Nov 27 2013
danihabkostasia, malasia, rtw
Engraçado como as coisas acontecem. Nem Malásia e nem Singapura estavam no roteiro original da nossa passagem pela Ásia, que inicialmente incluia somente Nepal e Tailândia.
Caio diz... talvez eu sou em partes culpado pelo tempo curto inicialmente, não sou um cara pra Ásia, eu acho
Em junho conhecemos um chinês em Lauterbrunnen, no interior Suíça, e ele nos convenceu a visitar Singapura, onde mora. E durante nossa trilha no Nepal, lá no alto, conhecemos um malaio com quem ficamos conversando por horas e nos deixou sonhando com comidas diferentes que eles tem. Já que estávamos indo para Singapura, por que não dar uma paradinha na Malásia também e encher o bucho?
Compramos o trajeto saindo de Krabi, na Tailândia, por 28 dólares por pessoa, incluindo uma van até Hat Yai, ainda na Tailândia, e um ônibus noturno até Kuala Lumpur. A viagem foi super tranquila, apesar de longa: foram 5 horas de van até Hat Yai, 2 horas de espera na cidade, e mais 8 horas de noite no ônibus até KL.
Kuala Lumpur do alto da torre do planetário
O ônibus noturno foi um dos melhores ônibus que já pegamos, poltrona larga (só 3 por fileira, bem espaçosas), super inclinável, com ar condicionado, cobertor e filminho. Infelizmente a gente não deu muita sorte com a poltrona que pegamos, ficamos nas últimas, que não deitavam completamente e balançavam pra caramba, mas a qualidade do ônibus e serviço, por esse preço, dá uma surra em qualquer viagem no Brasil. Aqui eles sabem viajar de ônibus, mesmo que os cobertores tenham acabado antes de chegar a nossa vez de pegá-los, então passamos um frio danado à noite!
Passar na fronteira foi rápido e tranquilo, tanto na saída da Tailândia quanto na entrada da Malásia. Brasileiros não precisam de visto para entrar nesses países, o que torna as coisas bem mais fáceis. Acho que se ficamos 10 minutos em cada imigração foi muito!
Chegamos em KL às 4 horas da manhã na Pudu Sentral, a principal estação de ônibus da cidade. Ela fica bem localizada (especialmente pra mochileiros), do lado de Chinatown. Vimos vários restaurantes abertos, os dois famintos depois de tanto tempo viajando, mas nenhum lugar aceitava cartão e todos os ATM que encontramos estavam fora do ar, e a gente sem um centavo no bolso! Conversando com algumas pessoas descobrimos que os ATMs param de funcionar de madrugada e voltam somente às 8h, por segurança. O jeito foi esperar amanhecer pra poder ir andando pro hotel, a refeição teria que ficar pra outra hora.
Chinatown
Ficamos em dois lugares diferentes em KL, por questões logísticas. O primeiro bairro que ficamos foi Chinatown, que é muvucado mas é bom para mochileiros porque tem tudo perto, comidas de rua, restaurantes, lojas de conveniências e, pra quem ainda tem espaço na mochila, barraquinhas vendendo todo tipo de bugiganga Made In China! Por ali também é fácil de acessar transporte público, então recomendamos sem medo. É uma área bem diversificada culturalmente, cheio de malaios, indianos, chineses e outras etnias. Como a Malásia toda é. Os ares são de centro velho, meio sujo e bagunçado, mas você se acostuma. KL parece toda ser assim, tirando um centro de negócios modernoso que é o que botam em fotos com lojas de marcas caras.
Depois de uns dias em Chinatown “nos mudamos” para Little India, em um hostel bem pertinho da KL Sentral, a estação central de trem, o que foi muito conveniente pra gente posteriormente. É bem legal conhecer o bairro pra ver a outra cara da cidade, pois o local é dominado por indianos e o comércio em volta é bem diferente, mas não gostamos muito não. Dá pra se virar, também tem a comodidade de ter tudo perto, mas Chinatown é bem mais amigável e “walking distance” de mais coisas!
Crianças teletubbies de uma escola muçulmana, Jardim Botânico
O que mais chama atenção em Kuala Lumpur é o contraste entre as 3 diferentes culturas que convivem no país (e outras menos representadas). A divisão entre malaios, chineses e indianos está em absolutamente tudo! Quando você entra em um bairro ou um restaurante explicitamente chinês/indiano/malaio, parece que você está em outro país, a língua é diferente, a comida completamente diferente, o trato com os turistas, a limpeza, a organização, os gestos, tudo. Não tem como ir para a Malásia esperando encontrar uma cultura homogeneamente malaia. O que marca o país é exatamente essa diversidade impossível de não saltar aos olhos. É como se o país fosse um entreposto e todos decidiram ficar ali ao mesmo tempo e passaram a morar no mesmo lugar.
Essa divisão cultural tornou a nossa comunicação por lá complicada, mas às vezes até divertida. Nas ruas, estações de trem etc, as coisas estão escritas em inglês, malaio e chinês. Quando precisam se comunicar entre eles, quando de outra cultura, utilizam o inglês. Mas quando se afasta um pouco do grande centro, é muito normal encontrar pessoas que só falam a própria língua. Teve um dia que passamos meia hora traduzindo um menu de restaurante no Google Translate, pois era só em malaio e os donos não falavam uma palavra sequer em inglês num bairro isolado da cidade! Isso aconteceu nos primeiros dias, e foi ótimo para aprendermos as principais palavras que precisávamos saber na hora de pedir uma comida :-)
A parte central de KL tem cara de cidade grande, com todos aqueles prédios altos, grandes avenidas e, claro, as Petronas Towers. Mas no geral a cidade é caótica e não respeita muito os pedestres. Mesmo curtas distâncias são difíceis de andar por lá porque às vezes não se acha calçadas, mesmo perto de pontos turísticos importantes. Pra chegar ao Jardim Botânico, por exemplo, tivemos que dar uma super volta e atravessar uma rodovia à pé!
KL é isso aí, tudo junto e misturado
Usamos transporte público todos os dias durante a nossa passagem por lá. Achamos super bom, rápido, funciona, só que é confuso entender os trajetos e tem pegadinhas com baldeação, na hora de comprar tem que ficar esperto senão perde uma boa grana. Pra se ter idéia, uma viagem custa em média 50 centavos de dólar, mas se no trajeto tiver que trocar o trem a passagem quase dobra de valor, mesmo que seja só por uma estação. Compensa muito descer uma estação antes e ir andando pra não ter que pagar o dobro! Um dia fomos longe na cidade e custou 8 moedas locais, sendo que com o truque da baldeação por contra própria poderíamos ter pago não mais que 4.
Petronas ainda de dia
Turisticamente, foi muito legal ver as Petronas de perto mas não subimos porque achamos caro demais (USD 25 por pessoa!), quase um roubo. Chegamos lá no final da tarde pra pegar elas de dia e à noite, e a diferença é brutal, é bem legal ter as duas vistas.
Petronas de noite, bonitosas!
Fomos também conhecer a feira gastronômica de Kampung Bharu, ou melhor, achamos que fomos! É um bairro inteiro que da noite de sábado até a manhã de domingo se enche de barraquinhas vendendo todo tipo de comida local. Kampung Bahru é uma vila tradicional enclausurada no meio da cidade mas que não é tocada por empreedimentos, então as casas, comidas, pessoas vivem como há decadas atrás entre arranha-céus do distrito comercial rico em volta. É bem legal, mas a gente chegou no bairro e achamos as barraquinhas e tal, mas fomos pra casa achando meio fraco. Achamos internet e descobrimos que a gente chegou até duas ruas antes de onde a feirinha bombava forte, ou seja, não tava fraco não, a gente é que não andou o suficiente! Foi legal e vimos bastante coisas, mas só podemos imaginar como seria se tivéssemos andado ainda mais.
