Visitando as ilhas gregas: Santorini

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Nossos dias finais na Grécia seriam em Santorini, a tal ilha romântica paradisíaca com suas casinhas brancas (que tem em qualquer ilha por lá) e suas encostas vulcânicas (idem), que costuma ser a única em capas de revistas de viagem.

Santorini, finalmente

Santorini, finalmente

A viagem de Ios até lá não levou mais que 1h, tanto que víamos Ios do navio o tempo todo, até quase desaparecer na névoa no horizonte. Apesar da viagem ser curta, estava lotado de turistas ali, prontos pra tirar fotos na chegada à ilha, da onde se vê a paisagem com fator “uau!” no máximo. Eu diria que a vista subindo em zigue-zague a estradinha do porto até o topo da ilha é mais impressionante e bonita, todos na van estavam em silêncio só olhando :-)

Nosso albergue mereceria um post à parte. Ninguém acreditaria. Se liga:

De dentro da piscina do nosso albergue

De dentro da piscina do nosso albergue

Antes de achar que pagamos uma fortuna por um lugar assim numa ilha grega, veja só como de vez em quando mochileiros quebrados dão uma sorte tremenda…

  • era um daqueles albergues da juventude, o Youth Hostel Anna
  • diferença do dormitório com 10 pessoas pro quarto era só 2 euros
  • quarto com frigobar, penteadeira completa, toalhas, cofre e ar condicionado
  • tinha até uma varanda própria com mesinha, duas cadeiras e mini-varal
  • ah, e tinha essa piscina privativa da foto, naturalmente
  • tudo isso por módicos 8 euros por pessoa! :-)

Sério, se isso não é a mais absoluta sorte, eu não sei o que é. E o melhor, pra gente, era que o albergue ficava no lado menos turístico de Santorini, na região de Perissa.

Mas assim que chegamos, depois de alguns minutos respirando fundo pra passar a emoção e tentar não esboçar muita reação na frente do pessoal do albergue, fomos pra praia. A praia de Perissa é bem diferente pra brasileiros. Areia é preta, ou cinza escuro, e meio grossa com pedrinhas ao invés de areia. O mar eu achei delicioso, fundo e limpo, mas quebrando ondas fortes pela praia ser de tombo. É razoavelmente movimentada, mas possível de ficar isolado se andar um pouco. Enfim, recomendamos!

Perissa

Perissa

Como imaginávamos, alugar novamente um quadriciclo foi uma ótima idéia em Santorini também. Alugamos um mais barato (12 euros o primeiro dia, 10 o seguinte, mais 10 de gasolina pra cada 100km rodados) e fomos pra Oia, ou Ía como pronunciam por lá.

Do lado ultra turístico de Oia, tentamos aproveitar algo menos de revista. Dias antes a Dani achou uma lista de coisas para não se fazer em Santorini, e foi legal ela mostrar a lista depois dos dias lá já que conseguimos fazer tudo que é pouco turístico pela ilha. Sucesso de mochileiro total.

Com o quadriciclo pudemos visitar coisas que à pé seriam absolutamente impossíveis. Mesmo com o transporte público da ilha, ficaria caro demais. Fomos pra praias e pontos nos 4 cantos de Santorini, e aqui vão nossas dicas se um dia acabar por aquelas bandas!

Uma viela num canto acima de Amoudi

Uma viela num canto acima de Amoudi

A baía de Amoudi é coisa de outro planeta, saída de um filme. É linda demais, cheia de restaurantes vendendo frutos do mar frescos que os barcos dali pescam. O cheiro é irresistível, pena sermos mochileiros sem dinheiro nessas horas…

Baía de Amoudi

Baía de Amoudi

Ali é perfeito pra nadar sem praia com areia, dá pra pular de pedras andando numa trilha pra trás da baía. Subindo a trilha e escadaria pro alto da baía você acaba saindo na pontinha de Oia, então até dá pra visitar à pé se estiver hospedado por ali.

