Aug 27 2013
dani e caioasia, nepal, rtw
Finalmente chegamos na Ásia. Depois de uma escala chata dormindo no banco do aeroporto de Bangkok, aterrisamos no moderníssimo terminal aéreo de Kathmandu, no Nepal. Coitados, pobres como são (ou não, há divergências quanto a isso) e eu zoando a escola de ensino fundamental que transformaram em terminal de aviões. Pelo menos no caminho a Thai apavorou no serviço de bordo com o avião todo vazio pra nós… mimos antes da vida dura nos Himalaias :-)
Pra entrar no Nepal você paga pelo visto assim que desembarca, e como aceitam dólares e outras mmooedas fortes (euro, libras, francos etc) recomendo levar o valor já certo nelas. Os espertos aqui cairam no conto do ATM da casa de câmbio local e tiveram que sacar várias vezes pagando várias taxas e depois convertendo moeda local pra dólar pra pagar os 100 dólares por pessoa pelos 90 dias do visto. Normalmente é 40 dólares por 30 dias, mas como estamos sem pressa e com planos de trilhas mil, quem sabe. O processo é tecnicamente simples mas burocrático pra empregar quatro pessoas diferentes pra assinar um papel, carimbar o passaporte, recolher o dinheiro e te liberar. Respire fundo e vai que é fácil. Pegue um táxi e vá pro centro, não deve custar mais que 400 rúpias nepalesas.

Kathmandu dando a boa vinda típica com muita chuva, todo dia
Como esperado, o caos impera em Kathmandu. Muita pobreza, leprosos e mendigos nas ruas. Muito trânsito insano e merda e lama no chão das ruas estreitas onde geralmente só passa um carro por vez. Eu, Caio, meio que esperava ver exatamente isso pelo que sabia do Nepal, ainda mais por Kathmandu ter uma influência indiana maior que no resto dos lugares que visitaremos, porém o constraste vindo da Suíça foi naturalmente brutal para nós.
Ficamos num albergue do Thamel, o bairro dos mochileiros e trekkers que vem pro Nepal e ficam em Kathmandu. É bem diferente do resto da cidade, com mais lojas por metro quadrado e restaurantes às vezes até visualmente chiques e com menus ocidentais, todavia ruins. Thamel é basicamente umas 5 ruas com tudo o que você pode pensar pra sua vida de mochileiro que vai pra trilhas, é um pequeno paraíso para os turistas aqui que precisam falar em inglês com alguém, e é somente ali que vai ver gringos andando na rua. Mas recomendamos coragem e um passeio à pé pela cidade, é bom pra abrir os horizontes.
O foco da nossa passagem por Kathmandu era de darmos uma desacelerada acertarmos os últimos preparativos pro nosso trekking, com calma, que explicaremos num futuro próximo. Nem precisamos sair do Thamel pra isso, tem de tudo ali.
De lugar turístico mesmo, conhecemos o Garden of Dreams, uma espécie de jardim botânico pequeno mas muito bem cuidado que fica no meio da cidade e constrata violentamente com a região em volta dele. Ele é murado, então lá dentro se tem a impressão, e o silêncio, de que se está em outro lugar mesmo. Pagamos 2 dólares por pessoa e valeu o dinheiro, que na moeda local seria o suficiente pra pagar uma noite de hospedagem ou um almoço. Achamos caro no começo mas depois de ver tudo e ver a exposição de fotos mostrando antes e depois da reforma do lugar, ficamos impressionados. Descobrimos que o local tem uns 100 anos e foi recentemente reformado em parceria com o governo da Áustria. Infelizmente não tivemos tempo bom, por causa do fim das monções, pra ir na tal colina com templos e macacos que dá vista pra cidade, então iremos na volta pra cá.

Garden of Dreams, outro mundo dentro da cidade
Fomos também até a Durbar Square, uma praça em Kathmandu onde se encontram vários dos mais importantes templos budistas da cidade. O caminho foi trânsito horrível e muita sujeira nas ruas, já que fomos à pé. Chegando lá, entramos pela lateral e conseguimos ver um pouco dos templos por fora, bem rápido, até que um policial veio perguntar se tínhamos tickets. Tickets? Ele apontou para uma guarita onde pudemos ler o preço: 7,5 dólares por pessoa! Para o casal seriam 14 dólares, dinheiro suficiente para quase 3 dias de alimentação comendo em restaurantes. Um assalto, basicamente, se você pensar na moeda local. Decidimos não ficar, e é claro que o policial nos seguiu até uma parte do caminho para assegurar que não tiraríamos fotos nem do lado de fora! Mas no fim não nos sentimos perdendo muita coisa, pois temos a Ásia inteira para nos surpreender com a arquitetura dos templos budistas e ainda pretendemos ver muito disso em outras vilas do Nepal :-)
A comida por aqui é excepcional, mas admitimos estar com expectativas elevadas para o restante da Ásia. A comida nepalesa em si tem muita influência tibetana e indiana, e os restaurantes oferecem também opções chinesas e tailandesas, nham! Só cuidado na hora de escolher restaurantes no Thamel, eles querem agradar tanto os clientes estrangeiros que acabam colocando pizzas e hamburgueres demais e deixando de fora pratos locais deliciosos (como os momos do Tibet, nossa comida preferida até agora).
Em relação a preço das coisas, é fácil imaginar a zona que é negociar tudo num lugar cheio de turistas com moedas caras e onde a rúpia nepalesa vale 100 vezes menos, literalmente. A dica mor do Egito vale aqui também: barganhe pra metade do valor, nada custa o valor que dizem. Dá pra achar camas por 8 dólares, mas elas valem 3. Dá pra pagar 6 dólares num prato que vale 2, ou comer os populares que custam 1 dólar, caso tenha mais resistência a cozinhas sujas. E assim vai… alguns dias aqui nos ensinaram como não cair nas malandragens. Acho que o único lugar com preços justos e visíveis, e que vale sempre a pena, são as padarias e confeitarias. Todas excelentes :-)