Bairro tradicional de KL no meio do centro, Kampung Bahru
Uma visita legal pra fazer é o Jardim Botânico Perdana, bem pertinho do Planetário Negara. Cara, temos visitado vários planetários ao redor do mundo e esse foi de longe o melhor de todos!
Caio diz... vi o filme Journey To The Stars no AMNH em NYC anos atrás e foi ótimo revê-lo, é o melhor pra planetários com certeza
O filme foi bem legal, a qualidade do planetário em si é ótima, mas o melhor de tudo é a exposição gratuita que tem no local, com várias atividades e jogos interativos muito bacanas. É para ensinar crianças, mas os adultos se divertem! Tem uma tabela periódica do tamanho da parede, onde cada elemento é uma janelinha onde tem um objeto feito daquele elemento, tem uma balança que diz o seu peso em vários planetas, e dá até pra brincar de pilotar um robozinho em marte! Heheh.
Caio diz... prêmio melhor planetário vai pro de KL, empatado com o de NYC! me diverti horrores lá, parecia uma criança, bem divertido e modernoso
Entrada do super planetário de KL
Se a gente tivesse mais dinheiro e mais espaço na mochila, a gente ia fazer a festa com compras em KL! No bairro de Bukit Bitang o que não falta é shopping cheio de coisinhas baratas. Visitamos o Low Yat Plaza, um shoppingzão de eletrônicos famoso na Ásia, pra comprar um cartão de memória que estávamos precisando. Achávamos que íamos encontrar tipo um camelódromo cheio de coisas falsificadas e seria até perigoso de comprar, mas não, é um shopping de lojas mesmo, e a maioria que a gente visitou era de produtos originais. Tem até lojas da Intel, Samsung, Acer, Sony… muito bom! São 7 andares entupidos de gente e lojas de tudo que é eletrônico e coisas pra fotografia e vídeo.
Ah, e claro que não poderíamos deixar de falar de comida, que foi um dos motivos que nos fez parar em KL, depois da conversa com o malaio no Nepal. A influência mais forte pelo país é a chinesa, então tem miojos e carne de porco até dizer chega, mas um prato que tem em todo o canto e é considerado o mais tradicional é o nasi lemak: arroz branco com um ovo frito por cima, frango frito empanado e vegetais com molho pimenta. E que pimenta! Por lá eles gostam muito, e é mais forte que na Tailândia, deve ser o tipo de pimenta… e também experimentamos uma sopa tom yum de frutos do mar que, cara, foi hardcore comer! O laksi, um frango no molho agridoce, também é tradicional e bem bom, mas diferente dos sweet & sour que provamos na Tailândia pois não vai abacaxi nele, o molho que é doce mesmo. Estranho… “viscoso mas gostoso” :-)
Se curtir uma sobremesa, vai gostar do tambun biscuit, um biscoito que é uma bolinha de uma massa parecida com empadinha só que é doce, e tem em diversos sabores. Cai bem com um café da Old Town Coffee, uma cafeteria famosa estilo Starbucks que tem por toda a Malásia e é bem boa (com preços populares, tem até em bairros mais povão) para experimentar o white coffee, a mistura malaia de café que é uma delícia! Pesquisamos aqui e descobrimos que ele é feito com grão de café tostado em margarina e adoçado com leite condensado. Ok, acho que é por isso que era tão bom.
Caio diz... e gordo né! Tomamos o teh tarik também, mas achei uma droga de amargo, argh :-(
Gostamos muito de ter visitado Kuala Lumpur, foi uma visita rápida de 4 dias mas cheia de atividades! Se tivéssemos mais dinheiro, teríamos subido nas Petronas, visitado o aquário deles que é simplesmente inacreditável (pelas fotos, você passa em túneis dentro dos áquarios e tem tubarões) e talvez até as Batu Caves, umas cavernas com templos que ficam próximas à cidade. Mas mesmo não tendo muita grana, a diversidade cultural de KL chama tanta atenção que simplesmente passear pelas ruas fez da cidade um destino especial. Se não tivéssemos encontrado o malaio naquele final de tarde, no alto das montanhas do Nepal…
Jardim Botânico de KL, difícil de chegar mas um paraíso verde no centrão
Nov 23 2013
danihabkostasia, rtw, tailandia
As ilhas Phi Phi são, sem dúvida, as ilhas mais famosas da Tailândia. Muito por conta do filme A Praia com o Leonardo Di Caprio ainda jovem. Nenhuma das ilhas é grande, na verdade são minúsculas se comparadas com Koh Lanta, e a concentração de pessoas, restaurantes e hotéis fica mesmo em Koh Phi Phi Don, a única ilha habitada do arquipélago. As demais ilhas são visitadas somente durante o dia.
Koh Phi Phi Don, a ilha principal vista do mirante
A viagem de barco de Koh Lanta a Koh Phi Phi Don demora perto de 2 horas, e não reservamos hospedagem com antecedência. Os preços de hospedagem no Hostel World estavam altíssimos e as notas dos locais terríveis, então resolvemos arriscar e chegar lá no susto, pois desde que chegamos na Tailândia as abordagens dos agentes nos portos, terminais de ônibus, etc têm funcionado muito bem e garantido boas negociações justas. E assim foi!
Pisamos no píer e já veio um agente oferecer um lugar bacana, mas que estava acima da nossa expectativa de preço. Ele então nos levou até o tourism office na entrada da ilha e apontou para uma parede onde estavam colados cartazes com fotos e preços de literalmente mais de uma centena de opções de hospedagem, começando em 600 bahts e indo ao infinito e além. Apontávamos para a que queríamos, o moço ligava e confirmava a disponibilidade, quando encontramos o que queríamos ele ligou para o hotel e 5 minutos depois veio uma pessoa para nos acompanhar até lá e levar nossa bagagem em um carrinho. Simples assim!
Encontramos um quarto por 700 bahts (22 dólares) com café da manhã incluso e desconto de 10% em massagens no spa deles. Um achado se for comparar com o que dizem no Wikitravel e Hostel World, ponto pra nossa insistência! Se tivéssemos passado reto e ido procurar um lugar para ficar por nossa conta talvez até encontrássemos uma oferta um pouco mais baixa, mas considerando que a ilha estava cheia e o calor que estava fazendo tava demais, achamos que 700 bahts estavam super bem pagos, afinal a ida até lá foi um presente pro meu aniversário :-)
Vista de dentro d’água (ultra rasa) pra praia em que ficamos
Koh Phi Phi Don é bem mais movimentada que Koh Tao e Koh Lanta. Muita, muita gente nas ruas estreitas, restaurantes de todas as culinárias imagináveis, centenas de agências de turismo, casas de massagem, barraquinhas de presentes, artesanatos, etc. Bem o que a gente imaginou encontrar por lá por ser turística. A ilha não tem transporte motorizado (só os barcos) e é preciso dividir espaço com as bicicletas dos locais que buzinam insistentemente tentando se locomover em meio à galera. A regra é simples: está à pé é turista, está de bike é local.
Os preços de alimentação não são tão exorbitantes, tomada a devida dose de cuidado pra não entrar em um local muito ocidental e cheio de gringos, que é óbvio que vai ser caro. É possível achar restaurantes bons com preços pagáveis, e foi ali que finalmente matamos nossa vontade de comer peixe! Por 5 dólares um peixão bonito que alimentava tranquilamente uma pessoa, coisa que não encontramos em nenhuma das outras ilhas!
Chegamos já no final da tarde e fomos direto conhecer a praia de Loh Dalum Bay. Era final do dia e a maré estava alta, achamos uma praia bonita mas nada de excepcional. No dia seguinte fomos para a mesma praia de manhã e levamos um susto! A paisagem havia mudado completamente, pela manhã a maré fica bem baixa, o mar recua e vira uma piscininha de água cristalina e morna, uma paisagem linda de se ver e uma delícia pra curtir! É bem calminho e dá pra ficar horas boiando lá.
