Aug 04 2014
dani e caioamericas, cozinha, pessoal, rtw
Tava demorando pra pegarmos uma receita mais calórica no Mundo na Panela, então dessa vez vamos passar pela Gordolândia, ou Estados Unidos. Afinal, todo mundo gosta de comer hamburguer e batatas fritas, então essa receita não tem como dar errado, é sucesso garantido! Além disso, como todo mundo vai comer pelo menos um hamburguer em algum momento da vida, seja do tipo que for, ajuda a conhecer o que vai comer e pode-se até mudar a receita a vontade. A nossa, aliás, rende 6 dos tais “sliders” :-)
Por quê?
Porque sim ao hamburguer! Ao bacon! Ao queijo! A batata frita! Estávamos nos EUA pela terceira vez nas nossas vidas e não tínhamos comido um bom e belo hamburguer no país, e como queríamos fazer uma visita ao bairro ex-gay e hoje hipster de São Francisco, o Castro, aproveitamos. Lá tem o Slider Bar, um lugar bem bacana que serve ótimos miniburguers, como os sliders podem ser chamados em português. A idéia desse tipo de hamburguer não é comer um enorme com gosto só razoável, mas sim vários minis ótimos. Nem sabíamos, mas sliders não são exclusivos da onde fomos, são populares em todo canto mesmo. Mas garantimos que os miniburguers deles são deliciosos :-)
Os sliders, ou miniburguers, prontos pra atacar
Receita
- 1 cebola média
- 3 dentes de alho
- 500g de carne moída
- 3 colheres de sopa de salsinha picada
- 1 pacote de batata congeladas em tiras
- 2 rodelas de tomate
- 2 folhas de alface liso
- 4 tiras de bacon
- 4 fatias quadradas de cheddar
- 4 fatias de parmesão ou provolone
- 150g de gorgonzola
- 6 minipães redondos
- azeite, sal e pimenta do reino
Preparo
Comece pelo que precisa ser frito e reservado: o bacon em tiras não muito finas. Frite até o ponto que gosta e reserve em papel toalha pra secar. Isso já vai engordurar a frigideira pro resto. Frite a cebola com alho, ambos cortados bem pequenos. A cebola e alho devem começar a escurecer de leve, mas sem queimar, e os reserve também. Em uma tigela, misture a carne moída, a cebola com alho e sal, e pimenta do reino a gosto. Se quiser, bote um fio curto de azeite pra não ressecar. Misture tudo com a salsinha, e se quiser algumas gotas de molho de soja só pra dar cor. Faça bolinhas com a mistura e vá achatando até ficar no formato de mini hamburguer. Deve dar 6 deles.
Detalhe das belezuras saídas da frigideira
Enquanto se prepara pra fritar os hamburguers, bote o pacote de batatas fritas no forno alto, pra ser menos gordo e não se estressar com duas coisas fritando ao mesmo tempo. Devem ficar boas no tempo da embalagem, mas geralmente leva entre 15 e 30 minutos.
Na hora de fritar os miniburguers, bote só um fio de óleo na frigideira, porque vão soltar suco e não precisa banhar em gordura… e espere, com uma tampa sobre eles pra não fazer muita fumaça e acelerar o ponto da carne. Vire quando um lado escurecer bem (como na foto) e se incharem demais pressione de leve pra soltar parte do suco, senão vão parecer almôndegas. Quando tiver no ponto que gosta, jogue 2 fatias dos 2 tipos de queijos fatiados por cima de cada par de miniburguer (de novo, como na foto) e deixe eles derreterem com fogo desligado, só com calor da carne. Amasse bem o gorgonzola até virar uma pasta, ele vai ser a cobertura dos outros 2 miniburguers restantes depois!
Pra montar os slides vá na criatividade mesmo, mas a nossa sugestão é: 2 de cheddar com as tiras de bacon que já estavam fritas; 2 com queijo provolone ou parmesão com uma rodela de tomate e uma folha de alface, meio x-salada; 2 somente com queijo gorgonzola por cima, mais nada, porque o gosto é forte. E não se esqueça das batatas fritas no forno!
