma ravina ali?) entre o vulcão e a cratera de outras explosões antigas.

Dani felizona no topo do Tongariro

Dani felizona no topo do Tongariro

Pelo tempo e nosso ritmo dava pra subir o Monte Tongariro, que fica a quase 2.000 metros, então fomos lá ver a paisagem do altão, a vista pro vulcão seria boa já que não pudemos subir ele porque chegamos atrasados. Se tivéssemos chegado 1h antes teria dado tempo de subir o vulcão até a boca dele e ser pego exatamente às 4PM, pena!

Fato: vulcôes nascem de vagina das montanhas

Não vou descrever o que isso parece, mas é de um vulcão fêmea

A volta do topo do Tongariro até a Cratera Vermelha é bem absurda, paisagem quase alienígena com o tempo fechando lá em cima já após o horário equivalente de almoço.

Sombras no meião entre as montanhas, lá no alto

Sombras no meião entre as montanhas, lá no alto

A descida pela borda superior da Cratera Vermelha é incrível, demais mesmo. Eu descia pulando com os calcanhares e afundando a bota na areia preta fofa em uma ladeira longa em zigue-zague, foi bem divertido. Eu, Caio, me sentia na lua :-D

Trilha de formigas descendo a Cratera Vermelha

Trilha de formigas descendo a Cratera Vermelha

Passamos também pelos Lagos Esmeralda com cor e cheiro bem peculiar de região vulcânica, fediam apesar da beleza.

Bebeu morreu

Bebeu morreu

Como tava nublado nessa hora, as fotos no Blue Lake não ficaram muito boas, mas é um lagão bem bonito de se ver do alto antes de começar a descida pra base do parque, que parece que não terminará nunca.

Pessoas em escala perto dos Lagos Esmeralda

Pessoas em escala perto dos Lagos Esmeralda

Nossos joelhos sofreram um bocado, talvez por pensarmos demais neles na descida. Como a paisagem não muda muito, acaba sendo monótono e se pensa demais no cansaço. O engraçado é dizer que a paisagem fica monótona em um lugar desse. Em questão de horas perto de vulcões ativos soltando fumaça por onde pisávamos nós acabamos ficando mimados, isso sim!

Uma das lendas maori pra existência do Tongariro e dos vulcões e montanhas do parque é que um chefe de uma tribo uma vez decidiu subir a montanha dali pra tomar posse de toda terra que ele conseguisse enxergar lá do alto. Morrendo de frio no topo, implorou pros ancestrais que lhe aquecessem. Eles ouviram o chamado e mandaram explodir tudo com lava. Acho que deu certo se ele queria se aquecer :-)

Descendo pra ir embora, fumaça de vulcão subindo...

Descendo pra ir embora, fumaça de vulcão subindo…

Chegamos no albergue totalmente cansados no fim do dia, após quase 7h de trilhas com quase nenhum descanso. Após tanto tempo depois do Nepal, nossos corpos vadiaram demais e foi duro encontrar músculo pro dia todo de trilha. Foram 10km subindo até 2.000 metros e outros 10km em descidas íngrimes, mas foi demais. Lindo e cansativo, realmente demais!

Auckland, a maior mini cidade da Nova Zelândia

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Mudança grande de clima, finalmente! Chegamos com chuva fina e frio de gelar as pernas na Nova Zelândia, mas estávamos super felizes por finalmente aterrisarmos quase no “fim do mundo” onde o clima muda a cada 5 minutos, como todos gostam de lembrar aqui :-)

Dica de estréia: já deixamos pago o bilhete pra quando formos sair do país semanas depois, que do aeroporto pra cidade e mais a volta dá 23 dólares por pessoa. Chegar na cidade é muito rápido, o aeroporto é bem perto dela, ou ela que é bem pequena mesmo. É a maior cidade do país mas dá pra atravessar ela andando, é muito estranho isso. É quase uma capital mas tem atmosfera mais de interior que Curitiba, o que por si só é impressionante. Todos fazem questão de frisar como é a maior cidade, super movimentada etc mas pra gente, brasileiros, é um ovo sem ninguém nas ruas!

E foi bom voltar a fazer couchsurfing depois de meses, nosso CS em Auckland foi muito simpático. Saímos pra dar uma volta no bairro dele assim que chegamos e o tempo permitiu. No fim das contas andamos pelo centro todo de Auckland por ser tudo tão perto e minúsculo de verdade. Encontramos um tipo de feirinha de comidas e artesanato no Silo Park quando o sol saiu, e foi bom relaxar ali um pouco, cheio de crianças brincando e música legal tocando.