Um barco afundado na praia olhando pra Loh Dalum Bay
A praia de Tonsai Bay, onde fica o píer, é bonita e tem uma vista legal das rocas da ilha, mas achamos meio suja pela quantidade de barcos chegando e saindo. Pra nadar não é a mais legal, mas dá pra passar um bom tempinho por ali. Ah, e se quiser ter uma visão bem legal das duas praias e da ilha, vale a pena pagar os 20 bahts e subir nos dois mirantes a caminho de Rantee Beach, a vista é linda! Falar de Koh Phi Phi e não usar a palavra “paraíso” não pode né!
Caio diz... objeção! Paraíso mesmo é Koh Lanta, Koh Phi Phi é o nordeste brasileiro na Tailândia e só
No dia do meu aniversário fizemos uma coisa que não fazemos quase nunca, compramos um passeio turístico para conhecer e fazer snorkeling em Koh Phi Phi Lee, onde fica Maya Bay, a tal praia famosa do filme. Passamos pela Viking Cave, uma caverna enorme em uma das encostas da ilha, e logo depois paramos em Pileh Bay para fazer snorkeling. O cenário sem si já é um paraíso, a cor da água é um azul inexplicável e cristalino, e já da superfície já dá pra ver os corais e alguns peixes coloridos lá em baixo. Quando eu e o Caio afundamos a cabeça pela primeira vez a gente voltou rápido pra fora da água e soltamos uma risada, foi até engraçado! São muitos cardumes, muitos peixes coloridos, alguns que já tínhamos visto em Koh Tao e outros totalmente novos! Corais lindos! Foi muito legal, pena que não tínhamos mais dinheiro para fazer mergulhos de tanque, pois pela concentração de peixes ali as vistas devem ser animais. O Caio até achou um kit de máscara e snorkel preso num dos corais e mergulhou pra pegar, tava novinho, e além de fazer uma boa ação agora temos um kit de snorkeling.
Passando pelas cavernas à caminho de Maya Bay
Infelizmente essa foi a única parada para snorkeling durante o passeio, achamos que íamos descer novamente em Loh Samah Bay, mas o barco acabou só entrando na baía para visitarmos e tirarmos umas fotos, sem mais snorkeling naquele dia. Depois de Loh Samah Bay chegou a hora de conhecer Maya Bay, e vamos falar a verdade: o lugar é maravilhoso, realmente um paraíso, mas é preciso imaginação pra conseguir visualizar o local vazio e paciência pra conseguir tirar uma boa foto.
:-D
Poucas pessoas visitam Phi Phi e não vão até lá, o local é bastante famoso e totalmente lotado de turistas! Na minha opinião, Dani, vale totalmente a visita, mas já tem que ir esperando isso pra não se estressar!
Caio diz... já dá pra imaginar que na minha opinião NÃO vale a visita né?
Bronze tailandês
Terminamos nosso passeio passando pela Monkey Beach, que é isolada e habitada apenas por dezenas de macaquinhos. Fomos avisados para tomar cuidado porque eles são agressivos, tem bastante incidência de pessoas procurando atendimento médico devido a mordida deles. Nos disseram que eles mudaram o comportamento e passaram a atacar as pessoas depois da tsunami de 2004, pois ficaram chocados ou coisa assim. Triste! E triste também foi a nossa saída da praia dos macacos, quando o nosso barco ficou enroscado em um dos enormes corais que tem próximo à praia e o capitão, nervoso e sem paciência, ficou indo para frente e pra trás com o barco, batendo no coral, até o barco se soltar… isso aconteceu mais de uma vez durante o nosso passeio, fora as jogadas de âncora nos corais, imagine isso ao longo de anos com as centenas de barcos que fazem o mesmo trajeto diáriamente… foda!
Barcos em Maya Bay (o nosso é o da direita)
O passeio custou 400 bahts (12.6 dólares) por pessoa, e durou perto de 4 horas. Para descer em Maya Bay é preciso pagar mais 100 bahts (3.3 dólares), mas se quiser pode esperar no barco pra economizar.
Cor absurda da água (as sombras são corais)
Depois de tudo isso, não podia faltar experimentarmos a famosa massagem tailandesa! Pagamos 150 bahts (menos de 5 dólares) por meia hora e sem happy ending pro Caio, hehe. Eles oferecem todo tipo de massagem por lá, mas escolhemos a técnica local, que é uma mistura de massagem pressionadora e alongamentos, tudo faz crec e crac o tempo inteiro. Nós gostamos tanto que no final estávamos considerando pular uma refeição pra poder fazer de novo, de tão bom que foi! :-P
Nunca estávamos sozinhos, todo mundo quer um pouco do paraíso
Depois desses três dias maravilhosos, encerramos nossa temporada de praias pela Tailândia! Foram 25 dias que passaram voando, foi difícil dizer tchau mas o resto da Ásia ainda nos espera.
Tchau, Tailândia!
Nov 20 2013
dani e caioasia, rtw, tailandia
Depois de tirarmos nossa certificação de mergulhadores e passarmos 10 dias descansando na ilha de Koh Tao, era hora de… mais praia! Em vez de seguirmos para a turística ilha de Koh Samui, vizinha de Koh Tao, preferimos diversificar e conhecer outra parte do país, e a escolhida foi a ilha de Koh Lanta.
Praia em frente onde estávamos em Koh Lanta, dia típico sem nuvens e sol bom!
O único probleminha é que para isso precisaríamos cruzar a Tailândia de costa a costa, saindo do Golfo da Tailândia para a região do mar de Adaman, no sudoeste. Fizemos muita pesquisa online e tínhamos já esquematizado na nossa cabeça um caminho lógico e quanto mais ou menos isso custaria. A nossa surpresa foi descobrir que o nosso hotel vendia um bilhete combinado de Koh Tao direto para Koh Lanta pela empresa Songserm (que opera no país todo pelo jeito), por um preço que surpreendentemente batia com nossa expectativa de custo para os trechos isolados. Parecia bom demais pra ser verdade, mas resolvemos arriscar.
Não poderíamos ter feito escolha melhor. O bilhete combinado deles incluía tudo, tudo mesmo! Táxi até o porto de Koh Tao, barco até o porto de Surat Thani (com 3 paradas), ônibus até Krabi, táxi até o hotel para dormir em Krabi, no dia seguinte táxi até o porto de Krabi, van até o porto da balsa pra Koh Lanta, e a mesma van nos deixou na porta da nossa pousada na ilha sul de Koh Lanta. Pagamos 36 dólares por pessoa para um serviço de porta à porta impecável!
Pra fazer toda essa maratona tivemos que passar uma noite em Krabi, e foi um ótimo lugar para um pit stop. A cidade é grande, parece menos turística que Bangkok ou as ilhas, e o centro, onde ficamos, é repleto de lojinhas, restaurantes locais e barraquinhas de comida de rua. Não sabemos explicar o porquê, mas achamos que a cidade lembra muito cidades brasileiras. Bangkok já nos lembrou muito São Paulo, e Krabi lembrou muito algumas cidades litorâneas. Sei lá porque, talvez pelo desenho das ruas, os tipos de construções, o tipo dos camelôs e calçadas, a aparência geral. O “look and feel” é muito de cidade brasileira, mas com asiáticos nela. E um templo branco enorme e bem bonito, mas isso é um detalhe…
O detalhe…
No centro de Krabi, próximo aos semáfaros decorados com estátuas dos homens das cavernas, acontece todos os dias uma feira de comidas baratíssimas e saborosas. Tem desde pratos prontos de arroz com porco, pad thai, arroz frito, friturinhas como rolinhos primavera, espetinhos de tudo quanto é tipo (o Caio provou um que era uma lula inteira), panquecas, pães, frutas e sucos fresquinhos. Foi lá que eu finalmente pude provar a popular dragon fruit, ou pitaia em português, que depois eu descobri que apesar de popular no sudeste asiático é originária da América Latina e é uma fruta de cacto que tem no Brasil!