Manha
Se gostar de carne bem temperada, tente trocar a salsinha por hortelã (2 dos sliders que fizemos eram com hortelã, e foram os preferidos do Caio). Se quiser arriscar mesmo, mas confiar na gente, tente misturar uma ponta de colher-de-chá de canela em pó na carne moída de uns dois sliders, vai dar um tempero bem legal. Ao invés de tomate, pepino em conserva deve ficar melhor ainda no slider! Tente fazer os hamburguers bem pequenos mesmo — senão não é slider — mas não pode ficar muito menor que o tamanho do pão, então tente realmente comprar minipães mesmo e não pão de hamburguer. Como dá pra ver nas fotos, os nosso ficaram entre sliders e hamburguers, quase erramos na medida. A dica mor é achatar bem a carne, porque na hora de fritar ela sempre incha um pouco. Mas não prense a carne demais, senão sai todo o suco dela e ficará socado por dentro.
PS: não deixe de ver mais comilanças nossas nos outros posts Mundo na Panela!
Jan 23 2014
caio1982africa, americas, asia, europa, nerd, oceania, pessoal, rtw
Nós mal voltamos pro Brasil e não paramos enquanto não terminássemos um projeto pessoal que durou toda a volta ao mundo: gravar um segundo significativo a cada dia de viagem, pra montar um vídeo de tudo isso junto. Ainda vamos organizar nossos backups e todas as fotos que tiramos na viagem inteira, mas enquanto isso aproveite pra ter uma idéia do que vimos! O vídeo tem legenda em português e inglês no Youtube, se liga:
Mais
Jan 20 2014
caio1982americas, eua, rtw
Originalmente a parada no Texas deveria durar apenas algumas horas em uma conexão de volta pra casa, mas resolvemos ficar uns dias na cidade pra com a mais absoluta certeza TER que visitar a NASA, e no fim das contas fizemos muito mais que esperávamos e nos divertimos muito. Houston é estranha em alguns aspectos, mas não é o “fim do mundo” sem nada pra fazer como muitos pensam. Como já conhecíamos as duas costas dos EUA, o miolinho texano cairia bem agora.
Smurfs em Houston
Nossos couchsurfers foram até nos pegar no aeroporto, um mimo inestimável numa cidade na qual sem carro você não faz muito por ser tudo ridiculamente distante e separado por auto-estradas largas e ruas sem calçada. Eles são brasileiros e moram há pouco tempo no país então foi legal pra eles matarem saudade de pessoas e pra gente foi uma ótima companhia pra nos acostumarmos ao Brasil novamente, digamos. Conversamos muito juntos, comemos de tudo e brincamos (loucamente) com a cachorra deles. Foram um amor de couchsurfers pra encerrar nossa experiência surfando sofás com chave de ouro.
Uma girafa comportada no zoológico
Com eles fomos no Zoológico da cidade inclusive. Dizem que todas as cidades perto tem um, mas o de Houston é bem bom até. Por 15 USD vale a pena porque se vê de tudo. Até um javali tentando transar sem sucesso com um tronco, mas bombando corajosamente mesmo assim. A couchsurfer era doutora e trabalhava no Instituto Butantan, então foi muito legal ouvir as explicações dela especialmente sobre os répteis! Em algum lugar de Houston tem um restaurante típico que supostamente é de 1800 e tantos, e enchemos o bucho comendo lá e começamos a ver os tipos de chapéu e andam de caminhonetes enormes que tem pela região em um bar local.
A parte final da nossa temporada em Houston foi novamente em um quarto do Airbnb. Como queríamos visitar a NASA, ficaria mais fácil ficar agora próximos do centro onde tem algumas poucas linhas de ônibus. O quarto do Airbnb era tipo hotel luxuoso, impressionante mesmo, perfeito pra dormir até mais tarde e muito bem antes de… hmm desculpem a repetição, voltar pra casa :-)
Pra realizar um sonho de infância e ir na NASA (talvez sonho menor só do que assistir um foguete ou ônibus espacial ser lançado), foi até mais fácil que pensávamos. O centro da NASA em Houston, o famosão dos filmes, fica completamente fora da cidade. No sudeste de Houston quase perto do mar eles tem uma área enorme e pra chegar lá de carro é uma linha reta porém longa, de ônibus pesquisamos e descobrimos que no centro você pode pegar o ônibus 249 que ele irá parar na porta. Pra voltar, pega o mesmo ônibus, mas se for depois das 3PM tem que ser o 246 e trocar de ônibus em um mini terminal antes de entrar na cidade. Não tem erro e custa entre 1.25 e 2 dólares a depender da linha. É a sua melhor alternativa na cidade do carreto. É tanta caminhonete enorme com passageiros únicos que eu acho que eles são especializados em carretos, só pode.
