Mundo na Panela #9: salsichões

Sem comentários

Embora não seja possível fazer toda a receita de hoje em casa, prepare-se pra ficar de barriga cheia pois comerá salsichões alemães com direito a chucrute! Naturalmente as bockwursts e bratwursts (as salsichas escuras e claras) foram compradas prontas, mas fizemos questão de fazer nosso próprio chucrute e damos a receita de tudo, além da mostarda típica pra esse tipo de sanduíche :-)

DSC_3424

Bratwurst + chucrute + Eisenbahn = Dani feliz

Por quê?

Quando visitamos o sul da Alemanha, e na verdade até no norte da Suíça, sanduíches de salsichões alemães era a coisa mais barata pra comprar na rua na hora que a fome apertava e não tínhamos algo nas mochilas. Devemos ter comido todo tipo de salsichas lá, mas a melhor mesmo pra gente é a bratwurst, que sempre se achava grelhada e servida em um pãozinho com mostarda picante. Pra caprichar, bote um pouco de chucrute por cima e a mistura fica imbatível! Chucrute é um probiótico natural, vai compensar a carne no corpo depois da comilança :-)

Receita

  • 2-4 salsichões tipo bratwurst ou bockwurst
  • 2-4 pães tipo francês mas em formato de cachorro-quente
  • 200g de mostarda amarela
  • 2 colheres de sopa de páprica
  • 1 cabeça média de repolho
  • 1 colher de sopa de açúcar
  • 1 colher de sopa de sal
  • 1 colher de sopa de vinagre branco
DSC_3417

Preparando pro ataque

Preparo

As salsichas não tem segredo, é como você preferir mesmo. Se estiver fazendo um churrasco, melhor ainda. As mais gostosas que comemos foram de um churrasco em Stuttgart, mas não temos churrasqueira em casa então foi no forno mesmo. O ponto é como desejar, mas as salsichas brancas devem ao menos estar meio douradas por fora. Prepare a mostarda misturando ela com a páprica, que é como eles servem mostarda em muitas vendas de rua. Pro chucrute, arregace as mangas e vamos lá.

Jogue fora as primeiras folhas do repolho se estiverem moles ou machucadas e também corte fora a base dura dele. Fatie o repolho o mais fino que puder. Não tão fino quanto couve de feijoada, mas se ficar muito grosseiro ele não vai curtir bem depois e não virará chucrute. Amasse tudo que picou com as mãos, por uns 10min. Vai soltar bastante água e reduzir pra 1/3 do tamanho. Misture o vinagre branco, o sal e o açúcar. Bote todo o repolho num pote de vidro esterilizado, mas sem o seu líquido. Soque bastante com algo pros sólidos compactarem no fundo. Ao poucos, bote o líquido até cobrir 2 dedos acima do repolho. Se ele ficar acima da água vai oxidar e estragar o chucrute. Cubra a boca do pote com um pano e deixe a tampa só por cima, sem rosquear. Deixe numa área protegida do sol por uns 5 dias e finalmente estará pronto :-)

DSC_3430

Mostarda embaixo, chucrute em cima, e o pão sempre menor que a salsicha!

Manha

Na foto da mesa você vai ver o que parece suco de maçã, mas na verdade é o apfelschorle no qual os alemães são viciados e que nós odiamos experimentar (se quiser arriscar misture suco de maçã com água com gás em proporções iguais, e coe o suco antes, não faça como a gente). Quem bebe vai querer aproveitar a chance e tomar alguma cerveja estilo alemão, a Dani pegou uma Eisenbahn de trigo! A manha pro chucrute pode ser o gosto que você quer dele, difícil dizer. A família da Dani é alemã e polonesa, então ela conhecia bem o gosto e disse que o meu ficou excelente, mas pode tentar botar algum tempero (como semente de coentro) antes dele curtir se quiser inventar moda :-)

PS: não deixe de ver mais comilanças nossas nos outros posts Mundo na Panela!

Mundo na Panela #8: gyro com tzatziki

Sem comentários

Uma receita meio falcatrua hoje, pra fechar a participação da Grécia no Mundo na Panela! Pelo menos é fácil de fazer, não requer quase preparo pois é, na prática, um sanduíche. Por isso que disse ser falcatrua, mas deixemos isso de lado porque gyros são realmente muito bons na combinação de sabores que tem dentro deles, e o tradicional molho tzatziki por cima fica animalesco. Até comida de rua da Grécia é muito boa, bonita e barata.

