Aug 29 2013
dani e caioasia, nepal, rtw
Dia mais longo que planejado, de 10km fomos pra 13km, com muita água na trilha, cachoeiras, poças e rios cobrindo o caminho. Saímos não muito cedo, 8h, não suficiente pra fugir do sol forte. Chegamos na hora do almoço, muita construção de estrada e pontes no caminho. Já encontramos um gringo, um coreano falador com carregador pŕoprio, mas ficou pra trás. Um cachorro nos seguiu por boa parte do caminho, até correu e latiu na frente pra assustar um grupo de macacos na trilha pra gente! Deveríamos ter parado na pousada azul do lado da cachoeira grande antes de entrar na vila. Lá era MUITO melhor que o barraco de compensado e metal em que estamos. Conhecemos um israelense e um alemão gente boa, moleques, deram ótimas dicas pra Nova Zelândia! Foi duro dormir com tanta cigarra apitando. — Caio
Finalmente iniciamos a trilha! A caminhada de hoje foi bem tranquila, apesar de mais longa do que imaginávamos e me deixou mais calma quanto a minha principal preocupação: o peso da mochila. Cada um de nós está carregando perto de 10 kgs, minha mochila é de 34L e a do Caio é de 42L, ambas Deuter. O caminho hoje foi bastante plano, isso facilita bastante, mas não senti dor nas costas em momento algum! Já estamos carregando elas há mais de 5 meses, mas nunca tínhamos andado tanto com ela nas costas… vamos ver como será quando a inclinação começar a aumentar. Bom, falando da trilha em si, esta primeira parte segue uma estrada de Besisahar a Buhlbule, então nada de grandes dificuldades, só seguir. A temporada está começando ainda, então estamos sendo recebidos no caminho com muitos sorrisos e “namastês”, que na verdade significam “turista querido, que saudades, por que você não fica aqui na minha pousada?”. A trilha está tão vazia que encontramos no caminho somente um outro trilheiro, um coreano e seu carregador, e também um cachorro que nos acompanhou por boa parte do caminho. O vilarejo onde paramos, Ngadi, é bem pequeno (deveríamos ter ficado em Buhlbule onde tinha mais opções de pousada), mas encontramos um guesthouse decentinho, um quarto bem simples (e cheio de teias de aranha, bem começo de temporada) por 2 dólares! Ainda não sabemos se teremos energia elétrica à noite, mas estamos tão cansados que se tivermos que dormir assim que o sol se pôr não vamos reclamar. A pousadinha fica às margens de um rio e a mesa onde servem a comida fica ao ar livre, bem gostoso. O dono do lodge já veio perguntar duas vezes se queremos uma cerveja, que custa 3,5 dólares (um dos itens mais caros do menu), valor que daria pra ele passar a semana por aqui… sinto que os donos das pousadas vão nos odiar, pois nosso plano é sempre comer as comidas locais e nada de coisas caras (refri e cerveja nem pensar). Agora pouco chegou um israelense e um alemão aqui, teremos companhia por hoje! — Dani
Aug 29 2013
dani e caioasia, nepal, rtw
Pra chegar no início da trilha em Besisahar pegamos um microbus (uma van, mas é como eles chamam) na rua de fora da estação de ônibus, norte de Thamel, na Ring Road. Foram 450 NPR por pessoa pra 7h de viagem. Foi tenso, calor absurdo, mas não choveu pelo menos. Dani pareceu sofrer mais. Tive viagens piores no Egito, não deu pra reclamar dessa vez. Música nepalesa alta, motorista estilo lotação no Brasil, mas os gringos exageram nas descrições ainda assim. Paramos em frente ao posto do TIMS na chegada à vila, ficamos numa pousada do outro lado da rua e comemos arros e chá e finalmente conhecemos nossa primeira privada squat mas ei, tem até wifi aqui, e uma montoeira de pássaros fazendo bagunça no pôr-do-sol :-) — Caio
Para chegar ao ponto inicial do circuito, decidimos pegar o micro-ônibus local (USD 5) em vez do ônibus turístico (USD 20). As duas cidades ficam a 180km uma da outra, mas pela qualidade ruim das estradas a viagem leva 8 horas, e foi TERRÍVEL. Quatro pessoas por fileira, na nossa fila 2 locais espaçosas além de nós, um calor do inferno, estrada sinuosa, música alta e um menino que pediu uma sacola para vomitar (minha paz acabou nesse momento, pois tenho pavor disso! no final ele nem vomitou, mas cada curva era uma expectativa). Essa foi de longe a pior viagem que tive na nossa RTW, pior até que as do Egito. Quase chorei de emoção quando chegamos e pude novamente mexer as pernas, ombros e sentir a circulação sanguínea fluir novamente. Para nossa surpresa, Besisahar é mais civilizada do que esperávamos, apesar de pequena. Ficamos em um hotel com wifi em frente ao check-post, simples mas limpo, com nossa primeira privada squat. Ah como eu queria ter piu piu nessas horas, só mirar e relaxar… vou sofrer até acostumar. Jantamos arroz frito com chá e cereal no café da manhã no hotel e a conta do quarto mais refeições para duas pessoas saiu 11 dólares. Depois da longa viagem, hora de dormir o sono dos justos e nos preparar para iniciar amanhã a nossa longa caminhada! — Dani
Aug 28 2013
caio1982asia, nepal, rtw
Pelos próximos 30 dias ficaremos andando as trilhas do Circuito Annapurna, no meio norte do Nepal. Por enquanto não temos o que dizer, a não ser que estamos incrivelmente ansiosos (e até com medinhos) pra ver os Himalaias de perto à 5.416 metros de altura em Thorung La, o ponto mais alto da nossa trilha, que se tivermos sorte (ou não!) estará coberto de neve ainda.