Depois fomos pra trás da cratera do vulcão de Santorini, onde os locais vivem mesmo, demos um perdido por ali entre ruas e vielas sozinhos. Foi muito bom. Acabamos passando rápido por praias entre a região de Baxedes e Pori. Ali a areia é cinza mas com pedras grandes e quentes. Ah, a região é bem popular com topless e afins pelo que reparei. Ficamos do lado de duas mulheres completamente peladas, mas a praia não era exclusivamente de nudismo. Ali a água é bem gelada, por toda a costa que é longa (quase uma praia só, contígua), mas pelo menos é fácil se isolar se quiser paz.

Na ponta oposta da ilha fomos até a vila de Akrotiri, que é fofa igual Oia mas bem menos cheia de gente. A região é praticamente um sítio arqueológico gigante com traços de gente morando ali há mais de 5.000 anos, da Idade do Bronze! Dali é fácil chegar até a Red Beach, a praia mais famosa com areia vermelha. No verão é totalmente lotada, mas pegamos ela quase vazia mas cheia de algas e alguns lixos de turistas, o que acabou brochando nossa visita ali… sei lá… desapontamento. Mas pelo menos tinha topless ali também! Emendamos um pôr-do-sol na junção das estradas de Akrotiri pra Perissa e Thira. Local perfeito e sem ninguém!

Jantamos com uma brasileira perdida que encontramos num lugar perto do albergue. Comemos uma moussaka ainda incomparável à do Seu Mario lá de Ios, e umas almôndegas gregas bem boas (peça por soutzoukakia e seja feliz). Ainda ganhamos uma taça de vinho extra pra Dani e uma porção de bolinhos de abobrinha de graça, hooray!

Se tava louco pra saber sobre comida grega, aqui vai um parágrafo informativo e gordo então: um gyro (o kebab deles) custa entre 1 e 3 euros, nunca mais que isso; o iogurte grego é muito mais grosso e denso que imagina, meta frutas e mel e vá pro céu por uns 3 ou 6 euros; o souvlaki não é surpresa alguma pra brasileiros, é um espetinho com alguma coisa assada que custa entre 1 e 3 euros no máximo; o molho tzatziki é a maionese deles, comem com tudo e é iogurte com pepino e temperos, excelente e costuma vir de graça. Veja o post de Ios pra ver o que é uma moussaka e não se arrepender!

Dia seguinte teve mais quadriciclo, até o Farol em Akrotiri, e na volta vadiamos na piscina porque… sabe como é. Decidimos ir pra Monolithos também, uma praia um pouco perto de Perissa mas do outro lado da montanha que as separam, e o aeroporto que fica no caminho também. Monolithos é legal, bem familiar, com crianças e areia cor de grafite mas bem fininha, sem ondas nenhuma, e uma porrada de mulheres de topless. Como já é a terceira vez que falo de nudismo e topless em Santorini, vou tentar me conter a partir de agora.

Dani diz... estava difícil tirar a atenção do Caio para as mulheres de topless, então entrei na festa também. Eu precisava saber como era né! :-P

Em Oia, novamente, ficamos pra ver o tal pôr-do-sol espetacular que atrai tanta gente.

Oia, foto clássica típica do lugar

Oia, foto clássica típica do lugar

Afora a fila de noivas orientais querendo tirar fotos, e a quantidade impressionante de russos em ônibus de tours, achamos uns bons pontos pra foto e ver a ilha. Vale a pena até… e a volta com pouca luz mas sol ainda no horizonte, bem baixo, foi espetacular.

Oowwmm...

Oowwmm…

Passamos um bom frio dirigindo à noite pelas colinas de lá, mas a vista cor de rosa e amarela… que animal. Dormimos mortos de cansaço mas contentes.

Fim da Grécia... mas já?! :-(

Fim da Grécia… mas já?! :-(

Descansamos bem até tarde no outro dia e pegamos o navio de volta pro porto de Piraeus, em Atenas. Como chegamos quase 1AM, não havia mais metrô pra nos levar ao aeroporto. Achamos o ônibus X96 que é 24h e saía dali direto pro terminal. Decidimos dormir lá pra não pagar uma estadia de emergência sendo que o vôo pra sair do país seria muito cedo de qualquer forma. Acabamos dormindo nos bancos de um McDonald’s e fomos pra Itália já com saudades da Grécia :-)