Por quê?

Além de ser uma das comidas nacionais, gyros são nutritivos e fáceis de preparar e comer! Vende-se gyros em absolutamente todos os cantos do país. Pra ser mais justo, em praticamente qualquer canto da Grécia, Turquia e partes do Oriente Médio. Por isso podem confundir com shawerma ou kebab. Mas gyros são únicos (pelo recheio e molho diferente dos demais) e são baratos! Lá na Grécia um gyro pode custar entre 1 e 5 euros. Um gyro caprichado e decente normalmente custa entre 2.5 e 3.5 euros. É o fast food de mochileiros. Recomendamos, e a nossa receita rende quatro gyros e tzatziki suficiente pra matar a vontade :-)

Não é shawarma, não é kebab, é gyro!

Não é shawerma, não é kebab, é gyro!

Receita

  • 1 tomate grande
  • 1 cebola roxa grande
  • 2 batatas médias
  • 4 pães pita (vendido como pão sírio em alguns lugares)
  • 200g de iogurte grego natural, não doce
  • 300g de alguma carne alta ou grossa, pra ser fatiada
  • 1 pepino médio
  • 1/2 limão
  • sal e azeite a gosto

Preparo

Pra fazer o molho tzatziki, o fantástico molho tzatziki, o inigualável molho tzatziki, comece cortando o pepino no seu comprimento e tire as sementes dele. Elas não estragam o molho se tiver preguiça de tirá-las, mas são chatas. Rale o pepino e peneire o resultado pra tirar parte da água dele. Salpique um pouco de sal na pasta e deixe num canto pra soltar mais água. Minutos depois volte e peneire novamente, tente tirar o máximo de água que puder! Quando o pepino ralado estiver seco, misture-o no iogurte grego natural (ou outro igualmente grosso, não doce, jamais doce) e tempere com sal a gosto, uma colher de sopa de suco de limão e uma colher de sopa de azeite. Reserva ele na geladeira. Caso queira caprichar, processe 2 dentes de alho com folhas de hortelã e os misture com o resto, mas não é obrigatório. Nosso iogurte brasileiro de segunda não era muito bom e botamos muito azeite, então tente não deixar seu tzatziki ficar aguado demais também.

Agora a parte de fritação e cortação. Frite as batatas cortadas em palito, como batatas fritas normais porém em cortes mais grossos pra ficarem mais durinhas por dentro. Reserve-as salgadas. Corte a cebola roxa e o tomate no sentido mais longo em fatias incrivelmente finas, quanto mais finas que conseguir com uma faca afiada. A idéia é ter os legumes em formato de palitinhos, como as batatas fritas. A carne pode ser a que tiver, mas escolhemos a capa de coxão mole por vir em filé alto e ser boa e barata o suficiente pra gente. Tempere a gosto, porém quanto mais temperos melhor porque é pra imitar o famoso churrasco grego (impossível de fazer em casa, como deve imaginar!). A nossa carne grelhamos com sal, cominho e uma pitada de páprica apimentada. Fatiamos depois de pronta. Só cuide pra carne ser cortável em lascas, ou fatias bem finas na diagonal, pra ter uma área de sabor grande e boa. Daí é só montar o sanduíche!

Ordem no pão: carne, cebola, tomate, tzatziki e batata

Na ordem: carne, cebola, tomate, tzatziki e batata… enrole as pontas do pão e fim!

Manha

Se quiser fazer tzatziki de verdade, de verdade tipo τζατζίκι mesmo, e não tem iogurte grego em casa, compre iogurte integral natural e deixe ele filtrando sobre um pano fino em uma peneira na geladeira durante a noite. Assim, de manhã a água terá saído dele e sobrará um iogurte grosso como o grego. Sobras de um churrasco também devem ficar perfeitas pra essa receita, vale o teste! A manha de verdade pra comer gyros é saber como enrolar um sem exagerar no recheio nem deixá-lo desmanchar as gostosuras nas suas mãos :-)

Ops!

Ops!

PS: não deixe de ver mais comilanças nossas nos outros posts Mundo na Panela!