Domingueira ensolarada no Silo Park

Domingueira ensolarada no Silo Park

Estar em Auckland e não tentar subir algum mirante é perder uma grande chance, e não queríamos simplesmente subir uma torre de TV no centro que, embora famosa, é sem gracinha e não vale a grana. Fomos pro Monte Éden que é bem melhor, de graça e tem uma vista muito foda da cidade, além de ser a cratera de um vulcão extinto :-)

Do alto do Monte Éden :-D

Do alto do Monte Éden :-D

Toda segunda-feira no The Comedy Club (ou The Classic, não entendemos qual o nome real) no centro da cidade tem a noite de comediantes amadores fazendo “stand up”,  foi bacana pagar só 4 dólares pra rir um tanto. Um amigo enfermeiro do nosso CS até tava estreando lá e mandou bem. Tinha uns bons mas tão amadores que morriam de vergonha e estragavam tudo no fim, dava dó. Não é todo mundo que sabe fazer piada sobre clamídia hahah.

Rangitoto lááá longe, do alto do Monte Éden

Rangitoto lááá longe, do alto do Monte Éden

Aproveitamos muitas dicas do nosso CS e amigos deles pra passeios pela região, mas como não tínhamos muito tempo ficamos com algo mais próximo e conhecido. Pegamos um barco até Rangitoto, uma ilha pitoresca na baía de Auckland. Ela é uma ilha vulcânica toda “choquito” no solo e com vegetação não mais antiga que 200 anos, ainda crescendo.

Uma ilha vulcânica "choquito" seria assim

Uma ilha vulcânica “choquito” seria assim

Dá pra subir até a borda do vulcão e andar uma trilha de 15 minutos pela borda, muito legal. Dani aproveitou pra fazer check-in lá no topo, tinha sinal de 3G até! Inclusive, um chip local com 1GB de dados, SMS ilimitados e 100 minutos aqui dá 15 dólares pela “2 degrees” e vale a pena. O sinal deles é suficiente pra ver vídeos como se estivéssemos no wifi, que aliás costuma ser ruinzinho por aqui em estabelecimentos. Enfim…

Agora do alto de Rangitoto, pra devolver a vista

Agora do alto de Rangitoto, pra devolver a vista

No topo de Rangitoto encontramos duas excursões de criancinhas com os pais e professores. Uma de uma escola de brancos locais e outra de nativos maori. As crianças maori uma hora se juntaram todas e ficaram cantando no topo do vulcão e todos ficaram olhando, foi muito diferente e bonitinho. Fizeram até um haka meio sem jeito ainda no final.

...e uma ave em uma ilha choquito seria assim...

Qué!

A região em volta de Rangitoto é bem bonita, tem várias praias vulcânicas e trilhas pra se fazer, mas todas demorando entre 3 e 6 horas. Pra gente, que ia pegar o último barco de volta pro continente, não rolou aproveitar essa parte.

Nosso CS apesar de bastante ocupado e com horários bizarros trabalhando na emergência de um hospital ainda arrumava coisas pra fazermos com ele, como ir numa escola de acrobacias que uma amiga também do CS organiza na base de doações. Basicamente, se tiver uns trocados e a noite livre, toda terça-feira no ginásio da Grammar School for Girls da cidade umas 30 pessoas se juntam pra aprender bizarrices e fazer manobras divertidas.

Eles falaram que isso era só o aquecimento

Eles falaram que isso era só o aquecimento

Tem de tudo, mas ficamos no básico mesmo, tentando ficar de cabeça pra baixo nos equilibrando nos joelhos de alguém, erguendo e sendo erguidos, fazendo torre humana e eu, Caio, até consegui fazer uma ponte sem usar as mãos equilibrando com outro cara. Foi da hora! Pena que não dava pra ficar tirando foto e tentando não quebrar o pescoço, mas acreditem que tentamos várias piras malucas. E ainda fechamos a noite indo com um grupo da escola comer um curry muito bom ali perto, e “baratinho” pros padrões deles de 8 dólares por pessoa…

Falando em comida, Auckland é bem estranha. Por serem ingleses, comem peixe, batatas e curry, sem problemas. Esperado. Mas tivemos uma baita surpresa ao descobrir que não se vê muitas frutas kiwis por aí, o que ok até, nem é tão grande coisa comparado com a quantidade de lugares e pessoas vendendo sushi pela cidade. Sério, o que se vê de barracas de cachorro quente e salgados no Brasil se vê de sushi por aqui. Geralmente são bandejas com sushis enormes e bem bons, bem feitos mesmo. Pros padrões de preço dele já são baratos, mas os lugares e quitandinhas com sushi tem até happy hour com 50% de desconto. Dá pra comer uma bandeja de sushi bem boa por tipo sete reais ou coisa assim. E isso virtualmente em toda e qualquer esquina. Aqui é a sushilândia!