Nem parece o Thamel, de tão vazio e limpo e comportado
Alguns pontos gerais sobre Kathmandu que valem comentário!
- Dá pra andar pela cidade, basta ter coragem, pois locais como o Garden of Dreams, Durbar Square e afins não ficam a mais de 20 minutos do Thamel, mas é bem stressante! Os turistas não andam a pé, então você chamará atenção de todos na rua.
- Para nossa surpresa, vários locais do Thamel oferecem wifi grátis e em uma velocidade bem usável! Todos estão baixando coisas, claro, então os uploads pra fotos e backups são sempre super rápidos.
- Água quente é um termo relativo quando se trata de hotéis. E hóteis é um termo relativo quando se trata de hospedagem… espere coceiras na cama e lençóis sujos, no mínimo.
- Tem loja da Adidas, Levi’s e KFC e Pizza Hut aqui. Mas não me envergonhe, coma a comida local que é deliciosa!
- A mistura de chineses com tibetanos com indianos é bem legal. Os nepaleses e tibetanos são os mais gente fina e sempre sorriem, os indianos são muito esnobes, mesmo estando todos sujos e precisando dos turistas.
- Os indianos daqui porém são muito ingênuos, lembram muitos os egípcios mas os egípcios são malandros e mais agressivos. Os indianos acham que enganam todo mundo e dá vontade de rir deles por isso.
Eu, Dani, discordo muito do Caio nas nossas percepções das pessoas por aqui. Em comparação aos egípcios, que eram realmente malandros, os indianos fazem de tudo para tentar arrancar dólares de você, mas são muito mais ingênuos. Mas não, não sinto vontade de rir de ninguém por isso…
Caio diz... não é questão de rir simplesmente, é de perceber quando se está sendo enganado de forma mal feita por alguém sem experiência nisso e achar graça da situação!
Infelizmente temos poucas fotos da cidade, é que as ruas são tão cheias que é constrangedor sair tirando foto assim. Talvez na volta criemos mais coragem. Agora é partir pra conhecer o resto do topo do mundo. No nepal, além das trilhas, pretendemos conhecer Pokhara e Bhaktapur também. E ah! Até agora nada da Carmen Sandiego…
Aug 22 2013
danihabkostpessoal, random, rtw
Um dia, conversando com uma amiga, ela me perguntou como é ficar esse tempo todo sem nada. Peguei um susto pois achava que tinha tudo. Na hora fiquei sem resposta e fiquei pensando sobre isso por uns dias. Deveria ter respondido assim:
Tenho um quarto que nem sempre é só meu, mas não me importo em dividi-lo. E ele tá sempre diferente, ora com uma cama de solteiro, ora com vários beliches, pra não enjoar. A decoração também sempre muda: a cortina, os quadros da parede e a mesinha nunca permanecem no mesmo lugar. A vista da janela, que engraçado, está sempre mudando, tem umas horas que vejo e tem uma praia, depois tem um templo, outra hora eu me espanto e só vejo prédios e quando eu volto só vejo montanhas. Tem vezes que o quarto nem é meu, mas o dono faz com que eu me sinta como se estivesse em casa, então pronto o quarto agora é meu também.
Meu guarda-roupa eu carrego nas costas, ele não tem prateleiras, gavetas e nem cabides mas tem todas as roupas que preciso, um chinelo e um tênis. Basta. As coisas mais importantes de uma estante andam comigo: livros, computador, caderninho de anotações e uma caneta. Porta-retrato? Não preciso, penduro na memória a imagem do lugar ou das pessoas que gosto. Agenda também não se faz necessária, vou resolvendo os compromissos à medida que eles surgem, não tem nada preestabelecido, a ordem do dia é ditada de manhã ou na noite anterior. Tenho sempre cama com lençóis limpos e levo minha toalha, que na verdade não é uma toalha de verdade e sim uma fralda da Sofia (minha afilhada) que enxuga muito bem, seca rápido e não pesa nem ocupa espaço.
Não uso relógio, hora de comer é quando me dá fome, hora de dormir é quando não aguento mais de sono, hora de voltar pra casa é quando estou cansado e a hora de sair é quando termino de trocar de roupa. Se não tem viagem marcada, a hora de acordar é quando o corpo acha que descansou o suficiente.
Tenho uma máquina fotográfica, que se encarrega de congelar e eternizar as cenas que tenho visto. As imagens capturadas por ela ajudam a dar forma nas histórias que conto e vão me fazer viajar quantas vezes eu quiser depois que eu voltar pra casa.
Tenho sempre banheiro, seja ele perto do meu quarto ou em algum lugar pelo caminho. Ultimamente muitos de meus banheiros nem tem vaso, só um buraco no chão mas faz o mesmo efeito. O que poderia estar na prateleira, levo numa pequena bolsa: escova, pasta, sabonete e desodorante.
A sala de estar eu troco sempre, umas tem televisão que nunca assisto, outras têm sofás onde sentam pessoas que não conheço.Taí uma boa oportunidade de fazer novas amizades e trocar uma ideia. Ás vezes tenho estantes na sala com outros livros, revistas, jogos que nem sei jogar… Mas normalmente, na sala de casa sinto uma atmosfera vibrante, cruzo com pessoas sentadas no mesmo barco que eu e estão remando para lugares aonde já fui ou pra onde estou indo.
Tenho usado bem pouco a cozinha, tenho sempre quem cozinhe pra mim, não preciso de panelas, fogão e liquidificador. O menu é sempre diferente, escolho o que me apetece e o que minha curiosidade pede. A mesa e as cadeiras estão sempre dispostas de forma diferente no café, no almoço e no jantar. Não tenho aquele monte de coisa amontoada na gaveta nem no armário: peço emprestado o prato ou a tigela, o copo e os pauzinhos (talheres). O bom é que não preciso lavar tudo depois, é só levantar e sair. Não tenho geladeira, mas sempre tenho minha garrafa pra beber água depois de escovar os dentes antes de dormir. Não tenho minha goiabada pra comer depois do almoço, mas sempre acho um mercadinho pra comprar um doce.
Sem dúvida, a parte da minha casa que mais gosto é o quintal. Ele também sempre muda cada vez que passo pela porta. Acho que não é uma porta, é um portal mágico. Lá nem sempre as pessoas falam a mesma língua ou têm a mesma religião. As fisionomias mudam assim como a moeda que elas usam pra comprar coisas tão diferentes. Tem hora que estou no meu quarto, tão compenetrado no que estou lendo ou escrevendo, que até esqueço que no meu quintal tem um outro mundo completamente diferente. No meu quintal não tem plantas para regar, um cachorro abanando o rabo pra mim e nem roupas no varal, mas tem o que me deixa profundamente feliz: o mundo.
Aug 22 2013
dani e caioalemanha, europa, rtw
Estávamos querendo muito conhecer a Alemanha, porém tínhamos poucos dias restantes na Europa e não muito dinheiro no bolso, por isso acabamos decidindo ir para Stuttgart apenas.