Cadeia de picos na região do Annapurna, vista de uma trilha
Na volta dizemos como foi tudo e passamos nossas dicas e explicamos exatamente como fizemos pra nos organizar e fazer as trilhas. Até daqui algumas semanas, ou menos se formos rápidos nas pernas! :-)
Aug 27 2013
dani e caioasia, nepal, rtw
Finalmente chegamos na Ásia. Depois de uma escala chata dormindo no banco do aeroporto de Bangkok, aterrisamos no moderníssimo terminal aéreo de Kathmandu, no Nepal. Coitados, pobres como são (ou não, há divergências quanto a isso) e eu zoando a escola de ensino fundamental que transformaram em terminal de aviões. Pelo menos no caminho a Thai apavorou no serviço de bordo com o avião todo vazio pra nós… mimos antes da vida dura nos Himalaias :-)
Pra entrar no Nepal você paga pelo visto assim que desembarca, e como aceitam dólares e outras mmooedas fortes (euro, libras, francos etc) recomendo levar o valor já certo nelas. Os espertos aqui cairam no conto do ATM da casa de câmbio local e tiveram que sacar várias vezes pagando várias taxas e depois convertendo moeda local pra dólar pra pagar os 100 dólares por pessoa pelos 90 dias do visto. Normalmente é 40 dólares por 30 dias, mas como estamos sem pressa e com planos de trilhas mil, quem sabe. O processo é tecnicamente simples mas burocrático pra empregar quatro pessoas diferentes pra assinar um papel, carimbar o passaporte, recolher o dinheiro e te liberar. Respire fundo e vai que é fácil. Pegue um táxi e vá pro centro, não deve custar mais que 400 rúpias nepalesas.