Valeu cada momento de espera na viagem pra ir na NASA. Se soubéssemos que era tão grande e com tanta coisa teríamos ido assim que o sol nasceu pra ver tudo com calma, mas chegamos perto das 11AM e tivemos que ir embora às 4PM, então algumas coisas vimos só superficialmente mesmo aproveitando horrores no que deu tempo.
Entrando no centro de comando histórico da NASA
Pegamos o passeio de trem interno deles que passa pelos prédios oficiais da NASA, não somente pela área de visitantes. Fomos em frente de prédios operacionais deles, pelos de manutenção onde tem tanques de nitrogênio líquido enormes, por onde processam as comidas pra ir pro espaço e até por um memorial com árvores e placas dos astronautas que já morreram em missões. E ah, entramos nos melhores prédios sim!
NASA! PORRA! NASA!
A primeira entrada foi já no mais aguardado, no centro de comando histórico da NASA. O original, o clássico! Aquele desde as primeiras missões Gemini, dos pousos na Lua com Apollo, alguns ônibus espaciais etc por cerca de 40 missões. É um lugar preservado com hardware original dos anos 60 até, ninguém pisa na sala, só se pode ficar atrás do vidro onde ficavam os familiares, militares e políticos durante as missões. Foi realmente emocionante ver as mesas e painéis de operações, um cara explicou todos os detalhes e aceitava perguntas inclusive.
No prédio onde mexem em protótipos e astronautas treinam em equipamentos
Depois fomos até o prédio onde os módulos de treinamento para astronautas, principalmente os que vão pra estação espacial. O lugar onde fazem mergulhos simulando baixa gravidade é restrito, mas entramos no galpão enorme e alto com uma réplica supostamente funcional e tamanho real da ISS. Vimos cápsulas de pouso também, uma réplica de treinamento do Canadarm e curiosamente em umas três partes do galpão havia coisas jogadas com logotipos da SpaceX. Pelo jeito eles trabalham bem próximos mesmo.
Módulos de treinamento da ISS
Havia também uns robôs protótipos e vários hovers em estágios variados de acabamento, que pelo que falaram são apenas experimentos pra eventuais futuras missões. O mais legal mesmo, pra mim Caio, foi ver pessoas de verdade trabalhando ali, conversando perto dos equipamentos, andando pelo lugar arrastando carrinho disso ou aquilo, não era só pra turista ver :-)
Saturn V visto da ponta onde fica a cápsula de pouso
Pra terminar o passeio de trem descemos no Rocket Park, onde tem vários foguetes no lado de fora na grama e um galpão gigantesco com um foguete Saturn V real dentro. Ele tá posto deitado pra você atravessar o galpão vendo ele inteiro, tirando foto de cada pedacinho. Os estágios dele estão desconectados, então dá pra ver bem onde se juntariam e dá até pra ver os motores de cada um deles. Da pontinha onde ficava a cápsula de pouso, olhar pra trás até os motores principais dá até um arrepio. É muito grande, cara. Muito mesmo, simplesmente absurdo o que fizeram tantas décadas atrás. Um puta feito de engenharia e ciência impressionante de ver ao vivo.
Ainda meio que na metade do Saturn V!
O centro espacial em si onde turistas podem circular à vontade não é tão grande. Além de uma réplica “real” de um ônibus espacial que estão montando no estacionamento (pra exibir em 2015), o lugar tem poucas salas. Elas, contudo, são muito legais é claro.
Não é o Daft Punk, são os trajes antes e após a Challenger
Tem a Starship Gallery onde mostram num telão um filme sobre o ínicio dos programas espaciais com o púlpito real onde o Kennedy fez o famoso discurso pra se ir à lua. Depois você vê vários artefatos de todas as fases dos programas, inclusive russos! Muito bacana, e no fim ainda tem um tipo de caixa forte, aparentemente falsa mas toda de metal etc com pedras e pós lunares. Ali pude encostar na minha segunda, a primeira foi na Nova Zelândia :-D
Réplica do Skylab que dá pra entrar dentro
Uma outra sala muito foda lá é a Blast Off. É uma sala escura com caixas de som e graves altíssimos e lá mostram um filme de lançamento de um ônibus espacial pra você sentir o poder dos motores. Assim que termina aparece um funcionário pra dar uma apresentação dos status das missões em Marte, com filmes e maquetes que mostram pras pessoas. Falando em funcionários, todos eles usam trajes de vôo, é engraçado.