Andando pela Königstraße, lembrando de Curitiba
Adoramos a cidade, lembra muito Curitiba em clima nas ruas, especialmente no boulevard principal. Blumenau e outras cidades coloniais no Paraná são mais “tipicamente alemãs” que lá, mais estilo Bavária. Foi bom que fizemos couchsurfing na cidade e por isso conseguimos ter uma experiência bem bacana lá, inclusive participamos de uma festa de aniversário cheia de alemães, mas todos falavam inglês, naturalmente. A maioria fez intercâmbio e morou fora (o que aliás é padrão pra qualquer universitário que conhecemos no continente todo). A impressão das pessoas foi ótima, nada a ver com a imagem carrancuda e fechada que tínhamos deles, pelo contrário, papeávamos até de madrugada simplesmente porque eram todos interessantes e muito simpáticos :-)

Praça central de Stuttgart com o palácio, mercado e castelo deles
Conhecemos toda a cidade à pé, como sempre, e foi gostoso passar os últimos dias do verão no parque Karlshöhe, no Oberer Schlossgarten e ir no zoológico da cidade, o Wilhelma. Aliás, o zoológico deles é sensacional! Valeu cada centavo, é absurdamente grande e bem feitinho, com espécies de plantas (eles tem uma estufa enorme que simula um ambiente da Amazônia inclusive) e animais que não se vê em qualquer lugar, como ursos polares e cangurus! A única coisa chata é que quase não temos fotos de lá porque tirar foto de bicho atrás de grade é foda, só alguns ficavam soltos mesmo…

Vitórias régias no zoológico
O planetário da cidade é Carl Zeiss, então a expectativa era bem grande. Os equipamentos deles realmente são legais, mas o lugar parecia bem velho, com divisões no topo do domo e desalinhamento de algumas projeções. Foi legal pelo show ser atual e sobre cometas e asteróides. Mostraram até vídeos do Youtube daquele que caiu na Rússia recentemente. O resto da cidade foi complicada porque não somos fãs de carros pra ir nos museus da Porsche ou Mercedez, e a torre de TV foi fechada nesse verão. Além disso, a maioria dos monumentos da cidade e castelos estavam em manutenção com grades e buracos… pena pras fotos que foram poucas e ruins.

Planetário Carl Zeiss, de fora
Mas claro, na Alemanha não tem como não falar das comidas! O preço, provavelmente pela economia melhor que dos outros países na zona do euro, é muito mais baixo que todos, mais barato que na Espanha e Grécia que tão na merda! Deu pra matar a vontade comendo de tudo, todos os tipos de salsichas e passar mal com tortas, pães e docinhos ótimos :-)
Foi uma visita rápida de quatro dias e próxima a fronteira no sul do país, mas valeu demais. Agora queremos voltar pra Alemanha com mais tempo pra Munique, Berlim, Hamburgo, Frankfurt e afins :-)
Aug 15 2013
dani e caioeuropa, franca, rtw
Vir pra Paris e ficar escrevendo um monte ia ser chato. A cidade é a mais turística do mundo, e tem uma infraestrutura tão boa pra turismo e tanta coisa pra se fazer que ia ser babaquice postar um texto longo. Então aí vão algumas fotos, sem ordem, dos dias que viramos verdadeiros turistas, batendo ponto nos lugares turísticos da cidade :-)

Champs-Élysées com o arco lá no alto

Obelisco irmão do de Luxor que vimos no Egito

Dia preguiçoso no Jardin des Tuileries

La Géode, cidade das ciências

Espera pro cinema à céu aberto!