Mundo na Panela #7: rösti

Sem comentários

Prepare a barriga que pra comer rösti, lá da Suíça, tem que estar com fome. Terá uma overdose de carboidratos e gordura com a nossa receita pra dois röstis, uma espécie de fritada de batatas muito boa! Viajamos pela Suíça durante o verão, então não vimos muitos lugares ou pessoas comendo rösti por lá, seja em Zurique ou na região de Lauterbrunnen, Interlaken etc, mas o prato é nacional. Vai fundo.

Por quê?

Embora o rösti seja quase que o prato nacional suíço (pra ser mais exato, mais da parte alemã do país), nós já conhecíamos ele porque onde moramos o prato é bastante popular. Existem vários lugares que fazem a tal “batata suíça” em Curitiba, até nas feiras de domingo ao lado dos pastéis. Além disso, quando fomos fazer trilhas no Nepal durante nossa viagem, era bem comum ver locais fazendo rösti pra vender pela quantidade de turistas suíços e alemães que visitam o país. Vai entender… mas todos adoram rösti mesmo :-)

Rösti de bacon já cortado e o de queijo na fila

Rösti de bacon já cortado e o de queijo na fila

Receita

  • 4 batatas grandes
  • 4 colheres de sopa de manteiga ou margarina
  • 4 colheres de sopa de óleo
  • 15 fatias de bacon (ou quantidade similar em pedaços)
  • 2 xícaras de queijo colonial
  • 2 xícaras de queijo parmesão
  • 4 colheres de sopa de ervas que gostar
  • sal e pimenta do reino só se quiser, a gosto

Preparo

Dá pra preparar os röstis com a batata fresca, recém-cozida, mas um pouco de trabalho extra compensa depois. Cozinhe as batatas até ao ponto de conseguir furá-las sem destruí-las. Bote elas na geladeira, sim, na geladeira. Até o dia seguinte, sim, até o dia seguinte. Isso vai garantir que elas estarão 100% firmes quando for ralar elas, sim, ralar as batatas! Quando for a hora de preparar o rösti, tire as batatas da geladeira e reserve-as. Frite as tiras de bacon pra já irem secando, e quando estiverem secas corte-as em pedaços. Rale os 2 queijos em tigelas separadas, em ralo grosso. Na do queijo colonial misture as ervas que escolheu e reserve. Na outra do queijo parmesão, misture os pedaços de bacon e reserve. Rale também em ralo grosso todas as batatas, vai ver como aproveita elas até o último pedacinho e nenhuma vai esfarelar na mão, nem soltar água.

Rösti de queijo colonial e ervas, requeijão e cebolinha por cima :-)

Rösti de queijo colonial e ervas, requeijão e cebolinha por cima :-)

Pegue 2 frigideiras de tamanhos parecidos e se possível anti-aderentes (pois vai precisar virar os röstis no preparo) e use somente um fogo baixo. Bote 1 colher de óleo e 1 de manteiga em cada frigideira. A manteiga é pra dourar e o óleo pra ela não queimar. Assim que a manteiga derreter, jogue uma camada de batata ralada pra cobrir o fundo da frigideira, e na sequência jogue uma das tigelas de recheio (a de bacon ou queijo colonial) e cubra tudo com mais batata ralada. Molde a borda da frigideira pra não ficar “farpas” de batata e pressione pra elas grudarem. Tampe e espere fritar bem, até escurecer o fundo e sentir cheirinho de batata frita! Vire com ajuda da outra frigideira, untada igual como explicado, e termine de fritar o rösti. Repita tudo de novo pro outro rösti com outro recheio. A parte de virar o rösti e depois botar no prato é por sua conta :-)

Manha

Sabemos de gente que rala as batatas ainda com casca, deve dar um sabor bom, mas descascamos as nossas. O rösti básico é só de batatas e olhe lá, no máximo sal, mas dá pra caprichar e viajar forte no recheio. Com cogumelos ou cebolas caramelizadas deve ficar ótimo! É melhor pecar pelo excesso que pela falta, deixe o rösti fritar bem, nem que isso deixe ele mais escuro: você não quer comer o miolo meio cru, acredite. Os nossos rösti fizemos sem sal ou pimenta do reino porque os recheios já eram fortes, mas fique a vontade pra botar eles. A manha mais forte mesmo é se preparar pra comer tanta batata de uma vez só :-)

PS: não deixe de ver mais comilanças nossas nos outros posts Mundo na Panela!