Kathmandu dando a boa vinda típica com muita chuva, todo dia
Como esperado, o caos impera em Kathmandu. Muita pobreza, leprosos e mendigos nas ruas. Muito trânsito insano e merda e lama no chão das ruas estreitas onde geralmente só passa um carro por vez. Eu, Caio, meio que esperava ver exatamente isso pelo que sabia do Nepal, ainda mais por Kathmandu ter uma influência indiana maior que no resto dos lugares que visitaremos, porém o constraste vindo da Suíça foi naturalmente brutal para nós.
Ficamos num albergue do Thamel, o bairro dos mochileiros e trekkers que vem pro Nepal e ficam em Kathmandu. É bem diferente do resto da cidade, com mais lojas por metro quadrado e restaurantes às vezes até visualmente chiques e com menus ocidentais, todavia ruins. Thamel é basicamente umas 5 ruas com tudo o que você pode pensar pra sua vida de mochileiro que vai pra trilhas, é um pequeno paraíso para os turistas aqui que precisam falar em inglês com alguém, e é somente ali que vai ver gringos andando na rua. Mas recomendamos coragem e um passeio à pé pela cidade, é bom pra abrir os horizontes.
O foco da nossa passagem por Kathmandu era de darmos uma desacelerada acertarmos os últimos preparativos pro nosso trekking, com calma, que explicaremos num futuro próximo. Nem precisamos sair do Thamel pra isso, tem de tudo ali.
De lugar turístico mesmo, conhecemos o Garden of Dreams, uma espécie de jardim botânico pequeno mas muito bem cuidado que fica no meio da cidade e constrata violentamente com a região em volta dele. Ele é murado, então lá dentro se tem a impressão, e o silêncio, de que se está em outro lugar mesmo. Pagamos 2 dólares por pessoa e valeu o dinheiro, que na moeda local seria o suficiente pra pagar uma noite de hospedagem ou um almoço. Achamos caro no começo mas depois de ver tudo e ver a exposição de fotos mostrando antes e depois da reforma do lugar, ficamos impressionados. Descobrimos que o local tem uns 100 anos e foi recentemente reformado em parceria com o governo da Áustria. Infelizmente não tivemos tempo bom, por causa do fim das monções, pra ir na tal colina com templos e macacos que dá vista pra cidade, então iremos na volta pra cá.

Garden of Dreams, outro mundo dentro da cidade
Fomos também até a Durbar Square, uma praça em Kathmandu onde se encontram vários dos mais importantes templos budistas da cidade. O caminho foi trânsito horrível e muita sujeira nas ruas, já que fomos à pé. Chegando lá, entramos pela lateral e conseguimos ver um pouco dos templos por fora, bem rápido, até que um policial veio perguntar se tínhamos tickets. Tickets? Ele apontou para uma guarita onde pudemos ler o preço: 7,5 dólares por pessoa! Para o casal seriam 14 dólares, dinheiro suficiente para quase 3 dias de alimentação comendo em restaurantes. Um assalto, basicamente, se você pensar na moeda local. Decidimos não ficar, e é claro que o policial nos seguiu até uma parte do caminho para assegurar que não tiraríamos fotos nem do lado de fora! Mas no fim não nos sentimos perdendo muita coisa, pois temos a Ásia inteira para nos surpreender com a arquitetura dos templos budistas e ainda pretendemos ver muito disso em outras vilas do Nepal :-)
A comida por aqui é excepcional, mas admitimos estar com expectativas elevadas para o restante da Ásia. A comida nepalesa em si tem muita influência tibetana e indiana, e os restaurantes oferecem também opções chinesas e tailandesas, nham! Só cuidado na hora de escolher restaurantes no Thamel, eles querem agradar tanto os clientes estrangeiros que acabam colocando pizzas e hamburgueres demais e deixando de fora pratos locais deliciosos (como os momos do Tibet, nossa comida preferida até agora).
Em relação a preço das coisas, é fácil imaginar a zona que é negociar tudo num lugar cheio de turistas com moedas caras e onde a rúpia nepalesa vale 100 vezes menos, literalmente. A dica mor do Egito vale aqui também: barganhe pra metade do valor, nada custa o valor que dizem. Dá pra achar camas por 8 dólares, mas elas valem 3. Dá pra pagar 6 dólares num prato que vale 2, ou comer os populares que custam 1 dólar, caso tenha mais resistência a cozinhas sujas. E assim vai… alguns dias aqui nos ensinaram como não cair nas malandragens. Acho que o único lugar com preços justos e visíveis, e que vale sempre a pena, são as padarias e confeitarias. Todas excelentes :-)