Uma pose incomum da Torre Eiffel :-)

Luneta pra ver o Campo de Marte

Saindo do Louvre com esse pôr-do-sol…

Trocadéro na frente, La Défense ao fundo

Praça Igor-Stravinsky, ao lado do Centro Pompidou

Notre-Dame

Panteão em obras

Fachada do Hôtel de Ville

Barcos na margem do Sena

Basílica de Sacré Cœur

Cadeadinhos de casais na Passerelle des Arts

Arco do Triunfo!
Aug 14 2013
caio1982europa, franca, rtw
Algumas vezes na nossa volta ao mundo aparecem surpresas boas. Bordeaux foi uma do começo ao fim. Acostumados com aquela idéia de Bordeaux ser a terra do vinho, imaginávamos campos de parreirais e clima de interior pra ficar morgando numa vila pequena. Chegamos lá e a cidade bombava, tinha uma espécie de mata atlântica própria, muitos rios e lagos, e uma praia quilométrica com direito a dunas de areias!

Onde ficamos em Bordeaux (mais precisamente em Lormont)
Claro, isso falando de Bordeaux como região e não cidade. Pra ser específico ficamos em Lormont com um couchsurfer super gente boa que falava português (melhor que a média dos gringos!) porque namorou uma brasileira e parece ter uma relação de amor e ódio pelo país como todo brasileiro. Um cinquentão muito educado, faz kitesurfing e que cozinha muito bem por sinal!
Dani diz... e faz uma ótima caipirinha :-)
Lormont, uma vila grudada em Bordeaux, fica há uns 30 minutos da cidade. Lá ele trabalha com projetos de urbanismo e habitação e nos mostrou partes de Lormont que antes eram como favelas pra eles e agora parecem condomínios com prédios novos que o governo banca pros mais pobres. Ele parecia bem orgulhoso, com razão, e foi legal ver esse lado da vida local. Assim como ir no parque l’Ermitage atrás da casa dele, muito bonito, com lago e tudo, onde antigamente era uma fábrica de cimento.
Foi ótimo couchsurfar em Bordeaux. Sem isso não teríamos um baita domingo de praia e lago na região. Passamos por regiões lindas com as vinículas de Bordeaux (que pra variar não ficam em Bordeaux mas em vilarejos periféricos).

Um dos vários castelinhos de vinho perto de Médoc
Paramos em somente um château, o Margoux, supostamente onde se faz o melhor vinho do mundo. Mas como não era época e estava fechado, a Dani perdeu a chance de experimentar :-)
Aproveitamos também o sol no lago d’Hourtin, um lugar tipo alagado próximo ao mar mas que é de água doce, onde caçam patos.

Toma um lago francês pra você
O lago é todo raso, atravessamos ele em partes diferentes com água clara na canela. Lotado de famílias com crianças brincando, foi muito legal! Até tocas de caçadores e patos de mentira pra atrair os de verdade vimos, paisagens bem diferentes pra gente.

Dia de praia :-)
A praia da região de Bordeaux parece ótima. Não entramos no mar por pura preguiça de nos lavar e trocar de roupa, mas ficamos na areia abaixo de bancos enormes dela, estilo as que se vê em filmes de invasão na Normandia. O oceano Atlântico ali é bem bonito… enfim, poderia escrever longos parágrafos sobre um único dia ali (saímos às 11 e voltamos às 10 da noite, uns 150km rodados). Outros parágrafos seriam pra comida de lá. Caralho, sério: queijos, baguetes, patês (os patês!) e até vinho pra Dani. Ela até virou viciada em queijo azul, algo impensável até então.

Esculturas do jardim público com árvores nascendo de dentro delas, foda
O centro de Bordeaux é o tradicional francês: muita pedra, edifícios baixos e ruas de paralelepípedos. A cidade é gigantesca em área, mas o centro turístico é pequeno e ficamos batendo perna por ele até ver tudo, incluindo os clássicos teatro, espelho d’água, jardim público e a praça gigantesca, que dizem ser a maior da Europa. Cruzamos também toda a rua Sainte-Catherine, longuíssima, só lojas, até chegar num tipo de arco do triunfo deles. Um mar de gente fazendo compras em lojas caras, não gostamos muito dessa parte.

Criançada brincando no espelho d’água, mesmo com tempo fechado
Duas coisas ajudaram a gente a conhecer melhor ainda Bordeaux e arredores. Apesar do nosso couchsurfer morar numa cidadezinha mais afastada, o ponto de ônibus e trem eram centrais e dava pra ver a cidade lá longe enquanto ficávamos quietinhos numa casa charmosa e aconchegante perto do bosque que falei. Isso deu uma perspectiva legal da região, mais francesinha eu gosto de pensar. Até andar de bicicleta emprestada pelo nosso couchsurfer nós andamos.
Dani diz... por “casa charmosa e aconchegante” leia-se: uma casa muito fofinha, com horta, lareira e até rede :-)
Além disso um amigo dele deu um tour grátis pra visitantes na cidade que passava à pé por lugares histórico nada convencionais. Lugares que contavam parte da história da região e ficamos bem felizes em fazer um tour turístico pouco turístico mas instrutivo. Mais um ponto pros muitos que Bordeaux ganhou com a gente, uma baita surpresa de cidade. Se um dia quiser conhecer a região, faça melhor ainda: alugue um carro e rode, mas rode muito, vão ser os melhores dias nas suas férias!