Mundo na Panela #5: ratatouille

Sem comentários

Chegando na França, pra fazer vocês ficarem com bafo de queijo azul uma semana! Pra gente fazer ratatouille não dá trabalho algum, muito pelo contrário. Já cozinhamos ratatouille em casa há anos e fazer agora pra relembrar nossa passagem pela França é mais uma desculpa pra comer bem. Na verdade comemos tanto ratatouille que praticamente é receita da casa já, mas vale entrar no Mundo na Panela :-)

Por quê?

Embora não tenhamos comido ratatouille em Nice (da onde o prato vem), comemos uma panelada deliciosa em Lormont no sudoeste da França feita por um francês que nos disse uma verdade a que temos que dar o braço a torcer: comida francesa é boa pelos ingredientes. Isso é essencial pra ratatouille, anota aí. Comer um ratatouille como o que comemos serviu de selo de autenticidade pras nossas receitas também. Já tentamos fazer no estilo do desenho animado, em camadas tipo confit byaldi e no forno, mas sempre preferimos rústico na panela. Algumas pessoas conhecem uma variação italiana, caponata, que é parecida. Pegue uma baguete bem feita com queijo roquefort e você nunca mais esquece desse prato estupidamente simples e banal, acredite.

DSC_3296

Ratatouille caseiro

Receita

  • 2 beringelas grandes
  • 2 abobrinhas
  • 4 tomates
  • 6 dentes de alho
  • 1 cebola grande
  • 6 ramos de tomilho
  • azeite, sal e pimenta do reino

Preparo

Sempre vai ter briga sobre se ratatouille é em camadas, picado, meio purê, em pedaços etc. Relaxa. Compre ingredientes bons, azeite decente e tal e finja que é um camponês das antigas que só quer comer legumes sossegado. Só lembre de comprar beringelas com poucas sementes, abobrinhas não muito grandes pra ficarem mordíveis e com pouca água, e que os tomates estejam bem maduros e o tomilho não desidratado.

Corte a cebola em pedaços pequenos e refogue com os alhos inteiros em uma porção caprichada de azeite. Deixe caramelizar. Depois junte os outros ingredientes: beringelas e abobrinhas em pedaços grandes (em fatias ou pedaços da largura de um dedão, vão reduzir de tamanho) e os tomates cortados em quatro partes cada. Tempere com sal e só um pouco de pimenta do reino. Refogue tudo com os tomilhos, sem quebrar os legumes, tampe e deixe sempre no fogo baixo. É pra cozinhar devagar quase no vapor dos líquidos dos próprios legumes. Adicione um pouco de água se sapecar o fundo da panela, mas normalmente solta bastante água já, mexa de vez em quando pra temperar. Fogo baixo até o final. Uns trinta minutos ou até que os legumes estejam todos macios começando a desmanchar. O caldo, se tiver algum, vai estar marrom e engrossado. Remova os ramos de tomilho antes de servir. Mande ver na baguete com roquefort por cima e tá pronto.

DSC_3283

Sem baguete e queijo azul não tem ratatouille!

Manha

Se achar legal, algumas pessoas botam pimentões amarelos ou vermelhos na receita, ou mesmo cogumelos paris grandes. Sim, pode usar gorgonzola no lugar do roquefort, dá praticamente na mesma se não for de marca barata com queijo salgado demais. Baguete boa é crocante por fora, macia por dentro e tem o comprimento de um braço. Isso não tem discussão. Tem quem prefira ratatouille mais como refogado e picado quase em purê, a gente prefere em pedaços que dão pra morder bem porém são macios, quase desmanchando. Seja feliz e coma ratatouille até explodir!

PS: não deixe de ver mais comilanças nossas nos outros posts Mundo na Panela!

Mundo na Panela #4: moussaka

Sem comentários

Receita diretamente da Grécia, a moussaka nos acompanhou a viagem toda porque passamos muita vontade de comê-la novamente e finalmente a preparamos. Ao contrário do que parece, moussaka não é a lasanha grega. Inclusive se disser isso pra um grego (como fizemos) vai acabar ouvindo desaforos (como ouvimos)…

Comer moussaka não é coisa do dia-a-dia na Grécia, eles comem mais salada e coisas saudáveis. Nesse sentido até que é meio como a lasanha, acho, então pode fazer pra se entupir. A receita é trabalhosa, mas compensa :-)

Por quê?