Feirinha de Krabi
Conhecemos um casal de brasileiros no barco saindo de Koh Tao, e eles nos acompanharam até Krabi e ficaram na mesma pousada que a gente. Eles também estão viajando por aí depois de terem ficado uns meses estudando em Londres e foi muito bacana passar a noite conversando e trocando impressões sobre os lugares comuns por onde passamos. No dia seguinte tivemos que nos despedir, pois nós iríamos pra Koh Lanta e eles para a turística Koh Phi Phi, que até então não estava nos nossos planos. Mais sobre isso adiante!
A chegada em Koh Lanta veio com um alivio muito bom. Estávamos querendo uma ilha não muito movimentada para passar uns dias tranquilos já que a Tailândia é uma grande balada festeira disfarçada de país, mas estávamos com medo que isso implicasse em poucas opções de lugares para ficar ou comer e consequentemente preços mais altos. Que nada! Sem fazer muito esforço, encontramos um lugar com bangalôs de bambu completos alguns metros da areia à 10 dólares! Não tinha luxo, mas tinha uma cama confortável com mosquiteiro, internet grátis, um chuveiro quente e uma varandinha massa com cadeiras pra passarmos o tempo como desejássemos :-)
Vista do bangalô no fim do dia
Caio diz... à propósito, wifi na Tailândia é um absurdo de rápido e funciona bem em qualquer buraco, tá louco, banda larga na beira duma ilha baixando torrents o dia todo
Ficamos em Long Beach (junto de Phra Ae), a maior praia da ilha sul. Uma praia longa com bastante areia branca e um mar azul, calmo e quase sem ondas (que quando aparecem às vezes quebram até pra trás, veja aqui), e foi onde passamos a maioria dos nossos dias. Graças a esse mar calmo o Caio pode me dar umas aulas de natação. Eu sempre gostei do mar, mas tinha pânico de colocar a cabeça embaixo d’água e, com um pouquinho de aulas por dia eu fui acostumando e aprendendo a nadar. No último dia eu, Dani, já tava até plantando bananeira. Que evolução! :-)
Mãe, olha eu!
O mar de Long Beach é bom porque é fundo e gostoso de ficar nadando, o único problema são as águas-vivas no final do dia. Deu quatro da tarde é começar a sentir queimadas na pele, mas dá pra aguentar, são minúsculas e o paraíso do lugar compensa. Passeamos pouco pela ilha, pois ela é grande e queríamos fazer apenas trechos em que pudéssemos ir à pé, nosso objetivo era relaxar e não fazer turismo desenfreado.
Finalzinho da Long Beach
Em um dos dias andamos até a praia Hat Khlong Dao, mais ou menos 1 hora andando, pois parecia ser uma praia legal pra passar o dia, mas não gostamos muito porque a água é super rasinha, não chega nem nos joelhos e é cheia de pedras com milhares de filhotes de caranguejos na beira. Íamos matá-los sem querer até, não pareceu um bom lugar pra ficar. A parte boa foi que no caminho pra ela acabamos encontrando uma feira de comidas locais repleta de frutas, frutos do mar, verduras e comidinhas frescas e baratíssimas! Comemos um milho cozido que entrou pra nossa lista de melhores comidas da viagem! Ficamos empolgadíssimos com essa opção e voltamos lá no dia seguinte (e olha que era longe), só que descobrimos que ela só funciona na segunda-feira, foi sorte de termos ido lá justo no dia, mas só uma vez, pena…
Falando em comida, comparando com Koh Tao estivemos muito bem servidos em Koh Lanta! Os preços são bem mais baixos e, se estiver a fim de andar, dá pra achar boas barganhas. Perto da nossa pousada tinha um restaurante super simples, tocado por mãe e filha, que faziam uma comida bem preparadinha e os pratos custavam 1 dólar e meio, e um copão de batida de fruta natural por outro 1 dólar. Viramos clientes desde o primeiro dia!
Caio diz... puta merda, ah aquele frango sweet & sour, e o suco de maça!
Caminho diário, tuk-tuk de guarda
Conhecemos também a praia Klong Khong, uma prainha pequena mais isoladinha onde passamos uma tarde bem gostosa, mas decidimos não voltar nos outros dias porque a nossa é de longe a melhor praia. Que sorte :-)
Caio diz... sorte é um restaurante duns suecos inaugurar na nossa chegada e termos um jantar chique de graça, com luz de vela e música ao vivo na areia :-D
Foi um total de 12 dias maravilhosos em Koh Lanta. A gente fica pensando no que fez dessa ilha tão especial pra gente, e por que 12 dias passam tão rápido que nem percebemos. Estando longe de casa por tanto tempo, rotina começa a fazer falta, e levei um susto como percebi o quão rigidamente seguimos a rotina que, sem querer, criamos naquela ilha. Parece louco dizer isso, que rotina faz falta, mas acompanhe comigo… acordávamos todos os dias no mesmo horário (o Caio lá pelas 8 já tava de pé); eu saía parar caminhar enquanto o Caio nerdeava no computador; depois íamos para o mar até perto do meio dia; almoçávamos quase sempre no mesmo lugar da mãe e filha; à tarde tinha a hora de comer uma fruta; depois mais praia com o sol já mais baixo; depois a hora do banho e o jantar; à noite assistíamos um filme e íamos dormir. Querendo ou não isso traz um conforto, o corpo relaxa, é só seguir o fluxo! Tem rotina mais doce que essa? :-)
Caio diz... tudo bem que nossa rotina era basicamente comer muito, ir no mar e se bronzear, comer mais e dormir
Agora a coisa ficou séria: ISSO sim é um pôr-do-sol!
Quando já estávamos nos preparando para deixar essa vida de praia e seguir viagem, minha mãe me deu um presente de aniversário direto na minha conta bancária pra eu escolher aí sim o presente que quisesse. Não pensei duas vezes e tratei de convencer o Caio a visitar a famosa e badalada Koh Phi Phi. A gente já tinha pensado em dar uma passada por lá para conhecer as praias paradisíacas que a cercam, mas quando começamos a consultar os preços de hospedagem e alimentação por lá acabamos desistindo, não teríamos dinheiro para isso. Mas os planos mudaram de novo!
Nov 05 2013
caio1982asia, rtw, tailandia
Atenção hein, esse não é um post normal pra esse blog. Mas eu não pude resistir em anotar essas coisas e como aconteceu durante a volta ao mundo… paciência! Se não gostar, pule pra outros posts que garanto serem mais interessantes :-)
Eu acabei de ler o livro “Surely You’re Joking, Mr. Feynman! Adventures of a Curious Character” — uma espécie de auto-biografia do Richard Feynman, um dos físicos do Projeto Manhattan que criou a bomba atômica (entre outras coisas, um fodalhudo clássico entre nerds e ganhador de um Nobel) — e devo ter ficado empolgado com o tom das histórias dele. Acho que andei prestando atenção em algumas bobagens do dia-a-dia, sem pensar muito, mas fiquei tão curioso que uns dias depois fui pesquisar e encontrei o que escrevi abaixo. De uma observação banal que não ficaria mais que cinco minutos na minha cabeça eu relembrei coisas de anos atrás da época da escola, ou aprendi coisas novas simplesmente pela minha vida toda ter sido um aluno de exatas absolutamente péssimo. Foi divertido até!
Estava lá eu e a Dani no mar em Koh Lanta, Tailândia, boiando felizes da vida pensando em como somos sortudos e de repente meu cérebro apitou. Ei! Mas que porra é essa? As ondas estavam quebrando ao contrário?! Ondas mesmo, não marolas, vindo pra trás, pro mar, quebrando com espuma e tudo!?