Tchau, Bordeaux!
Aug 12 2013
caio1982europa, planejamento, review, rtw
No post sobre quanto custa dar uma volta ao mundo nós mencionamos que na Europa usaríamos um esquema pra mochileiros pegar ônibus e num post específico falaríamos quanto custa mochilar de ônibus pelo continente. Então, este é o post prometido :-)

Pegando nossas mochilas na última parada, afinal
O que é o Busabout?
Surgiu um problema quando procuramos como nos deslocar pelo maior número de países europeus possíveis com nosso orçamento restrito. Transporte entre países na Europa é uma droga, é caro demais. Achávamos que por ser tudo pequeno e perto seria fácil. Bom, de carro é, mas o custo pra alugar um é ridículo. Achamos o Busabout, um esquema próprio pra mochileiros rodando a Europa, de ônibus.
A idéia é você fazer loops pelas regiões do continente (ou mesmo ir 100% custom mas pagando mais). É como um circuito: horários e rotas fixas passando por umas 35 cidades no total, você marca um assento pro dia que quiser, aparece no local e vai junto. Uma beleza, e nada de terminais de ônibus velhos ou sujos. Pra quem é mochileiro ou sabe viajar de forma independente, na Europa não tem coisa melhor na minha opinião.
As cidades por onde o circuito passa são sempre famosas e não famosas, então é sempre uma boa usá-las como bases pra visitas mais longas em vilarejos ou cidades menores ao redor. Pela logística complicada compensa bem.
O custo da brincadeira
Antes de sair do Brasil compramos um loop do circuito deles no estilo hop-on hop-off (passando por 12 cidades) e custou R$ 1.100 por pessoa. Havia uma promoção pra “early birds” começando e ganhamos uns 20% de desconto. Se você dividir o preço do Busabout pelo número de lugares que você passa, no nosso caso, dá uns 37 euros por trecho, o que é um baita negócio pela qualidade do serviço que oferecem e pelas possibilidades de viagem que você ganha na Europa.
Por que ir de ônibus e não trem ou avião?
Simples: dinheiro. Mochileiros não tem o luxo de andar de trem com frequência. Na Europa um passe de trem equivalente em número de locais ao Busabout custaria por volta do dobro segundo nossas contas. Além disso trens dependem de estações, e cidades pequenas nem sempre tem uma internacional. Ou seja, vai fazer um milhão de conexões e ainda ter que ir “à pé” pro seu albergue de regiões nem sempre boa, problema frequente com trem.
Contra ir de avião dinheiro não convence muito, já que hoje em dia com promoções você voa por menos. A questão aqui é a organização de 3 meses por vários países como é o nosso caso. Você fica louco, sério. Além disso, mochileiros tão sempre com bagagem caindo pelas pernas e penduradas com fios como as minhas botas. Companhias de baixo custo na Europa cobram por bagagem, e geralmente só permitem algo do tamanho de mochila escolar… é isso ou paga-se um absurdo! Hmm não, eu passo.
Por tudo isso escolhemos o Busabout. Claro, o serviço tem vários problemas, mas não vamos focar neles nesse post porque achamos que eles são tão bobos perto do nível geral do que oferecem que ia ser exagerado da nossa parte. Só não recomendamos o Busabout com mais vontade porque muitos que usam ele são gringos playboys pagando de mochileiros, e ainda não é algo tão barato quanto viajar 100% por conta própria, ir comprando bilhetes conforme viaja, mas isso inviabiliza a Europa pra brasileiros com limite de 3 meses lá, então…
As coisas boas
- Fazem bastante paradas e em lugares bons, uma a cada 2 ou 3 horas em média. Assim nem se sente uma viagem de 10 horas, fica muito tranquilo e suportável.
- Preocupação beirando zero com a logística de por onde ir e como chegar, só dar a mochila pro motorista e relaxar assistindo filmes no ônibus.
- Organização e horários do esquema é toda britânica, pontual e funcional. Dá pra confiar de olhos fechados.
- Se estiver em pânico sem lugar pra dormir e estiver dentro do ônibus, dá pra pagar um wifi lá dentro pra procurar uma cama. Ou agendar e pagar com cartão direto com o guia um lugar no albergue deles. Ganha karma de segurança por isso.
- Não importa onde esteja, todos do Busabout falam em inglês na Europa toda. E possuem infos valiosas de cada lugar, sobre história e o que fazer etc. É um ponto precioso pra quem tá perdido por aí.
As coisas mais ou menos ruins
- Só tem australianos! Alguns são neozelandeses e uns poucos britânicos e americanos. Não vimos absolutamente ninguém de outra nacionalidade, até ficavam impressionados ao ver que éramos brasileiros. Falta diversidade de mochileiros.
- Os albergues com quem eles tem parceria são todos chiques, estilosos e caros. Bom pra pagar em dólar australiano e libra, se é que me entende. Precisa sempre andar além com as mochilas, até um lugar mais barato ou couchsurfar.
- O tipo dos guias é tão diferente um do outro que vira roleta russa. A chance de pegar um babacão ou alguém mala é de 50% sempre.
- Muitas paradas obrigatórias. Totalmente compreensível pela dificuldade deles em viajar de noite, mas incomoda se você não quer parar em cidades menos conhecidas (não era nosso caso, mas fica o comentário).
- O site é um pouco confuso em algumas áreas (como infos básicas de horário e pontos de encontro), mas o sistema pra agendamento de lugares, atividades e assentos funciona bem.
Micro-review do review
Os ônibus são todos muito limpos, mais do que esperávamos. É só chegar com seu passaporte na hora de embarcar, confirmar seu nome, sentar e viajar. Passam filmes e séries em 2 televisões do ônibus o tempo todo. Não tem banheiro dentro, mas param com frequência em estações com restaurantes, mercados e toaletes. Os motoristas são gente boa, vários são de portugal (e pelo menos 2 guias gringos dos ônibus aprenderam português). Não se viaja depois que está escuro, bom ponto positivo pra segurança e cansaço. Os assentos são confortáveis, mas não muito espaçosos pra quem tem mais que 1 metro e 80, como eu. A maioria esmagadora dos viajantes é mulher na casa dos 20 e poucos anos. Não fazem overbooking, nunca vimos os ônibus lotar completamente.
Veredicto
Achamos que vale muito a pena usar o Busabout. Pra nós valeu bastante! Tem seus problemas, claro, mas os benefícios compensam bastante pra quem tá mochilando pelo continente mais caro que tem pela primeira vez. Transporte na Europa é mais complicado que você imagina, mesmo os países sendo tão próximos, então o Busabout te tira essa responsabilidade da cabeça… o único problema é ter que gastar uma grana considerável com isso. Às vezes grana é exatamente o que mochileiros não possuem :-)
Aug 05 2013
caio1982espanha, europa, rtw
Esse post vai ser meio dividido porque passamos por regiões muito distintas no País Basco. Inicialmente iríamos somente para Pamplona e Donostia (que todos alternam para San Sebastián de vez em quando), mas decidimos ir pra Bilbao também, fazendo um triângulo no mapa com as três cidades, e não nos arrependemos nem um pouco!
Pamplona
Só tivemos dois dias pra visitar Pamplona, e era bem fora de época. O San Fermin, festival de corrida com touros, aconteceu na semana anterior a nossa chegada, então a cidade estava bem calma e vazia. Ficamos num albergue muito bonito e organizadinho, dividindo o quarto com uma família de holandeses reclamões :-)