No meio do saguão principal tem uma réplica de cabine de um ônibus espacial onde você podia entrar pra ver o ponto de vista dos astronautas, tanto olhando pra trás no painel e ver o bagageiro da nave quanto pra frente e ver os controles e janelas e assentos!
Cabine de um ônibus espacial
Aproveitamos muito mesmo, um dos dias mais felizes do ano pra mim, Caio. Foi só uma pena as mochilas e nosso dinheiro não serem suficientes pro que queríamos levar das lojas da NASA, entulhadas com tudo o que você pode imaginar relacionado ao espaço. Até os trajes de astronautas tem lá e foi duro resistir, pense, eu poderia usar um em casa, completamente aceitável vai :-)
Na noite anterior de viajar pro Brasil ainda encontramos o Diogo que também era de Curitiba e amigo nosso mas mora na cidade há alguns meses. Os pais dele cruzaram o país de carro pra visitá-lo e fomos todos em um churrascão texano tradicional, estilo costelão. Matamos a vontade de carne, com um molho bem diferente, pelo jeito Tex Mex como dizem. Estávamos prontos pra voltar pra casa agora, todas as vontades foram feitas à tempo!
Jan 10 2014
caio1982americas, eua, nerd, rtw
Quando nós vimos em São Francisco a Carol e o Faw, também de Curitiba e morando nos EUA, fizeram um convite irrecusável pra gente: visitar a região de Menlo Park e as empresas do Vale do Silício. Trabalhando com computação desde sempre, tentei segurar o sorrisão pela oportunidade! Não só ganharíamos um lugar ótimo pra ficar, como teríamos companhia brasileira pra passeios nerds e começar nossa reabilitação social pra volta pra casa.
De trem via Caltrain até o Vale do Silício, que na verdade é meio que uma definição bem superficial da região, fica por volta de 7 dólares por pessoa naqueles vagões duplo deck igual do filme Source Code, que tem um nome até sugestivo pro que iríamos fazer. Ficamos mesmo em Menlo Park onde eles moram virtualmente do lado do Facebook, de dar pra ir à pé, então começamos a visita pelos prédios deles.
Fizemos o mapa da RTW no The Wall original do Facebook :-)
Por dentro o Facebook parece uma mini cidade, e embora eu, Caio, use bem menos que a Dani o serviço deles, fiquei bastante impressionado pela parte física do lugar.
Jóia
Tudo aberto, se anda à vontade lá dentro pelas ruas e calçadas da mini cidade, até passar em frente a mesa do Zuckerberg dá porque ele senta junto com a galera. Foi muito legal fazer esse tour com o Faw, principalmente por ver o que eles tem de Open Compute, com direito a ver as máquinas e racks abertos de exposição e onde trabalham… e claro, pelo sorvete grátis :-)
Afundou
Por fora o Facebook tem um logo que é reaproveitado de um antigo da Sun que ficava ali. Por trás dá pra ver como tá decadente o logo da Sun, e querendo ou não passa uma mensagem até poderosa de que tudo vai a falência eventualmente. Foi interessante ver isso.
Tcharam!
Fomos também com a Carol dar um rolezinho, mas esse sem baderna, pelo Googleplex. O lugar é realmente enorme mas tem muita cara corporativa pela natureza dos prédios, que antigamente eram de empresas mais gravatas e foram sendo comprados e anexados ao campus deles.
As bicicletas do Googleplex são bonitinhas
Passamos pelo prédio onde fica o Google Plus, pra balancear a visita dentro do Facebook, sabe como é. Não entramos na lojinha deles porque não estávamos com um funcionário, o que pra mim é bizarro, mas como tem fama de careira não teve problema. A visita ao Googleplex foi bem diferente da visita que fizemos por dentro no Google na Suíça, lá foi mais nerd e por dentro, no Googleplex só foi por fora, mas foi bacana.