Quando chegamos em Ios, uma ilhazinha grega, não tínhamos muito dinheiro pra comer fora. Numa noite na volta pra nossa barraca, onde estávamos acampando, vimos uma placa de “moussaka 5 euros” em frente de um restaurante bem simples na borda de um penhasco. Falando assim parece coisa de filme, mas foi mesmo. Lá comemos a Moussaka do Seu Mario, uma moussaka pra todas as moussakas dominar! Comemos todos os dias lá porque era o mais barato, o mais gostoso, o mais local e legal. Seu Mario era o dono do lugar de oito mesas, o caixa carrancudo, o garçom que não falava inglês, o cozinheiro de mão cheia e o grego típico que conhecemos que fazia nossa alegria toda noite com uma comida de primeira na tigela de barro! Essa é a nossa tentativa de imitar em 100% a receita e preparo dele que vimos e comemos lá…

Isso, senhoras e senhores, é uma moussaka :-)

Isso, senhoras e senhores, é uma moussaka

Receita

Recheio:

  • 750g de carne moída
  • 2 colheres de chá de sal
  • 1 colher de chá de pimenta do reino
  • 1 colher de chá de canela em pó
  • 1 lata de tomates pelados ou em cubos
  • 4 dentes de alho
  • 3 beringelas médias pra grandes
  • 3 batatas média pra grandes
Molho béchamel:
  • 3 colheres de sopa de margarina
  • 3 colheres de sopa trigo
  • 500ml de leite
  • 3 xícaras de queijo parmesão ralado
  • 1 colher de chá de ervas
  • 1 colher de chá de sal
  • 1 colher de chá de noz-moscada
  • 1 ovo

Preparo

Beringelas: corte as pontas das beringelas e fatie elas no sentido do comprimento com espessura de 1cm em cada lâmina dela. Se quiser, pode botar elas no forno com azeite, sal e pimenta até dourarem e murcharem (uns 30min em forno baixo) ou fritar com azeite, sal e pimenta numa frigideira (mas elas reterão mais líquido assim). A idéia é deixar as beringelas mais passadas e marrons, já temperadas. A gente fez metade delas no forno e metade na frigideira: as de forno podem ser feitas todas de uma vez, e mesmo mais finas ficam gostosas com alguns queimados da casca que nós preferimos.

Batatas: corte as batatas igual cortou as beringelas, o procedimento é o mesmo pra deixar elas marrons. A única coisa é que as batatas não podem ficar molengas nem muito macias. Elas tem que estar al dente e com até alguma crocância por fora, então talvez o ideal seja saltear bem elas na frigideira mesmo. Evite cozinhá-las antes achando que ajuda em alguma coisa. A diferença das batatas é que elas também tem que ficar sem líquido, mas não ressecadas, tem que dar pra sentir morder no prato pronto. Use azeite, sal e pimenta também.

Carne: refogue os alhos picados no azeite e quando dourarem um pouco misture a carne e separe bem os pedaços dela. Tampe pra acumular água e depois jogue o sal, a pimenta e a canela em pó e misture bem. Tampe de novo e deixe a água secar um pouco. Depois acrescente a lata de tomates pelados com eles bem picados e misture novamente bem. Faça tudo isso em fogo baixo pra cozinhar bem a carne e ela pegar o sabor de tudo. Tampe e deixe cozinhando ainda no fogo baixo até ela estar bem macia e suculenta, aumente então o fogo pra secar o líquido até ele sumir mas não deixe sapecar a carne na panela! Desligue o fogo e deixe descansar pro resto de líquido ser absorvido.

Recheio preparado

Recheio preparado

Molho béchamel: a base de um béchamel é fritar o trigo e garantir que ele não empelote. Comece derretendo a manteiga em fogo baixo e assim que vir a primeira bolha comece a jogar o trigo devagar e misturando sem nunca parar com um fouet. Misture o tempo todo. Quando tiver uma pasta amarela e homogênea é porque o trigo já está frito e misturado. Comece jogando o leite devagar, e continue misturando sempre em fogo baixo. Misture, misture, misture, por uns 5 ou 10 minutos dependendo do fogo, até virar um creme grosso. Tire do fogo e misture um a um os outros ingredientes, desde que o ovo seja o primeiro pra aveludar o béchamel e 1 xícara de queijo seja o último pra finalizar o volume no ponto que quiser.