Invasão de nuvem em Pamplona
Durante esses dias ficou bem friozinho até, mas ainda com sol, então foi bom pra andar e conhecer tudo. Comparado com o calor de Madrid, Pamplona era o paraíso, o clima no País Basco é bem mais fresco e úmido.

Clima pesou no centro
Ah, aliás, é meio polêmico isso mas quem é do País Basco acha que os de Pamplona não são, mas em todo lugar de Pamplona se lê Euskera e todo mundo se identifica. Como acredito que se você se indentifica de uma forma você pertence a essa coisa, então consideramos Pamplona parte do País Basco mesmo :-)

Onde se corre com os touros
O centro histórico é bonito, mas bem pequeno, coisa pra ver numa tarde, junto com a citadela. Andamos parte do Caminho de Santiago que corta a cidade, desde a Ponte de Madalena até a borda sul do mapa da cidade que nos deram. E só, já que eu ainda estava muito doente da garganta e a secura do clima ainda era notável… enfim. Pamplona é bem mais modernosa que pensávamos, tem cara de um grande condomínio fechado se você sai do centro histórico. Pena que era fim de semana, então a cidade tava meio fantasma!
Dani diz... no caminho pra Pamplona assistimos The Way, um filme bem bacana sobre o Caminho de Santiago, por isso ficamos com vontade de caminhar um pouco na rota e sentir a “vibe” :-)
Bilbao
Bilbao começou pra gente, como esperado, no Guggenheim, o museu modernoso. Como não gostamos de arte muito moderna acabamos nem entrando, mas o passeio na margem do rio que vai zanzando pela cidade vale a pena, e na lateral do museu tem umas entradas pro Parque dos Patos como os locais chamam.

Parque dos Patos
É bem bonito, embora pequeno. Acabamos matando a nossa vontade de museu indo no Museu de Belas Artes, que é o segundo museu mais importante na Espanha, ficando atrás do Prado, de Madrid.

Vista do bonde
Antes de passear mais pela cidade decidimos visitar o tal bonde que tem lá. Na internet e conhecidos já haviam recomendado, então fomos ver qualé. Nosso couchsurfer morava praticamente do lado da estação do teleférico, mais prático impossível. Lá do alto a vista é incrível, dá pra ver até o mar no horizonte! E de fato Bilbao é uma cidadezinha pequena, mais que podíamos imaginar. Dali vimos do alto por onde andaríamos e fomos caminhar no centro, ver alguns prédios históricos e passear com nosso couchsurfer.

Ótima luz na esquina
Um dos prédios mais legais era uma antiga cervejaria, parece. Demoliram o miolo do prédio (mais ou menos do tamanho de um quarteirão) e mantiveram somente a fachada que é um tipo de patrimônio histórico. No meio fizeram três prédios com biblioteca, academia pública, auditório etc, e no topo disso tudo, suspensa sobre o vão entre os três prédios, uma piscina com fundo transparente. Alucinante! Dizem que foi o Philippe Starck que bolou tudo, e pagamos um sapo fenomenal. Os prédios internos são suspensos por dezenas de colunas, e cada coluna tem um estilo e desenho e pintura único. Só vendo mesmo… sério, muito foda.

Você pode vê-los, eles não podem te ver
Fomos com amigos do nosso couchsurfer ver o que afinal era potear, o “bar hopping” deles. Acho que bati com folga meu recorde anterior de saída em bares em Madrid. Em Bilbao nos levaram para 8 bares diferentes na mesma noite. Voltamos às 03:30AM depois de ir no último, um bar com apresentação de travestis pelo que ouvi falarem (que estava de folga naquela noite, ufa). Dizem que brasileiros festejam bem, mas os bascos… nos entupimos de pintxos naquela noite e cansamos bastante!
Dani diz... hmm, essa frase fora de contexto ficou estranha. Pintxos são como as tapas do País Basco, uma comidinha de bar pra acompanhar uma bebida. Dizer que nos entupimos de pintxos não tem nada a ver com o bar travesti :-P
Os amigos do nosso coushsurfer eram todos muito legais, e fomos todos juntos em 2 carros até o Castillo de Butrón, um castelo antigo inspirado em modelos alemães, fora de Bilbao mesmo. Dali emendamos um churrascão enorme no alto duma montanha entre Armintza e Bakio.