Escultura do T-Rex que tem no campus do Google
Aproveitamos o embalo que tínhamos pra ir pro Texas visitar a NASA e paramos no Ames, um centro de pesquisa deles no Vale do Silício. Pesquisam de tudo lá hoje em dia, mas só se pode entrar num galpão museu que eles tem. De fora dá pra ver até mais coisas, como o túnel de vento ridiculamente grande que já foi o carro-chefe do centro, e o hangar de balões igualmente enorme. O museu em si é bem pequeno mas muito bem organizado, afinal é da NASA. Tinha uma cabine simulando uma decolagem de um ônibus espacial onde você interagia reagindo a alarmes mexendo no painel! Tinha um simulador de sistemas solares pra você testar órbitas e vimos uma réplica de um módulo da ISS, com partes que já estiveram nela inclusive. Adoramos, é claro :-)
Cabine simulando lançamento de ônibus espacial no Ames
Estando no Vale do Silício e aproveitando ainda a companhia, não tínhamos como não ir no Museu da História da Computação que vale muito a pena. É foda mesmo. Eles tem unidades físicas de tudo o que se pode imaginar, e embora nem todas sejam funcionais e não pudesse encostar nelas, é uma baita sorte poder ver tudo aquilo. Demos sorte mesmo pela visita guiada que tava começando bem quando chegamos, então os 15 dólares de entrada foram bem compensados! O senhor que era guia parece que viveu na região desde quando começou o boom tecnológico ali e manjava bastante até. Vimos no museu altos Cray, antigos e mais recentes, e a parte de supercomputação foi até surpreendente. A parte de jogos é muito legal, mas o Pong não era o original ;-)
Naturalmente, agora tem uma seção só de computação móvel, com os fracassados e os que vingaram, e como fizemos a rota invertida no museu indo da história recente até a mais antiga, eles foram os primeiros visitados e deu uma perspectiva legal de miniaturização ao chegar na parte de cálculo mecânico e maquinário antigo. E que lojinha era aquela que eles tem, cara! Cheia de tranqueiras nerds, antigas e novas, muito foda de resistir. Reserve um bom dinheiro se passar lá :-)
Antes de sairmos da Califórnia, afinal já estávamos ali há 10 dias, tínhamos que bater cartão nos pontos da Gordolândia do Silício também! A região merece tour gastronômico também, ora bolas. Os sanduíches do In & Out são super simples, mas adoramos, muito bons e baratos. Krispy Kreme é ultra gordo mas é complicadíssimo resistir ao cheiro dos donuts deles, assim como é difícil ir na The Cheesecake Factory e não sair de lá rolando. Pra padrões mochilatórios ela é cara, mas vale a pena demais. Numa noite fomos todos lá e não deu mais que 30 dólares por pessoa pra dividir uma entrada, prato, bebida e o cheesecake mais animal que se pode imaginar. Empanturrados, mas felizes, Vale do Silício foi da hora!
Jan 07 2014
caio1982americas, eua, rtw
Chegamos na última etapa da nossa viagem, América do Norte! Apenas dois dias pro ano novo, resolvemos ficar em um quarto do Airbnb em São Francisco, pela primeira vez testamos algo diferente de couchsurfing ou simplesmente caçar um albergue barato. Ficamos inicialmente em Presidio Heights, um bairro bacana bem perto de tudo. A primeira impressão por ser Airbnb foi meio ruim pela atmosfera estranha no lugar, uma casa de meninas russas noveleiras mas que serviu pra irmos andando pros lugares mesmo e foi bom pra treinar as pernas nas ladeironas da cidade.
Palácio de Belas Artes
Já viemos pros EUA no inverno e no verão anteriormente, e agora novamente no inverno serviu pra confirmar que comprar roupa no frio é muito mais negócio aqui. A qualidade delas no inverno é bem melhor, panos bons e duráveis, aproveitamos as queimas de estoque de natal pra trocar as peças de dry fit que usávamos e tal, surradas já. O centro de São Francisco, falando nisso, lembra muito andar nas ruas em NYC. Com a diferença que São Francisco tem só a Market Street assim, enquanto NYC tem centenas de ruas como essa em todas as direções. Achávamos inclusive que São Francisco era bem maior no centro…
Pra ceia do nosso primeiro ano novo longe das nossas famílias resolvemos radicalizar. Fomos no Utopia, um restaurante e cafeteria em Chinatown que foi recomendado pra gente. Nem foi tão caro por ser em Chinatown, comemos até explodir e deu só 30 doletas pro casal. Valeu os centavos, é muito bom! Encravado em Chinatown mesmo, com um chá de gengibre e pratos baratos de nível que só comemos na Ásia mesmo! Excelente, embora tenhamos levado uma baita bronca em público por não dar muita gorjeta hahah :-)
Passamos a vira de ano no Píer 14, junto com aparentemente outras cem mil pessoas. Os curitibanos Faw e Carol que agora moram na região trocaram algumas mensagens e nos encontramos pra ver a queima de fogos ali juntos. Foi muito bonito, até tem um vídeo de um cara atrás da gente filmando tudo, e aparecemos na frente dele! Passamos um frio lascado, levamos até saco de dormir que usamos no Nepal pra aliviar um pouco. Depois de um show de fogos impressionante fomos procurar um lanche rápido na madrugada pra segurar o estômago e combinamos de nos ver de novo :-)
Acabou que pegamos outro Airbnb em São Francisco, já que ficamos mais dias no centro pra conhecer tudo antes de ir pros subúrbios. Sunset District é um bairro onde bem rapidinho se entende o nome dele, o pôr-do-sol é absurdamente bonito, e todas as casas tem algum ângulo pro mar pelas ladeiras que tem ali. A vizinhança é excelente, pra morar ali seria um paraíso de silêncio e segurança, com mercados perto e tudo. Até fizemos um cartão de fidelidade pra pegar descontos melhores pela semana que ficamos ali. Não é todo dia que se gasta só 30 dólares pra um casal comer por 3 dias, tem que aproveitar.