Fizemos muita coisa legal nos primeiros dias na Nova Zelândia, porém Auckland foi meio que o início de uma frustração com a qual ainda estamos tentando nos acostumar. Lá no começo planejávamos conhecer a Nova Zelândia de um jeito diferente, trabalhar por um tempo como é tão comum entre mochileiros aqui, alugar um carro para viajar por conta própria e ficar em acampamentos. É assim que a maioria por aqui conhece o país. A gente queria ficar 60 dias no país mas a volatidade do dólar ao longo dos últimos meses e a dificuldade em conseguir trabalho (pois não conseguimos aplicar para o visto pois estávamos na trilha do Nepal quando as vagas abriram e esgotaram em horas), fez a gente mudar para só 20 dias e viajando de ônibus mesmo e tentando couchsurfar o quanto desse.

Dizem que aqui é paraíso pra mochileiros. De fato, é tudo lindo e animal, as paisagens são alucinantes, mas só se você tem dinheiro sobrando e tempo senão não vai aproveitar muito não. Infelizmente é a realidade. Nossa viagem sempre foi mais baseada em observar, e a Nova Zelândia é um país de fazer. Todos os lugares explodem de dicas sobre onde ir e com diversas atividades incríveis pra explorar ao máximo o país, mas todas bem caras. É preciso ter a cabeça bem centrada pra não surtar e ficar triste por bobagem. O fato é que é virtualmente impossível ver tudo mesmo, não tem jeito, e já somos privilegiados demais por termos três semanas em um lugar tão fantástico!

Dani diz... aqui é paraíso de mochileiros mas achar preços e dicas pra fazer coisas independentes tá sendo uma decepção! o que tem é superficial, melhor é chegar no lugar e ver na hora… prepare-se pra sustos!

Em Auckland nosso passeio pelas duas ilhas do fim do mundo começou bem intenso, mas ver como vai ser o resto agora. Vulcões, montanhas, e geleiras nos esperam :-D

Transportes alucinantes pelo sudeste da Ásia

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Desde o começo da nossa volta ao mundo temos tentado variar bastante os meios de transporte que usamos entre cidades (e dentro delas), pra experimentar de tudo mesmo. Na Ásia, apesar de um pouco apreensivos inicialmente, não poderia ter sido diferente e ter valido mais a pena. Se você tem curiosidade com relação à preços no sudeste do continente, tem medos se funciona ou não, quer saber da qualidade e eficiência nos transportes por ali… pode ficar tranquilo: é barato, flexível e funciona bem.

Experimentamos de tudo na região, sentamos nossas bundas em vans, micro-ônibus, ônibus normais, paus-de-arara, caçambas de caminhonetes, balsas, barcos a remo e motorizados, trens, aviões, motos, carros e tuk-tuks. Reservamos um post inteiro pra falar sobre isso agora, porque se no norte do continente se tem trens bala, metrôs com mil linhas e chão tão limpo que se pode lamber etc. No sudeste é tudo mais hardcore e poucos falam do que tem ali!

Ônibus

É a forma mais barata de viajar entre cidades na Ásia, mesmo entre países. Usamos ônibus no Nepal, Tailândia, Malásia e Cambodia. Quando a viagem é de dia, os ônibus lembram os convencionais do Brasil, não muito espaçosos, mas todos eles com ar condicionado (que com o calor que faz na Ásia é item básico).

Eles gostam de colocar o nome de “vip” para indicar os ônibus que tem uma qualidade melhor e vão transportar na maioria turistas, mas quase sempre tinha locais viajando nos mesmos ônibus, o que mostra que o preço não é tão mais alto assim. Se você estiver se sentindo aventureiro, dá pra ir até uma estação de ônibus dos locais pra tentar pegar um ônibus menos “vip” mas a vantagem não vai ser grande, garantimos: você não vai conseguir pagar o mesmo que eles, certamente vão cobrar de você a “taxa turista” e o preço final vai acabar saindo o mesmo do ônibus “vip”, mas por uma qualidade menor e sem a segurança de te avisarem onde esperar e onde descer etc.

Em todas as vezes que viajamos à noite de ônibus nos surpreendemos com a qualidade. Os ônibus noturnos são bem melhores que os diurnos, em geral melhores até que no Brasil. Costumam ter televisão, cobertor e reclinam bem. De Hat Yai, na fronteira da Tailândia, para Kuala Lumpur, na Malásia, pegamos um ônibus noturno que as poltronas eram praticamente camas e com o dobro de largura de um assento (só três por fileira), o ônibus mais confortável que já viajamos na vida!