Nem parece o Thamel, de tão vazio e limpo e comportado
Alguns pontos gerais sobre Kathmandu que valem comentário!
- Dá pra andar pela cidade, basta ter coragem, pois locais como o Garden of Dreams, Durbar Square e afins não ficam a mais de 20 minutos do Thamel, mas é bem stressante! Os turistas não andam a pé, então você chamará atenção de todos na rua.
- Para nossa surpresa, vários locais do Thamel oferecem wifi grátis e em uma velocidade bem usável! Todos estão baixando coisas, claro, então os uploads pra fotos e backups são sempre super rápidos.
- Água quente é um termo relativo quando se trata de hotéis. E hóteis é um termo relativo quando se trata de hospedagem… espere coceiras na cama e lençóis sujos, no mínimo.
- Tem loja da Adidas, Levi’s e KFC e Pizza Hut aqui. Mas não me envergonhe, coma a comida local que é deliciosa!
- A mistura de chineses com tibetanos com indianos é bem legal. Os nepaleses e tibetanos são os mais gente fina e sempre sorriem, os indianos são muito esnobes, mesmo estando todos sujos e precisando dos turistas.
- Os indianos daqui porém são muito ingênuos, lembram muitos os egípcios mas os egípcios são malandros e mais agressivos. Os indianos acham que enganam todo mundo e dá vontade de rir deles por isso.
Eu, Dani, discordo muito do Caio nas nossas percepções das pessoas por aqui. Em comparação aos egípcios, que eram realmente malandros, os indianos fazem de tudo para tentar arrancar dólares de você, mas são muito mais ingênuos. Mas não, não sinto vontade de rir de ninguém por isso…
Caio diz... não é questão de rir simplesmente, é de perceber quando se está sendo enganado de forma mal feita por alguém sem experiência nisso e achar graça da situação!
Infelizmente temos poucas fotos da cidade, é que as ruas são tão cheias que é constrangedor sair tirando foto assim. Talvez na volta criemos mais coragem. Agora é partir pra conhecer o resto do topo do mundo. No nepal, além das trilhas, pretendemos conhecer Pokhara e Bhaktapur também. E ah! Até agora nada da Carmen Sandiego…
Aug 22 2013
danihabkostpessoal, random, rtw
Um dia, conversando com uma amiga, ela me perguntou como é ficar esse tempo todo sem nada. Peguei um susto pois achava que tinha tudo. Na hora fiquei sem resposta e fiquei pensando sobre isso por uns dias. Deveria ter respondido assim:
Tenho um quarto que nem sempre é só meu, mas não me importo em dividi-lo. E ele tá sempre diferente, ora com uma cama de solteiro, ora com vários beliches, pra não enjoar. A decoração também sempre muda: a cortina, os quadros da parede e a mesinha nunca permanecem no mesmo lugar. A vista da janela, que engraçado, está sempre mudando, tem umas horas que vejo e tem uma praia, depois tem um templo, outra hora eu me espanto e só vejo prédios e quando eu volto só vejo montanhas. Tem vezes que o quarto nem é meu, mas o dono faz com que eu me sinta como se estivesse em casa, então pronto o quarto agora é meu também.