Passei boa parte da minha vida morando há uns quarteirões da praia e nunca havia visto ondas quebrando ao contrário. Que tipo de bruxaria nova era essa eu não entendi. Mas pelos risos da Dani vendo eu ficar encantado sorrindo pras ondas deve ter sido uma bruxaria muito boa. Fiquei observando as ondas quebrando ao contrário até elas desaparecerem, uns 10 ou 15 minutos depois. Vi várias, umas quebrando só fazendo um pouco de espuma, outras que quebravam e continuavam a correr pro fundo por vários e longos segundos. Incrível pra mim.
Cara… ONDAS AO CONTRÁRIO! Se isso não dispara um alarme na sua cabeça quando você está na praia eu não sei o que mais pode te assustar. Ainda mais quando isso se dá numa praia que não tem ondas normalmente, tá tudo calmo e de repente a paisagem fica terrivelmente alienígena :-)
Essa é MUITO diferente em natureza e tamanho, mas já dá uma idéia…
Se não acredita em mim, dê um pulo nas coordenadas 7.61599 e 99.02911 de latitude e longitude e venha fazer uns experimentos aqui. A praia onde estávamos, como mais tarde fui aprender, era perfeita pra esse fenômeno que, de novo, como alguém que sempre morou em praia eu simplesmente não conseguia entender porque era novidade.
O leito do mar aqui é super plano, sem depressões ou objetos, só areia branca e reta no fundo. O contorno da praia é extremamente reto também. De vez em quando barcos passam em alta velocidade paralelamente à orla, então acho que eles que causaram toda a brincadeira.
Eu sou tão enferrujado (ou inepto) em física que nem lembrava se hidrodinâmica era o equivalente a aerodinâmica na água ou se havia um termo mais… err, correto. Até isso discuti com a Dani antes de pesquisar sobre as ondas que quebram ao contrário. Mas enfim, ao básico!
Como falei, o leito dessa praia é totalmente liso, e aqui venta muito, muito pouco. Além disso, não existe nada no formato da costa que poderia causar ondas, o que faz a área um ótimo exemplo de uma superfície lisa. Todas superfície lisa de líquidos como a água são horizontais a não ser que exista algo pra estragar o equilibrío dela, quase exatamente onde estávamos boiando tomando sol. Aprendi que em um mundo imaginário sem vento ou interferências geográficas, a gravidade faria os oceanos serem perfeitamente lisos, o que é até bastante óbvio, e isso afeta como as ondas que quebram pra trás atravessavam as ondas de sentido normal que eu tava vendo, sem serem destruídas.
A praia das ondas que quebram pra trás (em um dia sem rampa de areia)
Pesquisando sobre porque isso seria importante, aprendi sobre o John Russel, um engenheiro naval que desenvolveu o conceito de ondas de translação quando observava um barco passando pela orla elevando uma massa de água que do ponto de vista de quem estivesse dentro da água pareceria provavelmente como uma tsunami com o nível da água acima de você, em uma praia normalmente sem ondas. Essas ondas também são conhecidas como ondas solitárias, pelo que descobri.
Achei que isso tivesse a ver com solitões, um tipo de onda solitária ou pulso de água que aprendi que mantém a sua forma enquanto viaja em velocidade constante durante um bom tempo na superfície da água. Hmm mas aparentemente solitões são mais especiais. E o que isso tem a ver com as ondas que quebram ao contrário? Parece que esse tipo de onda aparece somente quando não se tem efeitos dispersivos no meio pelo qual correm (como a água é, nesse caso), gerados por, por exemplo, objetos na água ou desenho geográfico e leito do oceano que não seja liso. Exatamente como tem aqui. Legal! Palavras novas pra algo que vi acontecer!
Procurando sobre dispersão de ondas achei uma nota sobre o que acontece em águas rasas, como no mar onde estávamos. Notei que quando as ondas quebravam ao contrário, por causa do princípio físico de superposição que também aprendi, elas não se destruíam. Um princípio básico de ondas, mas quando várias ondas quebravam no sentido normal e uma quebrava ao contrário, era simplesmente lindo ver como esse princípio ocorria na prática.
No meu caso, as ondas se anulavam só um pouquinho. E isso era por causa da amplitude da onda quebrando ao contrário estar diminuindo. Ela quebrava ao contrário sempre na frente de umas duas ou três marolas vindo ao contrário após ela, e embora a frequência delas não parecesse diminuir, a amplitude era visivelmente menor após colidir com as ondas no sentido normal. Tanto que era nessa hora que a onda parava de quebrar e virava só uma marola com espuma. Isso batia com o conceito de meio dispersivo. A água é um meio dispersivo, então fazia sentido a onda que quebra ao contrário mudar seu formato (amplitude, no caso). Legal de novo!
Exemplo de duas ondas, uma ao contrário, se colidindo em meio não dispersivo
Mas então… afinal, como diabos essas ondas quebravam ao contrário, pra trás e não pra frente da praia, e por quê? Bom, aí que a coisa complica porque até agora não precisei pensar em cálculo algum. Porém achei um artigo bastante interessante sobre isso que demonstra precisamente como e quando as ondas quebram ao contrário. Me esforcei pra entender ele.
Já falei sobre como é o mar e o leito do oceano onde estamos, mas não falei da praia em si. A faixa de areia é notadamente mais alta que o “normal” pra mim. Se você ficar na divisa da água com a areia e olhar pra areia, percebe o quão inclinada ela está (ou é, pode ser algo de temporada). A rampa de areia que a onda precisa subir quando quebra na beira é bastante inclinada portanto, e bastante lisa porque a areia é nem muito fina nem muito grossa, mantendo bem a lisura sem se desgastar demais. Se alguém fica na beira da água e outra pessoa no topo da rampa, parece que a pessoa no alto está na altura do pescoço da outra, e isso em coisa de cinco metros entre elas.
Quando o tal pseudo-solitão, a tal onda solitária, vinha vindo, ela vinha na mesma velocidade por todo o mar desde a linha dos barcos que passavam no fundo. Por algum motivo na divisa da água com a areia existia uma depressão, um buraco que afundava até a altura da coxa. Como não entendo lhufas de sedimentos e depressões, dei um grande foda-se pra esse problema e segui em frente. Por isso, a onda vinha como uma massa única sem quebrar até o último instante quase pra encostar na rampa. E ela não quebrava nem antes nem no contato com a rampa, ela quebrava com muita força imediatamente quando encontrava o buraco. Afinal, é assim que ondas quebram.
Assim, a onda subia a rampa sempre com o máximo de energia que tinha na hora que quebrou e, na volta da água pro mar, graças a inclinação anormal dessa rampa (maior que um valor limite incompreensível pra mim no tal artigo), ela devia ter energia suficiente pra quebrar pra trás por causa da dispersão que ocorreu. No caso da onda antes dela quebrar na praia, a altura dela (variável H nas fórmulas mágicas pra ondas do mar, não pra ondas comuns) precisa estar num intervalo 2.0 e 3.0 pra ela quebrar pra trás. Se tá abaixo disso, ela é só uma onda solitária que quebrará abaixo da superfície se houver um objeto afundado. Se for igual ao limite do intervalo, ela até quebra pra trás, mas também pra frente quase ao mesmo tempo, lembrando do princípio de superposição que descobri. Se for maior que o intervalo, qualquer coisa acima de 0.30, a onda quebra somente pra frente. De umas 8 configurações que a onda pode ter pra quebrar na praia, pra trás é só uma delas em um intervalo específico de altura da onda. Algo assim, ainda não tenho certeza. O tal artigo menciona como tudo isso funciona e explica em detalhes que alguém versado em física e cálculo deve conseguir entender. Como não é meu caso, fiquei com a melhor aproximação que pude inventar traduzindo pra língua normal.