Ônibus na Tailândia são decorados por dentro, com babados e tudo

Ônibus na Tailândia são decorados por dentro, com babados e tudo

Vans e micro-ônibus

Viajamos de van no Nepal, Tailândia e Cambodia para viagens curtas de até 4 horas, ou transporte até cidades próximas para passeios específicos. É o normal pra todo mundo. O problema é que muitas vezes não se sabe disso até chegar no lugar e ver que o ônibus na verdade é uma van, que foi bem o nosso caso quando compramos o ônibus de Siem Reap, no Cambodia, para Bangkok, na Tailândia, e descobrimos que tínhamos que trocar por uma van apertada nas 4 últimas horas de viagem. No Nepal, o ônibus “vip” de Kathmandu para Pokhara custava muito caro e pegamos um micro-ônibus local para fazer o trajeto que leva 8 horas, viagem épica que entrou para a história como uma das piores viagens que já tivemos que enfrentar. Em resumo, viajar de van ou micro-ônibus é apertado e ruim, mas não tem muito pra onde fugir, você vai acabar usando porque é como fazem “conexões” por terra.

Oito horas nisso pelas "estradas" no Nepal \,,/

Oito horas nisso pelas “estradas” no Nepal \,,/

Barcos

Viajamos bastante de barco na Tailândia pois visitamos três ilhas em duas costas diferentes: Koh Tao, Koh Lanta e Ko Phi Phi. Dizem que os barcos noturnos de baixa velocidade e com colchões no chão para as pessoas dormirem são ruins e desconfortáveis, mas nós só experimentamos os de alta velocidade (pois eram os que estavam inclusos nos pacotes que compramos nas vilas, dos quais falamos mais pra frente). No golfo da Tailândia (onde ficam Koh Pagnan, Koh Samui e Koh Tao) a principal empresa é a Songserm, e achamos os barcos bem confortáveis e rápidos. Na região do Mar de Adaman do outro lado do país (onde ficamm Koh Lanta e Koh Phi Phi) existem várias empresas pequenas que fazem transportes. Para chegar até Lanta pegamos uma balsa, e de lá fomos até Koh Phi Phi com um barco de alta velocidade bem similar aos da Songserm.

Em geral é impossível não fazer uma viagem de barco pelo sudeste da Ásia sem usar algum outro meio de transporte que mencionamos nesse post. Sempre encaixam uma van, ou uma caminhonete, ou um tuk-tuk ou algo do tipo como conexão do e para as embarcações. Elas foram sempre limpas, pelo que nos lembramos, com deques decentes até pra viajar fora do barco vendo a paisagem. Ou dentro, com ar condicionado. Na verdade algumas delas até tinham algo similares a bares vendendo lanches e bebidas pros que se esqueceram de comprar algo antes de embarcar. Dá pra imaginar a qualidade das viagens, nada mal.

Barco fechado super decente e rápido na Tailândia

Barco fechado super decente e rápido na Tailândia

Táxis de todo o tipo

Usamos táxi no Nepal, Tailândia e Cambodia, e cada um tem o seu estilo mais comum: carro, tuk-tuk, moto ou caminhonete. O que todos eles têm em comum é a negociação de preços que tem que ser pesada e feita antes de entrar no táxi, se possível já perto do valor trocado que tem na carteira já que ser roubado na hora do troco não é incomum. Vale discutir mas não é eficiente, fazer cara de bravo e virar as costas ainda é a melhor estratégia pra começarem a te dar descontos! No Nepal a forma mais frequente são os carros velhos deles, apesar de encontrar bastante tuk-tuk de bicicleta nas ruas de cidades grandes.

Os táxis rosa-choque de Bangkok

Os táxis rosa-choque de Bangkok

Nas ilhas da Tailândia os táxis são quase sempre caminhonetes enormes que levam as pessoas e suas mochilas na caçamba. Às vezes tem escadinha pra subir e lugar pra segurar, às vezes tem que escalar pra conseguir subir e ficar se equilibrando nos banquinhos de madeira que colocam lá, emoção pura enquanto correm feito loucos. Nas demais cidades da Tailândia e no Cambodia o jeito mais normal de se transportar são os famosos tuk-tuk feitos de moto, que além de serem mais baratos que táxis comuns são mais rápidos porque conseguem furar um pouco o trânsito. Em alguns casos os táxis são mais alternativos: em Bangkok enviaram um táxi para nos buscar que era uma moça dirigindo uma scooter, que levou eu e o Caio juntos na garupa. Pra levar a galera da estação de ônibus até o porto de Surat Thani, na Tailândia, o táxi que estava incluso era um pau-de-arara cheio de gente com cara de sono no meio da madrugada.