Meu guarda-roupa eu carrego nas costas, ele não tem prateleiras, gavetas e nem cabides mas tem todas as roupas que preciso, um chinelo e um tênis. Basta. As coisas mais importantes de uma estante andam comigo: livros, computador, caderninho de anotações e uma caneta. Porta-retrato? Não preciso, penduro na memória a imagem do lugar ou das pessoas que gosto. Agenda também não se faz necessária, vou resolvendo os compromissos à medida que eles surgem, não tem nada preestabelecido, a ordem do dia é ditada de manhã ou na noite anterior. Tenho sempre cama com lençóis limpos e levo minha toalha, que na verdade não é uma toalha de verdade e sim uma fralda da Sofia (minha afilhada) que enxuga muito bem, seca rápido e não pesa nem ocupa espaço.
Não uso relógio, hora de comer é quando me dá fome, hora de dormir é quando não aguento mais de sono, hora de voltar pra casa é quando estou cansado e a hora de sair é quando termino de trocar de roupa. Se não tem viagem marcada, a hora de acordar é quando o corpo acha que descansou o suficiente.
Tenho uma máquina fotográfica, que se encarrega de congelar e eternizar as cenas que tenho visto. As imagens capturadas por ela ajudam a dar forma nas histórias que conto e vão me fazer viajar quantas vezes eu quiser depois que eu voltar pra casa.
Tenho sempre banheiro, seja ele perto do meu quarto ou em algum lugar pelo caminho. Ultimamente muitos de meus banheiros nem tem vaso, só um buraco no chão mas faz o mesmo efeito. O que poderia estar na prateleira, levo numa pequena bolsa: escova, pasta, sabonete e desodorante.
A sala de estar eu troco sempre, umas tem televisão que nunca assisto, outras têm sofás onde sentam pessoas que não conheço.Taí uma boa oportunidade de fazer novas amizades e trocar uma ideia. Ás vezes tenho estantes na sala com outros livros, revistas, jogos que nem sei jogar… Mas normalmente, na sala de casa sinto uma atmosfera vibrante, cruzo com pessoas sentadas no mesmo barco que eu e estão remando para lugares aonde já fui ou pra onde estou indo.
Tenho usado bem pouco a cozinha, tenho sempre quem cozinhe pra mim, não preciso de panelas, fogão e liquidificador. O menu é sempre diferente, escolho o que me apetece e o que minha curiosidade pede. A mesa e as cadeiras estão sempre dispostas de forma diferente no café, no almoço e no jantar. Não tenho aquele monte de coisa amontoada na gaveta nem no armário: peço emprestado o prato ou a tigela, o copo e os pauzinhos (talheres). O bom é que não preciso lavar tudo depois, é só levantar e sair. Não tenho geladeira, mas sempre tenho minha garrafa pra beber água depois de escovar os dentes antes de dormir. Não tenho minha goiabada pra comer depois do almoço, mas sempre acho um mercadinho pra comprar um doce.
Sem dúvida, a parte da minha casa que mais gosto é o quintal. Ele também sempre muda cada vez que passo pela porta. Acho que não é uma porta, é um portal mágico. Lá nem sempre as pessoas falam a mesma língua ou têm a mesma religião. As fisionomias mudam assim como a moeda que elas usam pra comprar coisas tão diferentes. Tem hora que estou no meu quarto, tão compenetrado no que estou lendo ou escrevendo, que até esqueço que no meu quintal tem um outro mundo completamente diferente. No meu quintal não tem plantas para regar, um cachorro abanando o rabo pra mim e nem roupas no varal, mas tem o que me deixa profundamente feliz: o mundo.
Aug 22 2013
dani e caioalemanha, europa, rtw
Estávamos querendo muito conhecer a Alemanha, porém tínhamos poucos dias restantes na Europa e não muito dinheiro no bolso, por isso acabamos decidindo ir para Stuttgart apenas.