Se quiser saber melhor os detalhes recomendo ler o artigo “Characteristics of Solitary Wave Breaking Induced by Breakwaters” que explica a pornografia das ondas. Especialmente a seção “Free Surface Evolution and Breaking Types” e as menções a “backward” e “BB” nele. Esses artigos parecem sempre lidar com a dinâmica das ondas batendo em objetos na beira da praia, como quebra-mares, possivelmente porque as pessoas estão mais interessadas em se proteger de tsunamis e coisas parecidas do que simplesmente perder tempo entendendo como diabos fenômenos ondulatórios funcionam.
O mais curioso mesmo foi pesquisar online e não ter visto descrição de ondas quebrando pra trás a não ser na beira da água e todas bem pequenas. As que eu vi eram DENTRO do mar já, após o quebra mar, e tinham pelo menos três palmos de altura acima da superfície! Não achei vídeo ou foto que fosse minimamente semelhante na internet…
E essa foi a história de quando vi uma onda quebrar pra trás pela primeira vez! Aparentemente não é algo comum, mas não sei quão raro é, só sei que é bem difícil de se observar. Acho que dei sorte de ter todas as variáveis num só lugar e momento! Quanta coisa legal se pode aprender fazendo observações tão bobas, fico imaginando a empolgação e sentimento de realização das primeiras pessoas que notaram esses fenômenos e conseguiram criar explicações realmente científicas com fórmulas etc pra isso tudo. E eu aqui, pesquisando isso tudo na beira de uma praia paradisíaca!
Nov 03 2013
dani e caioasia, rtw, tailandia
Chegamos em Bangkok pra mais uma vez sair rápido, só pra dormir uma noite em Khao San Road mesmo, a rua turística onde mochileiros ficam no oeste da cidade. Na pousada mesmo já compramos um pacote de ônibus e barco pra irmos pras praias no sul, mais espeficiamente pra Koh Tao, onde faríamos nosso curso pra certificação PADI de mergulho. Deu uns 800 bhat por pessoa, cerca de 26 dólares. Até queríamos experimentar o trem que dizem ser bom, e relativamente barato, mas não tinha mais porque era fim de semana.
Parece pintura ou de mentira, horizonte em frente a um dos bangalôs que ficamos
É muito fácil encontrar esses pacotes, em todos os lugares, pra tudo que é canto. É virtualmente impossível não se locomover na Tailândia, e vale pena, não se economiza muito fazendo por conta própria e se estressa bem mais pela zona que é pra entender e negociar coisas onde não se fala inglês. Recomendamos, vai na fé que pra não ser tratado como turistão é bem difícil aqui mesmo.
Uma pessoa passou na pousada para nos levar até o ônibus com ar condicionado, cobertor e até filme (Star Trek!). Saímos 20h de Bangkok e chegamos umas 3h da manhã em Chumphon. Pegamos um pau de arara com outras pessoas até o porto, onde depois de umas 2 horas de espera pegamos um barco bastante decente que após 3h de viagem chegou em Koh Tao.
Pesquisamos cursos de mergulho antecipadamente, mas não reservamos nada pois pretendíamos fazer nosso curso na Scuba Junction após vermos recomendações online. Acontece que tinha um agente do Davy Jones Locker que nos abordou logo no barco e ficamos de dar uma olhada lá caso Scuba Junction não agradasse, vai vendo.
Scuba Junction tinha um instrutor brasileiro até, e a escola parecia boa mas não pareciam querer nosso dinheiro, muita má vontade pra atender e cortavam a gente sempre que tentávamos negociar desconto ou algum pacote. Extremamente irritante quem depende de dinheiro alheio e fica de cú doce. A hospedagem era um lixo pelo que pediam, e como sabíamos o naipe das hospedagens na região nem pensamos duas vezes em negar. E ainda tinha que pagar o quarto e o material do curso, algo incomum na ilha nessa época do ano.
Fomos enfim pro DJL meio decepcionados por esse mal atendimento mas ao menos lá eles não cobravam material, a hospedagem seria de graça durante 5 dias (o curso dura só 3, 2 seriam na faixa), dariam uma refeição por dia de graça, o bangalô tinha varanda com rede, ventilador de teto, geladeira, TV a cabo e água quente à uns passos da praia… e ah, o curso deles tinha 4 mergulhos e mais outros 2 além, pra quando quiséssemos! Tudo isso por 300 dólares por pessoa, com mergulhos extras após o curso por 25 dólares. Porra, sério, não tinha como recusar. Isso é pelo menos… o quê? Umas 3 ou 4 vezes menos que no Brasil? Algo assim? Escolhemos eles ainda com um certo receio por essas escolas de mergulho onde você é um número, já que a atmosfera do lugar parece ser assim em alta temporada.
Revisando plano de mergulho com as instrutoras
Não nos arrependemos em nada, logo de cara vimos que as instrutoras eram super atenciosas, uma por pessoa. Uma instrutora e uma aprendiz de instrutora, ambas australianas. A que tava em treinamento, a Heather, apavorava. Gente finíssima e manjona de mergulho, melhor até que a Lizzy, a instrutora oficial. A Dani estava com medo de não conseguir mergulhar por não saber como controlar a respiração, mas elas foram bem pacientes desde as aulinhas na piscina.
Descendo, descendo…
Foram 3 dias de curso efetivamente com 2 mergulhos por dia. Em 2 dias o tempo tava meio nublado, sendo que em um deles pegamos uma baita tempestade assim que fomos pro fundo. Divertido pela aventura! Conhecemos em Koh Tao os pontos Twins (que visitamos duas vezes), White Rock, Buoyancy World, Chumphon e Japanese Gardens. Foi animal, curtimos muito! A visibilidade tava bem boa pra uma época de tantas monsões até.
Oie!
Primeiro mergulho foi só passeio pra nos acostumarmos, nenhuma atividade debaixo d’água pro curso. No segundo aí sim fizemos várias coisas, e meu ouvido entupiu e não pude demonstrar CESA pra instrutora (a tal subida livre de emergência). Dani conseguiu e deixei a minha vez pra outro mergulho. Nos dois mergulhos seguintes fizemos exercícios de flutuação, máscara, orientação com bússola, salvamento etc, a coisa toda da PADI. Teve até uma instrutora perdendo o tanque de oxigênio que se soltou, foi legal pra treinar o “pânico” até. Acho que foi porque tinha corrente e tava mal preso, quando subimos pra superfície entendemos o motivo da visibilidade ter diminuído rápido e a correnteza estar forte. De ensolarado o dia virou uma puta tempestade, com ondas enormes, deu trabalho pra sair da água. Eu quase vomitei enjoando no banheiro pelo balanço tenso do barco… enfim.
Foda demais ver isso ao vivo, não tem foto que bata…
Os mergulhos duravam em média 45 minutos lá embaixo, 1h em média fora do barco. A profundidade máxima que chegamos numa hora com as instrutoras foi 22m, mas ficamos em várias horas em 18m, 12m, 8m e até 6m (que incrivelmente foram os momentos mais legais, mais vida marinha perto da superfície).
OK!