Numa travessa alta e larga, faça uma cama com as batatas e tente não deixar espaços ou buracos sem batata. Polvilhe um pouco de queijo parmesão pra dar liga e jogue todo o molho de carne por cima pra fazer uma camada grossa de carne mesmo. Ajeite as beringelas iguais as batatas mas sobrepondo umas nas outras ou mesmo cruzadas, pra ficar bem coberto de beringela mesmo. Jogue o molho béchamel por cima de tudo pra cobrir todos os cantos e polvilhe o resto de queijo por cima de tudo. Asse por meia hora até o béchamel ficar bem “cortável” com uma faca e o queijo gratinar bem!

Manha

Primeiro hmm... "pedacinho" pra ver as camadas

Primeiro hmm… “pedacinho” pra ver as camadas

Vixe, moussaka parece simples mas tem muita manha se quiser dar uma surtada na cozinha. Deixe pra fazer o béchamel só quando tudo já tiver montado na travessa, pra ficar fresco sem fazer uma pele tipo de nata no molho. Se quiser, misture nele umas ervas finas ou o que quiser de verde pra dar mais sabor (embora o padrão seja só sal e pimenta do reino e olhe lá). Na Grécia era comum botarem pão esfarelado por cima do béchamel antes do queijo, pra dar crocância ainda maior! Se quiser chutar o balde, use potinhos de barro como faziam lá ao invés de uma travessa… e garanta que as batatas estão al dente: deixar esfriar um pouco antes de servir, se conseguir resistir, ajuda :-)

Foi duro tirar uma foto da moussaka sem desmontar... não faz jus a ela!

Foi duro tirar uma foto da moussaka sem desmontar… não faz jus a ela!

Moussaka (e a Grécia, nosso país favorito na volta ao mundo) vai ficar pra sempre no nosso cardápio. Vamos sempre tentar fazer igual a Moussaka do Seu Mario, que é a nossa referência em receita e gosto. De vez em quando até entramos no Foursquare pra ver quantas mais pessoas encontraram essa relíquia lá em Ios depois que nós criamos o perfil do restaurante dele lá!

PS: não deixe de ver mais comilanças nossas nos outros posts Mundo na Panela!

Mundo na Panela #1: molho pesto

Sem comentários

O primeiro post de Mundo na Panela na verdade não é de um prato mas resolvemos começar por ele meio que por causa disso. Molho pesto de manjericão foi nossa base alimentar por muitas semanas. Ficamos viciados, e era bem barato no sul da Europa, além de durar bastante guardado nas mochilas. E se você não entendeu o que é o Mundo na Panela, clica aqui e veja o post explicando a nossa idéia de comer o mundo todo depois da nossa RTW :-)

Por quê?

Comemos pesto no café-da-manha, almoço e em muitos lanches antes de dormir no sul da França, Itália e principalmente na Grécia (que quem diria, é onde tinha o melhor pesto talvez pelo azeite bom). Falando assim dá até saudade, mas pela sensação e não pelas dificuldades por comer só isso com pão fatiado e café solúvel com água de chuveiro… mas cara, é pesto! É manjericão! Pesto fica bom até com perna de mesa, banco de carro velho e até tronco de árvore!

Gostosura verde!

Gostosura verde

Receita

  • 200g-300g de manjericão (2-3 xícaras só de folhas, quanto mais melhor)
  • 100g de castanhas ou nozes moídas (1 xícara)
  • 300ml de azeite de oliva
  • 2 colheres de chá de sal
  • 1 colher de chá de pimenta do reino
  • 1 xícara de parmesão ralado
  • 4 dentes de alho

Preparo

Moer com um mixer primeiro o azeite com manjericão. Depois moer todo o resto junto até virar uma pasta de consistência homogênea. Se quiser mais líquido bote mais azeite de oliva. Se gostar bastante de alho bote mais dentes que fica refrescante. Na hora de guardar pode deixar fora da geladeira desde que bem tampado e vedado, além de ter sempre um fio de azeite acima do pesto pra proteger o molho e não azedar. Como é pesto, dá pra comer direto do pote com qualquer coisa.

A manha

Nenhuma, é só comer! Quer dizer… se quiser, deixe o pesto assentar por uma noite. Ou seja, dar um tempo pro azeite subir e o molho descer no pote. Assim o gosto de alho e do pesto se misturam com tudo, fica mais suave do que comer direto após fazer.

DSC_3170

Spaghetti, pesto e parmesão… pra que mais?