Tuk-tuk à mil por hora no Cambodia

Tuk-tuk à mil por hora no Cambodia

Avião

Viajamos de avião duas vezes na Ásia. O vôo do Nepal para a Tailândia fazia parte do nosso bilhete RTW e viajamos de Thai Airlines, a melhor companhia aérea de toda a viagem. O serviço de bordo deles é excelente, comida muito boa, simpáticos e o entretenimento de bordo é simplesmente o melhor com filmes recentes. Fizemos também de avião o trecho de Singapura para Phnom Penh, no Cambodia, pois encontramos uma passagem pela Tiger Airlines pelo mesmo preço de se viajar de trem mais ônibus dando a volta no golfo todo. Foi a primeira vez que viajamos com companhias de baixo custo com as nossas mochilas como bagagem de mão e estávamos um pouco apreensivos, mas eles nem quiseram pesar (nem olharam pra elas, na verdade). Na hora do check-in implicaram um pouco porque a gente estava indo para o Cambodia sem passagem de volta, pois íamos comprar a saída do país de ônibus lá mesmo, mas quando mostramos que tínhamos passagem aérea marcada para sair da Ásia via Bangkok eles nos liberaram. Se procurar com antecedência dá pra achar ótimos preços, quanto maior a distância mais chances tem de o preço de avião bater o preço de viajar com outro meio de transporte.

Trem

A gente queria ter viajado mais de trem pela Ásia, mas o trecho que queríamos fazer de Bangkok até Chiang Mai, no norte da Tailândia, estava temporariamente fora de serviço. Acabamos experimentando somente o trecho de Kuala Lumpur a Singapura, uma viagem de 8 horas durante o dia mesmo pois era mais barato. O trem diurno é bem simples e viajamos sentados, mas pra quem prefere o conforto de viajar deitado tem também o trem noturno com camas, que pelo que dizem são muito boas. Trem não é conhecido como um transporte muito comum no sudeste asiático, mas dá pra atravessar a Tailândia de trem, ir de trem até os portos para as ilhas, ir para a Malásia e Singapura e até atravessar o Vietnã inteiro de trem! Foi uma pena não podermos ter viajado mais assim, mas pra quem interesse é fácil achar online todos os detalhes da malha logística e ferroviária do sudeste asiático.

Pacotes de transporte

Taí o que mais nos chamou a atenção durante nossas viagens pelo sudeste asiático: a facilidade de viajar. Em qualquer outro continente, viajar independente é muito mais barato do que comprar pacotes por agências de viagem. Mas não no sudeste asiático, não mesmo. Quando chegamos na Tailândia estávamos com todo o nosso trajeto de viagem e os preços mais ou menos projetados na nossa cabeça, como sempre fizemos, e tivemos uma surpresa em descobrir que os hotéis e até os albergues mais simplórios esquematizavam todo o transporte para onde a gente quisesse pelo mesmo preço (e às vezes até mais barato) de comprar as passagens sozinhos.

A primeira vez que fechamos um desses pacotes foi saindo de Bangkok, e ele incluía um ônibus até a cidade de Surat Thani, transporte até o porto e o barco até a ilha de Koh Tao para fazer nossos cursos de mergulho. Às 4h da manhã o ônibus parou e falou para nós e outras três pessoas descermos e esperar ali, o único lugar iluminado da rua, que em meia hora viriam buscar a gente pra levar pro porto. Descemos morrendo de medo, obviamente. De sermos assaltados, de chegar o tal transporte e quererem cobrar um extra pra nos levar até o porto e depois extra pra ir até a ilha etc. Já tinham pegado nossa passagem e nos deixaram apenas com um adesivinho na camiseta como recibo, vai saber. No final deu tudo certo, o transporte apareceu na hora combinada e chegamos ao nosso destino tranquilamente.

É muita tecnologia esse controle com adesivo nas camisetas. Todas as vezes que viajamos foi assim: pegam o seu bilhete e colam um adesivo na sua roupa com a cor ou formato indicando o seu destino. Quer saber se está no grupo certo? Olhe para o tipo do adesivo das pessoas perto de você, se for o mesmo que o seu você está bem! Nas primeiras vezes desconfiávamos muito, perguntávamos 500 vezes para onde estávamos nos levando, mas finalmente entendemos: não importa quem te vendeu ou quanto você pagou, se você está com o adesivinho certo colado em uma parte visível do seu corpo eles vão te levar onde você precisa ir com stress beirando a zero :-)

Compramos vários bilhetes incluindo os mais variados tipos de transporte e não tivemos nenhum problema, em todas as vezes apareceu alguém pra buscar a gente na hora combinada e nunca quiseram cobrar extra em nenhum trecho. Acima tem uma tabela com os gastos entre cidades e países na Ásia, pra referência.