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Em um dos mergulhos estávamos sentados no fundo do mar fazendo exercícios enquanto uns peixes que reviram o fundo pra procurar comida vinham e deitavam na nossa frente, deu até pra fazer “carinho” neles de tão seguros eles são de si, e de quebra comiam o que revirávamos no fundo. Os mergulhos extras que nos deram no DJL foram com um dive master gente boa que nos levous pelos melhores pontos debaixo d’água. Como a visibilidade tava ótima, acho que foram nossos melhores mergulhos e pude até ir sem traje de mergulho pois a água tava bem quente. Pena não ter grana pra fotógrafa nesse dia, que tava bem melhor que esse aí das fotos do post! Com o dive master fomos procurar uma raias que ele sabia onde “moravam” mas não encontramos elas. No caminho passamos por 3 cavernas, umas delas bem apertada, eu e a Dani batemos os tanques no topo tentando nos equilibrar horizontalmente, foi super foda de animalesco e divertido :-)
Peixes que vimos? Trocentos! Peixes papagaio em várias cores, garoupas não muito grandes e acinzentadas, peixes borboleta e zanclus (igual o Gill do filme Procurando Nemo), barracudas, peixes palhaço entre anêmonas vermelhas e rosas e laranjas, scads de rabo e faixa amarela, uma moréia de olho branco linda, uns peixes cofres e bodiões fêmeas (amarelo quase incandescente), vimos um peixe porco médio sem muita cor e um outro enorme incrivelmente colorido e fugimos deles, águas vivas tão pequenas que eram praticamente invisíveis mas que sentíamos na pele, peixes anjos, uns peixes marfim azuis quase transparentes e uns peixinhos minúsculos em azul quase neon brilhando, sempre em grupos como se fossem vagalumes na água!
Uma das moréias de olho branco que tinham nos mergulhos
Os outros, que eram muitos, é praticamente impossível lembrar. Muitos são pequenos e fogem rápido, ou são parecidos uns com os outros e não reconheci eles em fotos pra aprender os nomes. Infelizmente nada do tubarão baleia, que apareceu só um dia antes de começarmos os mergulhos, e as tartarugas acho que não vem pra cá há anos. Como o tempo fechou enquanto estávamos em Koh Tao, acho que demos azar.
Fuck yeah!
Corais de tudo quanto é tipo e tamanho, cara… alucinante. Os mais bonitos eram cheios de anêmonas e plantas que se retraíam se chegávamos muito perto, lotados de algumas lesminhas e pepinos do mar brancos e pretos entre 30 e 60 centímetros! Alguns tomados de ouriços, geralmente pretos e com longos espinhos, dava medo nadar tão próximo deles, principalmente quando entramos em umas passagens subterrâneas! Algumas esponjas do mar tinham o tamanho de um adulto sentado, dava pra nadar por cima delas e ver o fundo delas cheio de coisas que acumularam, e por fora abarrotadas de lesminhas brancas :-)
Tinham corais mais coloridos e maiores, juro :-)
Cardumes vimos só nos últimos mergulhos, principalmente em Japanese Gardens. Passamos em frente a um de barracudas, simplesmente enorme, e outros peixes em cardume nos rodearam até ficarmos no meio do cardume! A fotógrafa tava perseguindo eles e acho que o movimento do grupo fez isso naturalmente, foi muito legal.
Agora sim, mergulhadores PADI!
Não nos arrependemos da escolha com o DJL: uma instrutora por pessoa, hospedagem imbatível, bons mergulhos e tudo excelente. Foi impecável. Dado o mal atendimento na Scuba Junction, me pergunto se vale a pena ser mal tratador num lugar só pela reputação de serem profissionais etc. Do que adianta serem bons mas serem uns babacas? Não entendo como falam tão bem da Scuba Junction nas interwebs.
Nossa quase primeira semana em Koh Tao, por causa dos mergulhos, foi só em Sairee Beach, a parte pop da ilha. Decepcionou um pouco por preços inflados pros gringos encherem a cara nos bares, mas a praia é bonitinha e tranquila até. Só que queríamos ficar um pouco mais isolados do mundo, então fomos pra Chalok Bay pra conhecer outra praia na ilha e ficamos uma semana lá.
Bangalô em Chalok Bay, praia no fim do corredor, obrigado, volte sempre :-)
As pessoas pareciam meio antipáticas no começo mas depois ficou tudo bem quando viram que estávamos lá pra um bom tempo. Deu pra descansar até demais! Fizemos um passeio em Freedom Beach e fomos pelas pedras até a Shark Bay do outro lado das colinas. Chalok Bay vale muito mais a pena, pena que as opções de curso de mergulho lá são fracas, embora o custo geral e clima seja bem mais “Tailândia” digamos.
Chalok Bay vista do altinho indo pra Freedom Beach
Um quarto perto da praia custa metade do que em Sairee Beach, por exemplo… nos entupimos comendo frutas, tomando sucos naturais, lanchinhos e comida local bem feita. Nossa rotina era praticamente praia sem ondas e engordar :-D
Chegando na Shark Bay
Koh Tao foi tão boa pra gente que extendemos a estadia e nem fomos pra Koh Samui como era o planejado no final das contas. O tempo lá não era muito diferente do de Koh Tao e por ser bem mais turístico, passamos. Em Chalok Bay tava ótimo e não queríamos sair do bem bom, até internet de alta velocidade tínhamos. Tailândia está nos mimando demais, demais mesmo. Quer dizer, tava tudo bem até decidirmos ir pra Koh Lanta, que é onde estamos agora e parece que fomos pro céu porque tá conseguindo ser AINDA MELHOR, mas disso falamos depois!
Oct 18 2013
danihabkostasia, nepal, rtw
Depois de 40 dias caminhando nos Himalaias, precisávamos de um pouco de descanso, sombra e água fresca, um lugar pra simplesmente relaxar, comer bem e não fazer nada por alguns dias antes de encarar novamente o caos de Kathmandu, e Pokhara conseguiu cumprir este objetivo com louvor!
Pokhara é meio que a parada final do Annapurna Circuit e é a segunda maior cidade do Nepal, mas não se compara ao caos, sujeira e trânsito maluco de Kathmandu. A cidade tem um ritmo bem mais relax, trânsito mais calmo e uma paisagem bem agradável. Ela fica às margens de um grande lago, garantindo um ar mais fresco e, em dias claros, se tem uma vista privilegiada da cadeia de montanhas com neve e tudo.
Lago de Pokhara no pôr-do-sol
Chegamos lá vindos de Nayapul, que fica 1.070 metros acima nas montanhas ainda, então a vista do caminho já foi uma lindeza! Não é à toa que uma das principais atividades da cidade é o parapente, e se pode encontrar literalmente uma agência em cada esquina, se não mais, pra fazer o salto. Os preços são baixíssimos, pelo que pesquisamos é possível saltar a partir de 40 dólares! Como estamos em um aperto financeiro ferrado, a gente teve que passar… faz 3 horas que saímos de Pokhara e eu já me arrependi :-(
Mesmo não sendo tão grande e caótica como Kathmandu, Pokhara não deixou nada a desejar com relação a serviços, até mesmo pra quem está se preparando para começar a trilha. Encontramos wifi em quase todos os lugares que íamos e uma variedade enorme de restaurantes, lojinhas de tudo, agências pra parapente , rafting, trekking e hotéis para todos os gostos.
Os preços são mais salgadinhos que a capital, mas aqui a gente solta aquela dica marota: a região turística resume-se basicamente na longa avenida principal em Lake Side, que margeia o lago de norte a sul. Quanto mais ao sul se vai, mais chiques e caras as coisas ficam. O esquema é ficar mais ao norte possível, longe dos barzinhos e cafés tocando jazz. A região tem uma cara bem mais simples mas a comida dos restaurantes é tão boa quanto e com um preço bem mais camarada.
Foi nas quebradas na região norte que tivemos a nossa melhor experiência gastronômica em Pokhara, por indicação de amigos que fizemos na trilha, o Turkish Restaurant. Não sabíamos onde era e demoramos 3 dias até perguntar para alguém. Que arrependimento de não termos perguntado logo que chegamos, pois depois que achamos fomos todos os dias almoçar lá! Pra dar uma ideia de como é bom, no nosso último dia na cidade fomos lá pra “nos despedir” e tava fechado, o Caio ficou tão triste que quase quis ficar um dia a mais na cidade só pra poder comer lá uma última vez!