Com uns 25 reais você prepara uma travessa de spaghetti pra umas 4 pessoas, com um bloco de parmesão que vai sobrar, e faz um potão de pesto que vai durar um bom tempo. Bom… se bem que eu duvido muito que um pesto animalesco desse dure muito tempo na mão de qualquer pessoa! E dá força no muque, tanto que se não fosse ele não subíamos o Vesúvio, veja abaixo o vídeo :-)

PS: não deixe de ver mais comilanças nossas nos outros posts Mundo na Panela!

Um segundo por dia da viagem, em vídeo

3 comentários

Nós mal voltamos pro Brasil e não paramos enquanto não terminássemos um projeto pessoal que durou toda a volta ao mundo: gravar um segundo significativo a cada dia de viagem, pra montar um vídeo de tudo isso junto. Ainda vamos organizar nossos backups e todas as fotos que tiramos na viagem inteira, mas enquanto isso aproveite pra ter uma idéia do que vimos! O vídeo tem legenda em português e inglês no Youtube, se liga:

Mais

Bate-e-volta na Alemanha

Sem comentários

Estávamos querendo muito conhecer a Alemanha, porém tínhamos poucos dias restantes na Europa e não muito dinheiro no bolso, por isso acabamos decidindo ir para Stuttgart apenas.

Andando pela Königstraße, lembrando de Curitiba

Andando pela Königstraße, lembrando de Curitiba

Adoramos a cidade, lembra muito Curitiba em clima nas ruas, especialmente no boulevard principal. Blumenau e outras cidades coloniais no Paraná são mais “tipicamente alemãs” que lá, mais estilo Bavária. Foi bom que fizemos couchsurfing na cidade e por isso conseguimos ter uma experiência bem bacana lá, inclusive participamos de uma festa de aniversário cheia de alemães, mas todos falavam inglês, naturalmente. A maioria fez intercâmbio e morou fora (o que aliás é padrão pra qualquer universitário que conhecemos no continente todo). A impressão das pessoas foi ótima, nada a ver com a imagem carrancuda e fechada que tínhamos deles, pelo contrário, papeávamos até de madrugada simplesmente porque eram todos interessantes e muito simpáticos :-)

Praça central de Stuttgart com o palácio, mercado e castelo deles

Praça central de Stuttgart com o palácio, mercado e castelo deles

Conhecemos toda a cidade à pé, como sempre, e foi gostoso passar os últimos dias do verão no parque Karlshöhe, no Oberer Schlossgarten e ir no zoológico da cidade, o Wilhelma. Aliás, o zoológico deles é sensacional! Valeu cada centavo, é absurdamente grande e bem feitinho, com espécies de plantas (eles tem uma estufa enorme que simula um ambiente da Amazônia inclusive) e animais que não se vê em qualquer lugar, como ursos polares e cangurus! A única coisa chata é que quase não temos fotos de lá porque tirar foto de bicho atrás de grade é foda, só alguns ficavam soltos mesmo…

Vitórias régias no zoológico

Vitórias régias no zoológico

O planetário da cidade é Carl Zeiss, então a expectativa era bem grande. Os equipamentos deles realmente são legais, mas o lugar parecia bem velho, com divisões no topo do domo e desalinhamento de algumas projeções. Foi legal pelo show ser atual e sobre cometas e asteróides. Mostraram até vídeos do Youtube daquele que caiu na Rússia recentemente. O resto da cidade foi complicada porque não somos fãs de carros pra ir nos museus da Porsche ou Mercedez, e a torre de TV foi fechada nesse verão. Além disso, a maioria dos monumentos da cidade e castelos estavam em manutenção com grades e buracos… pena pras fotos que foram poucas e ruins.

Planetário Carl Zeiss, de fora

Planetário Carl Zeiss, de fora

Mas claro, na Alemanha não tem como não falar das comidas! O preço, provavelmente pela economia melhor que dos outros países na zona do euro, é muito mais baixo que todos, mais barato que na Espanha e Grécia que tão na merda! Deu pra matar a vontade comendo de tudo, todos os tipos de salsichas e passar mal com tortas, pães e docinhos ótimos :-)

Foi uma visita rápida de quatro dias e próxima a fronteira no sul do país, mas valeu demais. Agora queremos voltar pra Alemanha com mais tempo pra Munique, Berlim, Hamburgo, Frankfurt e afins :-)

Posts anteriores