Fazendo churrasco acima de Bakio
Fizemos uma parada pra descansar e beber algo em Mundaka, na estrada de um tipo de estuário da região que tem competições de surfe em algumas épocas. Mas o mais legal mesmo, mesmo que muito rapidamente, foi visitar Gernika no fim do dia. Ver a vilazinha do quadro do Picasso foi muito especial :-)

Filho antigo de Gernika
Adoramos o dia, foi super cansativo mas no ótimo sentido. Pudemos conversar horrores da cultura basca e vimos paisagens que mochileiros normais sem couchsurfing teriam dificuldades pra ver. Foram 12h passeando por vilarejos e florestas verdes.
Dani diz... sem contar o intensivão de espanhol, já que eles não falavam inglês. Deu pra treinar bastante!
Donostia, San Sebastián
Tentamos evitar ficar muito tempo em Donostia, ou San Sebastián, porque a cidade é muito chique, muito pra turistas endinheirados. Antigamente era cidade pra nobreza e corte, então imagine o naipe. É tudo muito bonito e elegante na beira do Atlântico, mas nosso plano era mesmo descansar um pouco e planejar as semanas seguintes no fim da Europa e nossas trilhas no Nepal.

Nada mal hein ;-)
Ficamos um bom dia na praia da cidade, lotada de gente mas com água muito boa. Mesmo sendo o Atlântico a água não era tão absurdamente fria, deu pra aproveitar nosso último mergulho no mar pelos próximos 3 meses :-)

Centrinho de Donostia, San Sebastián no fim do dia
Visitamos a cidade de noitinha no último dia, pra conhecer um pouco o centro, que como de costume na Europa era minúsculo. Ter ficado pouco tempo na cidade valeu a pena e foi acertado, especialmente porque nosso albergue foi até agora o pior em custo e benefício da viagem, uma casa cuja garagem virou sala de estar com pranchas e caixas empilhadas. A recepção era uma mesa na cozinha, com três moleques sem camisa como funcionários e os quartos sem ventilação. Tudo isso por módicos 55 euros por dia em quarto compartilhado, preço de hotel 3 estrelas em lugares menos caros da Europa… paciência. O resto do País Basco compensou e muito, mas muito mesmo, então tá valendo!
Aug 02 2013
caio1982espanha, europa, rtw
Passamos dias demais em Madrid, foi uma estadia longa até mesmo para o nosso padrão de viagem lenta. Antes de chegarmos lá, as pessoas que conhecemos em Barcelona e Valência nos deram dois avisos: mais que uns 4 dias era muito tempo para a cidade e passaríamos muito calor. Acertaram nas duas coisas.

Rua entre Callao e Plaza Mayor
Chegamos em Madrid no finalzinho da tarde e emendamos, de mochila e tudo, uma parada com nosso couchsurfer no El Tigre, um bar bem local que fica no centro de Madrid perto da estação Gran Via. Como é de costume, pedindo uma bebida eles te presenteiam com um prato de tapas caprichado. Apesar de bem lotado, o lugar é muito bom, se pegar as tapas frescas e tiver sorte (já que as servem aleatoriamente) vai se dar bem. O garçom velhote do lugar era estúpido demais por causa das nossas mochilas no caminho, mas aproveitamos bem. Duas cervejas, uma coca e 3 pratos de tapas por 7 euros é bom o suficiente :-)
Nosso couchsurfer mesmo era um amor de pessoa, muito simpático e atencioso. Pra quem está começando com couchsurfing tá de parabéns, duvido que terá problemas pra arrumar lugar na grande viagem que ele vai começar agora pelas três américas! Ele estava aprendendo português (de portugal) também, o que era divertido, porque podíamos falar em qualquer idioma que sabíamos e todos se entendiam. Ele tinha uma prova oral uns dias após sairmos, então talvez nossas gírias e sotaque tenham atrapalhado um pouco…
Conhecemos também os dois amigos de apartamento dele, um doutorando e outro músico contratado de uma banda aparentemente famosa na Espanha. Super engraçados, o doutorando tinha ouvido muito bom pra entender nosso português. Ele era das Astúrias, do lado da Galícia, então isso ajudava um bocado. O músico era de Zaragoza, entre a Catalunã e o País Basco. Nosso couchsurfer mesmo era de León, então o apartamento era super espanhol e bem diverso pra vermos opiniões diferentes da vida em Madrid e do país. Foi perfeito :-)

Palácio de vidro do El Retiro
Em Madrid se tem uma coisa que se precisa conhecer, além dos museus, é o Parque del Retiro. Não que já estejamos enjoados de visitar parques, mas esse é bonito mesmo. É um dos poucos lugares na cidade que se acha brisa e sombra com lugar pra sentar. Aparentemente espanhóis odeiam essas três coisas, então aproveite. Lá é enorme, passamos uma tarde fazendo picnic, e pra fugir do calor pode-se ir ao Museo del Prado que é grátis a partir das 6 da tarde. Como dizem, o museu é enorme realmente, e com muita diversidade de estilos de várias épocas, com algumas esculturas. Vimos só o primeiro andar na visita, tivemos que voltar outro dia pra ver o segundo. As descrições das obras são bem boas, então leva tempo, e você não vai passar correndo pela sala com os quadros do Goya né…