Caio diz... ah… aquele restaurante… :-(
A graça do Turkish Restaurant não é só a variedade (tem de tudo, salsichas alemãs, kebab, moussaka grega, sopa de feijão branco, crepes etc), mas é tudo fresquíssimo, bem preparado e delicioso! Lá eu matei a saudade de comer uma saladona sem medo de ser feliz, pois lavam os alimentos com água filtrada. O dono, um nepalês que morou e foi chef na Alemanha, vem na mesa conversar com as pessoas, dá dicas do que pedir e explica de onde vem as carnes, passa uma segurança danada. Bom, eu comi salada com homus e o Caio comeu carne nas 3 vezes que fomos lá e nada aconteceu, então parece ser verdade, hehe. Parada obrigatória, não se assuste com a aparência super simples!
Caio diz... tem que chegar em Pokhara e ir pra lá! Até lá ande pro norte, a rua não será mais asfaltada, quando passar o restaurante Lemon Grass na sua esquerda olhe pra direita, é o sobrado com teto pontudo e plantas nas paredes!
Na verdade isso foi uma das melhores coisas de Pokhara, muitos restaurantes têm a cozinha aberta e dá pra ver claramente a preocupação deles com higiene dos alimentos, diferente de Kathmandu. Dá pra arriscar um pouco mais se rolar uma saudadinha de alguma coisa, como foi o caso do Caio com um filé de frango ao molho de mel e mostarda ;-)
Caio diz... sem falar no bolo de chocolate com café com leite, fantásticos pra relembrar os almoços na época do trabalho :-D
Falando um pouco de logística, voltar de Pokhara para Kathmandu foi mais simples do que sair de Kathmandu pra Besisahar, no começo da trilha. O ônibus turístico custa quase a mesma coisa que as minivans lotadas que levam os locais (diferença de só 1 dólar), mas com um pouco a mais de conforto. O único problema é que balança mais… o Caio sofreu, apertado e balançando. As agências de turismo espalhadas pela cidade vendem os bilhetes, mas não precisa, dá pra comprar indo direto na estação antes das 7:30 da manhã, horário que os ônibus saem diariamente. Pra chegar na estação o táxi não custa mais do que 150 rúpias (1,5 dólares), mas também não precisa, dá pra ir andando seguindo a avenida principal (direção sul) e não tem erro. Chegue cedo, escolha o ônibus com a carinha mais amigável, embarque e seja feliz! Se estiver com fome dá pra aproveitar os pães e cinnamon rolls quentinhos que os locais vendem na estação por 40 rúpias!
Pokhara pra gente foi uma parada bem boa pra recarregar as energias, recomendo fortemente a passagem pela cidade inclusive pra quem tiver se preparando pra trilha. É um mini Thamel, mas sem lama, muvuca, buzinas e lixo nas ruas. Melhor, né? :-)
Oct 07 2013
dani e caioasia, nepal, rtw
Agora sim… voltamos! Depois de um bom tempo offline postamos tanta coisa que resolvemos fazer esse resumão pra facilitar a vida. Mas primeiro alguns dados sobre nosso tempo no Nepal, pra dar um gostinho da nossas brincadeiras pelo país :-)
- Escrevemos 20 mil palavras nos diários de trilha
- Cerca de 500 fotos, ou 2.5G delas, fora as dos celulares
- 45 minutos gravados em (150) pequenos vídeos
- Uns 48 posts escritos falando de tudo
- 39 dias dormindo nas montanhas
- 23 dias efetivamente andando
- Altitude máxima de 5.416m em Thorung La
- Tempo matado com 15 filmes, 4 livros e 52 episódios de séries
- 3 trilhas percorridas: Annapurna, Tilicho Lake e Poon Hill
- 14kg e 6kg perdidos (Caio e Dani, respectivamente)
- 3 semanas completamente offline
- Dormimos em 45 vilas, vilarejos ou cidades
- Pouco mais de 250km à pé que estavam em mapas, fora desvios
- Média de caminhada por dia entre 4 e 5 horas
- Somatório de ganhos de altitude deu pelo menos 9.500m
- 450 dólares por pessoa pra toda brincadeira
Saudades já… :-(
Se tiver pouco tempo pode ver direto os posts com fotos, mas cuidado, pode acabar achando bonito. Ou não, se já veio pra cá. Nossas fotos não chegam aos pés de muitas por aí com céu limpo e tudo. Mas nenhuma, nenhuma mesmo, se compara a ver ao vivo. Nossa melhor foto é ridiculamente mais feia que a pior paisagem ao vivo nas montanhas, acredite! Abaixo um vídeo, pra dar uma idéia de como foi todas as trilhas e paisagens:
Caso esteja mais corajoso, pode ler nossos diários que são bem pessoais, ou simplesmente os posts acessórios que escrevemos!
Fotos:
Posts:
Diários:
- Dia 1: Kathmandu → Besisahar, 831m
- Dia 2: Besisahar → Kudi → Buhlbule → Ngadi, 930m
- Dia 3: Ngadi → Bahundanda → Ghermu → Syange → Jagat, 1329m
- Dia 4: Jagat → Chamche → Tal, 1702m
- Dia 5: Tal → Dharapani, 1979m
- Dia 6: Dharapani → Danaque, 2208m
- Dia 7: Danaque → Temang → Koto → Chame, 2709m
- Dia 8: Chame, 2709m
- Dia 9: Chame → Dukur Pokhari → Upper Pisang, 3320m
- Dia 10: Upper Pisang → Ghieru → Ngawal, 3662m
- Dia 11: Ngawal, 3662m
- Dia 12: Ngawal → Bryaga → Manang, 3566m
- Dia 13: Manang, 3566m
- Dia 14: Manang → Sheree Kharka, 4000m
- Dia 15: Shree Kharka → Tilicho Base Camp, 4150m
- Dia 16: Tilicho Lake, 4949m
- Dia 17: Tilicho Base Camp → Sheree Kharka, 4000m
- Dia 18: Sheree Kharka → Yak Kharka → Ledar, 4222m
- Dia 19: Ledar → Thorung Phedi → High Camp, 4800m
- Dia 20: Thorung Phedi, 4537m
- Dia 21: Thorung Phedi, 4537m
- Dia 22: Thorung Phedi → High Camp → Thorung Phedi, 4800m
- Dia 23: Thorung Phedi, 4537m
- Dia 24: Thorung Phedi → High Camp → Thorung La → Muktinath, 3675m
- Dia 25: Muktinath, 3675m
- Dia 26: Muktinath → Kagbeni → Jomsom, 2742m
- Dia 27: Jomsom, 2742m
- Dia 28: Jomsom → Marpha → Larjung, 2570m
- Dia 29: Larjung → Kalopani → Ghasa, 2181m
- Dia 30: Ghasa, 2181m
- Dia 31: Ghasa → Tatopani, 1242m
- Dia 32: Tatopani → Shikha → Chitre → Ghorapani, 2869m
- Dia 33: Ghorapani, 2869m
- Dia 34: Ghorapani, 2869m
- Dia 35: Ghorapani, 2869m
- Dia 36: Ghorapani, 2869m
- Dia 37: Ghorapani → Poon Hill → Ghorapani, 2869m
- Dia 38: Ghorapani, 2869m
- Dia 39: Ghorapani → Poon Hill → Nayapul → Pokhara, 827m
E é isso, fim! :-)
Oct 07 2013
caio1982asia, nepal, rtw
Vista de Poon Hill (3.210m) por volta das 5:30 AM
Vista de Poon Hill (3.210m) por volta das 7 AM
Thorung La (5.416m), chega-se subindo pela esquerda, desce-se pela direita
Vista de uma colina no topo do High Camp (cerca de 4.800m)
Tilicho Lake, o lago mais alto do planeta (5.000m, 4.949m na superfície)
Trilha do Tilicho Base Camp até o topo no lago, 1.000m de elevação.
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