Andando pela Königstraße, lembrando de Curitiba
Adoramos a cidade, lembra muito Curitiba em clima nas ruas, especialmente no boulevard principal. Blumenau e outras cidades coloniais no Paraná são mais “tipicamente alemãs” que lá, mais estilo Bavária. Foi bom que fizemos couchsurfing na cidade e por isso conseguimos ter uma experiência bem bacana lá, inclusive participamos de uma festa de aniversário cheia de alemães, mas todos falavam inglês, naturalmente. A maioria fez intercâmbio e morou fora (o que aliás é padrão pra qualquer universitário que conhecemos no continente todo). A impressão das pessoas foi ótima, nada a ver com a imagem carrancuda e fechada que tínhamos deles, pelo contrário, papeávamos até de madrugada simplesmente porque eram todos interessantes e muito simpáticos :-)

Praça central de Stuttgart com o palácio, mercado e castelo deles
Conhecemos toda a cidade à pé, como sempre, e foi gostoso passar os últimos dias do verão no parque Karlshöhe, no Oberer Schlossgarten e ir no zoológico da cidade, o Wilhelma. Aliás, o zoológico deles é sensacional! Valeu cada centavo, é absurdamente grande e bem feitinho, com espécies de plantas (eles tem uma estufa enorme que simula um ambiente da Amazônia inclusive) e animais que não se vê em qualquer lugar, como ursos polares e cangurus! A única coisa chata é que quase não temos fotos de lá porque tirar foto de bicho atrás de grade é foda, só alguns ficavam soltos mesmo…

Vitórias régias no zoológico
O planetário da cidade é Carl Zeiss, então a expectativa era bem grande. Os equipamentos deles realmente são legais, mas o lugar parecia bem velho, com divisões no topo do domo e desalinhamento de algumas projeções. Foi legal pelo show ser atual e sobre cometas e asteróides. Mostraram até vídeos do Youtube daquele que caiu na Rússia recentemente. O resto da cidade foi complicada porque não somos fãs de carros pra ir nos museus da Porsche ou Mercedez, e a torre de TV foi fechada nesse verão. Além disso, a maioria dos monumentos da cidade e castelos estavam em manutenção com grades e buracos… pena pras fotos que foram poucas e ruins.

Planetário Carl Zeiss, de fora
Mas claro, na Alemanha não tem como não falar das comidas! O preço, provavelmente pela economia melhor que dos outros países na zona do euro, é muito mais baixo que todos, mais barato que na Espanha e Grécia que tão na merda! Deu pra matar a vontade comendo de tudo, todos os tipos de salsichas e passar mal com tortas, pães e docinhos ótimos :-)
Foi uma visita rápida de quatro dias e próxima a fronteira no sul do país, mas valeu demais. Agora queremos voltar pra Alemanha com mais tempo pra Munique, Berlim, Hamburgo, Frankfurt e afins :-)
Aug 15 2013
dani e caioeuropa, franca, rtw
Vir pra Paris e ficar escrevendo um monte ia ser chato. A cidade é a mais turística do mundo, e tem uma infraestrutura tão boa pra turismo e tanta coisa pra se fazer que ia ser babaquice postar um texto longo. Então aí vão algumas fotos, sem ordem, dos dias que viramos verdadeiros turistas, batendo ponto nos lugares turísticos da cidade :-)

Champs-Élysées com o arco lá no alto

Obelisco irmão do de Luxor que vimos no Egito

Dia preguiçoso no Jardin des Tuileries

La Géode, cidade das ciências

Espera pro cinema à céu aberto!

Uma pose incomum da Torre Eiffel :-)

Luneta pra ver o Campo de Marte

Saindo do Louvre com esse pôr-do-sol…

Trocadéro na frente, La Défense ao fundo

Praça Igor-Stravinsky, ao lado do Centro Pompidou

Notre-Dame

Panteão em obras

Fachada do Hôtel de Ville

Barcos na margem do Sena

Basílica de Sacré Cœur

Cadeadinhos de casais na Passerelle des Arts

Arco do Triunfo!
Aug 14 2013
caio1982europa, franca, rtw
Algumas vezes na nossa volta ao mundo aparecem surpresas boas. Bordeaux foi uma do começo ao fim. Acostumados com aquela idéia de Bordeaux ser a terra do vinho, imaginávamos campos de parreirais e clima de interior pra ficar morgando numa vila pequena. Chegamos lá e a cidade bombava, tinha uma espécie de mata atlântica própria, muitos rios e lagos, e uma praia quilométrica com direito a dunas de areias!