Sunset District, da rua da praia
Um dos passeios mais esperados nos EUA era pegar bicicletas pra pedalar pela ponte Golden Gate até Sausalito, uma cidadezinha bem bonita e cheia de turistas do outro lado da ponte. Perto da ponte alugamos bicicletas híbridas, como chamam, por 25 dólares o dia todo. Elas são mistas de bicicletas de passeio e mountain bikes, ben boas. A travessia pela ponte é muito foda, deu um frio por ser de manhã ainda mas o sol logo chegou. Sausalito realmente é pequena e fofinha, lembrou muito as cidades que vimos pela Garden Route na África do Sul aliás.
Numa ruazinha de Sausalito
A volta pra São Francisco começou meio tensa pelas subidas dos morros, e acabamos pegando um túnel junto com carros pra cruzar a estrada por baixo já que queríamos ir até um mirante acima da ponte. Fizemos, meio perdidos, meio incertos, o trecho final da The Coastal Trail na região.
Terminando a trilha, bobões chegando em Battery Spencer
Subimos ela até o mirante no Battery Spencer, da onde se tem as vistas mais fantásticas de São Francisco e da Golden Gate, aquela que aparece nas fotos de… bem, quase todo mundo.
Ok, ela é tudo o que falam, linda demais ao vivo
Foi por ali que encontramos uma velha americana meio maluca que reconheceu que falávamos português e ficou nos abraçando, toda feliz, querendo saber da nossa viagem e tal, deu até endereço dela, telefone, e-mail do marido etc pra se um dia voltarmos pros EUA pra passear. Encontro insólito. Enfim, ali no Battery Spencer já tinha menos neblina no horizonte e menos luz direta do sol, então as fotos ficaram impecáveis. Por ser quase fim do dia já, a ponte fica incrível com o sol batendo no vermelho alaranjado dela. Antes de devolver a bicicleta ainda deu pra conhecermos rapidinho o Chrissy Field na base da ponte, batemos ponto rapidinho ali!
Não fomos em Alcatraz, mas as gaivotas ficaram boas na vista
Pra encher a barriga de comida pesada americana resolvemos ir no Slider Bar, que recomendamos fortemente inclusive. É um lugar com hamburguers pequenos que cabem na palma da mão, mas vem tipo 3 ou 6 ou 10 no prato, com molhos e carnes diferentes e tudo na faixa entre 7 e 10 dólares prato. Tivemos uma overdose de batata frita lá, porque depois de pedir a nossa grande fizemos check-in no lugar e ganhamos uma outra porção com alho por cima, foi tenso comer tudo. Um passeio no bairro do Castro, que é onde o Slider Bar fica, nos decepcionou um pouco. Esperávamos um bairro mais gay chique talvez, meio histórico, mas o lugar é muito mais hipster que “visualmente” extravagante, se é que nos entendem. A estação de metrô pelo menos tem homenagens ao Harvey Milk.