O pacote mais absurdo que compramos foi para atravessar a Tailândia, saindo de Koh Tao até Koh Lanta, cruzando o país de costa a costa horizontalmente. Isso incluía táxi da pousada até o porto de Koh Tao, um ferry para Surat Thani (passando por Koh Samui e Ko Phangan no caminho) e ônibus em Surat Thani até Krabi. No dia seguinte, táxi até o porto de Krabi, van do porto de Krabi até um terminal de balsa e depois a mesma van até a porta do nosso bangalô em Koh Lanta. Serviço de porta a porta pra atravessar o país inteiro? Fala sério. Agora imagine o trampo de comprar cada um desses trechos isoladamente e fazer os horários encaixarem… não vale a pena fazer sozinho.

A lei dos transportes pela Ásia é a seguinte: não adianta querer fazer nada com antecedência ou agendar pela internet, o melhor jeito é chegar no lugar e resolver. De horários a preços. A gente costuma fazer tudo com antecedência e organizar tudo antes pra prever gastos e evitar imprevistos, então pra gente foi meio difícil entender isso no começo mas não tem muito como fugir dessa regra.

Com hospedagem é a mesma coisa. Vale a pena olhar o site do Hostel World e similares para entender quais são as opções nos lugares que irá visitar, mas a maior parte deles cobra mais ou até o dobro se reservar online. Chegue primeiro na cidade e vá perguntar quanto custa uma cama na hora e te falarão um preço bem mais camarada. Se não gostar, tente sair pela porta pra procurar outro lugar e os descontos começam a soar nos ouvidos. Logística no sudeste da Ásia é bem mais tranquilo do que se imagina, pode confiar que é disso que sobrevivem e sabem fazer direito :-)

Conhecendo Bangkok mas não conhecendo

Sem comentários

A Tailândia foi o ponto inicial e final da nossa passagem pelo sudeste asiático. Nosso vôo chegava e saía de Bangkok, dando liberdade pra viajarmos o quanto quiséssemos entre uma coisa e outra. Quando chegamos na cidade não a aproveitamos porque queríamos ir logo para as ilhas para pegar o tempo bom pra mergulhar, e no final acabamos enrolando nossa volta devido às manifestações contra a primeira ministra da Tailândia, que estavam pegando fogo por lá e já haviam matado pelo menos 5 pessoas. Acabamos tendo somente dois dias de verdade na cidade, e eles foram um misto de despedida com zica.

formigueiro da Khao San Road à noite

formigueiro da Khao San Road à noite

Compramos bilhete do ônibus de Siem Reap, no Cambodia, pra Bangkok por 11 dólares por pessoa e a viagem foi longa, 10 horas no total. A passagem pela fronteira foi feita sem problemas, mas foi super cansativo. As filas para saída do Cambodia e entrada na Tailândia ficam à uns 250m uma da outra, mas a distância pareceu multiplicada por 10 com o calor, mochilas e filas intermináveis. Sobrevivemos a isso e ainda tivemos que enfrentar as últimas 4 horas de viagem na primeira fileira de uma van, do lado do motorista. Chegamos na Khao San Road moídos!

Respiramos fundo e encontramos o último resquício de energia que nos restava para ir até o centro de Bangkok para o encontro semanal de couchsurfers da cidade. Não queríamos perder ele pois fazia tempo que não víamos pessoas do CS. Só que foi zica do começo ao fim… foi bem difícil negociar preço de tuk tuk porque a cidade estava parada com os preparativos do aniversário do rei no dia seguinte, ninguém queria nos levar pelos preços normais. No final encontramos um que topou desde que a gente aceitasse visitar a loja de um amigo dele, no meio do caminho, só olhar e sair, pra garantir uma comissão pra ele. Jogada clássica.

Agora imagine a situação: dois mochileiros suados, cansados depois de viajar o dia todo, sem banho, entrando em uma loja de alfaiataria fina e olhando o preço de cintos, que foi a única coisa que achamos ali que seria admissível um casal nessas condições estar comprando em uma loja desse naipe. Sério, situação constrangedora, ficamos os 5 minutos que o motorista pediu e saímos. É ridículo isso mas tem por toda a cidade, os lojistas pagam alguns motoristas de tuk tuk uma comissão para eles levarem as pessoas ali mas não faz o menor sentido. O mais bizarro é que se eles fazem isso é porque tem gente que compra…

A zica continuou quando o tuk tuk nos deixou na estação errada de trem (uma após a cerca) e andamos por 1 hora até descobrir isso, porque a pessoa que passou o endereço do encontro deu nomes de loja como referência, em vez de nomes de rua.