Onde ficamos em Bordeaux (mais precisamente em Lormont)
Claro, isso falando de Bordeaux como região e não cidade. Pra ser específico ficamos em Lormont com um couchsurfer super gente boa que falava português (melhor que a média dos gringos!) porque namorou uma brasileira e parece ter uma relação de amor e ódio pelo país como todo brasileiro. Um cinquentão muito educado, faz kitesurfing e que cozinha muito bem por sinal!
Dani diz... e faz uma ótima caipirinha :-)
Lormont, uma vila grudada em Bordeaux, fica há uns 30 minutos da cidade. Lá ele trabalha com projetos de urbanismo e habitação e nos mostrou partes de Lormont que antes eram como favelas pra eles e agora parecem condomínios com prédios novos que o governo banca pros mais pobres. Ele parecia bem orgulhoso, com razão, e foi legal ver esse lado da vida local. Assim como ir no parque l’Ermitage atrás da casa dele, muito bonito, com lago e tudo, onde antigamente era uma fábrica de cimento.
Foi ótimo couchsurfar em Bordeaux. Sem isso não teríamos um baita domingo de praia e lago na região. Passamos por regiões lindas com as vinículas de Bordeaux (que pra variar não ficam em Bordeaux mas em vilarejos periféricos).

Um dos vários castelinhos de vinho perto de Médoc
Paramos em somente um château, o Margoux, supostamente onde se faz o melhor vinho do mundo. Mas como não era época e estava fechado, a Dani perdeu a chance de experimentar :-)
Aproveitamos também o sol no lago d’Hourtin, um lugar tipo alagado próximo ao mar mas que é de água doce, onde caçam patos.

Toma um lago francês pra você
O lago é todo raso, atravessamos ele em partes diferentes com água clara na canela. Lotado de famílias com crianças brincando, foi muito legal! Até tocas de caçadores e patos de mentira pra atrair os de verdade vimos, paisagens bem diferentes pra gente.

Dia de praia :-)
A praia da região de Bordeaux parece ótima. Não entramos no mar por pura preguiça de nos lavar e trocar de roupa, mas ficamos na areia abaixo de bancos enormes dela, estilo as que se vê em filmes de invasão na Normandia. O oceano Atlântico ali é bem bonito… enfim, poderia escrever longos parágrafos sobre um único dia ali (saímos às 11 e voltamos às 10 da noite, uns 150km rodados). Outros parágrafos seriam pra comida de lá. Caralho, sério: queijos, baguetes, patês (os patês!) e até vinho pra Dani. Ela até virou viciada em queijo azul, algo impensável até então.

Esculturas do jardim público com árvores nascendo de dentro delas, foda
O centro de Bordeaux é o tradicional francês: muita pedra, edifícios baixos e ruas de paralelepípedos. A cidade é gigantesca em área, mas o centro turístico é pequeno e ficamos batendo perna por ele até ver tudo, incluindo os clássicos teatro, espelho d’água, jardim público e a praça gigantesca, que dizem ser a maior da Europa. Cruzamos também toda a rua Sainte-Catherine, longuíssima, só lojas, até chegar num tipo de arco do triunfo deles. Um mar de gente fazendo compras em lojas caras, não gostamos muito dessa parte.

Criançada brincando no espelho d’água, mesmo com tempo fechado
Duas coisas ajudaram a gente a conhecer melhor ainda Bordeaux e arredores. Apesar do nosso couchsurfer morar numa cidadezinha mais afastada, o ponto de ônibus e trem eram centrais e dava pra ver a cidade lá longe enquanto ficávamos quietinhos numa casa charmosa e aconchegante perto do bosque que falei. Isso deu uma perspectiva legal da região, mais francesinha eu gosto de pensar. Até andar de bicicleta emprestada pelo nosso couchsurfer nós andamos.
Dani diz... por “casa charmosa e aconchegante” leia-se: uma casa muito fofinha, com horta, lareira e até rede :-)
Além disso um amigo dele deu um tour grátis pra visitantes na cidade que passava à pé por lugares histórico nada convencionais. Lugares que contavam parte da história da região e ficamos bem felizes em fazer um tour turístico pouco turístico mas instrutivo. Mais um ponto pros muitos que Bordeaux ganhou com a gente, uma baita surpresa de cidade. Se um dia quiser conhecer a região, faça melhor ainda: alugue um carro e rode, mas rode muito, vão ser os melhores dias nas suas férias!

Tchau, Bordeaux!
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