Goya malvadão em frente ao Prado
Perto da Praça da Espanha, onde ficamos alguns dias depois, tem o Dabod, um museu egípcio construído num parque no centro da cidade. Esse é legal de ver porque é real. Quando fomos pro Egito, na fronteira com o Sudão em Abu Simbel, vimos o complexo de templos que remontaram lá, e o Egito doou pela ajuda que a Espanha deu na eṕoca uma câmara do complexo. É essa câmara que virou museu em Madrid. A organização é impecável, como deveria ser no Egito, então vale a visita já que é 100% grátis. Ali perto tem o Palácio Real e a Praça da Espanha com uma estátua legal do Dom Quixote. Não gastamos muito tempo em nenhum dos dois lugares, mas são bonitos de se ver e como é tudo tão perto no centro… aproveitamos.

Dabod, pedaço do Egito no meio de Madrid
Madrid foi bom pra descansarmos um pouco também. Espanha tem sido bastante intensa e precisávamos esfriar um pouco, e pudemos papear bastante com couchsurfers. A vista da casa deles pra cidade é ignorante, dá pra ver o Palácio Real e a catedral logo de frente. Fomos dormir bem cansados e tarde naquele dia, mas aprendemos bastante sobre o país e as pessoas conversando e rindo!
Dani diz... e ainda saímos pra tomar sangria antes disso, tomei uma jarra inteira sozinha!

Tem coisas – tum! – que só couchsurfing faz pra você
Agora, se você faz o gênero cultural, como de vez em quando encarnamos, vai gostar de saber que ainda tem museu pra ver além dos que já falamos. Fomos no Thyssen-Bornemisza, mas foi decepcionante. Quase nada de informações das obras, muita arte moderna ruim, e embora seja um museu famoso não vale os 8 euros que cobram por pessoa. O museu Reina Sofía perdemos de ver porque chegamos em cima da hora de fechar a entrada, confundimos o horário do portão com o de fechamento do museu, e tivemos que nos contentar com uma exposição de obras do Salvador Dalí que tava temporária lá e fechava quase meia-noite. Nada mal como compensação. Ela é bem bonita e com os quadros mais famosos pra não fazer feio, além de muita obra inicial dele e filmes que ajudou a fazer. Valeu a pena esperar uma hora na fila, é coisa de uma vez na vida só, ainda mais de graça :-)
Até em museu de presunto fomos. O Museo Del Jamon está espalhado pela cidade toda, com milhões de pernas inteiras de presunto ibérico penduradas no teto, servindo gente o tempo todo. Porém não é um museu como te dizem, é mais uma lanchonete estilosa pra turistas. Se andar pela cidade verá um monte deles… e ah, falando em andar, acho que dos 12 quadrantes de Madrid no mapa nós só conhecemos um! A cidade é enorme, mas é tudo subúrbio, o centro visitável é bem pequeno e dá pra ver andando (ou de metrô se bater o cansaço, 10 passes por 13 euros, mas as estações nem sempre são bem localizadas).

Fim do dia batendo perna por aí
Pra fechar o único fim de semana na cidade, fomos no mercado El Rastro, bem de rua e enorme, mas nada muito diferente do que se tem no Brasil, além dos turistas europeus é claro. De noite fomos na Plaza Mayor ver um concerto de música clássica grátis durante o verão, dirigido pelo Plácido Domingo (que eu nem sabia se tava vivo ainda!). Eu fiquei bem doente nessa noite porque esfriou rápido, mas deu pra aproveitar bem… foi bem bonito :-)

A lua se escondeu pro concerto na Plaza Mayor
Nos últimos dias na cidade o Leandro, amigo nosso, visitou a cidade vindo de Barcelona e a caminho da Holanda, e andamos feitos zumbis pela cidade por causa do calor absurdo que fez, mais que todos os outros dias. Quase não deu pra fazer nada, mas conseguimos um “bar hopping” em 3 lugares com os couchsurfers e ele, além de conhecer um pouco da região, mesmo que andando, como quando fomos ver a tal estátua de Lúcifer no El Retiro, a famosa que dizem estar à 666m do nível do mar.
Nos dias finais, acabamos ficando muito tempo no albergue, dormimos muito pra aliviar o calor infernal que beirava os 40 graus até tarde da noite. A única hora que pensamos sair foi pra matar a vontade da Dani de coxinha num bar brasileiro, mas estavam sem bem naquela noite hahah.
Dani diz... eu até sonhei com essa coxinha, imagine a minha cara quando descobrimos que justo naquele dia não tinha! A mulher até ficou com dó e disse que no outro dia ia ter, pena que era nossa última noite na cidade

Lago do parque El Retiro
Um dos objetivos de passar tanto tempo no centro da Espanha era a nossa intenção de viajar pra outras cidades perto, ou até mesmo ir pra Portugal. Vimos como era pra ir pra Toledo, e parecia tranquilo de Madrid, e pra Portugal poderíamos pegar carona mesmo que é bem comum por aqui. Infelizmente eu, Caio, fiquei muito doente antes de irmos pro albergue e não rolou nenhuma das coisas… decepção grande pra Dani que queria muito, fica na minha conta pra compensar na viagem depois. Às vezes planos não encaixam mesmo, fiquei com dó de não ter dado certo :-(
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