The Castro Theater, na rua principal do Castro
Andamos também bastante pela região das marinas e a Fisherman’s Warf, com bandinha de família na rua e baterista molequinho de 7 anos tocando um funk muito louco. Foi ali que a Dani comprou a última pulseirinha que faltava na coleção dela da viagem. Demos também uma conferida no Musée Mécanique, um museu de arcades e máquinas estilo fliperama e de entretenimento desde trocentas décadas e até séculos passados. Deu pra jogar o Pong original, com direito a interferência na frequência do tubo da TV, e também o Star Wars clássico! O melhor de tudo é que era de graça pra entrar e só se paga o que joga, e tudo lá é em moedas de 25 centavos! Na volta passamos naquela rua famosa que é em curvas bem fechadas, um zigue-zague, a Lombard. Tinha muitos turistas em filas lá e passamos batido, antes de fechar o dia comendo panquecas num IHOP que finalmente conhecemos depois de ter visto tantos nas nossas visitas aos EUA :-D
Chegando em Fisherman’s Warf ouvindo as focas fazendo zona
Sim, deu pra ver que ficamos um bom tempo em São Francisco. Deu uma semana, então pudemos visitar tudo com calma. Deu pra por exemplo reservar um dia inteirinho só pra andar pelo Golden Gate Park. Não, ele não fica perto da Golden Gate, vai entender. É uma puta caminhada atravessar ele todo por todos os cantos, e descansamos umas horas almoçando vendo um pessoal brincando de roller disco, foi muito engraçado. Um funk dos anos 70 tocando alto, menina fantasiada de unicórnio patinando, várias senhoras dançando sincronizadas e bem em forma com patins antigos por lá. Até um cara com perna amputada vimos andando de patins no lugar…
Roller disco no Golden Gate Park, pessoas ainda chegando
A maioria das ruas do parque ainda tinham o trânsito aberto pra carros, não é como o Central Park nisso. Subimos a Strawberry Hill lá dentro pra ver se teríamos uma vista legal mas nem valeu muito a pena. Até tentamos comer algo típico de dia de parque mas era tudo caro, na faixa dos fintchy reais por um cachorro quente se fizer a conversão do dólar. Só deu pra tomar um sorvete vendido diretamente pelo senhor sorveteiro naquelas vans de sorvete de filme. Num lago mais perto do mar tinha um grupo nerd de pais com vários modelos, de aviões, quadricópteros, barcos e até submarinos. Tentei comprar um cookie de um garotinho vendendo cookies e limonada ali mas acho que ele tava distraído com os modelos :-)
Foca no trabalho e pega meu dinheiro, moleque!
Como ficamos no Sunset District queríamos andar pela praia no fim do dia há tempos mas só conseguimos ir lá nos últimos dias na cidade. Andando por toda orla da Ocean Beach de perto da famosa Cliff House, meio sem gracinha, até a rua da casa onde estávamos. A praia tava lotada mesmo sendo inverno e fim de dia com ventos fortes que vem pra costa. Muitos, muitos surfistas nas ondas, quase sempre aparecendo nas nossas fotos. O pôr-do-sol, claro, foi espetacular, laranja, amarelo, vermelho, azul, azul esverdeado, cinza… menos branco, como ficamos quando tivemos que subir uma ladeira de volta pra casa, que segundo nossas contas rendeu 25 quarteirões!
Pôr-do-sol na Ocean Beach, nada mal hein Califórnia :-)
Em relação aos outros pontos famosos da cidade, acho que só a Alamo Square não gostamos. Foi meio nhé ir lá, sei lá, fomos mais pela vista famosa das casas vitorianas coloridas. Os bondinhos antigos que são famosos em São Francisco não pegamos por pura preguiça, ao contrário. Preferimos andar as ladeiras mesmo, os bondinhos estavam em todos os lugares então deu pra matar a vontade de vê-los, porque pra andar neles havia sempre filas enormes de turistas esperando pra andar um trecho de, sei lá, 5 minutos pela cidade. Nem compensa. Alcatraz a Dani queria muito visitar mas eu, Caio, botava na conta de turismo mórbido assim como visitar campos de extermínio no Cambodia, então passei e ela não quis ir visitar sozinha, paciência.
Falando nisso! Com ajuda do Google Maps, pra entender os nomes e códigos dos trams e ônibus, transporte público funciona muito melhor que haviam nos falado em São Francisco. Estávamos esperando algo bem mais complicado, e até andamos bastante mesmo, mas era porque gostávamos não porque precisávamos. Por causa disso que nem pegamos aquele ônibus turístico pra conhecer os pontos principais da cidade, nem foi preciso. Vimos tudo e muito mais sem gastar, e andar em São Francisco é muito divertido pra ver os tipos bizarros nas calçadas, não queríamos perder a chance na nossa primeira visita à cidade :-)