Pelo País Basco: Pamplona, Bilbao e Donostia

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Esse post vai ser meio dividido porque passamos por regiões muito distintas no País Basco. Inicialmente iríamos somente para Pamplona e Donostia (que todos alternam para San Sebastián de vez em quando), mas decidimos ir pra Bilbao também, fazendo um triângulo no mapa com as três cidades, e não nos arrependemos nem um pouco!

Pamplona

Só tivemos dois dias pra visitar Pamplona, e era bem fora de época. O San Fermin, festival de corrida com touros, aconteceu na semana anterior a nossa chegada, então a cidade estava bem calma e vazia. Ficamos num albergue muito bonito e organizadinho, dividindo o quarto com uma família de holandeses reclamões :-)

Invasão de nuvem em Pamplona

Invasão de nuvem em Pamplona

Durante esses dias ficou bem friozinho até, mas ainda com sol, então foi bom pra andar e conhecer tudo. Comparado com o calor de Madrid, Pamplona era o paraíso, o clima no País Basco é bem mais fresco e úmido.

Clima pesou no centro

Clima pesou no centro

Ah, aliás, é meio polêmico isso mas quem é do País Basco acha que os de Pamplona não são, mas em todo lugar de Pamplona se lê Euskera e todo mundo se identifica. Como acredito que se você se indentifica de uma forma você pertence a essa coisa, então consideramos Pamplona parte do País Basco mesmo :-)

Onde se corre com os touros

Onde se corre com os touros

O centro histórico é bonito, mas bem pequeno, coisa pra ver numa tarde, junto com a citadela. Andamos parte do Caminho de Santiago que corta a cidade, desde a Ponte de Madalena até a borda sul do mapa da cidade que nos deram. E só, já que eu ainda estava muito doente da garganta e a secura do clima ainda era notável… enfim. Pamplona é bem mais modernosa que pensávamos, tem cara de um grande condomínio fechado se você sai do centro histórico. Pena que era fim de semana, então a cidade tava meio fantasma!

Dani diz... no caminho pra Pamplona assistimos The Way, um filme bem bacana sobre o Caminho de Santiago, por isso ficamos com vontade de caminhar um pouco na rota e sentir a “vibe” :-)

Bilbao

Bilbao começou pra gente, como esperado, no Guggenheim, o museu modernoso. Como não gostamos de arte muito moderna acabamos nem entrando, mas o passeio na margem do rio que vai zanzando pela cidade vale a pena, e na lateral do museu tem umas entradas pro Parque dos Patos como os locais chamam.

Parque dos Patos

Parque dos Patos

É bem bonito, embora pequeno. Acabamos matando a nossa vontade de museu indo no Museu de Belas Artes, que é o segundo museu mais importante na Espanha, ficando atrás do Prado, de Madrid.

Vista do bonde

Vista do bonde

Antes de passear mais pela cidade decidimos visitar o tal bonde que tem lá. Na internet e conhecidos já haviam recomendado, então fomos ver qualé. Nosso couchsurfer morava praticamente do lado da estação do teleférico, mais prático impossível. Lá do alto a vista é incrível, dá pra ver até o mar no horizonte! E de fato Bilbao é uma cidadezinha pequena, mais que podíamos imaginar. Dali vimos do alto por onde andaríamos e fomos caminhar no centro, ver alguns prédios históricos e passear com nosso couchsurfer.

Ótima luz na esquina

Ótima luz na esquina

Um dos prédios mais legais era uma antiga cervejaria, parece. Demoliram o miolo do prédio (mais ou menos do tamanho de um quarteirão) e mantiveram somente a fachada que é um tipo de patrimônio histórico. No meio fizeram três prédios com biblioteca, academia pública, auditório etc, e no topo disso tudo, suspensa sobre o vão entre os três prédios, uma piscina com fundo transparente. Alucinante! Dizem que foi o Philippe Starck que bolou tudo, e pagamos um sapo fenomenal. Os prédios internos são suspensos por dezenas de colunas, e cada coluna tem um estilo e desenho e pintura único. Só vendo mesmo… sério, muito foda.

Você pode vê-los, eles não podem te ver

Você pode vê-los, eles não podem te ver

Fomos com amigos do nosso couchsurfer ver o que afinal era potear, o “bar hopping” deles. Acho que bati com folga meu recorde anterior de saída em bares em Madrid. Em Bilbao nos levaram para 8 bares diferentes na mesma noite. Voltamos às 03:30AM depois de ir no último, um bar com apresentação de travestis pelo que ouvi falarem (que estava de folga naquela noite, ufa). Dizem que brasileiros festejam bem, mas os bascos… nos entupimos de pintxos naquela noite e cansamos bastante!

Dani diz... hmm, essa frase fora de contexto ficou estranha. Pintxos são como as tapas do País Basco, uma comidinha de bar pra acompanhar uma bebida. Dizer que nos entupimos de pintxos não tem nada a ver com o bar travesti :-P

Os amigos do nosso coushsurfer eram todos muito legais, e fomos todos juntos em 2 carros até o Castillo de Butrón, um castelo antigo inspirado em modelos alemães, fora de Bilbao mesmo. Dali emendamos um churrascão enorme no alto duma montanha entre Armintza e Bakio.

Fazendo churrasco acima de Bakio

Fazendo churrasco acima de Bakio

Fizemos uma parada pra descansar e beber algo em Mundaka, na estrada de um tipo de estuário da região que tem competições de surfe em algumas épocas. Mas o mais legal mesmo, mesmo que muito rapidamente, foi visitar Gernika no fim do dia. Ver a vilazinha do quadro do Picasso foi muito especial :-)

Filho antigo de Gernika

Filho antigo de Gernika

Adoramos o dia, foi super cansativo mas no ótimo sentido. Pudemos conversar horrores da cultura basca e vimos paisagens que mochileiros normais sem couchsurfing teriam dificuldades pra ver. Foram 12h passeando por vilarejos e florestas verdes.

Dani diz... sem contar o intensivão de espanhol, já que eles não falavam inglês. Deu pra treinar bastante!

Donostia, San Sebastián

Tentamos evitar ficar muito tempo em Donostia, ou San Sebastián, porque a cidade é muito chique, muito pra turistas endinheirados. Antigamente era cidade pra nobreza e corte, então imagine o naipe. É tudo muito bonito e elegante na beira do Atlântico, mas nosso plano era mesmo descansar um pouco e planejar as semanas seguintes no fim da Europa e nossas trilhas no Nepal.

Nada mal hein ;-)

Nada mal hein ;-)

Ficamos um bom dia na praia da cidade, lotada de gente mas com água muito boa. Mesmo sendo o Atlântico a água não era tão absurdamente fria, deu pra aproveitar nosso último mergulho no mar pelos próximos 3 meses :-)

Centrinho de Donostia, San Sebastián no fim do dia

Centrinho de Donostia, San Sebastián no fim do dia

Visitamos a cidade de noitinha no último dia, pra conhecer um pouco o centro, que como de costume na Europa era minúsculo. Ter ficado pouco tempo na cidade valeu a pena e foi acertado, especialmente porque nosso albergue foi até agora o pior em custo e benefício da viagem, uma casa cuja garagem virou sala de estar com pranchas e caixas empilhadas. A recepção era uma mesa na cozinha, com três moleques sem camisa como funcionários e os quartos sem ventilação. Tudo isso por módicos 55 euros por dia em quarto compartilhado, preço de hotel 3 estrelas em lugares menos caros da Europa… paciência. O resto do País Basco compensou e muito, mas muito mesmo, então tá valendo!