Caio diz... não só isso, mas as referências dela TAMBÉM batiam com as do lugar errado! zica absurda

Chegamos no encontro 1 hora atrasados e com todo mundo enturmado já, mesas todas cheias sem espaço, acabamos ficando deslocados. A única parte legal foi conhecer um canadense filho de uma chinesa e depois de um tempo de conversa descobrir que ele fala português, pois a mãe dele nasceu na China mas foi criada do Brasil! Ficamos um tempinho lá mas acabando indo pra casa cedo, não foi nosso dia de sorte.

Muito viscoso, mas muito gostoso!

Muito viscoso, mas muito gostoso!

No dia seguinte era o aniversário do rei e a cidade inteira estava em clima festivo. Filmes na TV rodavam em torno da imagem dele. As ruas todas decoradas todas de dourado. Todo mundo vestindo alguma peça de roupa amarela, e à noite todos os locais na Khao San Road pararam para cantar para o rei, todos os vendedores com uma vela amarela na mão e no final um show de fogos de artifício impressionante digno de festas de Ano Novo. Foi bem bonito, e nosso jeito de entrar na festa foi finalmente comer insetos pra experimentar! O potinho com três tipos diferentes custa 3.5 dólares, exceto barata d’água e escorpião que são bem mais caros e à parte. Escolhemos grilos, gafanhotos e larvas fritas.

Eu, Caio, sou suspeito pra comentar porque adorei. Tínhamos comido formigas no Cambodia e achei elas deliciosas, dão um sabor de tempero na carne e são crocantezinhas. Os grilos são normais, nada muito legal, meio sem gosto por serem pequenos mas salgadinhos. Gafanhotos são super crocantes, gostei muito, mas evitamos comer a parte final das pernas abaixo das juntas dos “joelhos” porque tem muitos pêlos duros tipo espinhos que espetavam. Agora, as larvas fritas, malandro… são MUITO boas! Bem crocantes, claras, com sabor suave e até lembram aqueles Salgadinhos Torcida, manja? Viscoso, mas gostoso! Recomendadíssimos :-)

É nóis pagando de turista

É nóis pagando de turista

Decidimos, mesmo com pouco tempo, visitar o mercado flutuante de Damnoen Saduak que fica uns 100kms de Bangkok parece, mas pela primeira vez nos arrependemos. Pacote turístico tinha que ter algo ruim no meio, senão não seria pacote turístico. Pagamos 10 dólares por pessoa pela viagem mais 5 dólares por pessoa pelo barco a remo para andar pelo mercado, saindo às 7h da manhã e voltando às 13h. Vieram nos buscar em uma moto e fomos eu, Dani, o Caio e a menina piloto na mesma scooter até o local onde a van estava esperando. Mais de duas pessoas na moto é bem normal por lá, mas não achei que íamos experimentar isso! Depois de 2 horas de van, pegamos o barco a motor pra chegar lá, mas estava muito estranho, tudo vazio. Passamos por um portal que dizia “welcome to the floating market” mas estava tudo fechado. Provavelmente por ser no dia seguinte ao aniversário do rei, o mercado estava acontecendo somente em uma rua. Foi o que chutamos.

Vendedor local

Vendedor local

Trocamos de barco para fazer o passeio e pegamos um barco a remo que iria andar com a gente por lá por 30 minutos. Só que foram 10 minutos andando e outros 20 parados no congestionamento com a borda dos outros barcos batendo nas nossas cabeças ou costelas. A gente não tinha ido ali pra comprar, mas se tivéssemos ido com essa intenção teria sido ainda pior, porque com toda essa muvuca era impossível acessar qualquer barco vendendo coisas.

Vendedores puxam turistas com ganchos lá

Vendedores puxam turistas com ganchos lá

Não acredite se disserem que o mercado flutuante é um passeio local, pois de local não tem nada. Não vimos absolutamente nenhum local comprando nada por lá, apenas vendendo bobagens. Todas as bugigangas e comidas que encontramos lá tinha na Khao San Road por menos da metade do preço, e é bem esse o esquema deles. Nessa muvuca, se você se interessar por alguma coisa não dá tempo nenhum de negociar preço, é pegar e soltar o dinheiro. Só que infelizmente o lugar é cheio de turistas asiáticos (chineses especialmente) que infelizmente não se importam de pagar o preço de for por 30 minutos de glamour estúpido.

No começo do passeio o pessoal do barco tirou uma foto de cada um no barco (ou casal, no nosso caso), e na saída de lá jogaram mais uma super estratégia de vendas: eles imprimem a foto de TODO MUNDO em pratinhos de louça decorados para a pessoa comprar, um por pessoa! Eles ficam observando quem está saindo do mercado e, num passe de mágica, aparecem com o pratinho com a sua foto na mão. Dá até um tilt no cérebro “no, thank… oi? eu?” que dura uns segundos até entender a jogada. Obviamente nós não quisemos, mas nos 10 minutos que ficamos esperando na hora de ir embora vimos umas 3 pessoas comprando, mais pela surpresa de ver uma foto sua do que qualquer outra coisa. Apostamos que duas chinesas caíriam no esquema e pagariam o preço sem nem negociar. Ficamos olhando elas chegarem e foi tiro e queda. Turistas chineses são todos iguais.

Embora caras demais as comidas que vendem lá parecem ótimas

Embora caras demais as comidas que vendem lá parecem ótimas

Fomos embora de lá super arrependidos. Não apenas pelo dinheiro, mas também porque disperdiçamos um tempo que já não tínhamos! O passeio é fotográfico, as fotos que tiramos de lá ficaram ótimas, mas é só isso. E na realidade pras fotos ficarem boas você tem que ser insistente e tentar sempre uma posa diferente até que os turistas sumam da frente da lente, porque é tanta gente no lugar que as fotos quase não ficam boas. Triste. Nada local, preços ruim, congestionamento de barcos, só turistas sem noção… não recomendamos :-(

Olhando assim nem parece que é uma zona de gringos né

Olhando assim nem parece que é uma zona de gringos né

Como nosso tempo foi bem corrido, acabamos não saindo muito da região da Khao San Road, a avenida dos mochileiros de Bangkok. Por um lado lá é muito bom: se tem tudo à mão, comidas são muito boas e relativamente baratas, preços sempre negociáveis e tudo funciona até de madrugada. Por outro lado: é uma rua absurdamente baladeira com músicas altas se misturando o tempo todo a ponto de à noite não ser possível nem conversar na rua, e por isso os hotéis ali são barulhentos (além de caros). Tendo conhecido as ilhas de duas regiões da Tailândia, é impossível não notar a diferença no jeito das pessoas, o pessoal de Bangkok não tem aquela simpatia e receptividade que encontramos nas ilhas, parece que não aguentam mais turistas. São todos os mais curtos e grossos quanto possível, pra não dizer mal educados mesmo. Se tivéssemos passado apenas por ali a impressão do país teria sido totalmente diferente, mas sabemos que os tailandeses de forma geral, fora da capital, são receptivos e simpáticos.

Outra coisa que nos deixou com uma impressão meio ruim da cidade foi a quantidade de mulheres locais “acompanhando” os gringos e pessoas oferecendo drogas pra gente em cada esquina, descaradamente mesmo. No hotel em que estávamos, todos os dias vinha uma tailandesa com cara de viciada que acabou de sair de uma rehabilitação com braços marcados e pele toda manchada, que acompanhava um turista até o quarto e depois descia sozinha, muito foda. Se tem isso ali na Khao San Road é porque tem turista filho da puta que quer. Se você acha isso bonitinho e bacaninha pra aura de “país da fantasia” da Tailândia, você é outro filho da puta, porque é um baita país que não precisa dessas coisas. O mesmo vale, infelizmente, pro Brasil.

Para completar nosso adeus à Ásia acabamos ficando em um hotel bem ruim porque não encontramos lugar em outros que conhecíamos. Era meio sujo até pros padrões asiáticos, com chuveiro gelado (um dos piores da viagem toda, pior que no Nepal) e a internet não funcionando direito com a gente precisando ver várias coisas pra nossa chegada na Nova Zelândia. Não foi fácil manter o bom humor, mas já era fim da Ásia e de passeios bem legais, tava valendo…

Sobre as manifestações que fizeram a gente adiar a nossa chegada, vimos assim que pousamos na Nova Zelândia que dissolveram o parlamento e convocaram eleições assim que saímos do país, mas nao vimos nada nas ruas antes disso. Pode ser que eles esconderam bem e blindaram as áreas com turistas, ou pode ser que foi tudo meio nos bastidores por causa do aniversário do rei, não sabemos. A região dos protestos e brigas com polícia e exercíto não era tão perto da Khao San Road, era mais próxima da área universitária, mas como trocentos prédios do governo já haviam sido tomados pela cidade, talvez pudesse chegar algo ali, mas não chegou. A imagem do rei, o com maior tempo de coroa no mundo, é venerada quase como deus por todo o país. Os manifestantes ainda não estão contentes e pedem pra ele intervir na bagunça com a primeira ministra, mas ele é tão velhinho que quase dá dó.

É uma pena que depois de um longo período viajando pela Ásia a gente tenha terminado o continente com esses dias meio azedos. Não sabemos se foi por falta de sorte, falta de tempo, passeio mal escolhido ou se a cidade simplesmente não agradou a gente. Sabíamos que havia lugares diferentes pra visitar, mas já estávamos cansados de templos, ruínas e parques. Considerando que foram só 2 dias no total de 106 que passamos na Ásia, achamos que fechamos com um saldo bastante positivo :-)

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